Stay Away escrita por Anwar Pike


Capítulo 14
And That Was All That Mattered.


Notas iniciais do capítulo

Bem, pessoal, nao briguem comigo, acabei me inspirando de novo, ainda mais depois da minha primeira recomendaçao, minha linda e maravilhosa recomendaçao.
Athena, Esse capitulo é especial agradecimento á voce, a pessoa que escreveu minha primeira recomendaçao. E nao sei se posso explicar o quanto feliz voce me deixou, eu gritei saltei, e sorri ate machucar meu rosto. Nem preciso dizer o quão honrada me senti quando li o que voce tomou tempo precioso para escrever. Muito, muito obrigada, do fundo do coraçao. Ah, quase esqueci, quando vc me chamou de rainha, eu senti vontade de ir na sua casa e te dar um abraço! kkk Bem, espero que voce e todos os outros leitores aproveitem o capitulo, nao sei se ficou á altura, mas... Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496576/chapter/14

Elsa moveu-se na cama de gelo. A noite apenas caíra no lugar onde parara para descansar. Os lados do leito, grandes pedaços de gelo, moldado para se parecerem a ondas a proteger e velar o sono da rainha, se curvavam sobre seu corpo adormecido.

Em seu sonho, um passado familiar se reproduzia, como uma memoria bloqueada que emergia lentamente.

Era de tardezinha no reino de Arendelle. O rei e a rainha já haviam se despedido de sua filha caçula, Anna. Estariam indo á uma viagem ao reino de Corona, onde viviam seus parentes.

Desceram a escadaria elegantemente. Os olhos amorosos dos pais captaram a figura seria e calada de sua primogênita.

Elsa podia sentir que eles não a queriam no trono, assumindo o seu reino. Por que outra razão teriam tido Anna?

Com um olhar de tristeza e ao mesmo tempo magoa ela olhou nos olhos do rei e da rainha.

– Vocês tem que ir? – Era uma pergunta infantil e tola, ela sabia disso. Seu pai sorriu um pouco.

– Sim Elsa. Tudo vai ficar bem, voltaremos em algumas semanas.

Algo sinalizou dentro de Elsa, um mau pressagio que fez lagrimas virem a seu olhos.

Mas ela não disse nada. Subiu novamente a grande escada e fechou a porta de seu quarto antes que alguém mais notasse que havia saído. Se aproximou da janela segurando delicadamente a gola de seu vestido azul escuro, os olhos estreitando-se ao tentar enxergar o navio.

Ela viu os servos curvarem-se, e pode imaginar suas vozes a dizer “Sua Majestade” com aquele tom respeitoso que comumente faziam.

Seu pai subiu a rampa e o navio zarpou, sendo seguido pelos olhos azuis da garota. Mas então, um par de olhos verdes surgiu nas sombras, próximas a parede.

– Oh Elsa, por que ainda desperdiça sua preocupação neles. Você sabe que eles não sentem o mesmo por você.

– Isso não é verdade. – Elsa disse, ainda calma. Já havia se acostumado às provocações da dama de Negro, o suficiente para conseguir manter o autocontrole.

– Ora, vejam só. Elsa querida, você não pode mentir para mim. Eu sou você, se lembra?

Um calafrio chacoalhou seu corpo, algo causado somente pela maldade que deslizava dos lábios daquela mulher.

Vendo que a princesa não responderia, a dama continuou, sorrindo suavemente.

– Mas esta tudo bem. Logo eu não precisarei de provar mais nada. Seus pais irão colocar Anna como regente com toda certeza. Ah! E não quero nem imaginar o que farão com você, a filha amaldiçoada, depois disso.

– Eu não sou amaldiçoada! – Ela gritou, ameaçando perder a compostura. Seus punhos enluvados permaneciam apertados e bem fechados, como em uma tentativa inconsciente de manter o ódio dentro de si

No mundo consiente, a cor do gelo tornava-se velozmente de amarelo para vermelho, denunciado medo em seu coração..

A dama de Negro riu, aproveitando sua tortura pessoal. Ela estava á um passo de ser fisgada.

– Vamos lá Elsa, você não é mais a garotinha inocente que acatou a ordem de seu pai para manter as luvas. Sabe que não é.

Ela sussurrou, suspendendo o queixo da jovem delicadamente.

Elsa virou-se novamente para a janela alta. O navio já desaparecia no horizonte, o grande e caro pedaço de madeira flutuante.

Seus dedos quase flutuaram ate a superfície da janela, deslizando então, as pontas pelo vidro. Ela começou a dar leves batidinhas nele, as luvas esquecidas no criado mudo. Flocos de neve e outros desenhos formavam-se sob suas unhas e ela sorria ao observa-las.

Então, as palavras sopraram novamente em seus ouvidos, as palavras da mulher de olhos verdes radioativos.

E isso fez algo estilhaçar-se dentro dela. Ela sabia realmente o que aconteceria na volta de seus pais. Ela seria colocada de lado, e Anna tomaria seu lugar. Ela seria abandonada,

Mas não precisa ser assim, a voz brincou em seus ouvidos. Você pode mudar isso.

Seus olhos ergueram-se dos flocos para o navio, e do navio, colocaram-se sobre a agua calma do oceano.

Tao calma. Calma demais. Ela bateu com força a mão espalmada contra o vidro uma vez. As ondas se agitaram minimamente. Estavam se recusando a obedece-la.

A garota não gostava de ser contrariada. Bateu mais uma vez e viu as ondas se elevarem, ainda que relutantes. O céu tornou-se cinza e Elsa inspirou o doce e fresco odor de tempestade no ar.

Uma tempestade gigantesca.

Com as duas mãos agora, ela bateu contra sua janela, não importando-se em não fazer barulho. Ninguém ouviria.

Ela curvou os dedos pálidos e moveu as mãos, deslizando-as próximas a janela, como em uma dança. O navio balançou uma vez, e então, mais duas outras.

Sendo chacoalhado pelos ventos e castigado pelas aguas geladas, ele movia-se, no centro de um enorme redemoinho. O único pensamento claro na mente da primogênita era que estava fazendo a coisa certa. Ela iria mudar seu carma.

Não importava o que ou quem estivesse em seu caminho.

Finalmente, o navio naufragou. Ele já não estava mais em seu campo de visão, mas ela podia sentir em suas veias, ele havia sido destroçado, as madeiras luxuosas flutuando e os corpos afundando em alto mar.

Ela suspirou, o rosto, sem remorso algum. Ainda estava convencida de que fizera o correto.

Seus pais estavam mortos sim, mas ela havia se salvado.

E isso era tudo o que importava.

................... ♠.....................


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, por favor, opinioes, qualquer coisa :D