Minha doce fera escrita por C0nfused queen


Capítulo 14
Capítulo 14.


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo para os leitores mais lindos do mundo, quero agradecer pelos comentário e pedir para que vocês não me abandonem, continuem comentando.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496506/chapter/14

A febre era intensa e todo o meu corpo parecia estar em chamas, como se ardesse levemente em brasa, a dor era insuportável e todos os meus ossos pareciam ter se tornado pó, eu tinha alguns breves momentos de consciência, mas quase sempre era tomada por delírios, Adam ainda como lobo corria velozmente por entre as árvores, parecia preocupado comigo, tinha absoluto cuidado para que eu não me machucasse durante nossa fuga, o vento era absurdo e a chuva caia lentamente, Adam com seus dentes puxou minha capa para impedir que eu me molhasse e isso agravasse meu estado de saúde.

Ele parou bruscamente provavelmente havíamos chegado, ele deitou-me cuidadosamente no chão e logo senti seus braços me envolvendo, ele tocou minha face.

–Bela? – ele falava mais sua voz parecia embargada pelo choro – Por que fez isso, sua garota teimosa, por quê?

Eu não conseguia responder a febre e a dor eram tão intensas, eu mal sabia ao certo o que fazia apenas me entregava a meus delírios.

–Adam... Adam por favor... Por favor, me perdoe... – eu balbuciava palavras sem sentidos, devido a minha condição, ele apenas beijou lentamente minha cabeça.

–Vou cuidar de você minha Bela, eu prometo. – dizendo isso ele me ergueu do chão gelado do palácio e me colocou em seus braços, sem nenhuma dificuldade.

–Burnier! – pude o ouvir gritar enquanto o empregado apenas descia rapidamente as escadas, eu não consegui ver sua expressão, mas pelo seu tom de voz ele parecia bastante preocupado.

–Meu Deus criança, o que houve? – ele tocou o topo de minha cabeça.

–Ela está ardendo em febre, precisamos cuidar dela, agora. – Adam estava bastante preocupado, ele adentrou o castelo, comigo em seus braços e depois disso tudo se tornou um borrão.

Eu contava com 7 anos, era uma criança, pura e inocente, corria e cantarolava por entre as flores de minha campina, o clima era bastante agradável, quente, diferente do normal, meus cabelos soltos em cascatas que pendiam por minhas costas e logo grudavam em meu pescoço, balançavam ao vento, meu simples vestido tinha sua barra suja devido a correria e a terra, eu nem ao menos me importava, percorria o caminho livremente e apanhava algumas rosas enquanto passava. Papai vinha logo atrás, com um livro em mãos e seu habitual cachimbo em outras, ele caminhava pesadamente e não tinha uma expressão muito boa, sentou-se sob a copa de uma densa árvore e gesticulou para que eu me sentasse a seu lado, eu prontamente o fiz e ele logo tocou meu ombro e se preparou para dar a triste noticia que mudaria toda minha vida, eu tão pura e inocente nem ao menos imaginava o que poderia ser.

–Por que a mamãe não veio conosco papai? – eu perguntei enquanto organizava as flores. – Peguei para ela, ela adora rosas.

–Filha, precisamos conversar. – Ele fumou um pouco de seu cachimbo e tocou minha face. – A sua mãe...

Eu apenas o observava seriamente, nem ao menos imaginava onde ele queria chegar, para mim tudo estava bem e a minha vida se resumia a um doce conto de fadas.

–A sua mãe partiu, meu bem... – eu o olhei atentamente, enquanto algumas lágrimas já começavam a se formar.

–O que? – eu me levantei. – o que esta dizendo?

–Filha eu sinto, sinto tanto... – eu apenas corri dele, sem rumo, tinha medo, eu era apenas um bebê, afinal, corri, adentrei cada vez mais o bosque, queria minha mãe, eu precisava dela.

Logo a imagem começou a se modificar, agora mesmo correndo tudo parecia mais lento, mais como um borrão. Podia ouvir meu pai gritando meu nome e implorando para que eu voltasse, mas eu não o ouvia eu nem ao menos ligava, corria e corria em busca do que sempre almejei minha liberdade.

Senti-me sendo puxada de volta para a realidade, meu corpo ainda ardia em febre, mas agora estava em um local diferente, meu quarto no palácio, podia sentia o ambiente bastante movimentado, os empregados percorriam todo o local, Madame Marta tinha algumas toalhas limpas em mãos, além de lágrimas aos olhos. Ela tocou levemente meus cabelos.

–Acalme-se minha criança, tudo ficará bem. – ela passava as mãos em meus cabelos, enquanto as lágrimas caiam de seus olhos.

Eu tremia e chorava compulsivamente, sentia dor, medo, e uma serie de outros sentimentos conflitantes que pareciam brigar em interior, não tinha muita consciência do que estava ocorrendo, mas sabia que estava segura, Adam havia mantido sua promessa.

–Dói tanto, dói tanto... – eu choramingava enquanto ela limpava os cortes em minha costa.

–Eu sei criança, eu sei. – ela falava enquanto colocava panos úmidos em minha testa para reduzir minha temperatura.

–Onde ele está? – eu balbuciava enquanto apertava os lençóis, a fim de diminuir a dor.

–Ele quem? – ela perguntou afagando meus cabelos.

–Adam... Adam... – eu balbuciei.

–Ele está lá fora, aguardando para lhe ver.

–Diga que sinto... Sinto muito... – eu choraminguei.

–Ele tem consciência disso.

–Adam... Adam por favor... Por favor, não me deixe, prometo que nunca mais farei isso, nunca mais decepcionarei você... Adam, Adam... – eu praticamente gritava agora, reunindo todas as minhas forcas.

–Acalme-se... – eu comecei a perder a lucidez e a gora praticamente delirava. – alteza, por favor... Alteza... – ouvi quando ela gritou por Adam e este adentrou o local rapidamente, mas eu já me encontrava entregue a mais uma de minhas lembranças.

Eu caminhava pela minha vila, meu antigo lar, as pessoas direcionavam a mim olhares maldosos, de pura inveja, eu caminhava e cantarolava com um livro enquanto as demais mocas, trajando roupas belíssimas, algo que nunca me atraiu, me encaravam como se fossemos de espécies diferentes, mas praticamente éramos não concordávamos em muitas coisas, éramos tão diferentes, eu apenas peguei meu livro e prossegui me entretendo com mais uma história. Caminhava em direção à livraria do senhor Saint Claire, iria gastar mais uma tarde viajando com aqueles personagens de livros.

Enquanto caminhava cantarolando pude sentir que alguém me seguia e logo percebi que se tratava de Gastón, ele aproximou-se e tocou meu ombro para chamar minha atenção.

–Bom dia Bela! – ele exclamou enquanto alisava sua arma e exibia mais uma de suas cassas. Eu revirei os olhos, mas sentia que precisava ser educada, mesmo que Gastón não o merecesse.

–Olá Gastón. – falei tentando me afastar, mas ele me impediu.

–O que tem em mãos? – ele perguntou tentando pegar meu livro.

–Ora um livro Gastón... – ele o tomou de minhas mãos.

–Um livro? – ele perguntou como se tal fosse algo de outro mundo.

–Sim...

–E o que fazes com tal objeto, sabe que não é certo uma mulher ler, logo começa a ter ideias a pensar...

–Gastón... – eu o repreendi.

–Quando for minha esposa...

–Não pretendo ser...

Mas fomos interrompidos por alguém, mas precisamente a mãe de Gastón, seu nome era Josefine, era viúva, o pai de Gastón morrera na guerra e desde então ela se esforçava para cuidar do mesmo, seu filho era tudo e ela certamente não o entregaria a mim, não a uma mulher tão mal falada na vila. Mas quando eu a vi fiquei atordoada tentei fugir.

Minha respiração estava compassada, não queria abrir os olhos, pois tinha medo do que poderia encontrar, tinha medo de estar novamente no porão, aquele lugar frio e úmido que um dia fora minha casa, a dor havia passado, mas o medo ainda persistia, comecei a afagar, inquieta, os lençóis macios, e logo eu já estava batendo neles, minhas mãos percorriam os lençóis inquietas, logo eu já estava gritando, como se eu tivesse voltado a ser torturada, meu coração batia acelerado e meus ouvidos praticamente zumbiam, meus pulsos foram presos por alguém.

–Não... Solte-me, por favor... – eu me debatia, sem abrir os olhos. – Me deixe em paz... Adam... – gritei buscando a única coisa capaz de me aclamar naquele momento.

–Ei Bela... – senti os nós em meus pulsos se intensificarem. – Sou eu Adam.

Eu levantei em um sobressalto e abri os olhos, ele estava parado a meu lado, sua expressão conservava carinho, ao mesmo tempo em que podia identificar certa preocupação. Ele soltou meus pulsos e afagou minha face, seus dedos percorriam a mesma, e a sensação era boa, me acalmava, ele tocou levemente o corte deixado em minha testa, mas isso não provocou nenhuma dor. Eu lancei a ele um olhar de puro arrependimento e em seguida desabei.

–Adam... – as lágrimas já começavam a se formar. – Adam eu sinto... Sinto tanto.

–Não Bela... – ele se afastou e isso fez meu coração disparar, não queria ele longe, nunca mais. – tente dormir, conversaremos mais amanhã...

–Não... Adam por favor... Não me deixe aqui sozinha... Eu tenho medo... Tanto medo... – ele se aproximou lentamente, eu peguei suas mãos e o trouxe para mais perto, e logo já estava o abraçando. – Eu não sei o que deu em mim, eu fui tão boba, tão infantil, inconsequente...

–Ei Bela... Não faca isso... – ele afagava meus cabelos, enquanto eu estava com meu rosto enterrado em seu peitoral definido.

–Eu estava tão magoada com você... Mas o único culpado disso foi meu pai... Ele pode ter pedido para você me salvar, mas a verdade é que isso tudo era resultado de uma consciência pesada, ele sabia que o que fez foi errado, e pediu para você concertar tudo.

–Bela... Tudo bem... – o aperto de seus braços se intensificou, seus dedos percorriam minhas costas com extremo cuidado, ele fazia o contorno dos cortes deixados pelo chicote.

–Não Adam... Não está nada bem... Eu quase fui morta hoje, e ele nem ao menos se importou... – deixei as lágrimas rolarem livremente por meu rosto.

–Bela amor... Eu nunca deixaria que algo lhe acontecesse...

–E se você não chegasse a tempo...

–E quebra meu juramento? – ele me perguntou, enquanto um sorriso ecoou pelos meus cabelos.

–E qual seria? – perguntei mais controlada.

–Vai dizer que não sabe? – ele afagou meus cabelos. – Por que você sussurrou isso enquanto dormia...

–Você estava aqui? – eu me libertei de seus braços, ele estava apoiado na cama e minha reação o fez sorrir.

–Não achou que eu fosse deixar você sozinha, não é mesmo? – ele me abraçou novamente. – Não queria que tivesse pesadelos... E afinal... Gosto quando você chama meu nome...

–Eu chamei seu nome? – falei corada enterrando ainda mais minha cabeça em seu peito.

–Ah, chamou sim, várias vezes, até cheguei a pensar que você estivesse acordada, minha vida.

Eu corei ainda mais, e ele sorriu.

–Por que não tenta dormir. – ele pegou uma cadeira no canto do quarto e sentou-se a meu lado. – Prometo que você não terá pesadelos essa noite.

Eu me deitei, quase caindo da cama para ficar mais próximo dele, ele afagou meus cabelos, eu segurei sua mão e a trouxe para mais perto, coloquei ela próximo de meu rosto, isso o fez sorrir. Eu o amava tanto, sabia que ele manteria seu juramento e isso me fez dormir bem, tive sonhos bons, doces, pois sabia que quando acordasse Adam estaria a meu lado, me protegendo, pois afinal este era nosso acordo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então????
Nào deixem de comentar.