Minha doce fera escrita por C0nfused queen


Capítulo 13
Capítulo 13.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, espero que gostem e por favor não deixem de comentar.



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A chuva caía fracamente e a temperatura era bastante amena, o frio praticamente machucava minha pele, eu estava deitada em um chão de pedras, frio e úmido, tentei levantar, mas senti minhas mãos presas, eu estava acorrentada, minha cabeça doía bastante, com dificuldade toquei o local de onde a dor emanava e uma pontada fina percorreu todo meu corpo como um choque, senti algo quente escorrer pelo meu rosto, sangue, e o cheiro do mesmo embrulhou meu estomago, eu estava tão atordoada nem ao menos conseguia dizer onde estava, mantinha meus olhos cerrados, enquanto as lágrimas brotavam do mesmo, estava tão magoada, por que eu havia deixado Adam?

Adam, seu nome pareceu rasgar meu peito, eu precisava vê-lo, eu tinha medo, mas uma parte de mim sabia que ele não deixaria que nada de mal acontecesse, eu me perguntava se ele sabia o que havia acontecido, ou se estava tão decepcionado com a minha atitude infantil e inconsequente que não se sentia mais na obrigação de me proteger. Ouvi um barulho semelhante a fechaduras se abrindo, alguém com passos pesados adentrou o local em que eu me encontrava, não abri meus olhos, pois tinha medo, mas meu coração buscou pronunciar a única palavra capaz de me acalmar naquele momento.

–Adam... – falei com a voz fraca.

–Mas uma vez esse nome... Não aguento mais ouvi-lo... – uma voz de homem falava.

–Me perdoe, eu sinto tanto, sinto tanto... – eu chorava, mas meus olhos permaneciam fechados.

–Sente tê-lo deixado, Bela, mas e eu? – ele gritou enquanto pegava meu corpo, o que provocou uma dor imensa.

Com dificuldade abri meus olhos e percebi onde me encontrava, tratava-se do porão de minha casa, pude reconhecer pelas ferramentas de meu pai, juntamente com algumas anotações que ele deixava no local, eu ainda trajava as mesmas roupas e não sabia dizer ao certo quanto tempo permaneci inconsciente, busquei com os olhos a voz que a pouco me repreendera e encontrei de pé ao meu lado Gastón, ele usava suas roupas de caçador e tinha sua arma presa às costas, sua expressão era severa e ele me encarava como se esperasse uma resposta, ou ao menos uma explicação aceitável.

–Responda Bela. – ele gritou enquanto batia em meu rosto, a dor era intensa, mas tudo que me importava naquele momento era Adam. Eu balbuciava seu nome e isso irritava cada vez mais a Gastón.

–Quem é Adam? – ele falou lentamente enquanto tentava controlar sua raiva, ele trouxe meu corpo para mais próximo do dele, e seu toque me causou nojo.

Mesmo que ainda desorientada eu tentei manter o foco, precisava fugir se conseguisse voltaria para Adam, pediria perdão, e se ele não me aceitasse, eu não tinha mais razoes para me manter viva. Encarei Gastón e com a voz controlada falei:

–O único homem que amei em toda a minha vida – ele gritou e me lançou ao chão com forca, depois saiu do local, deixando-me ali, tremendo de frio e buscando uma alternativa para reencontra Adam.

Não sei dizer ao certo quanto tempo se passara, eu delirava de febre, devido ao frio intenso e ao fato de minhas roupas estarem molhadas devido a minha recente fuga. Eu balbuciava o nome de Adam, em uma tentativa falha de chamá-lo, de pedir socorro, eu podia ouvir as pessoas brigando logo acima, reconheci a voz de meu pai, e a voz dela, da mãe de Gastón, meu coração se apertou, o medo tomou conta de meu ser, busquei forcas para me levantar, mas fui impedida pelas correntes, tentei gritar, mas eu nem ao menos conseguia manter o foco, permaneci deitada e chorando esperando que ela chegasse que ela me matasse.

–Você prometeu... Adam você prometeu, disse que ela não me machucaria de novo, por favor, por favor, me ajude, eu sinto tanto, sinto tanto pelo que fiz. – eu chorava e delirava.

Ouvi alguém adentrando o local, abri com dificuldade os olhos e pude ver Gastón, ele se aproximou de mim e tentou me colocar de pé para que eu caminhasse, mas eu não conseguia, estava fraca de mais, ele ia me carregar, uma prova de que mesmo sendo rejeitado ele ainda nutria sentimentos por mim, mas fora impedido pela mãe.

–O que pensa que está fazendo? – ela gritou – Ela o abandonou, o tornou motivo de piadas, se não consegue andar... – disse se virando para mim com uma expressão completamente tomada pela raiva – irá como um animal.

Ela pegou as correntes que me prendiam e as arrastou, e eu estava de fato sendo tratada como um animal, um bicho raivoso, que deveria ser castigado quando não agradava seus donos, não sabia para onde ela me conduzia, estava tão atordoada, com tanto medo, meu vestido era rasgado enquanto eu estava sendo arrastada, podia sentir Gastón logo atrás de nós, logo o caminho que nós fazíamos passou a ser cada vez mais familiar, ela estava me levando para a vila, o que ela pretendia fazer, tentei me soltar, debatendo-me, mas não obtive sucesso e isso só a irritou cada vez mais.

Paramos em frente a entrada da mesma, pude reconhecer as casas, umas mais elegantes que outras, nada muito extravagante, pude ver a padaria, as pequenas lojas, vi as rosas que decoravam os canteiros das propriedades, pude ver a livraria do senhor Saint Claire, o chafariz que ficava ao centro da praça, nós percorríamos tudo, não sabia o que aquela mulher completamente insana pretendia fazer. Até chegarmos a frente da casa de Gastón, onde ela me amarrou a escada, de modo a me manter de pé e impedir minha fuga, mesmo isso sendo impossível. Ela começou a gritar chamando a atenção de todos, logo as pessoas saia de suas casas, com tochas em mãos para iluminar o local, eles traziam em seus rostos expressões de confusão, o que ela pretendia fazer, todos pareciam se perguntar.

Ela entrou em casa e logo voltou com algo em mãos que eu reconheci rapidamente, o seu chicote, ela sorriu para mim, como se minha expressão de medo a divertisse. E começou a falar:

–Esta mulher! – ela apontou para mim e eu escondi o rosto, estava tomada pela vergonha. – acabou com a vida de meu filho, tudo foi oferecido a ela, ela seria a mãe de um importante caçador, seria rica e tudo o que pedíamos em troca era que ela fosse uma boa esposa, obediente, grata, o que é dever de toda mulher não é mesmo? – ela perguntava e as pessoas concordavam com seus argumentos. – Mas não... Ela não queria isso, queria mais, fugiu, abandonou meu filho no altar e fugiu, o tornou motivo de piada tudo por sua ganância, sua busca por poder, e vejo que ela conseguiu mesmo isso. – Ela apontou para meu elegante vestido, que mesmo sujo e em farrapos, ainda era bastante bonito. – Mas... o que ela fez não será esquecido... Você acabou com os sonhos de meu filho? – ela se virou para mim. – Então encare as consequências.

Ela rasgou meu vestido, mantendo minhas costas nuas, passou levemente o chicote pela mesma, e pude ver que as pessoas pareciam se divertir, aprovar sua atitude, pude ouvir o senhor Saint Claire tentando impedir e sua esposa chorando, vi meu pai em um canto, nem ao menos parecia querer se manifestar, Gastón parecia ter pena de mim, varias emoções podiam ser identificadas. Ela se afastou um pouco e com muita habilidade começou a chicotear minhas costas, eu gritei, a dor de minha pele sendo rasgada, ao mesmo tempo em que todos os meus medos pareciam se concretizar eram demais para mim.

–Adam! – eu gritava – Por favor, me ajude...

As lagrimas caiam de meu rosto como cascatas, e a mãe de Gastón apenas se divertia com tudo aquilo.

–Parece que ele não virá meu bem. – ela falou sorrindo, mas logo o inesperado aconteceu.

Todos ficaram em silencio por um momento, apenas o barulho das chamas podia ser ouvido, virei meu rosto e pude ver um enorme lobo cinzento se aproximando, ele caminhava enquanto raiva parecia emanar do mesmo, ele se aproximou de mim e seu focinho tocou meus machucados, como uma forma de pedir perdão, por ter deixado tudo aquilo acontecer, ao mesmo tempo que ele indicava que tudo havia acabado. Com seus dentes ele puxou as correntes, me soltando da escada, a mãe de Gastón que até então se encontrava paralisada tentou se manifestar, mas Adam com um simples aceno de cabeça a afastou de mim, ele me colocou sob seu dorso e se lançou comigo pela floresta, agora eu me sentia segura, protegida, sabia que Adam não havia me abandonado e que mesmo depois de tudo manteve sua promessa.

Ele corria bastante e as arvores pareciam enquanto ele se deslocava, agora que me senti praticamente bem pude me lançar a inconsciência.


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Notas finais do capítulo

Então...