Dear Angel escrita por LalaMarry


Capítulo 2
Chapter 2


Notas iniciais do capítulo

Heey cupcakes! Olha eu aqui de novo!
Tentei fazer algo sentimental neste capítulo, bem já é alguma coisa, eu acho.
Espero que gostem e tenham uma boa leitura!



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Edward encontrava-se jogado sobre a cama de solteiro, as paredes a sua volta escondiam uma pintura clara e linear debaixo de rabiscos grosseiros e grafites. O quarto não havia mudado absolutamente nada desde que partira, exceto pelo fato que sua mãe aproveitara-se de sua ausência para dar uma limpeza no local.

–Ed, querido, por que não desce para tomar um pouco de chá? Fará bem a você.

Diferente de quem esperava ser, a mãe de Sasha, a Senhora Pieterse, que entrara no quarto sentando na ponta da cama, cruzando as pernas, os olhos azuis cálidos e tristes. As mãos mexiam-se nervosas no colo e, vez ou outra, tocavam o colchão como se quisesse reconfortá-lo, porém desistia logo em seguida.

–Ela está bem? – Ed ergueu-se pelos cotovelos, ficando meio sentado e meio deitado.

Suas mãos moveram-se agora até os fios dourados que caiam ondulados até os ombros, colocando mechas do mesmo atrás das orelhas.

–Ela esperou todos esses cinco anos por esse dia, pelo menos uma vez por semana ela vinha aqui pensando no dia que voltaria. Ia até a estrada principal e ficava olhando os carros passarem, era praticamente um passatempo para ela.

O ruivo sentiu um aperto no peito, imaginou aquela menininha ao qual se recorda sentada na estreita faixa de gramado que havia entre as ruas principais, esperando por alguém que até ontem não voltaria.

–Até algum tempo atrás não víamos problema em deixá-la lá, mas nos últimos anos isso andou tão movimentado quanto uma cidade urbana, então a proibimos de ir... Mas quem conseguiria imaginar que ela seria tão teimosa? – a voz dela estava carregada de amor, parecia não conseguir sentir raiva da atitude da filha, por mais estúpida que tenha sido.

A senhora levantou-se com um suspiro e Edward fez o mesmo, ajeitando a roupa amarrotada.

–Senhora Pieterse. – chamou-a, a mão dela já na porta.

–Sim?

–Quando exatamente isso aconteceu?

Seu rosto endureceu, os olhos fixos nos dele, alguns segundos se passaram antes de finalmente revelar.

–Quando dissemos a ela que... você talvez não fosse voltar. – e saiu.

Edward’s pov

E no final, apesar de tudo, a culpa havia sido minha.

–Você vai voltar? – perguntou, os olhos claros brilhando em expectativa.

Edward sentiu seu corpo ficar tenso, como dizer que não voltaria? Que um grande futuro como um renomado engenheiro esperava por ele em outro estado, na melhor faculdade do país, e que depois viajaria pelo mundo à trabalho? Mas era impossível não dizer que voltaria para aquela pequena e radiante figura.

Fechou a mão sobre o cordão e agachou-se sobre o solo argiloso, depositando um beijo em sua cabeça.

–E porque não voltaria?”

A resposta da senhora Pieterse doera mais que um soco no meio da cara.

Eu não vira Sasha desde o ocorrido mais cedo. Logo após ver aqueles globos opacos no lugar das lindas íris azuis que eram seus olhos, simplesmente entrei em choque, havia ficado sem reação, um completo inútil.

Logo depois, o pai dela a pegara no colo levando-a para dentro, enquanto meus pais me arrastaram até meu quarto, onde fiquei jogado na cama o resto da noite, encarando o teto.

–Pode abrir os olhos – estiquei-me até ficar quase na ponta dos pés, colando a ponta da última foto no teto.

Sasha abriu um pouco os dedos e espiou por eles, dando um salto da cama logo em seguida, olhando para o teto com um largo sorriso.

–Eu queria fazer algo diferente esse ano, então pensei: “Por que não colar fotos suas e das pessoas que gosta em cima da cama? Assim acordara todos os dias vendo o rosto de todos aqueles que ama. – terminou seu pequeno discurso com uma leve jogada de ombros. – Feliz Aniversário, Sasha.

Ele jogou-se caindo com as nádegas sobre o colchão cor-de-rosa dela, recebendo um abraço daqueles minúsculos braços de pele alva.

–Eu amei Ed. Obrigada, obrigada mesmo, o melhor presente que eu poderia receber.”

Aquele havia sido o último aniversário que passara com ela antes de partir. Segurou o pingente do cordão que não tirava mais do pescoço, até mesmo quando ia dormir ele ficava repousado sobre seu peito.

Não podia largar Sasha de mão de agora, ela precisa dele mais do nunca e não podia dar-se o luxo de ficar se lamentado por algo que apenas o destino é capaz de controlar.

Pegou uma muda de roupas e foi para o banheiro arrumar-se, saindo logo depois decidido a ir vê-la.

Sasha’s pov

–Vamos querida, precisa comer algo.

Ouvi a voz de minha mãe e senti a pressão de uma mão delicada sobre minha face.

Sentei no sofá onde estava estirada, tateando-o até conseguir sentar com as pernas cruzadas.

Estiquei as mãos, porém ela não colocou o prato sobre elas.

–Mãe, eu posso comer sozinha.

Ela retesou-se um pouco, antes de eu sentir a superfície morna de vidro em minhas mãos e outra macia sobre minhas pernas que reconheci ser uma almofada.

Assim que ouvi os passos dela se afastando, peguei o garfo e enchi com um pedaço de lasanha... de carne, se meu olfato não engana.

Minha mão passou a tremer por nenhum motivo aparente e acabei espetando meus lábios com o garfo.

–Droga – resmunguei. – Nem colocar comida na boca eu consigo.

Eu ainda não estava totalmente acostumada com aquilo, não poder ver, nem enxergar o que havia em minha volta.

Senti uma mão em meu braço e encolhi-me instintivamente e por pouco o prato não fora ao chão.

– Ei, sou eu, não o bicho-papão. – riu nervoso.

Quando sua voz mudara tanto? Estava mais grave e rouca, a voz de um homem formado.

Ergui minha mão até encostar em seu peito, que movimentava-se com sua respiração regular, diferente dos batimentos de seu coração que pareciam um pouco descompassados.

Tateei seu peitoral até o pescoço e chegar ao queixo, passando a mão por ali.

–Sua barba... – comentei.

–Deixei crescer um pouco, mas depois vou tirá-la...

–Espeta. – interrompi, um sorriso arteiro surgindo em meus lábios. – Deve estar um galã com ela.

Senti seu rosto alargar, sugerindo que ele também sorria. Uma leve tristeza acabou me abatendo, eu jamais poderia ver como ele estava, ficaria apenas com a lembrança daquele garoto rebelde que aos poucos se tornara tão carinhoso.

– O que foi? – perguntou, movendo-se até encostar nossas testas.

Abri meus olhos, a qual mantivera fechados até agora, porém foi como olhar dentro de um quarto escuro, eu continuava enxergando nada. Deixei um soluço escapar.

– Eu queria tanto te ver.

Senti o peso do prato sobre minhas pernas sumir, sendo substituído pelos braços de Ed, o cheiro de seu perfume me envolvendo.

Ed parecia não saber exatamente o que fazer. Afinal a solução estava fora de seu alcance, então apenas ficou ali abraçado a mim, minha cabeça encostada em seu ombro, encharcando sua blusa até pegar no sono, onde sonhei com o rosto dele de cinco anos atrás.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Tenso essa situação né?
Mas aguardem, o negócio ainda vai tretar um pouco mais.

Espero que tenham gostado!
Kissus.



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