Yui... escrita por StephHoel


Capítulo 9
Capítulo 8 - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Videobook: https://youtu.be/g2_yd-fAdNs
Audiobook: http://www.mediafire.com/download/4ghud7gd4mbubhd/audio_Yui_8.mp3



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Antes de começar a contar o que aconteceu, tenho que avisar que até agora ninguém sabia que eu sabia disso...

Tinham se passado poucas semanas desde minha chegada. O pai de Steph não havia me agredido de forma alguma (diferente da tia de Rose), estava sendo até educado sem falar nada.

Mas numa noite em que eu havia tido um sonho estranho, fui até a cozinha beber um pouco d'água. Steph não estava na cama, o que não era surpresa, e nem no caminho que fiz, mas ouvi sua voz vindo da sala de estar. Me aproximei para ouvir, como uma fofoqueira.

—Pai, do que o senhor está falando? Ela é uma garota normal...

—Já viu a reação dela em perigo? As pessoas mostram seu verdadeiro lado quando estão acuadas, querida.

—Não pai, nunca a vi acuada. - do que eles estavam falando?

—Então filha... Não se aproxime dela. Se puder até evite ficar perto. Nunca se sabe quando ela pode explodir... - disse o pai dela, com temor na voz.

—Então ela tem que ir embora daqui, pai? É que... A Yui não tem onde ficar... - Steph tava me defendendo? Isso mesmo? Ela não sabe do que sou capaz!

—Não filha, só fica atenta. E toma cuidado! - ouvi um som estalado e silêncio.

O que ele pensa de mim? Ele nem me conhece! Ele tinha algo contra mim, não tinha? E então a culpa era minha, por algo que eu nem mesmo sabia?

O pai de Steph contara-lhe que a culpa era minha, mas pelo o quê? Eu nunca fizera nada contra ela; ou eu fizera?

Não consegui me controlar e no mesmo instante eu estava com minha mochila numa floresta. Pouco depois descobri que estava em terras tupiniquins.

—O que faz aqui? - questionou-me o que parecia ser um ancião.

Por que eu girara para tão distante? Por que para perto de uma tribo? Eu andara por cinco minutos e essa figura aparecera na minha frente.

—Eu não sei. - respondi sincera, inacreditavelmente confiando nele.

—Não esperava sua visita. - disse como se me conhecesse. -Mas parece cansada. Queira me acompanhar?

Ele me guiou para dentro da tribo, onde me senti mais confortável. Durante o curto percurso minha mente fez milhões de questionamentos a si mesma, sem encontrar respostas.

—Você me conhece? - questionei por fim, ao chegarmos no que parecia ser sua oca.

—Há muito. Mas se Lacirandy não lembra é porque ainda não está no momento para tal. - disse-me indicando o que parecia ser uma cama. - Descanse um pouco, mais tarde volto aqui. - disse saindo da oca.

Fiz o que sugeriu. Ao deitar-me naquele amontoado de folhas, pareceu-me que havia ali um colchão feito das mais finas penas de hipogrifo. Quase no mesmo instante uma sensação de leveza me possuiu e me levou para um mundo onde eu jamais estivera.

Nele, eu era esperada por um casal feliz. O homem tinha uma aparência familiar, mas apenas ele. A sensação de ser esperada por alguém era reconfortante, uma pena que durou pouco. Sem entender como, o casal que estava era feliz entrou em prantos por algo que eu não conseguia ver, por mais que eu procurasse em todos os lados. Tudo parecia normal; objetos voando, alguns pegando fogo, outros já completamente incinerados... Olhando para as minhas mãos, pude vê-las em chamas, mesmo sem sentir nada.

—Lacirandy precisa retomar o controle. - ouvi a voz daquele ancião, mesmo sem entender o que dizia, mas não consegui mover um músculo sequer em resposta.

O casal havia sumido, mas eu continuava na mesma cena e uma angústia de estar sozinha crescia em meu peito, o que fazia proporcionalmente aumentar o fogo a minha volta.

Passou-se um longo tempo até que aparecesse em cena um homem que emanava tranquilidade por todos os poros. Notei que o fogo diminuiu drasticamente enquanto ele dizia coisas que eu não compreendia.

Eu não senti nada por algum tempo. Mas uma incômoda sensação de que me cortavam ao meio surgiu. Logo em seguida a dor insuportável tomou conta de mim e fez tudo escurecer. Nem um grito ou sussurro eu era capaz de reproduzir. A dor tomando conta de cada milímetro do meu corpo fazia com que o tempo parecesse uma eternidade.


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