Idiot Guy escrita por Apiolho


Capítulo 20
20 - O baile dos horrores


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde queridos leitores! *-*

Estou mega, ultra, super feliz. Gente, eu recebi a minha quarta recomendação. Cara, deixa-me muito contente, até porque nunca pensarei que alguém ia gostar da minha fanfic, e ainda mais me trazer esse presente. Tudo isso graças a Vic Sousa. Quero me desculpar pela demora, mas realmente é que tive de correr e fazer aos poucos a fanfic. Não deu nem de revisar direito. Pode ter certeza que suas belas palavras muito me emocionaram.

Quero agradecer a Catnip, hans, Miihchan, NatalySakura, Senhorita Foxface, Kalishia (no 18 também) e AkumaKun por comentar no anterior. São muito importantes para mim, não sabem o quanto.

Muito obrigada a MiihChan, Dana Uchiha e Kalishia por favoritar. De verdade, adorei demais quando vi.

E onde estão meus outros leitores? Estou com saudades, e aos novos serão muito bem vindos.

Obs.: Ainda está um pouco complicado aqui em casa, então irei aos poucos talvez.

Obs. 2: Grande né? É porque realmente tinha de colocar tudo isso.

Obs. 3: Tomara não ter decepcionado pelo que ocorreu, estou dividida ainda!

Espero que gostem, pois faço para vocês.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496277/chapter/20

Capítulo vinte

O baile dos horrores

“Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja.”

(Clarice Lispector)

Na verdade o dia em que receberia o presente não chegou até o momento, e já era a última semana do terceiro ano. Já tinha feito os vestibulares e torcia para ter passado em uma, sendo que o diretor enviou por correio a recomendação que fez em relação a minha pessoa.

– Lie. – esse era o Ben.

Ofegava tanto enquanto corria em minha direção.

– Que houve? – quis saber.

– O jogo da nossa turma vai começar agora. – informou.

– Como... – fui interrompida drasticamente.

– Vamos rápido, não temos muito tempo.

Pegou-me pela mão sem nem pensar e me levou para a porta do vestiário feminino. Aproximei-me dela nesse momento e dei um beijo demorado em sua bochecha, algo que fiz inconscientemente.

– Obrigada. – sussurrei ao me afastar.

O engraçado é que ele nem ficou vermelho.

– Por que está aqui?

Essa desgraçada ainda não saiu do colégio?

Não sabia da Jane porque ia treinar em outros dias.

– Ela é a nossa líder de torcida agora.

– Como assim? A Ally concordou? – quis saber.

E foi a primeira vez que ela me olhou desde aquele dia antes de responder.

– Não te devo porque explicação nem mais amigas somos. – esbravejou.

– Mas você odeia essa Barbie do 1,99! – devolvi.

– Só que ela não deixou de contar uma coisa para a sua amiga. – no mesmo tom que o meu.

Enquanto discutia eu pegava a roupa e me vestia, peça por peça.

– E te contou que foi ela mostrou aquelas fotos junto com a Pamela? – confessei enquanto colocava a blusa.

Percebi que ficou irritada, mas nada falou por um tempo.

– Estão prontas meninas? – gritou a treinadora.

Eu estava, mas nem tanto por saber que teria de obedecer aquela garota dissimulada, falsa, vaca e a maior vadia que eu já conheci. Se bem que a Pâmela está nesse patamar, assim como a Valentina – cujo motivo irei descobrir algum dia.

Passei pelo corredor e o James estava de mascote enquanto cumprimentava a Alisson de uma maneira envergonhada. Já ela parecia não ligar, mas notava que algo havia mudado.

– Me deseje sorte. – murmurei.

Fez apenas sinal de positivo e deixou-me ir para a quadra.

Para o lugar que estava sentindo falta, por não ter entrado nela depois de tanto tempo. Respirei fundo e coloquei um sorriso em meu rosto. Tentando não lembrar do que ocorreu naquela cantina, de todas as pessoas que ficaram fazendo protesto e me ameaçando.

Esse era o instante de brilhar. O meu momento.

– Veja o quanto te odeiam Ellie. – sussurrou Jane em meu ouvido.

Queria era meter a mão naquele rosto recém curado do outro tapa que dei nela ou empurrá-la de maneira discreta para que nunca seja aceita como líder de torcida em outra instituição.

– A força com que te vaiam. – continuou.

E realmente gritavam meu nome, com a palavra assassina em seguida. Até aquela jornalista idiota os acompanhava, mesmo com as muletas em suas mãos.

– Você é um nada. – terminou.

A música começou e eu acompanhei as que estavam embaixo para que ela se destacasse, só que depois tornei a desafiá-la. E quando vi consegui a mudar de posição e fiquei em seu lugar.

De maneira tão perfeita que parecia ter sido ensaiado.

– Quem é o lixo agora? – revidei quando cheguei perto dela na coreografia.

O jogo de basquete se iniciou e tivemos de sair, mas eu aproveitei que estavam dispersos para correr com intuito de que ninguém tentasse me linchar. Até porque o meu rosto tinha de estar maravilhoso para o momento do intervalo.

Quando voltei para o vestiário para colocar a outra roupa vi algo que me deixou tremendamente emocionada e esperançosa.

– Não podia ter feito isso com a minha amiga. – exclamou a Ally.

– E o que que tem? Foi ela que roubou o meu namorado, e você deveria tomar cuidado, porque daqui a pouco o James te larga por causa dela.

– Pare com isso. Você é uma falsa! – berrou.

Sem mais delongas partiu para cima da garota e começou a puxar o cabelo dela, para depois fincar a unha no rosto dela e arranhar. E quando a outra estava pronta para contra-atacar eu as separei com rapidez.

E ao ver a Jane me deu vontade de rir, até porque seu cabelo estava muito revirado e sua face com cortes. Senti-me tão sortuda por ver isso de graça, até porque eu pagaria para presenciar uma cena dessas.

– Ally, eu... – tentei balbuciar algo.

Só que ela apenas bufou e correu em direção a saída, não ficando no local para ouvir uma palavra do que eu ia dizer, para no fim desaparecer de minhas vistas sem nem ao menos olhar para trás.

Mesmo assim meu sorriso não saiu do rosto, já que me chamou de amiga e me defendeu ao ponto de bater nela. E olha que ela é mais fresca que eu para isso.

Baile de formatura

Não acredito nisso!

Eu, que sempre fui a rainha dessa escola, não ia para a festa mais esperada desde que eu estava no fundamental. Se pudesse estaria nesse momento entrando com o meu vestido exuberante e atraindo os olhares de todos, só que eu estava com medo.

Temor do que poderiam fazer por conta da Pâmela. Da Jane também, que espalhou para todos que fui eu que bati nela. Quando soube disso deu mais vontade de deixar aquele rosto desfigurado.

Tal foi minha surpresa quando meu celular tocou pela primeira vez nesse dia. Tanto que eu caí da cama quando escutei o alto som.

– Alô. – comecei de maneira hesitante.

– Irá ao baile? – sem nem cumprimentar.

E tinha a certeza de que era a Alisson.

– Na verdade não. – tratei de responder.

– Então levarei o James como par. – declarou.

Pena que perderei de vê-los juntos. Devem ser lindos como casal.

Só que quando ia falar algo já tinha desligado na minha cara.

– Quanto tempo ainda falta para ter minha amiga de volta? – sussurrei.

Deitei em minha cama com lentidão e me permiti chorar. Derramar e soltar tudo o que eu sentia enquanto escondia a minha face no travesseiro. Por ter empurrado a Pamela. Ser traída pela Jane. Recebido várias ameaças, seja por cartas, telefonema ou pessoalmente. Era como uma presidente sofrendo o impeachment.

Só que ao contrário do chefe do executivo eu não merecia.

– Lie. – alguém balbuciou em meu ouvido de maneira suave.

Notei que acariciou meus cabelos de uma forma que me deixou mais calma. E ao me virar um sorriso sincero se formou em meio a lágrimas por saber quem era a pessoa, fazendo com que me sentasse também pela surpresa.

– Ben... o que está fazendo aqui? – disse enquanto secava o olho com a manga do moletom.

– Sua mãe permitiu que eu viesse para te levar ao baile. – declarou.

Seria tão ruim se eu dissesse que não.

– Se eu for lá me matarão. – tentei explicar.

No mesmo instante pegou em minhas mãos e entrelaçou com as suas.

– Só que eu quero que vá, eu amo você e não deixarei que nenhuma dessas pessoas do colégio a machuque. – murmurou, perto de mim.

– Estou com medo. – confessei.

– Então deixa que eu a protejo. – revidou.

– Mas... – tentei contrariá-lo.

Todavia ele me parou. E de modo um pouco diferente.

Quando vi seus lábios já tinha se encaixado com os meus, tornando o selinho em um beijo de verdade. Tanto que sem perceber já estava deitada, com ele por cima de mim. Sua língua entrou em contato com a minha, e o gosto do bolo de morango que deve ter comigo antes de vir foi notado por mim. Não achei isso nojento, pelo contrário, já que tornava o ato mais saboroso.

Fechei meus olhos nesse instante e acompanhei-o quando a reação por conta da surpresa havia passado. E ao desgrudar sua boca da minha e nos separar começou a fazer uma trilha até o meu pescoço, para depois morder de leve o local.

Se eu dissesse que não me arrepiei seria mentira.

Ouvi um barulho de um carro estacionando perto, mas nem importei. Mesmo sabendo que era o Vincent que tinha vindo para pegar a Valentina. A minha veste de cima já estava tirada e meu sutiã de Pokémon estava aparecendo para ele.

Foi nesse momento que o Sullivan bufou e se levantou para depois oferecer a blusa para que eu vestisse. E com certeza foi por conta da peça intima que estava usando.

– Confia em mim? – começou.

Observar seus lábios um pouco vermelhos e borrados por conta do batom me deu vontade de beijá-lo novamente. Talvez a noite inteira ou até que minha boca ficasse tão dormente que não conseguisse mais movimentá-los.

– Sim. – consegui sussurrar, mesmo sentindo que tinha corrido uma maratona.

– Então coloca o vestido que eu quero ver. – propôs.

Depois de tanto insistir aceitei e coloquei a roupa depois que saiu. Percebi pelo espelho que meu rosto ainda estava vermelho e inchado, mas nada que uma maquiagem não resolvesse.

Até porque agora que estava quase pronta não ia ficar me lamuriando em casa.

– Pode entrar. – gritei.

Apareceu rapidamente e deu um sorriso enorme.

– A rainha perfeita. – foi o que comentou.

– Não sou mais isso. – revidei.

Lembrar-me disse me fazia ficar com os olhos marejados.

– Que tal irmos agora?

– Quem disse que irei? – rebati com ironia.

– Precisa mostrar que é forte e não se privará de se divertir por causa de umas pessoas que nem o nome sabe. Sem personalidade e “Maria vai com as outras”.

– Tem razão.

Depois disso eu peguei o pó, base, blush, corretivo, sombra, rímel e tudo o que tinha direito para deixar todos de queixo caído. Enquanto rebocava minha face a mãe arrumava meu penteado.

E confesso que ficou melhor do que se fosse no cabeleireiro.

– Sabe o que eu percebi? – questionou a mulher.

– O quê? – quis saber.

– O quanto estou orgulhosa por ir na festa apesar de tudo o que ocorreu. E que se tornar a rainha do baile não é o mais importante, mas sim a sua felicidade. Podemos ser mãe e filha, só que isso não significa que devemos fazer a mesma história. E por fim: divirta-se! – exclamou.

– Assim eu... – cortaram-me sem dó.

...Irei chorar.

– Mas nada de beber demais, e esse garoto ficar te agarrando demais pode chamar o papai. – complementou o homem.

Depois disso eu comecei a rir e a reação pela emoção sentida se dissipou. Junto com isso meu par me pegou pela mão e me levou para o carro, não sem antes levar outro sermão do mais velho e bater uma foto comigo. O primo dele estava dirigindo, enquanto nós ficamos atrás.

– Meus pais são muito exagerados. – comentei ao sentar no banco.

– Não tanto quanto os meus. – devolveu.

Nem direi que falamos demais, até porque isso é uma falácia.

Apenas ficamos ouvindo músicas e nos preparando para o momento. Só que no meio me peguei o fitando e o avaliando minuciosamente. O cabelo estava curto, provavelmente cortou hoje, a face séria e concentrada me fazia sorrir sem pensar.

Será que estou começando a gostar dele?

– Eu te amo. – sussurrou perto de mim.

– Eu... é... – por que não sai?

– Nem precisa dizer se está despreparada para isso. – sussurrou.

Acho que com o tempo a pessoa deve perder a vergonha para falar essas três palavras. Até porque o Ben nem ficava mais vermelho perto de mim.

– Obrigada. – foi a última palavra que disse antes de chegarmos.

Quando entrei presenciei a maioria se levantando e me fitando com expressões diferentes. E os que me miravam com desejo não me surpreendia, até porque eu estava com um vestido de cor rosa forte na parte de cima, e no de baixo é fraco, aberto do lado. Pedras decoravam a gola da roupa.

– Vou no banheiro.

Fiquei sentada na mesa enquanto mexia no celular. Ninguém veio falar comigo, e isso me deixava mais aliviada que apreensiva. Até porque não queria que viessem se fossem para falar mal de mim.

Só que eu não poderia ter tanta sorte assim, porque ao olhar para a frente notei que o Sullivan estava beijando a... Pâmela? É isso mesmo que eu vi? Senti tanta raiva que nem chorar consegui.

– O que é isso? – praticamente berrei.

Mirei os lados e suspirei por perceber que ninguém nos observava.

– Não é o que pensa! – exclamou.

– É o que todos dizem. – revidei com sarcasmo.

E nem sequer fiquei ali para ouvir o resto, tratei de me virar para ir embora. Só que ele me parou e começou a beijar o meu pescoço e tentou me dar um selo na boca, só que eu o parei ao empurrá-lo.

– Por que não volta para ela? – continuei.

– Para de se fazer de difícil. Se eu não tivesse parado a gente teria transado. Então por que não esquece o que aconteceu e vamos dançar? – deu um sorriso de lado.

– Não! – exclamei.

Tentei me soltar, porém ele firmou o aperto.

– Por que está fingindo que se importa? Sei que ainda é a vadia que estava gemendo enquanto eu tirava a sua roupa.

– Não irei te ouvir, deve estar bêbado. – minha tentativa de saída foi novamente em vão.

– Na verdade estou mais são do que nunca, eu simplesmente cansei.

– Do quê? - agora ia escutar até o final.

– De ter de ficar ouvindo uma garota falar o dia inteiro sobre Pokémon, animes ou me fazendo jogar com ela.

– Mas você gosta disso.

– Esse é o problema, eu odeio!

Como assim? Isso só pode ser um pesadelo.

– E tudo o que me disse? – querendo uma explicação.

– Tenho de desenhar? Já sabia de tudo antes, porque uma vadia não conseguiu fazer sexo com o namorado de outra e dormiu em uma festa. Na verdade eu não aguentava mais essa tua chatice, que só fica lendo sobre assunto que nem presta.

– Não me ama?

– Sabia que era infantil, mas agora tenho certeza que é uma burra sem cérebro. O problema é que meu pai te viu discursando um dia e depois quando foi em jogo de basquete que meu irmão mais velho participava, na época ele estava no último ano, e simplesmente disse que você seria a nora dos sonhos.

– O que mais?

– Vai calar a tua boca e me deixar continuar? Esse é outra coisa tua que me irrita, só fala e quando os outros tem a chance de dizer algo interrompe. O que eu ia dizer é que queria morar sozinho depois do ensino médio desde o primeiro ano, mas meus pais não deixavam. Então o que pensei? De tentar te conquistar normalmente para que assim meu pai visse que fiquei contigo e permitisse de vez que eu tivesse uma casa apenas para mim, só que você parecia ter o prazer de me desprezar.

– Não quero mais ouvir. – choraminguei.

– Mas vai. Quando descobri aquela mensagem sobre os seus gostos bizarros tive a minha chance, e o pior é que deu certo. Tão fácil te enganar, só que eu não aguento mais esse seu jeito. Você não me merece. E agora sai que eu tenho de ir lá dançar com a Pamela.

– Eu gostava de ti.

Por que eu disse isso? O que deu em mim?

Fraca, fraca, fraca.

– Agora é tarde, você não me serve mais, nem em transar com aquele sutiã me é útil. Meus pais deixaram eu morar sozinho quando eu consegui passar na faculdade que queriam. Só estava esperando o momento certo para te falar, e nada melhor do que nesse baile que tanto esperou.

Então riu e me deixou ali sozinha. Só que eu corri atrás dele e o puxei para perto de mim.

– E sobre o Vincent? – quis saber.

– Fui eu que contei que ele sabia sobre o que gostava, até porque a Pam precisava colocar a culpa em alguém em relação ao que ocorreu. A pessoa perfeita. E não precisa me pedir os mangás que eu tenho, porque chegaram na segunda em sua casa.

– E desde quando tem algo com aquela jornalista amadora?

– Você fala demais! Te disse a verdade para que me deixasse em paz, não para que ficasse me perseguindo ou me incomodando.

Não era o que mostrava. Tão perfeito que parecia um príncipe, e isso só existe no conto de fadas. Na realidade essas pessoas tramam por trás e te apunhalam sem nem pensar.

Só não dei um soco nele porque tinha saído. Fiquei ali de cabeça baixa e respirando fundo por um tempo, acocorada no chão e pensando que tudo o que passou era uma mentira.

Seja forte! Mostre a ele que nada te incomodou.

Foi o que eu fiz. Levantei-me rapidamente, sem nem me permitir derramar uma lágrima, e ergui a cabeça. Andando lentamente por entre a multidão com um sorriso amarelo no rosto.

– Senhora e senhoras, iremos anunciar agora o rei e a rainha do baile. – berrou.

Tinha certeza de que não fui escolhida.

– E o rei e a rainha são... – começou.

Notei que Ally estava vidrada no homem do palco de maneira receoso. Sabia que esse era seu sonho, enquanto o James parecia a consolar. Se eles fossem os ganhadores seria merecido.

– Patrick e Taylor. – berrou.

Todos sabiam quem era o casal.

A maioria começou a assobiar e chama-los para irem ao centro do salão. Vi-os ali tentando decidir quem ficaria com qual coroa, e o meu amigo ficou com o de rainha.

Realmente foi algo surpreendente, porém sabia que era mérito deles. Quando os dois se beijaram e riram por conta da dança que tiveram de fazer eu dei um sorriso verdadeiro e de alegria. Não me preocupava por ter perdido dessa vez, mas sim contente.

E sabia que o meu eu de antigamente ia ficar emburrada por uma semana por conta disso. Antes de ir em direção a eles vi algo que abriu mais ainda o meu sorriso, que foi ver o James e a Alisson se beijando também, e isso provavelmente considerava que um namoro estava por vi.

Parabenizei o casal gay e depois disso eu fui embora de taxi, sem nem me despedir de alguém ou ficar ali dançando e bebendo até o amanhecer. Tudo era diferente de antes. Não tinha vontade de me divertir, queria mais era deitar na minha cama e dormir.

– Pai, mãe, cheguei! – berrei.

E como sempre eles não estavam, porque provavelmente foram aproveitar a noite. Já eu tomei um banho, coloquei meu pijama e sentei-me no sofá com o brigadeiro que tinha sobrado de outro dia nas mãos.

Chorei, chorei e chorei muito mais enquanto o filme rolava.

A culpa com certeza era do idiota, do qual as siglas dos nomes começam com B.S. Até porque estava passando um vídeo de desenho, e daqueles bem felizes e infantis.

E deu 4h e eu ainda me encontrava nesse mesmo local. Enquanto meus pais estão em algum lugar ainda, sendo que possivelmente só iram aparecer perto do meio-dia. Ia dormir, se não tivessem batido na minha janela nessa hora da madrugada.

– Lie, por que ainda está acordada?

Que alivio! Ainda bem que é só o Vincent.

Ele entrou na sala e ficou inerte. Parado feito uma rocha.

– Que houve?

– Não sabia que era panda nas horas vagas. – gargalhou durante um tempo.

– Vai com a sua namorada e me deixa em paz.

– O pai dela me expulsou da casa dela quando me viu em seu quarto.

– O que estavam fazendo lá?

Tansa! Por que foi fazer essa pergunta?

– Ela pediu para eu tirar a virgindade dela, eu não queria agora, mas ficou implorando e o tempo passou que eu nem vi. Até se vestiu de dançarina do ventre... – tratei de interrompê-lo.

– Não foram para o baile?

– Ficamos pouco tempo. O fim é que não rolou, até porque fui tirado de lá a força.

Só imagino a vergonha que a família dela passou ao vê-la fantasiada. E por falar nesse tipo de veste, a minha de cigana tinha sumido do meu quarto.

– Pede para ela devolver minha roupa. – praticamente berrei.

– E... por que estava chorando? – quis saber.

– Isso não aconteceu.

– Ellie, te vi muito nesse estado para saber o que ocorreu. E possivelmente é com o Ben, porque notei que estavam se brigando na festa. – declarou.

– Nós quase transamos e no salão beijou a vaca da Pamela e disse que eu uma vadia. Fim. – tentei resumir o mais rápido para que eu não voltasse a chorar.

– Ele é um idiota.

– E eu... sou uma vagabunda fura-olho? Talvez eu seja e não tinha percebido até agora.

Ele se aproximou e chegou bem perto, ao ponto de me fazer ficar vermelha por conta disso. E ainda mais quando pegou em minha mão e beijou de leve.

– Você não é Ellie, se fosse não se sentiria envergonhada pelo que fiz. E pelo que soube só beijou dois esse ano. O resto são apenas boatos.

Não deixando de me largar.

– Confio em ti. – sussurrei enquanto sorria.

Não sei como, mas em poucas palavras me convence e me acalenta.

– Sinto o mesmo, apesar de muitas vezes não querer saber do meu namoro.

– É nojento! – contra argumentei.

– Isso porque não foi você que te viu beijando o James naquele dia.

– Pelo menos deixa de presenciar cenas quase eróticas todo o dia na casa do vizinho. – rebati.

Quando ele vai largar a minha mão? Ou pelo menos de massageá-las com os dedos. Então eu os separei por conta própria.

– Temos uma stalker por aqui minha gente. – retrucou.

– Então peça para ela fechar a janela. – tentei brigar.

– E o que estava vendo?

– Bob esponja. – foi o primeiro nome que saiu.

– Por que não jogamos videogame?

– O quê? A essa hora? Você vai é para a casa mocinho. – limitei.

– Não. – parecia uma criança.

– Idiota.

– E do que o Ben te chamou? – mudou de assunto.

– Vadia, infantil, burra, irritante, faladora e muito mais. – murmurei.

– Então não preciso te xingar, apesar de que é um pouco matraca sim.

– Se for para falar mal é melhor sair.

Tentei levar minha mão para dar um tapa no rosto dele, só que segurou antes e me puxou para perto dele. Fiquei surpresa quando o senti me abraçando de maneira forte e aproximando sua boca do meu ouvido.

– Se confia em mim então tem de acreditar no que direi a seguir. Ele fala isso porque não te conhece como eu. Se fosse inteligente aproveitaria da Ellie divertida, competitiva e sensível que se torna quando é ela mesma. - sussurrou de forma lenta.

Meu coração bateu rápido nesse momento. O que eu faço?

– Falando assim até parece que me prefere descabelada.

– E prefiro. – continuou.

Pareceu até sair pela minha boca.

Se afastou um pouco e me olhou, para que no instante seguinte se acomodasse ao meu lado de maneira acanhada. Pareceu olhar algo antes de se pronunciar novamente.

– Não guardou nem um pouco de brigadeiro para mim? – parecia magoado.

Engoli em seco nesse momento.

– Sabe que eu não divido. – gargalhei um pouco.

– E tem sorvete?

– Por acaso pensa mesmo que vai ficar aqui? – briguei.

Fitou-me com uma expressão irritada.

– Estou preocupado.

– Com o quê?

– Com você é claro, pelo que aquele babaca disse.

– Isso não importa.

– Não está bem, eu sei. – o tom calmo.

Fiquei de costas para o Mitchell e tentei segurar as lágrimas que se formavam em meus olhos. Tive de mirar o teto e morder os lábios para tentar reprimi-las. Só que ele pegou meu braço rapidamente e me virou em sua direção, para depois sentir sua mão em contato do meu rosto.

Nem tinha percebi que já chorava até vê-lo secá-las com esse toque.

– Ir seria desumano da minha parte, seria deixar uma pessoa machucada sozinha. Vamos jogar e pronto.

– Não, por favor. – tentei implorar para que fosse embora.

– Ellie, vai perder se não vir.

E de nada adiantou, quando vi já estava em uma partida difícil. Ele ganhou de novo e nem tive forças para reclamar por conta disso. Ficamos tanto tempo ali que quando olhei o relógio já era seis horas da manhã.

– Agora está no momento de sair, não acha?

– Só por que perdeu todas?

– Não sou eu que nem consegue transar com a minha a namorada. – contra argumentei.

– Sempre querendo começar uma briga. – enquanto dava um sorriso enorme em minha direção.

– Você que me provoca. – retruquei.

– Gostei de vê-la se comportar normalmente novamente. E pode ter certeza que virei outro dia para te ver perder de mim. – sussurrou.

– Pode apostar que isso não ocorrerá.

Quando ia fechar a porta ele a abriu com rapidez e me puxou para fora, o nascer do sol começando. Aquela paisagem era tão bela e maravilhosa que me fez esquecer de tudo.

– Linda de pijama e fica muito mais com a luz do sol te iluminando, então espero que saia mais daqui para a frente. Se não terei de fazer sair a força. – aconselhou.

– Fez isso de proposito, só porque estou assim! – briguei.

E ainda era o do Pokémon.

– Não, fica muito melhor te olhar na rua.

– Mas já ia sair.

– Sim, mas não está mais chorando. E isso me deixa contente Ellie. Até mais tarde. – murmurou enquanto sorria abertamente.

Nem tinha percebido.

Joguei tanto que aquilo foi deixado para trás. Na verdade nem agora me lembrando tenho vontade de cair em prantos. Eu quero é sair, me divertir, desejo é ficar mais tempo com o Vincent.

Ben, é bem feito para você, porque eu, com certeza, não gosto de ti.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Sei, ficou muito errado, estranho e horrível. Mas é que realmente não deu de pensar muito. Cada vez pior.

A imagem não é minha. Desculpem-me se tiver erros de português. E irei responder quando puder os comentários antes de deletar o anterior.

Mandem-me reviews com a sua opinião? Seja que achou ruim ou bom. E quem quer enviar uma recomendação que nem os divos da Vic Sousa, Akumakun, Paradise (sem conta agora) e a Charlot fizeram? Ficarei super hiper feliz também. Por favor galera. *-*

Obs.: Ainda está um pouco complicado aqui em casa, então irei aos poucos talvez.