Idiot Guy escrita por Apiolho


Capítulo 13
13 - Não dá para ganhar todas


Notas iniciais do capítulo

Boa noite leitores queridos! *-*

Quero agradecer a hans, Rae, Livery, Small long hair, Catnip, Reeh Tetsuya, Anna Katharina e American Frost por comentar no anterior. São muito importantes para mim, tanto dos novos quanto dos velhos.

Onde estão meus outros? Ficaria mega feliz se dessem a opinião, mesmo, e os que virão sejam bem vindos. Não precisam se acanhar.

Espero que gostem, pois faço para vocês.



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Capítulo treze

Não dá para ganhar todas

“Às vezes, o que precisamos está tão próximo... Passamos, olhamos, mas não enxergamos. Não basta apenas olhar. É preciso saber
olhar com os olhos, enxergar com a alma e apreciar com o coração. O
primeiro passo para existir é imaginar. O segundo é nunca se esquecer
de que querer fazer é poder fazer, basta acreditar”

(Pedro Bial)

Olhei-me no espelho e notei que a minha barriga havia diminuído, mas não o tanto que eu queria. Eu só comia uma maça no dia e muita água. Sendo que muitas vezes até esquecia da fruta, até porque necessitava ficar magérrima para a festa após a eleição.

Ao andar pelo corredor percebi que o Mitchell estava perto da castanha. Nós ainda fazíamos os cartazes e jogávamos juntos, todavia com o tempo a frequência que ele vinha em casa era pouca.

– Aquela Valentina é uma nojenta. – gritou uma.

– Por quê? – quis saber a outra.

– Ela me tocou com aquela mão cheia de tinta! – exclamou.

– E o que queria?

– Nem parei para ouvi-la. – respondeu sem ânimo.

Pelo que soube a minha vizinha resolveu por abordar as pessoas pessoalmente depois de fazer os cartazes. Sendo que isso seria sobre a sua campanha para ser a presidente do grêmio estudantil.

– Ellie, onde comprou esse broche? É lindo.

Não! É justo no lugar onde tem as coisas do Pokémon.

– Ganhei. – sussurrei apenas.

– E o sapato? – continuou.

– Naquela loja perto da escola. – declarei.

Ficou me perguntando sobre o cabelo e elogiando.

– Sério que você é a favor disso? – ao apontar para um folheto.

– Com certeza. Nenhuma mulher merece ser estuprada por conta das roupas. Nem as prostitutas, até porque se todos resolverem fazer isso elas não receberão seu dinheiro. – debati.

Então deu uma risada forçada antes de me abraçar e sumir pelo corredor. Enquanto eu nem sabia o porquê de sempre tentarem me agradar com esses sorrisos falsos e bajulações.

– Amanhã é o dia. – berrou minha amiga.

Mais um ano sendo líder do conselho estudantil.

– Estou doida para ganhar a verba e começar a organizar o baile de formatura. – balbuciei.

– Falando nisso, eu ainda não arranjei um par. Até a Tina conseguiu. – murmurou.

Será que os dois estão namorando?

– Qualquer um aceitará se convidar.

– Eles que vão atrás de mim, não ao contrário. Acho que eu realmente vou colocar um anuncio.

– Não, isso nunca. – neguei.

Se o fizer a sua reputação cairá.

– Então o que eu faço? – choramingou.

– Arranjarei um encontro para você. Com um garoto de outra escola.

Confirmei minha promessa.

– Tudo bem.

– O que achou da minha campanha? – quis saber.

– As mulheres estão ganhas já.

Deu um gritinho irritante antes do James chegar até nós.

– Onde está o Patrick? – questionei ao vê-lo.

– Não sei. – respondeu com calma.

– Viu os meus cartazes? – comentei.

– O meu voto você tem de certeza.

– Bateria em ti se me traísse.

– E eu a ajudaria. – completou a Ally.

Depois disso as aulas passaram de maneira ligeira, principalmente por ficar um momento fora para realizar as últimas preparações antes da eleição. Até porque tinha um discurso para fazer.

“Não estamos juntos.” – Vincent.

Tinha mandando uma SMS perguntando se ele e a minha vizinha quatro olhos estavam namorando. Confesso que saber disso me deixou um pouco aliviada, já que não seria nada agradável ter um integrante que está com a oposição.

“Então ainda pode vir em casa não é?” – Ellie.

Aceitou e logo veio, sempre com um game boy na mão e uns papéis. Alguns com truques sobre jogos e outros com alguma dica para incrementar a palestra. Sem falar da entrevista.

– Acho que a Tina está começando a gostar de mim. – sussurrou.

– Por que acha isso?

– Ela ficou vermelha e irritada quando disse que ia vir para cá.

– Estava na vizinha? – esbravejei.

– Sim, e a pedirei em namoro depois da eleição. – declarou.

– Não deveria ter falado sobre esse assunto com ela.

– Como assim? – parecia confuso.

– Pois pode achar que estamos juntos ainda! – dei um berro.

– Esclarecerei sobre isso depois. – meio sem graça.

O resto do nosso encontro se resumiu em sermão por não ter comido o café que a mãe trouxe, disputas e ensaios para a apresentação tão esperada. E apesar de ser óbvio a minha vitória me sentia nervosa.

Dia D

Usava uma roupa comportada da escola, o cabelo ruivo solto, um sapato de salto alto. Batom vermelho fraco nos lábios, uma maquiagem natural na face e o papel em mãos. Já a minha concorrente estava com a veste de sempre e um sorriso presunçoso a acompanhava.

Quando abri o armário para ver se tinha esquecido algo antes de ir ao palco vi algo que me deixou horrorizada. E realmente soube que era a mesma guria que escreveu aquela carta blasfêmia naquela tarde ao constatar que a letra era igual.

“Quero ver você chorar vadia”

Tentei me recompor e fui em direção ao meu lugar que era de direito. Só que como era a primeira tive de me posicionar no centro, mesmo com as mãos tremendo e a minha cabeça fervilhando para saber quem mandou-me aquela frase.

– Qual seu livro favorito? – questionou uma garota do fundo.

– São os das matérias do colégio e as leituras obrigatórias por enquanto. – declarei.

– Muito bem Ellie, nada melhor do que se focar nos estudos.

– Essa ai só quer saber de revistas. – gritou uma nerd.

Provavelmente está do lado da Valentina.

As minhas notas devem ser tão ou maior que as tuas. – retruquei.

Sei que não poderia me deixar levar, no entanto ainda estava com raiva.

– Provavelmente as conseguiu colando. – teimou.

– Isso é mentira! – berrou minha amiga Alisson.

Ela se encontrava na cadeira ao lado da minha, já que era vice presidente. Estava em pé e com a expressão de ira. Enquanto eu me sentia orgulhosa por ter uma pessoa assim ao meu lado.

– É claro que o papagaio de pirata ia defender a chefe. – não calou a boca.

Então a vi se sentando e abaixando a cabeça. Como a conhecia arriscava que estava a ponto de chorar, tanto que nem cruzou as pernas como fazia.

– Mais alguma pergunta? – interrompeu a educadora.

– Onde estão as lembrancinhas? – quis saber um.

A mulher apenas respondeu de maneira zangada e me liberou dos questionamentos, deixando a outra ir até o centro. Nem prestei atenção e me concentrei em ler o outro discurso que teria de fazer.

– É... Ellie Davis, pode começar a sua proposta.

Tremelicava feito gelatina antes de balbuciar uma palavra.

– Estudei nesse colégio desde da primeira série e sei de muitos eventos que ocorreram por aqui, assim como vários que eu mesma inaugurei. Participei do grupo de teatro, canto, dança, futebol e handebol. Convivi com várias pessoas e a maioria me conhece, assim como de tudo o que eu fiz. Tenho certeza que votarão pelo certo, e espero que escolham pelo mais qualificado. Obrigada por me ouvirem. – declamei.

Não lembrei nem da metade do que deveria dizer e corri em direção a minha cadeira ao ver que a Tina já estava atrás de mim. Ouvi-a ministrar sobre o que faria, sendo que o falatório durou quase uma hora. Meu sorriso abriu um pouco ao perceber que a maioria dormia.

– Agradeço por tudo! – terminou de maneira animada.

Coitada. Nem assim consegue me bater.

Todos saíram do lugar e a fila para a eleição começar. Alguns me olharam com admiração, já umas mínimas pessoas pareciam estar sentindo ódio ao me ver.

– Eu sou seu papagaio de pirata? – questionou a Ally.

– Óbvio que isso não é verdade. – revidei.

– Vamos lá na fila? – continuou.

Sua feição triste não me enganava, todavia ia deixar de lado por enquanto.

– Estou doida para saber o resultado. – gritei.

– Também. – no mesmo tom.

Caminhei em direção a urna para votar no nosso número, depois esperei para que tudo esvaziasse e eu pudesse esperar a decisão. Posicionei-me na frente e segurei na mão do Patrick ao ver a educadora se posicionar no centro do palco com o envelope.

– Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. Voar, voar, subir, subir e nunca se esquecer que... o que é que eu estou dizendo mesmo? – começou.

Acho que ela esqueceu de tomar seu remédio.

– Sim, o resultado. Agora sem enrolação: o vencedor é... – fez um suspense ao tirar o papel e fita-lo com os olhos arregalados. – o 2, da Valentina. – declarou.

Então só vi a garota subir ao palco e pular com os outros integrantes enquanto uns confetes caiam em cima deles. Fiquei mais assustada ainda ao perceber que o Mitchell fez o mesmo e conversou com minha vizinha, para depois simplesmente a beijar na frente de todos.

Olhei para o lado sem pensar e perceber que a Ally não se encontrava mais ali, e nem ninguém do meu grupo. Confesso que a minha ficha ainda nem sequer tinha caído, tanto que caminhei por entre um local com um sorriso estagnado no rosto. Aquele que ia dar ao saber que ia ser a ganhadora.

Tudo uma ilusão.

– Está bem? – era o Ben.

O garoto maravilhoso e tímido da minha sala que se declarou no começo do ano.

– Desculpa, mas tenho de ficar um pouco sozinha. – sussurrei.

Para amenizar dei um beijo em seu rosto, vendo-o ficar vermelho antes de correr até a porta. Os aplausos começaram e o Vincent e a Valentina ainda estava se agarrando de maneira esfomeada.

É... sabia que não era nenhuma santa.

Quando cheguei ao corredor as lágrimas caíram, como se eu estivesse me segurando até agora. Escorreguei por entre a parede e escondi minha cabeça entre o joelho. Infelizmente meu sossego acabou ao ver passos perto de mim, o que me fez levantar rapidamente e tentar escapar dali.

Só que ao me virar presenciei algo que me deixou mais surpresa ainda, muito mais do que tudo que presenciei hoje. Ali, amassados entre a parede branca do colégio, não seriam Patrick e Taylor, ex namorado da Ally, se beijando sem pudor?

Não decidi-me por fugir e contar a minha amiga, mas sim por me camuflar em um lugar seguro e ouvir o que eles fariam depois.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?

A imagem não é minha. Desculpem-me se tiver erros de português, pela demora também.

Mandem-me review com sua opinião? Seja achando bom ou ruim. E quem quer recomendar que nem a linda da Paradise (agora sem conta) fez? Ficaria super hiper feliz também. Por favor. *-*

Beijos e até a próxima.



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