Made of Ice and Cold escrita por Ravyh Clarion


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Primeiro cap! Espero que gostem!
Booa Leitura!! *-----*



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Capitulo 1

Há muitos anos, uma jovem rainha andava pelo seu castelo lentamente. Os flocos de neve caiam lentamente e suas pegadas permaneciam no chão, onde a neve branca se acumulava. Passou a mão levemente pela barriga, pensando em sua futura filha. Suspirou. Os cabelos castanhos cacheados presos em um coque, logo foram soltos, assim como a pequena coroa em sua cabeça fora parar em suas mãos. Sentou-se no banco e sorriu.

– Um dia, minha filha, você irá tomar o meu lugar. Você será uma linda rainha e tomará meu lugar no posto de mais querida. Nunca irá decepcionar ninguém. – ela disse para si mesma.

Mas a rainha nunca pensou que o que aconteceu iria acontecer. Depois de sete meses de sua gravidez, descobriu que sua menina poderia vir a falecer após o nascimento. Depois de muitas lágrimas, ela foi ao lado de fora do castelo e sentou-se ao banco, recomeçando a chorar.

Pediu a todos os deuses que protegesse sua menina. Pediu que ela não morresse. Seu desejo era que ela nascesse bem. Ou que ao menos nascesse. Então percebeu um brilho diferente na Lua, como se a mesma se iluminasse mais. Voltou ao seu quarto e deitou-se na cama, desejando mais uma vez que sua filha ficasse bem.

Então, depois de mais dois meses, sua pequena nasceu. Como se os desejos da rainha fossem realizados, a criança nasceu saudável, sem nenhum problema. Os cabelos loiros quase brancos e os olhos cinzas, olhava ao redor curiosa. Não havia chorado. Sua mãe decidiu chama-la de Alice Christina.

Depois de dois anos, a rainha novamente engravidou. A gravidez dessa vez havia sido ótima. E depois de nove meses mais uma pequena nasceu. Diferente da irmã, essa nascera com os cabelos ruivos e os olhos verdes acinzentados. Ela havia chorado um pouco, mas ao ver o rosto da mãe parou subitamente, dando um sorriso sapeca. Seu pai a decidiu chamar de Samantha Angelique.

As duas irmãs cresceram juntas. Sempre brincando. Sempre unidas. A família em si já era unida. Até um dia. A pequena Alice se lembrava bem daquele dia. Como lembrava. Ela tinha seis anos e sua irmã quatro.

Ela havia acordado mais cedo como sempre. Levantou e desceu correndo as escadas, dando um abraço em seus pais, que comiam sob a mesa. Ao pegar a caneca para colocar o leite como sempre, a mesma se congelou automaticamente. Ela soltou a mesma com medo do que havia feito. Olhou os pais, que olhavam aquilo amedrontados.

Não bastou uma palavra. Seu pai se levantou e a pegou no colo, saindo com ela e subindo em seu cavalo. Os dois cavalgaram pela estrada de gelo, que ia se congelando por onde passasse. Então ele finalmente chegou na pequena vila. Desceu do cavalo e desceu sua filha junto. Ele chamou pelos espíritos da natureza, uns velhos amigos do rei.

Eles então explicaram. Alice havia nascido com um poder especial. Ela era descendente de um dos espíritos da natureza mais poderosos. Controlava o gelo. Não sabia a capacidade de seus poderes. Ela precisava aprender a controla-lo. Se não, coisas ruins aconteceriam. Então sumiram.

Ao voltar para casa, a mãe de Alice se debulhava em lágrimas. A pequena, com medo de si mesma, se trancou em seu quarto. Ergueu a mão e direcionou para a janela, se concentrando. Então um raio de gelo saiu de sua mão e foi em direção a janela, congelando. Ela deu um passo para trás, não acreditando no que havia feito. Então decidiu que nunca mais usaria aquele poder.

Dois anos depois, no aniversario de seis anos de Samantha, descobriram que não era apenas Alice que havia nascido com um poder especial. Alice ainda não havia saído do quarto e Samantha, irritada com a irmã, fez todo o banquete que o cozinheiro chefe havia preparado, pegar fogo. A mesma arregalou os olhos e correu escada acima, se trancando no quarto. Um tempo depois, o pai a levou aos espíritos da natureza, que disseram que o mesmo que acontecera com Alice havia acontecido com Samantha. A pequena controlava o fogo Após repetir o mesmo discurso, desapareceram. Ao voltar para o castelo, Samantha se trancou no quarto, não planejando sair de lá tão cedo.

As duas irmãs não se viram por bastante tempo. E a medida que esse se passava, os poderes das duas se aprimoravam mais. Depois de doze anos exatos, os reis teriam que fazer uma viagem a negócios. Alice estava no seu quarto, trancada como sempre. Ela estava desenhando com o gelo no chão. Havia aprendido a controlar seus poderes sozinha. Mas não fora apenas praticando. No seu aniversario de quatorze anos, congelara praticamente o quarto inteiro. Então decidiu usar luvas. E assim permaneceu. Sempre usando as luvas.

Samantha, assim como a irmã, permanecia no quarto. Ela fazia pequenas chamas com as mãos. Observava o fogo queimando e sorria. Ouviu batidas na porta e fechou a mão. Sua mãe entrou no quarto com um sorriso triste. Samantha logo percebera que havia algo errado. Ela se sentou na cama e a mãe se sentou ao seu lado. Lhe explicara que eles deveriam viajar. Era necessário. Samantha não se sentira confortável com a notícia. Sabia que havia algo a mais. Mas sua mãe a garantira que não havia nada e ela se calou, mas mantinha a ideia na cabeça de que não era uma boa ideia.

No quarto ao lado, o pai das meninas explicava a mesma coisa a Alice. Ela não concordara com aquilo. Então ele tentou a explicar. Era necessário aquela viagem. Negócios da família. Eles precisavam ir. Ela se levantou e pegou as luvas. O pai se levantou e pegou da mão dela.

– Encobrindo, nunca vão saber. – ela disse e ele suspirou, colocando as luvas na mesma.

– Adeus, filha. – ele a abraçou.

Quando os pais viajaram, as meninas continuaram em seus quartos. Achavam necessário para o bem dos mais próximos. Uns dias depois, dois homens bateram no quarto das duas. Samantha estava brincando com fogo e quando ouviu a batida, rapidamente o fogo se apagou. Ela abriu a porta e deixou o homem entrar.

Alice, que estava fazendo um boneco de neve, o fez desaparecer rapidamente com as batidas. Sumiu com toda a neve do quarto e abriu a porta, deixando o homem entrar no quarto. Os dois se sentaram numa cadeira do quarto e ele deu a notícia. O navio que os pais das duas estavam fora atacado e afundado. Nenhum sobrevivente.

As duas irmãs deixaram as lágrimas caírem ao receber a notícia. Alice levou as mãos ao rosto, nervosa. Sabia que aquilo iria afetar totalmente seus planos. Teria que assumir o trono mais cedo. Samantha, no outro quarto, levantou rapidamente, não acreditando. O homem falou que iria a deixar sozinha e saiu do quarto. Ela sentiu o corpo esquentar e logo o fogo saiu de suas mãos, indo para lados opostos. Um para a parede e outro para a cama. Ela deu um grito de raiva. Não era possível. Não com seu pai. Não com sua mãe.

Colocou o casaco e saiu do quarto, batendo fortemente no quarto de Alice, que já estava sozinha. Assim que ouviu as fortes batidas, se aproximou da porta, mas não a abriu.

– Alice, abra a porta! – ela mandou e a irmã não fizera nada. – Abre a porta, Alice! – falou mais alto e de novo não recebeu nenhuma resposta.

Deu um soco forte na porta, saindo de lá e descendo as escadas. Foi para o porão e entrou, fechando a porta. Foi até uma porta de ferro e entrou pela mesma, a trancando.

Então deixou a raiva a consumir. O fogo saía pelas suas mãos e batiam na parede. Ela lançava várias bolas de fogo em direção a parede. Todas batiam nessa e apagavam. Depois de muito tempo extravasando a raiva, caiu ajoelhada no chão. Cerrou os punhos. Mesmo depois dessa notícia sua irmã se mantinha no quarto, trancada. Ela não tinha o mínimo de consideração com os pais, só podia ser. Há quanto tempo não se viam? Dez? Doze anos? Já não sabia. Mas sabia que uma hora ou outra a mesma devia sair de dentro daquele quarto. E essa hora era agora.

Subiu novamente para seu quarto e bateu a porta com força. Viu um vestido preto pendurado na porta do closet. Deu um grito de raiva, tacando fogo no mesmo. As chamas consumiam o tecido preto vorazmente. Ela então apagou e viu o mesmo chamuscado. Olhou para a cômoda e foi até ela, abrindo a gaveta e pegando as luvas vermelhas, vestindo-as.

Saiu do quarto e desceu as escadas. Deu a notícia aos empregados e consolou alguns que eram amigos. Então pediu que levassem outro vestido para ela e não precisou dar explicações. Depois foi ajeitar as coisas para o enterro, que seria no mesmo dia mais tarde. Subiu novamente para o quarto e vestiu o outro vestido preto que haviam deixado no mesmo lugar. Vestiu o casaco e colocou o capuz, saindo novamente do quarto. Foi até o quarto da irmã e bateu três vezes na porta. Nenhuma resposta.

– Alice, é sua última chance. Você vai ou não se despedir dos nossos pais? – não obteve nenhuma resposta. – Como eu imaginava. – então saiu dali e desceu as escadas.

No quarto de Alice, a mesma estava encostada a porta, chorando. Suas lembranças com os pais e a irmã passeavam pelo quarto em flocos de neve. Outro truque que havia aprendido nesses anos. Ela não conseguia sair daquela posição. Via as lembranças passarem até chegar em uma que não queria se lembrar. O dia em que quase congelara sua mãe. Fechou os olhos com força e quando os abriu novamente, os flocos caíam calmamente e quando chegavam no chão, desapareciam.

Poucos dias depois, era o dia que Alice menos queria que chegasse. Ela enfim se tornaria rainha. E estava amedrontada por isso. Samantha, no outro quarto, ajeitava seu vestido da forma que queria. O queimou totalmente e apagou o fogo, vendo que o mesmo estava azul e justo até a cintura, caindo livremente até o pé. O vestiu, assim como luvas pretas e fez uma trança no cabelo, o prendendo em um coque. Saiu do quarto, indo conferir se estava tudo certo para o baile que teria a noite para comemoração do aniversario da irmã mais velha e nova rainha.

Alice se levantou e viu o vestido no canto. Fez algumas modificações básicas e o vestiu, assim como as luvas brancas. Fez uma trança vertical no cabelo, prendendo com um elástico. Saiu do quarto, indo até a sacada do mesmo. Respirou fundo e proferiu as palavras que não desejava falar tão cedo.

– Abram os portões. – mandou e sua ordem foi rapidamente obedecida.

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Samantha:


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Bom? Ruim? Péssimo?
Comentem!!!
=D