Just don't be afraid escrita por Maya


Capítulo 48
Capítulo Especial - Máscara [Parte I]


Notas iniciais do capítulo

Heeeey Everybody! Como estão? ♡♡♡
Fica aqui a primeira parte do capítulo narrado pela Camila. Eu não era para faze-lo tão grande, mas quando vi que já tinha chegado às 3mil palavras, percebi que tinha de fazer uma segunda parte, já que não consegui explorar todos os pontos que queria só nesta. Por isso, o próximo capítulo será a continuação deste.
Sei que devia ter postado ontem, mas não consegui mesmo acabar o capítulo. Mas vá, um dia de atraso não é muito.
Espero que gostem deste capítulo tanto quanto eu gostei de escreve-lo.
Boa leitura, meus abacates! ♡



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» Camila «

Alguns dias antes

. Estiquei o meu braço para mudar a estação de rádio. Parei numa que se encontrava uma música melancólica sobre amor não correspondido, pegando depois no meu telemóvel, para verificar se tinha alguma mensagem.

Revirei os olhos assim que li a frase: “nenhuma mensagem nova”. Que estava eu à espera? Por esta altura, já devia estar habituada. Nem sei porque é que ainda espero alguma coisa. No entanto, em vez de pousar o aparelho, desbloqueei-o e abri as mensagens.

Para Anita-pequenita:

«Adivinha quem voltou da Rússia, Anita?! Pois é, a tua best!

Já podemos fazer uma maratona de Teen Wolf

Tenho demasiadas saudades do meu Stiles :(»

Se me apetecia estar com alguém? Não. Porém, a Camila Milekich Milek nunca está sozinha.

Logo meu telemóvel tremeu, anunciando que a minha melhor amiga já tinha respondido.

De Anita-pequenita:

«E eu a pensar que só voltavas no fim das férias. Parece que o que é bom não dura sempre *suspiro dramático*

Por mim pode ser, idiota. Na tua ou na minha? xD»

Não demorei muito a replicar.

Para Anita-pequenita:

«ha ha ha, cuspi um rim agora.

Na tua é claro, já passei demasiado tempo com os meus pais e preciso desesperadamente da lasanha deliciosa da Anastácia. Por favor, diz-me que a tua mãe não está e que eu vou ter direito a uma lasanha completa! xD»

Nada melhor que a lasanha da Anastácia para me animar. Aquela mulher tem umas mãos de fada, se é que ainda se usa essa expressão.

Anne não tardou a responder, falando que iria desmarcar o jantar que tinha com o seu noivo, ao que lhe disse para o convidar também, não por querer alguma coisa com ele, como lhe disse na mensagem, mas sim para avaliar o rapaz e saber se ele é aquilo que a Anne precisa neste momento.

Para ser sincera, aquele Germano é um pãozinho, mas não faz o tipo da Anne. Ele é mais aquele tipo de rapaz que as pessoas associam comigo, por eu ser mais sincera e liberal na forma como levo a vida, mesmo que não faça o meu estilo. No fundo, eu até sou romântica, mas não há ninguém que me faça querer mostrar esse lado. E o único que eu queria, nunca olhou para mim dessa forma.

«»

Assim que o filme acabou, reparei que a Annelise já não se encontrava sentada ao lado do Kentin. O Daniel murmurou qualquer coisa sobre ir à casa de banho, e saiu, deixando-me a sós com o russo.

— Tu gostas dela, não é? — fui direta. Ele encarou-me de forma assustada e olhou para os lados, verificando se alguém tinha ouvido a minha pergunta. Quando vi que ia negar, interrompi-o. — Não vale a pena negares Kentin, eu não sou burra como aquela que está lá em cima. — ele suspirou, encostou-se para trás e esfregou a cara com ambas as mãos.

— É assim tão óbvio? — murmurou.

— Não para ela. Aliás, a não ser que lhe digas e lhe espetes um beijo, ela vai achar sempre que só a vês como amiga. — ele soltou uma gargalhada seca.

— Vontade não me falta. — disse, num tom cansado.

— Então por que não o fazes? — falei num tom mais calmo, sentando-me ao seu lado.

— Não acho que ela sinta o mesmo, e não vou fazer nada que possa estragar os poucos progressos que já consegui.

— Mas tu queres a Anne para ti? — ele anuiu, murmurando um “obviamente”. — Então, mostra-lhe que ela é especial, mostra-lhe que contigo ela não precisa de ter medo. Que tu vais estar sempre lá, seja que decisão ela tomar. Diz-lhe que os medos dela não te assustam e que ela pode contar contigo. Mas pelo amor de Deus, toma atitude!

— E ai de ti que a faças sofrer, meu, se não, garanto-te que não sobrevives para contar aos teus sobrinhos. Eu diria filhos, mas sei que a morena aí dava cabo de qualquer hipótese de teres isso. — Daniel continuou o meu discurso, fazendo-me acenar concordância. O Kentin tirou as mãos do bolso e sorriu.

— Quando se ama alguém, não temos o pensamento de magoa-la, mas caso eu o faça, serei o primeiro a deixar que façam o que bem entenderem, não será o suficiente para compensar seja o que for que fizer, mas merecê-lo-ei.

Suspirei e encostei-me no sofá.

— O primeiro passo é convida-la para sair. Já o fizeste? — ele assentiu, timidamente. Encarei-o surpreendida — Já?! Quando? E porque é que ela não me disse nada?

— Hoje à tarde… E bem, não foi bem convidar… Meio que foi um prémio numa brincadeira que estávamos a fazer com um miúdo. Eu acho que ela não levou aquilo muito a sério. — soltei um som esquisito de frustração.

— Claro que ela não percebeu! Ela acha que vai ser uma coisa normal, tipo as saídas que vocês tem agora. Mas nem tudo está perdido. E com aquele Germano longe daqui vai ser muito mais fácil, vais ver. — agarrei as suas mãos, forçando-o a olhar-me. — Eu vou ajudar-te a planeares o encontro perfeito, ok? — olhei para o Daniel, procurando saber se me apoiava. Ele fez um pequeno aceno, dando-me a sua resposta. — Mas não aqui. Que tal amanhã à tarde? Achas que consegues livrar-te dela? — ele largou as minhas mãos e observou a parede pensativo.

— Penso que sim. — respondeu, algum tempo depois. Soltei um pequeno grito de excitação e levantei-me.

— Perfeito! Aquela abécula nem sabe o que lhe espera.

«»
— Onde queres que te deixe, Cam? — perguntou, assim que ligou o motor do carro.

Não lhe respondi. Olhei através da janela e encostei a minha cabeça no vidro. Não sei para onde ir. Os meus pais não estão em casa tão cedo e mesmo que tivessem, não são a companhia que preciso, ou melhor, que quero.

— Leva-me para a casa do Ricardo. — murmurei. Ele suspirou, mas anuiu.

— Ele sabe que já voltaste? — neguei. — Então simplesmente vais aparecer lá de surpresa?

— Yup. — observei-o pelo canto dos olhos, vendo-o abanar a cabeça de forma negativa.

— Eu nunca vos vou conseguir entender. — ninguém consegue.

Ficamos em silêncio durante alguns minutos. O bem do Daniel, é que sabe quando deve estar calado. Ele sabe que se quisermos falar com ele sobre algo, o faremos, por isso, não insiste, mantendo-se sempre sossegado.

Porém, eu não queria silêncio neste momento, só me faria pensar no que não quero.

— Achas que o Kentin é bom para a Anne? — perguntei, sem tirar o olhar da janela.

— Pareceu-me um bom rapaz. Não é bem o meu estilo de amigo, mas acho que combina com ela. Além disso, ela precisa de alguém novo que a desprenda do outro. — acenei em concordância.

Não demorou muito até chegarmos. Daniel estacionou o carro e encarou-me.

— Tens a certeza? — virei a minha cabeça na sua direção e abri um sorriso triste. Apertei-lhe a bochecha.

— Sim, Dan, tenho. Eu sei que não vais com a cara dele, mas não tens motivo para te preocupares. — ele respirou fundo.

— Está bem. Liga-me se precisares de algo. — beijou-me a testa. — Prometo por o telemóvel com o som no máximo. — soltei uma pequena gargalhada e assenti.

Desapertei o cinto e saí do carro. Assim que fechei a porta, acenei-lhe e fiquei a vê-lo ir-se embora. Suspirei e cruzei os braços devido ao frio que comecei a sentir. Caminhei lentamente até à porta e demorei algum tempo a tocar a campainha, pensando se seria mesmo boa ideia faze-lo. Afinal, eu já sabia o que ia acontecer quando entrasse. No entanto, acabei por premir o botão.

— Ricardo, vai ver quem é na porta! — ouvi a sua mãe ordenar. Não tardou muito até ver uma sombra por trás do vidro da porta e esta se abrir.

— Camila? — disse surpreendido. Não respondi, abraçando-o. Ele logo me abraçou de volta, depositado um beijo no meu cabelo.

— Estava com saudades. — sussurrei, fazendo-o soltar uma pequena gargalhada.

— Eu também, anjo. Eu também… — respondeu, num tom baixo. — Vem, vamos para dentro. Está frio cá fora. — afastamo-nos e entramos.

— Quem era na porta?! — a sua mãe voltou a gritar, penso que da cozinha. Abri um pequeno sorriso. Adoro aquela mulher, é como uma segunda mãe para mim.

— A Camila, mãe. E antes que pares o que estás a fazer, eu vou leva-la para cima, depois ela conta-te as novidades. — puxou-me escadas a cima, trancando a porta do quarto assim que entramos.

Não tardou a empurrar-me contra a parede e começar a beijar-me. Levei as minhas mãos até ao seu pescoço, puxando-o para mim. Colocou os dedos dentro da minha roupa, fazendo gestos circulares com os polegares nas minhas costas. Mordi-lhe o lábio, voltando a beija-lo. Provoquei-o com a língua, sabendo que adorava isso e comecei a arranhar a pele da sua nuca. Ele investiu o seu corpo contra mim, fazendo-me suspirar. Senti-o sorrir nos meus lábios e aprovei para beijar o seu pescoço. Ele gemeu, inclinado a cabeça para trás, dando-me mais acesso à sua pele morena. Mordi levemente, adorando os pequenos sons que lhe saiam dos lábios. Baixei uma das minhas mãos, passeando-a pelo seu tronco, desapertando-lhe os botões da camisa axadrezada. Quando não havia mais nenhum botão, parei de o beijar e afastei-me, tirando-lhe a camisa. Assim que o fiz, empurrei-o para a cama e tirei casaco e a t-shirt. Ricardo olhou-me e agarrou-me, puxando-me até ficar à sua frente. Sentei-me no seu colo, com as pernas à volta do seu tronco e voltei a beija-lo. Agarrei os seus ombros e comecei a movimentar-me contra si. Ele colocou as mãos no meu rabo, erguendo-me. Levantou-se, virando-se para me depositar na cama. Mal o fez, colocou-se em cima de mim e abriu um sorriso sensual.

— Definitivamente com muitas saudades… — murmurou, antes de voltar a atacar-me com beijos.

«»

Deitou-se ao meu lado, puxando-me para o seu peito e beijou a minha têmpora, enquanto tentávamos regularizar a respiração.

— Porque não mandaste mensagem a dizer que já tinhas voltado? — perguntou-me após alguns segundos de silêncio.

— Achei que desta vez ia ser diferente… — ouvi-o suspirar. Não tardou muito a virar-nos, para que ficássemos frente a frente, envolvendo-me com os seus braços. Encostei a minha ao seu peito, ouvindo os batimentos do seu coração.

— Odeio ver-te assim, anjo… — murmurou, apertando-me contra si. — Principalmente por motivos que não merecem. — afastou-se um pouco, fazendo-me observa-lo. — Sabes que eu estou sempre aqui, não sabes? — assenti. — Então o resto que s’a foda. — beijou a minha testa. — Aliás, com orgasmos assim, acho que não precisas de mais ninguém. — brincou, fazendo-me soltar uma pequena gargalhada. — Ou estavas a fingir? — trinquei o lábio tentando não rir. Ele encarou-me e ergueu uma sobrancelha — Não estavas, pois não? — notei uma pequena pontada de ansiedade na sua voz. Encolhi levemente os ombros. — Estavas? — não consegui conter-me mais e comecei a rir. — Camila, eu estou a falar a sério. Fingiste ou não?

— Claro que não, idiota — disse entre gargalhadas. Ele suspirou de alívio.

— Então eu sou tudo o que precisas, baby. — piscou o olho. Bati-lhe levemente no ombro, continuando a rir. Ricardo baixou um pouco a sua cabeça e beijou-me de forma carinhosa.

— É tão estranho quando me beijas assim… — sussurrei, encostando-me novamente ao seu peito.

— Assim como, meu anjo?

— Como se eu fosse a coisa mais importante para ti… — disse, timidamente. Ele abraçou-me com mais força, como se quisesse que não houvesse mais espaço entre nós.

— E és. Sabes bem que sim. Já te disse um milhão de vezes, Camila. Tu és a pessoa mais importante para mim. Posso não te amar como um homem deve amar uma mulher, mas amo-te na mesma. Amo-te como se fosses minha irmã, minha companheira. És a pessoa em quem mais confio e a pessoa de quem mais gosto. — respirei fundo e fechei os olhos, sentido o seu perfume, deixando-me que me acalmasse.

— Mas não vai ser assim para sempre. Vai aparecer alguém que vai conquistar o teu coração e depois também tu me vais deixar de lado. — confessei, baixinho. Ele tentou apertar-me com mais força e suspirou.

— Assim como vai aparecer alguém que deite abaixo essa farsa de miúda independente e anti romance que usas. Aliás, é capaz de aparecer assim que a deixar de usares, sabes? — revirei os olhos na minha cabeça. É fácil falar.

— Não é como se eu escolhesse. Acho que já estou tão habituada a ser assim, que já não sei ser de outra maneira. — disse. — A culpa é tua, por me ensinares a ser assim! — abri os olhos e afastei-me, saindo do seu abraço.

— Ei, vais dizer que não fiz bem? — ergueu os braços em sinal de paz. — Se não o tivesse feito, terias perdido a tua melhor amiga.

— Não teria nada, eu… A Anne nunca se afastaria de mim por causa disso… — murmurei.

— Por quereres o seu namorado? — levantou um sobrolho.

— Eu não o queria. Quer dizer, não depois de eles começarem a namorar! — desviei o olhar. Senti a sua mão na minha bochecha, acarinhando-me.

— Se me recordo, foi nessa altura que finalmente me deste uma oportunidade e saíste comigo. — voltei o meu olhar para a sua face morena e contemplei os seus olhos acastanhados.

— Eu só queria esquece-lo e tu eras a minha melhor hipótese. — trinquei o lábio.

— E pensar que todos estes anos comigo não te conseguiram fazer esquece-lo. — ia negar, mas ele pressionou um dedo contra os meus lábios. — Não negues, anjo. Eu sei que se ele aparecesse hoje à tua porta a dizer que te ama, tu atiravas-te sem pensar duas vezes. Eu conheço-te Camila, melhor que qualquer pessoa, por isso, não tentes enganar-me. — levantei-me e comecei a procurar pela minha roupa. — Ei, para quê a pressa? Foi algo que eu disse? — não respondi e comecei a vestir-me. — Camila?

Continuei a ignora-lo e saí do seu quarto já vestida.

— A onde é que pensas que vais a esta hora? Foda-se, Camila, espera! — ouvi os seus passos. Desci as escadas e quando estava na última, senti o meu braço ser agarrado. Virei-me para encara-lo e tentei segurar as lágrimas por mais um tempo. — Para quê tanta pressa? — com um movimento brusco soltei-me do seu aperto e continuei o meu caminho até à saída. Não preciso que ele me veja chorar.

Consegui sair de sua casa, porém, não fui longe até voltar a ser agarrada. Quer dizer, abraçada, uma vez que os seus braços estavam à volta do meu tronco. As minhas costas colidiram com o seu peito e as minhas mãos foram para instintivamente aos seus braços. Primeiro para afasta-lo, mas acabei por desistir.

— Não sabia que estavas assim tão sensível… — murmurou, junto ao meu ouvido. Revirei os olhos e deixei que a primeira lágrima caísse. Virei-me para ele e olhei-o nos olhos.

— Achas que é fácil? Achas?! Desde aquele dia que eu acordo com culpa a transbordar-me do peito, como se eu não merecesse sequer um quinto da amizade e carinho que a Annelise me dá! E eu não mereço, para ser sincera! Eu gosto do amor da vida dela, porra! E eu não quero gostar dele! — comecei a bater-lhe no peito. — Eu só quero esquece-lo! Só quero tira-lo da minha cabeça e esquecer que algum dia ele lá esteve! Eu só quero parar de me senti culpada sempre que olho para a Annelise e a vejo triste por ele não estar cá! Eu sou a pior amiga que existe… — sussurrei e deixei-me chorar nos seus braços, sentindo-me mais leve que nunca.

«»

Tirei a camisola enorme do Ricardo que tinha vestido e coloquei-me debaixo do chuveiro. Liguei a água e deixei que a temperatura da mesma aquecesse o meu corpo.

Acabei por passar a noite na sua casa, depois de ter passado um bom tempo a chorar no seu peito no meio da rua. Nem reparei que a única coisa que ele tinha vestido era uns calções de desporto, mas em nenhum momento senti que ele estivesse com frio. Mais uma vez, fora colocada em primeiro lugar nas suas prioridades.

Para ser sincera, não sei ao certo quando desenvolvemos esta amizade tão próxima. Tudo começou porque ele queria sair comigo e eu queria esquecer o Lucas. Ricardo fora a minha solução para o problema e mesmo que não o tenha resolvido por completo, ajudara-me a passar pelos momentos difíceis, que variavam entre a inveja e a culpa que sentia em relação à Anne.

Ao fim de algum tempo, tentamos namorar. Mas logo notamos que isso não era certo. De maneira resumida, pode dizer-se que a nossa relação funciona melhor sem rótulos, pressões e responsabilidades. Às vezes dou comigo a pensar no que me vai acontecer quando ele se apaixonar a sério. Afinal, sempre que eu preciso de um abraço ou de uma sessão de beijos, ele está disponível. Porém, isso não vai ser assim se ele arranjar uma namorada. E o mais provável é afastarmo-nos por uns tempos, para que não seja estranho estarmos no mesmo espaço. Só que eu não estou preparada para ficar sozinha. Eu sei que também tenho o Daniel e a Anne, mas o Ricardo é a única pessoa que me conhece realmente. E eu não sei se consigo abrir-me para mais alguém assim. Nem sei se quero.

— Camila, vais demorar muito, ou tenho de te tirar à força? Não sou rico como tu. — ouvi a sua voz do outro lado da porta e apressei-me a acabar o banho. Para além de ele ter razão, não quero atrasar-me para o meu encontro com o Kentin.

Assim que saí da banheira e me sequei, comecei a vestir a roupa que usar na noite anterior. Peguei numa toalha mais pequena e envolvi o meu cabelo nela, tentando secar o mais rápido possível. A porta da casa de banho abriu-se e Ricardo entrou, com uma camisola na mão.

— Deixaste esta aqui da última vez que vieste cá. Já esta lavada. — e atirou-me contra a cara. Afastei a camisola, pousando-a no lavatório. Observei-o tirar a roupa e entrar na banheira logo de seguida. Fechou a cortina e ligou a água.

— Se estavas tão interessado em poupar água, podíamos ter tomado banho juntos… — murmurei.

— Tudo bem que a minha mãe não se importe com a nossa relação estranha, mas não vamos exagerar, anjo. — respondeu, fazendo-me soltar um pequeno “tsk”

— É pena, acho que ias adorar… — disse num tom sugestivo. Tirei a camisola que tinha vestido e coloquei a que ele trouxera. Penteei o cabelo e saí da casa de banho, não sem antes ouvir um “não me provoques” da sua parte.

Desci para a cozinha e sorri ao ver a sua mãe de volta do fogão a fazer omeletes. Sentei-me no meu lugar habitual e esperei que ela acabasse de cozinhar. A mesa já se encontrava posta, contendo também uma tigela com batatas fritas. Sem resistir, acabei por pegar numa batata, devorando-a em segundos.

— Oh, já estás aqui, Camila! Nem te ouvi entrar. — sorriu-me. Com a espátula, colocou uma omelete no meu prato. — Isso chega, ou queres mais?

— Chega, chega… — murmurei, começando a comer.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Estavam à espera disto? O que pensam do "pequeno" segredo da Camila?
Fico à vossa espera nos comentários.
Beijinho