The Forest City escrita por Senjougaha
Notas iniciais do capítulo
Não consegui corrigir todinho esse capítulo, então se encontrarem erros de digitação por favor, me apontem! hauehaue
Espero que gostem ♥
AH
CARA
FIZERAM UM TUMBLR P TFC
DÁ PRA ACREDITAR????
www.theforestcity.tumblr.com
Não contei nada sobre o ocorrido entre Michele e eu.
Pra ninguém.
Já tinham se passado duas semanas, a laranja berrante estava de volta à garagem e eu não tinha coragem de exigir uma conversa de meu pai sobre…
Bem, sobre ele ser o rei dos demônios e eu a princesa das trevas.
Bati a colher na gelatina, vendo-a balançar.
— Michele não tem vindo, isso é estranho - Iria olhou pra mim, desconfiada.
Não a olhei de volta.
Continuei torturando a gelatina com a colher e suspirei de tédio.
— Provavelmente morreu - Daniel deu de ombros.
Ele tinha reagido de forma muito indiferente quando Yukina e Iria deram a notícia sobre Michele.
Tinha dito que a garota pediu por aquilo.
Revirei os olhos.
— Ela não está morta - respondi - eu rasguei seu livro de magia e está escondida em algum lugar por aí.
— Você o quê?! - Iria falou alto demais.
Alguns alunos do refeitório nos encararam, curiosos.
— Eu estava passando e vi a garota usando magia negra, esperava que eu fizesse o quê? - dei de ombros e comi uma colherada.
Daniel suspirou.
Seth me observava com seus olhos risonhos e Solara tentava a todo custo chamar sua atenção.
— Ela não deve ter desistido tão fácil - Seth disse e empurrou sua bandeja para mim - e você deveria comer algo mais nutritivo, tem comido só porcarias.
— Obrigada, daddy - fiz um biquinho e empurrei a bandeja de volta.
— O que Seth quer dizer é que provavelmente Michele arranjou outro livro - Solara completou - poder vicia humanos.
— Eu sei - respondi - mas se ela tivesse encontrado teria voltado.
— A não ser que vocês tenham tido uma conversa - Yukina deu seu palpite.
Não respondi.
Empurrei minha bandeja para longe e me levantei.
— Estou sem fome.
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Narrado por Daniel.
Pouco me importava a humana.
Quero dizer, era uma pena Michele ter se embrenhado na magia negra.
Me sentia tolo por não ter percebido antes e ainda mais tolo por ter sido Selene quem notou.
Sua indiferença perto de mim estava incomodando há tempos e eu não sabia mais o que fazer pra aplacar isso.
Além disso, a elfa saía com o vampiro com frequência e aparentava feliz com o novo relacionamento.
Mas eu ouvia bem as batidas do seu coração quando eu me aproximava demais.
O Daniel humano saberia o que fazer?
Yukina me contara sobre o olho negro da híbrida e me implorou pra que eu fingisse de nada saber.
— A não ser que vocês tenham tido uma conversa - Yukina cruzou os braços e disse.
Selene ficou pálida.
Podia até jurar que seus olhos tinham escurecido.
Empurrou a própria bandeja ainda cheia de comida, se levantou e foi pra sala.
— O que deu nela? - Solara perguntou.
Seth abriu um sorriso que eu conhecia bem.
Ele tinha Solara, o que queria com Selene também?
Me irritei.
— Se importa em trocar de lugar comigo na aula de hoje, irmão? - perguntou.
Eu me importava sim.
Mas se dissesse isso pareceria que estava apaixonado pela elfa.
Dei de ombros, mas quando Seth se levantou, Iria usou sua força animalesca para o jogar de volta no banco.
— Você - apontou pra mim - vai atrás da Selene e tira algo dela e você - apontou para Seth - senta na porra do banco e não sai daqui até Daniel voltar com algo.
— Yukina e você são amigas dela - cruzei os braços - por que não vão?
Iria revirou os olhos.
— Porque Selene não confia em mim - respondeu escondendo a mágoa que sentia - e não é por mim que ela morre de amores.
Bufei.
Levantei da mesa e fui atrás da elfa encrenqueira.
Ela estava de volta ao seu lugar habitual por insistência de Coraline.
Rabiscava freneticamente o caderno e parecia em transe.
Seus cabelos que tinham sido presos por uma caneta velha estavam se soltando e ela ficava linda daquele jeito.
Me joguei na cadeira ao seu lado, fazendo barulho.
Selene sequer me olhou.
Continuava em seu mundo de desenhos particular, ainda em transe.
— Selene - chamei, estalando os dedos.
Ela não me ouviu.
Sua respiração ficava cada vez mais ofegante a cada vez que apertava mais a caneta no caderno.
— Selene - arranquei a caneta de sua mão e a joguei do outro lado da sala.
Algumas alunas me olharam, com sorrisos nada tímidos.
— Saiam da sala - eu disse.
Elas me encararam, confusas.
— Saiam agora - repeti.
As humanas saíram em fila pela porta e a ultima teve a decência e fechar.
— O que há com você? - perguntei, ainda sem olhar pra elfa.
O silêncio continuava lá.
Olhei para ela, irritado.
Selene estava de cabeça baixa e algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto.
Me afastei, assustado.
— O que aconteceu? - perguntei, sem saber o que fazer.
Ela usou a manga da blusa pra enxugar, mas acabou borrando a maquiagem.
— Droga - resmungou e tirou um espelho da bolsa.
Observei enquanto ela pegava um algodão e retirava toda a máscara de cílios.
— Selene… - a chamei de novo.
— Nada - ela me cortou - não está acontecendo nada!
Seus olhos bicolores me encaravam arregalados e diziam o contrário.
Ela estava assustada.
Cheguei mais perto e toquei seu braço por impulso.
Ela se afastou.
— Não se aproxime de mim, por favor - fechou os olhos com força e segurou a beirada da mesa.
Aquilo me irritou.
— A poucos meses atrás você implorava pela minha atenção - peguei seu braço e a levantei - agora eu estou aqui, e você vai me dizer o que tem de errado com você.
— Daniel, está me machucando - ela reclamou.
Mas não liguei.
Selene abriu os olhos e de soslaio vi uma sombra em forma de espada se aproximar de mim em alta velocidade.
Desviei.
— Isso é sério? - perguntei, rindo.
— Eu disse pra não se aproximar de mim - ela tocou o braço no lugar em que a segurei.
Respirei fundo.
Eu não conhecia Selene como o meu lado humano conhecia, mas podia apostar numa coisa: ela não estava bem.
E eu a queria bem.
Porque ela dava trabalho quando não estava.
— Como você faz isso? - ela perguntou, apontando pra própria cabeça.
Franzi o cenho.
— Como eu faço o quê? - perguntei.
— Esquecer alguém tão fácil assim - ela respondeu.
Cruzei os braços.
— Quer saber o que está acontecendo, Daniel? - perguntou ela, irônica.
Esperei por sua resposta em silêncio.
— Eu tento todos os dias esquecer a droga que é amar você - ela socou a mesa e senti cheiro de sangue - e quando estou perto de conseguir você vem e… volta a notar que eu existo, qual é o seu problema?
— Pediram pra eu vir falar com você, eu vim - dei de ombros.
— Ah, claro - ela revirou os olhos - eu devia ter adivinhado.
Selene juntou suas coisas na mochila e foi em direção a porta.
Sempre fui péssimo em magia, mas sabia como trancar uma.
Selene girava a maçaneta e quando viu que não abriria, jogou a mochila do outro lado da sala, frustrada.
— O que você quer comigo? - ela gritou.
— Selene, calma, não precisa gritar - levantei as mãos em rendição.
— Sim, eu preciso! - ela bateu o pé - eu sinto que minha cabeça vai explodir sempre que você está envolvido em algo que eu estou, sinto que erro com Liam cada vez que penso em você e sinto que poderia te odiar, mas não quero!
— Me odeie - sorri - você é uma elfa e eu um dragão, isso não seria incomum.
— Eu sou um demônio também - ela sorriu de volta - não se esqueça disso.
Selene socou a maçaneta da porta, destruindo-a completamente.
Tinha sangue por todo lado, mas ela não parecia sentir dor e muito menos ligava.
A híbrida saiu da sala, deixando suas coisas pra trás.
Algo me dizia pra ir atrás dela.
Ou ela faria merda.
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Selene não parava de andar.
Ela percorreu quase a cidade toda segurando o casaco fino contra o corpo e parecia sentir frio.
Revirei os olhos.
Ela deveria simplesmente ter deixado de ser boba e ido pra casa.
Notei que a segui até a floresta e isso não foi nenhuma surpresa para mim.
— Quando vai parar de me seguir? - ela perguntou, irritada.
Olhei para os lados e não a vi.
Do nada, Selene apareceu na minha frente e seu pé estava a centímetros do meu rosto.
Agarrei sua perna por reflexo e a joguei longe.
Uma sombra a segurou e ela se recompôs de pé no chão.
— Onde aprendeu a fazer isso? - perguntei, surpreso.
— Eu ganhei algumas habilidades extras - ela confessou - por que está me seguindo?
— Você está estranha, Selene - coloquei as mãos nos bolsos do jeans.
— Eu estou fugindo de um ex namorado - ela disse, sarcástica - é claro que estou estranha.
— Não finja que não está gostando - pisquei e a vi ficar pálida - você me ama.
Selene fechou os olhos.
Parecia ainda mais furiosa.
Mas o que eu disse não era verdade?
Senti a presença de alguém além de nós.
E estava certo.
O vampiro com quem Selene estava saindo apareceu bem na nossa frente.
— Selene, o que foi? - perguntou, preocupado.
Trinquei o maxilar.
— Liam? O que está fazendo aqui? - perguntou ela, confusa.
— Você ainda pergunta? Que surto de raiva foi esse? - ele abraçou Selene.
— O que diabos você faz aqui, vampiro? - perguntei.
Cruzei os braços.
— Agora entendo o motivo da raiva - ele colocou a elfa atrás de si.
— Liam, vamos embora - ela puxou a manga do vampiro, mas ele a ignorou.
Soltei uma risada.
— Do que está rindo, Daniel? - Liam perguntou.
— De você - apontei - acha que pode fazê-la feliz?
— Garanto que estou fazendo - o vampiro cruzou os braços também.
Selene ficou pálida.
— É verdade Selene? - perguntei - está mais feliz com ele do que era comigo?
Ela soltou uma risada nervosa.
— Do que está falando? Você nem se lembra de nada, não tem o direito de comparar - ironizou.
— Eu não me lembro, mas você sim - insisti - por favor, quem sabe você não refresca minha memória?
Se Selene mentisse, Liam saberia.
Mas o que eu ganhava com aquilo?
Por que a necessidade de criar intrigas entre os dois?
— Por favor, responda - Liam pediu, olhando para o chão.
Selene encarou o vazio, pensativa.
Me enviou fragmentos de suas memórias comigo.
A primeira vez que nos vimos.
O momento em que ela notou que estava apaixonada.
Eu a ensinando a usar seus poderes.
Nosso primeiro beijo.
Algumas aventuras perigosas em que Selene colocava a vida em risco.
Vários fragmentos e em todos eles, ela não era a única a estar feliz.
Eu também estava.
Eu amava Selene.
Não era um amor banal.
— Em toda a minha vida eu nunca fui feliz como fui com você - Selene respondeu, sincera e com a voz trêmula - mas você é passado, e o que eu quero agora é um futuro.
Suas palavras continham lâminas que retalhavam meus órgãos vitais.
— Espero que um dia eu consiga te esquecer por completo e você consiga amar alguém de novo - ela deu a facada final.
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