The Forest City escrita por Senjougaha


Capítulo 60
Capítulo 60 - Parabenizada


Notas iniciais do capítulo

Considerem esse um capítulo bônus!
A vida de Selene atualmente está uma droga, então uma festa de aniversário com bebedeira cai bem pra ela, né?
Espero que gostem e obrigada pelos comentários



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Yukina me obrigou a trocar de roupa e mesmo eu estando sonolenta o suficiente para não entender muita coisa do que acontecia, me arrastou para dentro do carro e me levou para uma clareira iluminada por uma fogueira feita caprichosamente.

Várias pessoas estavam dançando e eu perguntei se algum ritual estranho aconteceria por ali. Yukina apenas riu e me empurrou mais forte.

– É uma festa de aniversário pra você, bobona - ela respondeu finalmente depois de muito contemplar minha careta de confusão.

Pisquei até me lembrar do bolo médio que comemos na minha casa depois de eu ser acordada por um balde de água fria. Literalmente.

– Oh, droga - resmunguei.

– Feliz 20 anos! - uma voz conhecida soou atrás de mim.

Revirei os olhos e me virei para encarar Liam.

Mesmo tendo nos visto na minha casa, eu não tive muito tempo para reparar algo.

Liam estava… diferente.

E eu SENTIA ele. Reformulando a frase, eu sentia a excitação que ele estava sentindo em me ver fazendo 20 anos e aquilo era estranho.

– O que tem de tão especial em fazer 20? - perguntei revirando os olhos novamente.

– É especial porque você tem a chance de comemorar isso sem ter a aparência congelada no tempo - ele franziu o cenho e deu de ombros.

– Na verdade, aos 20 anos os elfos deixam de envelhecer - Seth se intrometeu, cheirando a álcool - e ISSO, minha bela e caríssima Selene, é o que torna esse dia tão especial.

– Então elficamente falando eu me torno uma adulta hoje? - pergunto irônica.

– Não - Yukina bufou - você só para de envelhecer mesmo.

– E quando fico adulta? - perguntei chocada.

– Vai demorar um bocado, baby - Seth respondeu, passando um braço pelos meus ombros e rindo freneticamente.

Arqueei a sobrancelha e desisti de perguntar o quanto um dragão deveria beber para ficar bêbado.

Vasculhei a clareira com os olhos procurando algo. Mais especificamente, alguém.

E quando me lembrei que esse alguém não estaria ali, senti como se tivesse levado um belo tapa na cara. Daqueles que deixam nítidas marcas de dedos.

Eu merecia.

– Selene? - Liam chamou, se sentindo preocupado.

Eu podia ver e sentir sua preocupação.

Mordi o lado de dentro da bochecha e me perguntei o quão intensa era a nossa ligação.

Não queria Liam xeretando meus sentimentos o tempo todo.

Daniel já fazia isso.

– Está tudo bem - respondi sua pergunta silenciosa e me coloquei a andar em direção a um tronco caído.

Acabei tendo que levar Seth junto. Ele não desgrudava.

Murmurei algo incompreensível até mesmo para mim, irritada com o grude.

Procurei Solara e a encontrei de lábios comprimidos, encarando-me.

“Talvez ela esteja com ciúmes”, pensei e dei de ombros, batendo na bochecha de Seth sem querer.

– Desculpe - murmurei.

Seth grunhiu e logo depois ficou quieto demais. Pensei que tinha dormido, mas não demorou muito para ele se levantar e ir dançar junto àquelas pessoas que eu não fazia ideia de quem eram.

– É da sua faculdade - a voz de Liam me assustou e pulei involuntariamente.

Fechei a cara diante da sua aparição repentina.

Eu havia desligado meus sentidos em parte, já que não seria agradável ouvir a música alta, sentir o odor de pessoas dançando coladas e ver o que faziam na clareira com visão, olfato e audição apurados. Então o fato de eu não tê-lo ouvido chegar não me surpreendeu.

– Deixe-a em paz, sanguessuga - Iria se irritou e me me empurrou para abrir espaço e se sentar.

Liam lhe fuzilou com os olhos e sumiu.

Iria e eu ficamos em silêncio por vários minutos.

Um clima estranho pairava sobre nós. Como se ela quisesse me dizer algo mas não soubesse como.

– Eu sei que está preocupada com Daniel - ela disse, quebrando o silêncio entre nós - e se sentindo culpada...

– Eu estou e eu sou - sibilei.

– Olha, só estou tentando ajudar - ela levantou as mãos em sinal de rendição e eu abracei meus joelhos.

Mais minutos de silêncio.

– Eu estou confusa - confessei.

Iria franziu o cenho. Era um sinal de que prestaria atenção.

– Em um dia meu maior problema era tapear meu pai para que pensasse que estou bem na escola - fiz um gesto frustrado - e agora eu sou uma princesa, namoro um inimigo natural da minha espécie que por sinal sumiu, uma Guardiã fica me procurando e cobrando favores e… - suspirei - eu tenho sonhos estranhos.

– Resumindo, sua vida está uma droga - Iria sorriu.

Assenti e sorri de volta.

– Os humanos dizem que beber e dançar ajuda - ela se levantou e me puxou bruscamente para cima.

– Não somos humanas - revirei os olhos.

– Mas somos universitárias - ela piscou - vamos fazer bom proveito disso.

Aquilo me arrancou uma gargalhada.

Iria aproveitou a deixa para me puxar para o meio das pessoas que dançavam sem qualquer coordenação motora e começou a fazer o mesmo.

Quando se está rodeada de pessoas mexendo o esqueleto, é um instinto natural querer se misturar. Não vai querer que todos parem e fiquem encarando.

Quero dizer, o que uma pessoa que não quer dançar vai fazer no meio da “pista de dança”?

Sem que eu percebesse, já estava com uma garrafa de algum tipo de bebida alcoólica na mão.

Não vi o que era. Mal senti o gosto.

Sei que ao findar da festa, ela estava vazia e não demorou muito para que eu sentisse meu corpo ser carregado por alguém de braços frios.


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