The Forest City escrita por Senjougaha


Capítulo 6
Capítulo 6 - Endividada




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Bocejei enquanto tentava dizer a mim mesma que precisava me apressar. Os corredores estavam vazios e óbvio: eu estava atrasada.
– Solara, sua idiota. - resmunguei.
Ela havia desligado o despertador quando o primeiro toque sequer começara direito. "Por que diabos você usa uma coisa tão barulhenta logo pela manhã?", foi o que ela dissera toda irritada quando a consultei sobre isso. Assoprei a mecha rebelde de cabelo que insistia em cair nos olhos e entrei na sala.
Por sorte, o professor ainda não estava lá e aquela era a minha chance de ouro. Determinada, puxei Yukina para um canto.
– Selene? - perguntou ela surpresa.
– Preciso de um favor seu - pedi com os olhos fechados com força.
Ela ficou em silêncio por alguns segundos e curiosa, a olhei pronta para levar um não ou algum tipo de lição de moral. Mas o rosto dela estava iluminado e me arrependi de ter abrido os olhos. Eu podia ficar cega a qualquer momento.
– Sim, qualquer coisa! - disse ela pegando meus pulsos.
– Não me entenda mal - disse eu puxando meu braço de volta - não ficaremos amigas depois disso, nem nada.
Ela pareceu murchar um pouco, mas permanecia determinada a me ceder o favor, então...
– Preciso de um lugar pra pousar. - disse eu enfim.
Dessa vez, ela realmente murchou de vez e eu perdi as esperanças. Suspirei e ela mordeu o lábio inferior, parecia pensar seriamente no meu pedido.
– Desculpe, se tivesse perguntado antes... Não posso ceder minha casa no momento - ela parecia culpada.
– Tudo bem. - respondi prontamente e me sentei.

Acabando as aulas, peguei o mesmo caminho pela floresta de sempre. Ao menos aquilo não tinha mudado para mim e eu me sentia sossegada. Até mesmo a impressão de vigilância de minha mãe sobre mim diminuía.
Mas a impressão de que eu estava sendo observada por outra pessoa estava maior. Parei abruptamente, fazendo as folhas secas do chão farfalharem e gravetos se quebrarem e em algum lugar atras das árvores, o mesmo aconteceu.
– Bu. - disse uma voz conhecida sem qualquer emoção.
Mas é claro que em um momento como aquele, eu pulei de susto.
– O que diabos você está fazendo me seguindo? - perguntei irritada.
– Mal agradecida. - disse ele olhando para mim.
A sensação que eu tinha era de que ele estava em cima de um prédio, tentando me enxergar. Bufei e voltei a andar.
– Selene, você não precisa de uma casa pra pousar por alguns dias? - indagou ele sem sair do lugar.
Parei e olhei para tras. Será que aquela japonesa idiota contava tudo pra ele? Pensei em dizer algo como "não que isso te importe", mas seu olhar dizia que ele realmente queria saber a resposta. Suspirei e assenti.
– Você pode ficar na minha então - disse ele casualmente.
Ele devia casualmente convidar quaisquer garotas necessitadas para pousarem em sua oca.
– Não, obrigada - respondi arqueando uma sobrancelha.
– Prefere mesmo dormir debaixo do mesmo teto que sua adorável mãe a dormir na minha casa? - perguntou ele com um sorriso torto.
Não sei o que me deixou mais surpresa. O fato de ele saber que minha mãe estava na cidade, o fato de ele saber que ela e eu não tinhamos relação mãe&filha ou o sorriso torto dele, que me instigou grande vontade de me descabelar e pedir para que por favor, ele não sorrisse daquele jeito mais. Eu só sei que minha boca se abriu e me esforcei para fechá-la de novo. Minha expressão devia ser hilária, pois seu sorriso presunçoso se alargou. Bati o pé, frustrada.
– Acho que vou ter que aceitar. - disse eu entredentes.
Dessa vez, não tirei a franja dos olhos.
– Certo - disse ele já com sua inexpressividade habitual, o que foi um alívio - vamos buscar suas coisas.
Dito isso, ele mesmo colocou minha franja atras da minha orelha e eu fiquei indecisa se o espancava ou não. Mas não se pode espancar um cara quando você vai passar a noite na casa dele, pelo menos isso eu sabia.


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