Os melhores dias da minha vida escrita por Bi Styles


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Leiam e comentem please (:



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Tomei banho sem demora. Lavei os cabelos e finalmente saí. Sequei meus cabelos em uma toalha e troquei de roupa. Short simples com blusa simples. Desci as escadas e, pela primeira vez, não vi minha mãe na cozinha. Andei em busca do quintal e não achei nada além de um bilhete. Ele dizia assim:

“Hazel, minha dorminhoca, fui fazer compras. Tem torrada no forno e suco de morango na geladeira. Beijos da mamãe!”

O.k., minha mãe sempre colocava beijos no final. Despreocupada agora, segui as instruções da minha mãe e merendei.

Quando terminei, ouvi meu celular tocar. Corri escada a cima e atendi.

–Alô? –falei.

–Hazel?

–Ela mesma. Quem fala?

–Hazel, aqui é a July. Por favor preciso muito da sua ajuda.

–O que aconteceu? –perguntei.

–Por favor, é urgente. Dá para você vir aqui no Hospital Médico Santa Helena?

–Hospital? Mas o que aconteceu?

–Não tenho mais tempo Hazel. Venha agora! Thau.

Desliguei o telefone tremendo e com medo do que poderia ter acontecido. Subi, escovei os dentes e fui em direção da porta. Quando cheguei nela, me xinguei. Minha mãe havia saído e levado as chaves.

–Droga. –exclamei. Voltei a estaca zero. Saí no quintal e fui pelo corredor esquerdo. O portão estava fechado. Fui no corredor direito que, por sorte talvez, estava aberto.

Peguei um táxi que me levou direto para o Hospital Médico Santa Helena. Chegando lá, corri e dei de cara com a July sentada em um banco com a cabeça baixa. Corri até ela e me sentei.

–Hazel! –ela falou e me abraçou.

–Agora poderia me dizer o que aconteceu? –falei e tentei parecer calma.

–É o Brandon. Ele teve uma convulsão.

–O que? Por que? Cadê ele? -perguntei assustada.

–Ele está no quarto 15. O estado dele é muito grave. Por que isto veio acontecer logo agora que a gente tinha se acertado?

–Calma July. –falei e a abracei. Apesar de Brandon ter sido um cafajeste comigo, não seria legal ele ter que passar por...Digamos...Morte e tals. –Vamos vê-lo.

Ela me levou até o quarto e vi, com clareza, o quão grave era o estado dele. Ele estava conectado á várias máquinas e não estava acordado, o que era mal sinal. Entrei e falei um pouco com as enfermeiras, enquanto que July sentou-se ao lado dele e chorou. Parecia que o cara já tinha morrido. “Cale-se Hazel”, pensei na mesma hora, “Dias atrás estava chorando por sua mãe, sem ela ter partido”.

Depois te ter terminado de falar com as enfermeiras, vi que o estado dele nem era tão grave. July estava fazendo isso como se fosse o fim do mundo. Ele estava inconsciente por causa dos remédios que, por sinal estavam fazendo efeito. Fui até a July e pus as mãos em cima do ombro dela.

–July, não é tão grave quanto você pensava. Ele está...Dormindo. –falei de modo irônico. –Você me fez vir aqui só pra ver ele dormindo? Você pelo menos perguntou as enfermeiras qual estado dele?

–Bem, não.

–E por que este alvoroço todo?

–Eu estava nervosa.

–Se estivesse teria perguntado aos médicos, ou as enfermeiras qual o estado dele .

–Eu não raciocinei direito.

–Da próxima, raciocine. Você vai ficar aqui?

–Vou. Pode ir, depois te ligo para dizer mais notícias.

–O.k.

Cheguei em casa e, por sorte, minha mãe ainda não tinha chegado. Entrei pelo corredor direito e fui para a cozinha. Peguei um brownie da noite passada e comi.

Subi para meu quarto e peguei meu celular. Tinha algumas mensagens no whats. Chloe, Malu, Lance e do Will. Li todas e não vi nenhuma surpresa.

Desci as escadas e já estava ficando um pouco preocupada com minha mãe. Além do mais, já passavam das dez da manhã e, ela não demorava tanto tempo para fazer simples compras. Decidi então ligar para ela. Como sempre, depois de dois toques ela atendeu.

–Alô. –falei.

–Olá querida! –falou mamãe.

–Mãe, a senhora já sabe que horas são? Onde você está?

–Estou no mercado. A fila está enorme.

–Enorme para se passar 2 horas? Não creio.

–Chego daqui a dez minutos.

–A fila não está grande?

–Preciso desligar querida. Beijos.

Tu Tu Tu

Não estava acreditando que minha mãe desligou na minha cara. Sério, o que estava acontecendo com ela?

Esperei ela sentada no sofá. Quando ela abriu a porta, apareceu com um sorriso de inocente.

–Olá querida. –falou.

–Mãe, você passou todo esse tempo para comprar um pacote de arroz, um de bolacha e um iogurte natural?

–A fila estava enorme! Hoje não perdoaram nem os que estavam com pequenas coisas.

–Hum. Essas bolachas são pra mim?

–Você está com fome?

–Bem, na verdade, não. Acabei de comer o resto dos brownies de ontem.

–Gulosa. –ela falou e nós rimos.

Enquanto mamãe fazia o almoço, subi para meu quarto. Falei com o Will pelo whats.

“Bom dia meu anjo ♥” –ele começou.

“Bom dia ♥”

“Quer sair hoje a noite? Um jantar talvez?”

“Na sua casa? De novo não kkkk”

“Não. Desta vez no Nhuan.”

“O italiano? Adooro kkkk”

“Te pego ás oito. O.k.?”

“O.k.”

Na hora do almoço, comemos nós três juntos á mesa. Digo, eu, mamãe e papai. No final, sempre fazemos uma prece silenciosa agradecendo o almoço e depois conversamos um pouco. Na hora da conversa falei:

–Mãe, pai, gostaria de sair hoje com o Will. Posso?

–De que horas? –perguntou papai atencioso.

–Ás oito. Posso ou não?

–Por mim, claro que pode. Acho o Will um menino de ouro. Educado, atencioso e pelo que eu vi, um grande cavalheiro. –mamãe falou e me cutucou, o que me fez dar um riso de vergonha.

–Não concordo. Voltaria que horas? –perguntou papai.

–Pai, quando terminarmos de jantar.

–Querido, deixe de ser tão ciumento com sua filha. Ela já está uma mocinha. Olhe só para ela. –mamãe saiu em minha defesa.

–Eu não estou acreditando que ela já está assim. Namorando, saindo. Parece que foi ontem que eu a peguei no colo pela primeira vez. –ele falou em tom de tristeza.

–Mas veja só. Ela já tem 18 anos. Creio que já está na sua maioridade, não? –falou mamãe, como sempre calma.

Ele pensou um pouco. Por dentro eu estava nervosa com a negação de meu pai. Por fim, ele falou:

–Contando que chegue antes das 11, pode sim.

–Obrigada pai! –falei e o abracei. –Prometo que volto antes.

Quando estava perto das sete da noite, decidi ir me arrumar. O Nhuan era um restaurante frequentado por pessoas ricas, então, deveria me arrumar bem.

Depois de tomar banho, sequei meus cabelos e o escovei. Depois, peguei uma prancha e fiz leves cachos nas pontas.

Fiz uma maquiagem não muito extravagante, priorizando o olhar. Rímel, blush de leve, lápis e um batom vermelho.

Coloquei meu vestido predileto. Um verde escuro que ia até antes dos joelhos. Era de renda e tinha um pequeno decote atrás. Na frente, o decote não era tão grande.

Para completar o look, um saltinho preto básico.

Desci as escadas lentamente para não despertar meus pais. Não, eles não estavam dormindo. Mas, não queria que me vissem sair. Começariam a falar que eu estava linda e tudo mais. Cheguei na varanda a poucos minutos de o Will chegar. Ele estava de terno preto e gravata azul, que combinava com seus olhos. Ou seja, ele estava perfeito.

Fomos em direção ao tal restaurante em silêncio. Até que, quando chegamos ele falou:

–Esse silêncio me maltrata. –e sorriu.

–A mim também. –sorri de volta.

Descemos do carro e sentamos em uma mesa reservada perto da janela que dava vista para o lago. O lago estava cheio de cisnes e flores tropicais. Ele puxou a cadeira para mim e sentamos. Logo após, chegou um garçom que, muito educadamente, deixou o Menu e saiu.

–Quanta coisa tem aqui. –falei olhando a variedade de pratos que oferecia.

–Nunca tinha vindo? –ele perguntou.

–Não. As coisas são bastante caras por aqui. Meus pais não teriam condição de pagar tão caro por algo que se pode comer em casa.

–Concordo.

–Sério? –perguntei surpresa.

–Sim. Não gosto dessas comidas “espelicutes”. Gosto da boa e velha macarronada com almôndegas. –ele falou e nós rimos.

Ele chamou o garçom. –Queremos uma pizza grande. Metade quatro queijos, metade... –ele falou, como se fosse perguntando para mim.

–Metade calabresa chef. –falei sorridente.

–Boas escolhas. –o garçom falou em um sotaque estranho. Talvez ele tentasse falar italiano. TENTASSE.

Depois que ele se retirou, olhei para o Will, ainda sorridente. Ficamos nos olhando até que ele pegou na minha mão. Ele ficou fazendo movimentos circulares nelas, como se fosse uma massagem. Eu, como sempre (dã), sorri. Ele sorriu meu sorriso. Creio que isso era um jeito elegante de dizer que estava sem assunto. Ficamos assim até o garçom chegar com nossos pratos.

–Bom apetite. –falou novamente estranho. –Gostariam de algo para beber?

–Um suco de uva. –falamos em uníssono. Nos encaramos e rimos. O garçom, certamente feliz em ver um casal apaixonado, saiu sorridente.

–Gosta de uva? –perguntei.

–O deles aqui é ótimo. É de uva importada. Direto dos vinhedos do Brasil!

–Sempre gostei da cultura brasileira. –falei e comecei a comer.

–Você deveria ir lá um dia. Já fui várias vezes. Um dia pretendo morar lá.

–Sozinho? –perguntei.

–Certamente com a mulher da minha vida. –ele falou e começou a comer.

A pizza estava completamente, maravilhosamente, insuportavelmente deliciosa. Creio que era...Como poderia dizer? Era como comer a ambrósia dos deuses. Não, era pouco. Era como comer... A pizza do Nhuan. Quando o suco chegou, não pude parar de pensar em ir morar no Brasil com o Will. O suco me fez lembrar todos os documentários sobre como era lá. Ir á praia de Copacabana seria incrível! Visitar o Cristo Redentor... Comer um acarajé... E, principalmente, tomar um suco de uva!

Depois que tomamos o suco, pedimos a conta e fomos embora. O caminho de volta, foi igual ao da vinda: Em silêncio. Depois daquela noite, fiquei animada. Toda aquela história do Brasil e tudo mais havia me deixado louca. Tão louca que, sem querer saiu isso:

–Quer dormir lá em casa? –falei. Acho que algum espírito havia tomado meu corpo. Eu estava cheia de adrenalina e queria soltá-la em algum lugar. Pena que esse espírito, ou sei lá o que, saiu mesmo na hora da resposta dele.

–Seus pais não iriam gostar.

–Ah, okay. –me lembrei que ele era o certinho. Hey, o espírito voltou? Eu sou certinha. Credo, eu estava tendo confusões com meus próprios pensamentos.

–Quer ir lá para casa? – ele perguntou, para minha surpresa.

“Essa é a hora que você corre”, meu lado certinho se pronunciou. “É a hora que você diz sim”, meu lado Espírito Maligno Possuído Em Seu Corpo, falou e eu fiquei confusa.

–Sim, pode ser. –tarde demais para voltar atrás. E agora?

Chegamos na casa dele e vi tudo escuro. Olhei para os lados e não vi nenhum segurança nem nada.

–Não tem ninguém em casa. Pode ficar tranquila. –ele falou e sorriu.

–Não estou nervosa. Até porque, só vou dormir na sua casa. – DORMIR NA SUA CASA DORMIR NA SUA CASA, isso ficou repetindo na minha cabeça tipo, um zilhão de vezes. –Para!

–O que foi? –ele parou de tentar abrir a porta.

–Não, nada. Só pensei alto. –sorri sem graça.

Ele me levou para o quarto dele para eu colocar um blusão dele para consegui dormir direito. Me mostrou toda a casa e, no final falou onde eu iria dormir.

–Aqui é o quarto da minha mãe. Onde você irá dormir esta noite. –ele falou com um Than Than Than no final.

–É um belo quarto. –avaliei.- Ela não vai se importar?

–Não. Mas, antes de a senhorita ir dormir, tenho que te mostrar uma coisa.

Fomos a um quintal enorme e lá deitamos na grama. Eu já estava com seu blusão e ele só de short. Olhamos as estrelas e vi um monte de constelações. Depois de um tempo, olhei para ele. Ele, ao perceber meu olhar, me olhou de volta.

–O que foi? –perguntou.

–Minha mãe está escondendo algo de mim.

–Sério? – ele falou nervoso.

–Sim. E outra...-me sentei.- O Brandon estava no hospital. Teve uma convulsão.

–Você foi lá? –pude sentir uma pitada de ciúmes na voz dele.

–A July me chamou. Não foi grave. –falei e sorri.- Está com ciúmes?

–Não, claro que não. Daquele mauricinho com pinta de galanteador? Claro que não.

–Você fica fofo quando está com ciúmes.

–Tô sabendo. Sim, hoje vi aquela garota lá da escola.

–Quem?

–A Carolina Masters.

A filha do ator de cinema. Só podia ser. Aquela garota derramou refrigerante no meu cabelo no primeiro dia do ano letivo do ano passado. Não fizeram nada. Agora, só porque eu coloquei cola no cabelo dela, me deram suspensão.

–Ah, claro. O que ela queria?

–Conversar. Sentamos em frente a um quiosque na praia. Foi logo depois de eu ter te deixado em casa.

Pulei em cima dele. Ficamos olho a olho.

–E depois? –perguntei.

–Depois nada. Não me encontrei com ela. Relaxe. Só acho você muito fofa quando está com ciúmes.

–Fofa? –perguntei irônica.

–Sim. Fica muito mais quando me beija.

Ele me puxou para um beijo. No final olhei para ele.

–Quero ir embora. –falei séria.

–Para onde? –vi tristeza em sua voz.

–Para as estrelas. –falei e o beijei. Se levantamos e fomos em direção á sala dele.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, o final ficou meio clichê. Mas, fazer o que? Estou ficando cada vez melhor nisso muahahaha



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