Obsession escrita por Clara Abrahao


Capítulo 6
Capítulo V: Inferno




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Capítulo V: Inferno

 

                Nosso destino encontrava-se um pouco afastado, entre a avenida Gardens e o bairro de Stonesfield. Era um beco muito movimentado, devo admitir, onde pessoas sem rumo e sem dinheiro circulavam, acompanhadas ou não. Era um mundo a ser descoberto na única noite do mês em que a Lua não aparecia no céu escurecido.

                Eu tentava ultrapassar aquele mar de gente apinhada e desgovernada com minha BMW, mas parecia uma missão impossível. Quanto mais eu burlava os corpos desconexos à frente, mais e mais deles apareciam. Como fantasmas, como ímãs. Como eu queria passar com o carro por cima de cada um deles, vê-los desfazendo-se à minha frente como baratas que eram.

                Parecia que toda a rua estava conspirando contra mim, desde as calçadas e os postes até as pessoas. Como se alguém estivesse tentando colocar uma barreira em meu caminho, me impedindo de chegar ao meu destino. Eu já havia desistido de tentar me divertir aquela noite, principalmente porque Sasuke ia com certeza inventar algum motivo para me atazanar. Minha única meta ali era ficar sóbrio. Sim, sóbrio! Bêbado eu não conseguiria encontrar aquela ruiva e saber o que eu tinha que saber.

-              Cuidado! – Ino gritou do banco de trás. – Você quase atropelou aquele ali.

-              Ele se jogou na frente. Mas que merda. – Eu murmurei, impaciente.

                Eu tinha muitas coisas para fazer e pouco tempo para resolver todas elas. E cada vez mais eu via que cedo eu não conseguiria atingir minha meta. A Mary’s era uma das únicas casas de show/bebedeira/prostituição que era legalizada em todo o país. Sim, é verdade, aqui tudo pode ser legalizado. Inclusive um lugar podre como aquele, criado por uma escocesa obviamente chamada Mary e que não tinha muita noção do que estava fazendo. Isso não importava muito, mas não era completamente irrelevante.

                Avistamos Sasuke ao lado de fora, junto com os outros e recostado em seu conversível preto. Lá estavam Shikamaru, Chouji, ele, Tenten e Neji, nos olhando com reprovação. Provavelmente estariam furiosos por eu demorar a estacionar. Vão pro inferno todos vocês, poderiam fazer algo de útil e varrer esse bando de gente podre que fica no caminho.

                Solucionado o problema do estacionamento, fomos nos encontrar com o bando. Ao meu ver, os casais eram eu e Sakura, Ino e Kiba ou Ino e Shikamaru – sim, pela troca de olhares, eles vão se comer algum dia – e Tenten e Neji. Portanto, Sasuke e Chouji estariam livres para se pegarem onde quiserem, essa noite era deles. Se algum dos dois ouvisse isso, eu iria apanhar feio.

-              Vamos? – Perguntou Shikamaru, um sorriso malicioso formando-se nos lábios.

                Quando encaramos o armário de terno negro em frente à porta e o mesmo nos deu passagem, eu ouvi as pessoas que ficavam na fila nos xingando alto. Não tenho culpa, sou rico e meu melhor amigo, mesmo de birra comigo, é quase o dono dessa porra toda. Portanto, não sou o responsável.

                Nós fizemos um pacto com as meninas: não arrumaríamos nenhuma puta hoje, em respeito à presença das mesmas. Ficaríamos apenas na de beber, comer, beber mais uma vez e ir embora. Sakura e Chouji vão se responsabilizar por nosso transporte de volta pra casa, e minha meta ali não era exatamente comer ninguém ou beber nada. Mas a gente releva essa parte.

                A Mary’s devia ser o sonho de consumo de qualquer adolescente de quatorze anos que acabava de descobrir a função de seu Júnior. O ambiente era completamente escuro, com luzes coloridas distribuídas estrategicamente em lugares opostos. Cada uma das mesas tinha cadeiras para umas dez pessoas se sentarem juntas, o bar era enorme e o palco maior ainda. A primeira impressão era ser um lugar pacífico e amável, onde nada acontecia demais. Depois vem a visão das mulheres de seios de fora e trabalhando sem nenhum pudor, ali mesmo. E então, o encanto vai-se embora...

                Sentamos em uma mesa um pouco afastada do centro e próxima ao bar.

-              Vou pegar algumas bebidas. – Ino disse, puxando Shikamaru pelo braço. – Não esqueçam do combinado.

                Assentimos, enquanto a dupla distanciava-se de nós e parava em frente a uma moça morena atrás do bar.

                Não era aquela que eu queria, lembrei a mim mesmo. A tal Tayuya era uma ruiva, provavelmente mais uma das prostitutas daqui. Se meu grupo me visse com ela, com toda a certeza teria mais gente puta comigo. Então, eu precisaria de um bom plano para me distanciar do grupo. Considerando que nossa aula começava às seis da manhã, precisaríamos sair dali umas quatro e meia. Teria cinco horas e meia para descobrir tudo o que eu precisava.

                Senti um dedo me cutucando no ombro, e quando me virei, Sakura me encarava sem expressão.

-              Posso falar com você?

                Eu reconhecia de longe aqueles olhos meio cerrados e os lábios um pouco curvados para o lado. Aqueles orbes verdes me encaravam com voracidade, como se o assunto fosse tão importante a ponto de explodi-la por dentro.

                Apenas assenti e a acompanhei quando se levantou, os quadris rebolando discretamente ao som da música que se seguia. Eu vi aqueles marmanjos desconhecidos olharem sua bunda perfeita, mas resolvi não falar nada. Afinal, eu já deveria saber o que nós estávamos fazendo naquele lugar afastado, quase fora da Mary’s.

-              O que houve? – Perguntei, ensaiando minha voz de aflição.

                Sakura permaneceu em silêncio por algum tempo, provavelmente articulando as palavras que iria usar. Ficamos ali mais ou menos uns dois minutos, um encarando o outro, sem nenhuma palavra entre nós.

                Ela suspirou, encarando o chão.

-              Eu quero terminar.

                Seus olhos encontraram os meus mais uma vez, e eu pude perceber o arregalar dos mesmos. Talvez pela calma e tranqüilidade que eu emanava, não sei dizer.

-              Posso saber porque?

-              Você não é o Naruto.

                Ri, sem nenhum humor. Já não era a primeira pessoa que me falava uma frase com esse mesmo sentido.

-              Então, quem sou eu? – Experimentei perguntar.

-              Não faço idéia. Um ser idiota, se é que há um grau de idiotice mais elevado que o seu. Só não é mais aquele Naruto.

-              Qual Naruto? O que só pensava em sexo e dinheiro, ou o que te bancava em suas compras?

                Hinata devia estar realmente mudando meu jeito de ser, pois ao ver as lágrimas brotando nos olhos de Sakura, tive vontade de retirar tudo o que havia dito. Eu estava revoltado, estava de verdade. Mas não achei nenhuma justificativa para fazer Sakura chorar.

-              Eu quero o antigo Naruto de volta. O que não era obcecado por nada, o que levava a vida numa boa.

-              Entendi... Ciúmes da Hinata?

-              Hinata! – Ela repetiu. – Claro, tudo seu agora gira em torno dela! Suas ações, seus pensamentos, seus diálogos. Por Deus, Naruto. Ela é só uma bolsista.

-              E qual o problema? – Ergui a sobrancelha.

                Eu sabia o que estava fazendo, mas ainda não estava me dando conta disso. Eu sabia que estava pisando em tudo o que havia construído, em tudo o que havia almejado e desejado para defender uma única pessoa em toda a minha vida.

                Vai ver fosse realmente melhor acabar com tudo aquilo de uma vez.

-              Tudo bem. – Falei, finalizando aquilo tudo. – Estamos terminados. Mais alguma consideração?

-              Vá pro inferno.

-              Já estou nele. – Murmurei, virando-me de costas para ela.

                Me arrependeria amargamente daquilo depois, tinha certeza. Principalmente depois de ouvir os soluços abafados de Sakura logo atrás de mim. Meus olhos já começavam a mentalizar Sasuke consolando a garota, mas eu não me importava com aquilo. Agora, eram dois para me colocar no topo de uma lista negra, e eu sequer sabia se havia mais candidatos abaixo de mim. Mas hoje, e unicamente hoje, eu decidi não me importar mais com nada. Hoje, eu faria o que tivesse que fazer.

                Neji e Tenten já dançavam na pista quando eu voltei. Chouji e Kiba atracavam-se ao palco, onde uma mulher apenas de calcinha e botas rebolava sensualmente. Seres previsíveis demais aqueles dois. Shikamaru e Ino estavam desaparecidos, sobrando apenas eu e Sasuke para compartilhar da mesa redonda do caos.

                Sentei-me, suspirando pesado e deixando a testa encostar na mesa. Eu senti o olhar de Sasuke sobre o meu, mas decidi continuar naquela posição e tentar organizar as idéias. Tudo o que eu menos precisava era de mais um sermão, mais uma briga ou mais uma jura de morte. “Amanhã”, eu disse a mim mesmo, “amanhã você resolve tudo isso com eles.”

                Eu estava dividido. Um lado de minha razão abrangia apenas os olhos brancos e agoniados de Hinata, tendo-os como único motivo de existência. O outro utilizava da lógica de que aquilo poderia não dar certo. Eu estava pondo tudo à perder, e apenas no meio do caminho eu resolvi pensar realmente naquilo.

                Talvez o fim do relacionamento com Sakura estivesse começando a surtir efeito.

                Pena. Pena de mim mesmo, pena de Sakura, pena de Sasuke, pena da Hinata e pena de tantas outras pessoas que eu havia magoado ao longo desse mês. A vontade doentia de passar uma borracha sobre tudo, apagando os erros e tentando concertá-los.

                As luzes se apagaram a meu redor, enquanto o palco era o único local iluminado na casa. Palmas ecoaram pelo recinto, enquanto as vozes - embriagadas e nojentas - dos homens ali presentes gritavam a plenos pulmões. Eu conseguia ouvir de longe os “elogios” de Kiba e de Chouji para as prováveis mulheres que fariam strip-tease ali em cima, mas eu não desgrudaria a testa da mesa para perder meu tempo.

                Eu era um idiota.

                Ouvi a voz de Sasuke dando um “não” para alguém e fechando-se novamente em seu silêncio. A curiosidade de saber com quem meu amigo falava não chegou até mim, na verdade nada me dava mais prazer naquele momento que ficar caído em cima da mesa, feito um morto.

                Um dedo singelo cutucou meu ombro.

-              Boa noite. – A voz expressava confiança e cansaço. – Posso te servir uma bebida?

                Suspirei uma vez, tentando por no ar que expulsava de meus pulmões toda a raiva e remorso que sentia. Não que fosse funcionar, mas eu já havia chego aqui, portanto, arriscar não era mais problema. Levantei os olhos lentamente, encarando a pessoa que me chamava.

                Fogo.

                O cabelo era de um vermelho intenso, quase ofuscante de tão forte. A pele era morena e com alguns pequeninos sinais espalhados, as maçãs com sardas eternas que sorriam para os que arriscavam encará-la. Os olhos eram de um castanho tão desconhecido por mim que demorei um tempo fitando-os, tentando imaginar seu real tom. Eles trocavam de cor conforme a luz ia mudando de intensidade. Porém, o que mais me chamou a atenção fora a região de seu busto, onde um pequeno papel envolto de plástico permitia a leitura de um nome.

-              Tayuya. – Eu li, incrédulo. Provavelmente eu poderia rir de minha expressão.

-              Sim? – Ela disse casualmente, limpando algo aleatório na mesa.

-              Você é a amiga de Hinata!

                Ela parou repentinamente, encarando-me como se eu fosse o ser mais assustador de todo o universo. Talvez fosse mesmo, mas não me importava. Ficamos um tempo trocando olhares, ela assustada, eu tentando demonstrar confiança.

-              O que você quer? – Tayuya foi ríspida, assumindo uma postura defensiva. – Quem é você?

-              Sou Uzumaki Naruto, e preciso conversar com você sobre Hinata.

-              Não tenho nada para conversar com você. – Ela tentou desviar os olhos, como se pedindo socorro a alguém. – Vá embora, por favor.

-              Só preciso de cinco minutos, não vou te atrapalhar em nada! Por favor, se quiser eu pago.

                Eu vi seus olhos castanhos cintilando de ambição, enquanto oscilavam entre falar comigo ou não. Seus lábios se comprimiram em um traço duro, confirmando minhas expectativas.

-              Vem cá. – Ela me chamou timidamente, novamente olhando ao seu redor. – Não posso demorar muito, portanto temos que ser breves.

                Caminhamos em silêncio, trafegando com dificuldade pelo mar de pessoas apinhadas que parecia não ter fim. É nessas horas que se lamenta em não ter uma bomba em mãos, ou se lamenta por um lugar fazer tanto sucesso. Eu não podia ter pressa e por tudo a perder agora, eu tinha que ter calma, mas naquelas situações, o mundo me deixava louco de raiva e a única coisa a ser feita para acalmar meu pobre coração revoltado era um cigarro.

                Minha sorte foi que paramos em um lugar aberto, mais parecido com uma sacada. Me neguei a olhar a noite ao redor e acendi meu velho amigo venenoso, dando leves tragadas e me divertindo com elas.

                Tayuya me olhava, os olhos indecifráveis.

-              O que você quer? – Ela repetiu a pergunta.

-              Saber de Hinata. Absolutamente tudo.

-              E o que te faz pensar que eu sei algo sobre ela?

-              Tenho fontes. – Falei rapidamente. Não ia envolver a pequena Hanabi na conversa.

                A ruiva de curvas estonteantes me encarava de sobrancelhas erguidas. Não sabia dizer o que se passava por seus pensamentos, mas desejava do fundo da alma que fossem notícias positivas. Eu precisava saber toda a verdade.

-              Não sei se você é confiável... – Sua voz saiu um pouco diferente dessa vez, um misto de dúvidas e medo. – Não quero que mais nada aconteça a ela.

-              Se eu fosse fazer algo contra ela, não acha que eu estaria me divertindo lá dentro ao invés de estar aqui? – Tentei ser o menos grosso possível.

                Ah, eu estava pondo tudo a perder, tenho certeza disso. Eu estava me arriscando, eu estava colocando meu próprio pescoço embaixo de uma guilhotina. Mas, pela primeira vez em toda uma vida, em dezesseis anos de cigarros, festas, mulheres e dinheiro, eu sentia que acertava. Eu sentia que não eram meus bens de consumo ou minhas influências que me governavam, e sim meus próprios instintos. Meu coração. Pela primeira vez eu o senti em ação, não apenas em sua função de bombear meu sangue.

                Eu estava feliz.

-              Sabe... É a primeira vez que alguma pessoa procura por Hinata. É estranho... Tenho medo que alguém a faça sofrer de novo.

                Meus pensamentos se esvaíram quando encarei os orbes gentis de Tayuya. A máscara rígida e protetora havia se dissolvido, revelando sua real essência.

-              Promete guardar um seguedo, Naruto?

-              Com a minha vida. – Minha voz tinha o selo da promessa.

                Tayuya suspirou uma vez, recostando-se na parede.

-              Foi há tanto tempo que eu sequer me lembro das pessoas. Eu havia visto Neji na festa, eu vi Gaara, eu vi Temari e vi a pequena Hinata. Eram amigos, todos eles, comendo seus doces e ostentando seus sorrisos. Mamãe e eu estávamos trabalhando na cozinha, e eu era encarregada de ajudar a servir a comida para os convidados.

                Continuei em silêncio, esperando.

-              Hinata era tão lindinha... E sua mãe estava lá também, grávida de sete meses. A pequena devia ter uns cinco anos, tão saudável e tão sorridente, as bochechas avermelhadas e os olhinhos serenos. Uma verdadeira princesinha.

                “Acontece, Naruto, que eu não sei exatamente o que aconteceu naquele dia que fez Hinata mudar tanto. Digo, não os detalhes exatos. Era o aniversário de seis anos de Neji, e todos foram convidados para o casarão dos Hyuuga.

                As lágrimas agora eram evidentes, traçando um caminho lento e doloroso pelas bochechas de Tayuya. Mais um suspiro.

-              Quando a festa terminou, eu estava em um dos corredores, levando a louça suja novamente para a cozinha, quando vi uma porta entreaberta. Eu tinha sete anos na época, Naruto, e aquela visão me traumatizou pelo resto da vida...

-              O que havia lá? – Perguntei num fio de voz.

-              Hinata. Semi-morta. – A ruiva mordeu o lábio inferior, e eu senti meu coração disparar. – Sobre uma poça de sangue, seu próprio sangue. Estava machucada, por dentro e por fora. Arranhada, agredida, traumatizada, abusada, teve sua infância jogada no lixo por alguém que nem sequer devia conhecê-la.

                Engoli em seco, sentindo-me perder o chão. Aquilo só podia significar uma coisa.

-              Você quer dizer, então...

-              Estupro, Naruto. Abuso sexual de menores, algum filho da puta arrombado que não tem amor no coração e fez isso com uma pobre menina que nem começava a viver direito!

                Os berros de Tayuya quase foram seguidos pelos meus. Eu queria gritar, eu precisava gritar, com todas as forças que esse mundo me permitia ter. Em minha mente, mil coisas vagavam, girando em torno de uma menininha de olhos brancos e bochechas rosadas, uma imagem em preto em branco. A inocência quebrada, toda a fragilidade e meiguice jogadas ao longe, como se nunca houvessem existido. Minha vontade fora de quebrar alguma coisa, qualquer coisa, principalmente a cara desse nojento que fez isso.

-              Quem fez isso!? – Eu gritei, ignorando o pranto de Tayuya. – Quem foi esse miserável?

-              Ninguém sabe. – A ruiva falou, contendo o choro. – Eu e Hinata nos tornamos amigas desde então, as melhores. Mas ela se recusa a falar, ninguém sabe.

-              Mas ela vai ter que falar! – Meus gritos podiam ser ouvidos lá de baixo, provavelmente. Mas eu não me importava. Eu queria vingança.

-              Não! – Suas mãos trêmulas seguraram meu braço, suplicantes. – Por favor, não faça nada, não fale nada. Ninguém além de mim, sua família e Gaara sabem o que aconteceu. Nem mesmo Neji. Eu preciso que mantenha esse segredo, pelo bem de Hinata. Não faça nada, eu te imploro, não faça nada.

                Encarar Tayuya novamente fora uma das piores coisas a fazer naquela noite. Seus olhos castanhos – agora clareados pelo prateado da lua – eram desesperados, agoniados. Como se tudo estivesse sendo posto a perder. Ela confiava em mim, portanto eu não poderia fazer nada. Por Hinata. Por Hanabi.

-              Não vou fazer nada. – Disse, entre dentes. – Mas não garanto que vou ficar quieto.

-              O que vai fazer?

-              Pretendo tomar alguma providência, mas primeiro quero ouvir a versão de Hinata. De alguma forma, vou ter que conseguir a confiança dela, o amor dela, e o direito de ajudá-la a se salvar.

                Tayuya me olhava, esperançosa. A mulher devia acreditar que eu salvaria sua amiga, e essa era a promessa pessoal que fazia a mim mesmo. Eu tiraria Hinata dessa dor, eu a faria feliz.

                Eu, e apenas eu.

-              Obrigada, Naruto. – Tayuya murmurou, roçando os lábios carnudos de leve nos meus.

                Não acompanhei seu olhar enquanto a ruiva caminhava cambaleante para longe da sacada, mas sabia que naquela noite eu não teria mais como desistir. Minha decisão estava tomada: eu a ajudaria. Seja quebrando a cara do sujeito imundo que fez isso com ela, seja matando-o, seja como fosse.

                Eu livraria Hinata de seu inferno pessoal.


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