Prólogo

                A primeira vez que se encontra alguém especial talvez seja a primeira vez que você percebe que o músculo que bombeia seu sangue serve para mais alguma coisa que apenas cumprir sua função vital. Quando seu olhar entra no mesmo eixo do olhar da pessoa que você escolheu para dividir sua vida, é como respirar pela primeira vez. Você percebe que precisa dessa pessoa, não só para ser feliz, mas para dar sentido ao resto de seus dias.

                Quando eu a vi, eu não imaginava que aquela mancha branca andando a pouca velocidade pela sala mudaria tanto minha vida. Chegava a ser cômico, uma pessoa tão diferente em um mundo que parecia de espelhos: os mesmos assuntos, os mesmos gostos, as mesmas roupas e as mesmas futilidades que afligem a classe dos milionários.

                Essa história mal acabada começa há dois anos antes, quando eu ainda cursava o segundo ano do ensino médio. Talvez eu deva começá-la logo depois de explicar como cheguei aqui.

                Não conheci meus pais, adianto logo. Ambos foram assassinados, papai com dois tiros na nuca e mamãe com um fatal no coração. Eu odeio contar essa história a outras pessoas, principalmente quando esses seres repugnantes que se consideram meus amigos me olham com o rosto penoso. Sou rico, o dinheiro afoga as tristezas e enobrece qualquer filho da puta que seja, inclusive a mim.

                Fui criado desde bebê por meu tio Jiraya, um advogado de renome estupendo que nunca havia perdido nenhuma causa, e sua esposa, Tsunade. Tsunade era o tipo de mulher que conseguia substituir fervorosamente qualquer mãe que fosse, mesmo com tanto dinheiro em sua mão, mesmo com tantos poderes. Estar no colégio que pertencia a ela já chegou a ser motivo de vergonha para mim, mas era impossível sentir vergonha quando senhorita Tsunade estava envolvida em alguma coisa. Aquela mulher de seios operados deveria ser a pessoa mais consagrada por mim.

                Além do dinheiro infinito em meu poder, eu tinha outra carta na manga: o dom das palavras. Me orgulhava de poder usar delas, de poder sentir seu poder e suas conseqüências. Um diálogo bem dotado de palavras poderia mudar o mundo, se fosse usado pelas pessoas certas. Com certeza eu não era o tipo de pessoa certa para o uso delas.

                Eu fingia que estudava para ser um engenheiro e meus tios fingiam que acreditavam nisso. Meus boletins eram todos consagrados por minha namorada – a garota mais gostosa de todo o colégio tinha que ser minha namorada. Sakura era o tipo de aproveitadora que se fazia de santa e estudiosa. Certo, a garota sabia das coisas, mas aposto que aquilo ali dava para qualquer um que encontrasse na esquina, se não pagasse para fazer isso.

                Não tinha irmãos, graças a meu bom Deus. Meu único irmão e companheiro chamava-se cigarro, que me acompanhava – por algum desvirtuamento divino – desde os doze anos. Eu tinha plena consciência que aquilo fudia com minha vida, mas eu não me importava. E não, não acreditava em Deus e até hoje não acredito, mas creio que uma força humana normal não tenha me colocado ela no caminho à toa. Dinheiro não me faltava, mulheres muito menos, lábia e capacidade de burlar regras, nem se fala. A única coisa que me faltava era aquela garota pálida de cabelos lisos e negros, tão escurecidos que seus reflexos azulados iluminavam minha mente. Dos olhos cor de pérola, das bochechas que coravam-se com facilidade.

                Eu conquistaria aquela garota.

                Minha obsessão.

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' Bom .. Essa fanfic eu posto no Anime Spirits , mas por indicação de uma amiga [ Ranny , flor <3 ] e depois de muita dificuldade , tô postando aqui. Até agora são XV capítulos prontos , e o XVI jajá vai sair. A censura acima de 16 é porque ao longo da fic , o vocabulário fica meio ordinário e as citações são meio .. bom , é isso. q Espero que gostem (: '