Já tinham passado uma hora e pouca do horário combinado para começar a festa e nem sinal dos dois, não queria parecer preocupado, mas isso estava me incomodando de tal forma, que eu nem estava dando atenção ao grupo de meninas que estavam a mais ou menos dois metros de mim, elas estavam olhando e cochichando.

Depois de alguns minutos parado ali com uma garrafa de cerveja na mão, resolvi chegar em alguma das meninas, afinal, se ela viesse com ele, não gostaria de estar sozinho.

– Olá meninas, posso pagar uma bebida pra vocês? – disse apontando com a garrafa.

No momento em que estendi o braço, vi Bruno passar ao fundo no telefone, não parecia muito alegre para quem está em uma festa, decidi ignorar até que ele falou algo que me chamou atenção, “Bárbara”, logo parei de dar importância as meninas e fui ver o que estava acontecendo.

– Era a Bárbara? – eu disse.

– Era só a Carol querendo saber dela. – disse Bruno passando a mão na nuca.

– Hum...

Eu estava fingindo muito mal, tenho certeza, mas meus pensamentos pertenciam a ela, tudo que eu estava fazendo era por sua causa, até mesmo a roupa e o perfume.

– Cara, senta aí, eu quero trocar uma ideia contigo.

– Beleza cara, fala aí. – disse Bruno sentando-se na areia ao meu lado.

– Eu estou preocupado com a sua irmã, ela não ligou o dia todo.

– Cara, ela me ligou ainda agora.

– O que? Porque não me falou nada?

– Achei que não fosse necessário, e além do mais, a gente se falou rápido.

– Bruno! – gritou Luna.

– Já vou! – ele respondeu – Liga pra ela.

– Eu deixei meu telefone em casa, pode me emprestar o seu?

– Posso, a última chamada é dela.

– Ok, obrigado.

Não demorou muito, e logo atenderam. Era uma voz masculina.

– Alô?

– Quem está falando?

– Você liga pro meu quarto e pergunta quem está falando?

– Sim, esse número ligou para o meu telefone, eu só estou retornando.

– Entendi, sendo assim, me desculpe, eu estou acompanhado, minha amiga deve ter ligado pra você, ela está tomando banho, quer que eu deixe algum recado?

– Não, obrigado.

Deslizei o telefone pelo meu rosto e não consegui ter mais nenhuma ação, até que Bruno voltou e me tirou desse transe.

– E aí cara, conseguiu falar com ela? Só me diga, por favor, que vocês se entenderam.

– Não. – disse ainda sentado olhando para o mar.

– Como assim não? Não o que? Vocês não se entenderam ou não conseguiu falar com ela?

– Segunda opção. Tem certeza de que esse era o número?

– Tenho cara, absoluta.

– Legal! – sorri sarcástico.

– Por quê? Quer me contar alguma coisa?

– Você não faz ideia de onde ela ligou?

– Não, ela só ligou e eu atendi.

– Era de um quarto Bruno! Ela deve estar em algum hotel com ele! – disse gritando.

– Tem certeza?

– Tenho, ele atendeu e disse que ela estava no banho!

– Talvez não seja nada do que está pensando. – disse Bruno tentando me acalmar.

– Sério? Eles estão em um quarto de hotel, ele atende dizendo que ela está no banho e não é o que parece?

– Vai ver só deram uma rapidinha, nada mais. – disse Bruno rindo.

– Vai se foder. – levantei jogando o celular em seu peito.