A Solitary Man escrita por Laila Marques


Capítulo 8
Otto




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Tem dias que a noite é foda

[Akira POV]

Meu coração batia rápido, eu apertava meu corpo contra do de Takashima, prensando-o contra a parede enquanto o beijava.

A sensação era única, eu sabia que beijar o cara com que meu namorado me traiu era ridiculamente errado e burro, mas não me pergunte como isso aconteceu, eu mesmo não sei.

Sei que vou ser praticamente linchado por Kai mais tarde, mas ele não iria entender, entender o fato de que o homem o qual agora eu encarava, era perfeito, com a aparência feminina e os pequenos dentes, tudo me chamava atenção.

- Nee, Reita, posso te chamar de Reita? – Apenas assenti com a cabeça, ainda entorpecido com o beijo. – Devíamos fazer isso mais vezes. – Disse ele, sorrindo marotamente, me deu um rápido selinho e foi até Yuu, saltitando.

Kai, que bebericava alguma coisa, sentado ao lado de Yuu, levantou-se e veio até mim, fazendo uma careta de dar medo em criancinhas, ou em algum amigo desprevenido, tipo eu.

- Vou tentar ficar o mais calmo o possível, mas está muito difícil e eu realmente não quero resistir a vontade de te matar. – Kai apontava o dedo acusadoramente para mim, segurando uma bebida que eu julgava ser conhaque na outra mão.

- Você não entenderia, ele é diferente. – Encarei meu amigo, que não parecia mesmo querer me entender. – Não diferente do tipo único, diferente porque eu sei que é errado, mas é bom mesmo assim.

- Mas você sabe bem quem ele é, além do caso com o Takanori, que é uma grande coisa, ele é amigo do seu patrão. – Kai virou o copo de conhaque de uma vez só. Mau sinal.

- Isso é o de menos Kai, além disso, ele parece nem saber que eu e Ruki namorávamos.

- Não, você não me entendeu. Shiroyama Yuu faria qualquer coisa por aquele cara, ele destruiria sua vida se aquele cara pedisse.

Kai se aproximava cada vez mais de mim, e estava cada vez mais agressivo que o normal, suas bochechas estavam coradas e ele suava mesmo o tempo estando gelado, tinha bebido muito mais do que aquele conhaque.

- Não vai acontecer nada Kai, mas você disse que eu precisava de outra pessoa! – Tentei fazê-lo entender o que eu disse, pelo menos ele não vai se lembrar disso amanhã.

- Mas precisava ser justamente o Takashima? O que você tem na cabeça? Vento? – Kai me empurrou violentamente, me fazendo bater as costas na parede.

- Kai, é melhor nós irmos embora, você bebeu um pouco além do limite, e está começando a me envergonhar. – Isso sempre funciona com ele, ele diz que eu sou o vexame da vida dele, e não ele o da minha.

- Certo, certo, então nós vamos embora, mas a conversa ainda não acabou. – Disse ele, tropeçando nas palavras e nos pés.

- Você quem sabe, eu nunca soube dizer não pra você, de qualquer maneira, você não aceita um não como resposta nunca.

Antes mesmo de eu pensar em tirar Kai dali sem que ninguém notasse nossa falta, Takashima apareceu na minha frente com as bochechas tão rosadas quanto as de Kai.

- Rei-chan, já vai embora? – Perguntou-me ele, fazendo um bico totalmente infantil.

- Estou indo sim Takashima, Kai bebeu um pouco mais do que deveria.

- Takashima não, creio que somos íntimos o suficiente pra você me chamar de Uruha, mas ainda não tão íntimos quanto eu gostaria. – Beleza, agora sim eu fiquei com vergonha, e eu que achei que ‘Rei-chan’ já era um puta de um atrevimento.

Mas, de repente, quem estava ali me encarando bebadamente não era mais o Takashima, ou Uruha, mas sim Yuu, e por tudo que eu julgo mais sagrado, quem repara no Takashima, quando se tem o Yuu por perto?  Eu respondo, eu mesmo.

- Parece que teremos bastante trabalho hoje Suzuki-san. – Eu o encarava bobamente, nem notei quando Kai caiu sentado no chão.

Nada mais tinha importância, Kai rindo bobamente, meio abraçado com a minha perna, não era nada. Fiquei tão preocupado com a possibilidade de alguma coisa além do planejado acontecer, que nem notei o quanto Yuu estava incrível aquela noite, diferente, mas diferente do tipo único.

- Suzuki-san, está tudo bem? – Pisquei algumas vezes até assimilar que eu não havia nem lhe feito algum comentário inútil, basicamente, o deixei no vácuo.

- Estou sim Shiroyama-san, só estava pensando. – Mas sua atenção já não era mais voltada para mim.

Takashima havia vomitado um líquido verde, esquisito, e esse mesmo liquido manchava o pé esquerdo de Kai, ele iria ficar revoltado amanhã, sem dúvida nenhuma.

- Ah, ótimo! – Exclamou Yuu revoltado. – Desculpe Suzuki-san, peça desculpas para o Kai amanhã, mas acho que ele não vai nem te escutar, enfim, eu vou levar esse bêbado embora, acho melhor você levar o seu também. Tenha uma noite boa na medida do possível.

Não tive tempo de responder, Yuu saiu arrastando Uruha com uma facilidade parecia até que ele já havia se acostumado a fazer isso. Também ergui Kai, com um pouco mais de dificuldade do que imagino que Yuu teria, saímos do pub esbarrando em todo mundo e fomos até a minha casa, a noite ia ser longa...

[Yutaka POV]

Poderia ser só loucura da minha parte, mas eu acredito que não, já que esse tipo de coisa não acontece comigo, mas eu poderia jurar que eu ainda estava meio bêbado.

Acordei hoje, já faz algum tempo, nem me lembro de ter saído do pub, reparei que o quarto em que eu dormia com toda a certeza não era meu, eu não colocaria um pôster do Sid Vicious no teto do meu quarto, mas o Reita colocaria.

Fiquei de pé na cama e tentei arrancar o pôster, para a minha sorte imensa, eu só consegui rasgar a cabeça do homem, parabéns para mim, sou um homem morto.

- Kai, já se levantou? – Incrível, minha sorte conspira a favor daquela gazela oxigenada hoje, maldição.

- Já sim, vai entrar ou conversar comigo pelo buraco da fechadura? – Agir naturalmente, naturalmente. Escondi a cabeça decepada do Sid embaixo do travesseiro, em breves segundos a minha cabeça vai fazer companhia a dele.

Reita entrou no quarto,  não notando o assassinato do seu pôster, mas eu sei que isso não vai durar muito, só queria que minha mãe soubesse que eu a amo.

- Vou resumir as coisas mais importantes pra você, você bebeu demais, me passou um sermão por causa do Takashima, quase me bateu, e o Takashima vomitou no seu pé.

- Aquele maldito vomitou no meu pé!? – Falei exaltado, mas Reita pareceu não me escutar, ou só me ignorou, quem sabe.

Percebi que ele olhava intrigado para alguma coisa atrás de mim, e depois olhou para o teto, opa, acabei de ver minha vida passando pelos meus olhos.

- Kai, me diga que esse pedaço de papel que eu estou vendo atrás de você não é o rosto do Sid Vicious.

- Quer a verdade, ou a mentira?

Em poucos segundos me vi sendo jogado no chão e atacado por coisas voadoras não identificadas, porque mesmo que eu tinha que tocar naquele pôster horroroso?

[Yuu POV]

- Então, eu agarrei seu contador, e depois vomitei no pé do moreninho de covinhas? – Perguntou Kou, pela terceira vez.

- É Kou, e se você perguntar de novo eu ligo pro Kai e te faço perguntar pra ele.

- Não, não, tudo bem, eu quero viver. É só que eu pensei que as coisas iriam ser menos constrangedoras para o meu lado, sabe como é.

- É Kou, tem dias que a noite é foda.¹ - ri de leve, recebendo um muxoxo de Kou.

Será que sou um mal amigo por gostar das coisas terem dado errado com o Suzuki-san?


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Notas finais do capítulo

N/A: E ai meu povo? Tudo em cima, leram meu perfil? Enfim, espero que sim, eu fiquei sem computador por um tempo, mas eu consegui ele de volta e pude postar o capítulo, totalmente atrasada com o prazo.Mas, ah e ai, gostaram? Foi meio difícil escrever, até porque ando sem tempo, usei minhas aulas de geografia, minha professora ficou revoltada, mas se querem saber, eu nem sofro rs.Então, teve gente reclamando que eles demoraram muito pra se interessarem um pelo outro, mas é que as coisas na minha fanfic não são tão explicitas assim, mas o cap. 09 vai ser totalmente, YuuxAkira.Beijos, meus leitores lindos e perfeitos, eu amo todos vocês :*¹ Tem Dias – K-SIS (não recomendo essa, a letra é legal, mas a musica em si, enjoa)