Os Cachorros da Minha Vida! escrita por aspire5315


Capítulo 2
Capítulo 1 - Scotty!




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1. Scotty!


 


Acordei com a luz solar adentrando forte no meu quarto. Mais um dia começava na minha vida monótona. O que eu teria que fazer hoje? Nada. Estava de férias da faculdade de pediatria. O senhor Carlos havia fechado as portas do pet shop já que poucas pessoas se importavam com os cachorros hoje em dia. O que é um absurdo enorme. Se eu tivesse um cachorro, eu o levaria no pet shop. Mais essas pessoas de hoje em dia, assim como eu, não tem cachorros. Nós não conseguimos cuidar de nós mesmo quem dirá de um cachorro. Pelo menos eu não consigo.  E também as coisas ficam mais difíceis porque cachorros não falam. Se eles falassem eu teria um monte deles em casa. Sim, porque se as pessoas não falarem comigo, eu simplesmente esqueço-me delas. Mais isso nem vem ao caso, eu não tenho um cachorro mesmo e a minha mãe diz que eu devo continuar assim porque o cachorro sofreria muito em minhas mãos. Amor de mãe sabe? Ela sempre me apóia em tudo. Tudo bem, isso é mentira. As vezes eu acho que a minha mãe aceitou me dar um apartamento não porque ela achava que eu merecia, mais sim porque ela merecia livra-se de mim. O que é um absurdo.


Levantei-me lentamente, me espreguicei mais devagar ainda. Eu queria matar tempo sabe? Nossa ficar o dia inteiro em casa. Sem ninguém. Sem nada pra fazer além de comer e assistir TV. Nossa falando em TV faz tempo que eu não utilizo a minha. Mais agora com essas férias na faculdade e desempregada eu vou ter tempo. Muito tempo. Tempo demais até. Mais se eu ficar só vendo TV e comendo vou acabar engordando, e não me falta mais nada mesmo. Que tal uma caminhada de manhã? O Andréias vive dizendo que é sempre bom fazer. Ai o meu amorzinho, como eu não pensei nele antes. Eu tenho o que fazer, eu tenho o meu namorado pra namorar! Pronto, agora ele nem vai poder mais reclamar da minha falta de tempo pra ele. Aposto que ele vai ficar muito feliz. Eu podia dar uma passadinha no apartamento dele agora.. Eu podia né, não, eu vou dar uma passadinha no apartamento dele! E só pegar o elevador e subir dois andares mesmo.


Levantei-me rapidamente e pude ver que estava fazendo um certo friozinho. Ótimo. Vou poder usar a minha jaqueta favorita hoje. Observei a minha imagem no espelho que ficava em frente a minha cama. Nossa. Eu estava horrível. Mais sabe o que é horrível? Eu acho que estava mais que isso até. Esqueci de retirar a maquiagem de ontem e olha no que deu, pareço um panda! Que sorte o Andréias ter ido pra casa ontem. Sim, porque se ele tivesse me visto assim de certeza iria terminar. E isso que a gente só está namorando há três meses. 


Vestia uma calça Jens velha e minha blusa favorita, ela era coberta pela minha jaqueta cor mostarda. Meus cabelos estavam soltos e dançavam lentamente com o toque do vento sobre eles. Corri até aquele elevador.


— Bom dia Vanessa — Cumprimento-me a senhora CONTZEN. É uma senhora de idade que adora meter-se na vida dos outros. Principalmente na minha. Ela devia estar voltando da sua caminhada matinal. Diz ela que faz bem pros seus ossos. Ela não anda nem um quarteirão inteiro, mais vive dizendo que caminha quilômetros e quilômetros. — Vejo que já vai na casa do namoradinho. — Ela disse dando uma piscada pra mim. O que eu disse de ser ficar metendo-se na vida dos outros hein?


— Aham — Respondi a contra gosto. Eu sempre quis mandar ela pros infernos com essas perguntas indiscretas mais eu não consigo. Acho que é por causa da minha grande educação ou talvez só por medo mesmo. Eu não sei.


— Já de manhã.. — Ela disse mais pra ela do que pra mim, mais ainda sim eu pude escutar. Ignorei. O que vem debaixo não me atinge. E NÃO ME VENHA COM AQUELA DE “SENTA EM UM FORMIGUEIRO ENTÃO” já perdeu a graça.


Finalmente a porta daquele elevador se abriu e eu pude-me ver livre dos olhares daquela vaca, digo, senhora.


Fiquei encarando a porta do apartamento do Andréias por alguns minutos. Eu me sentia tão feliz ao lado dele, sabe quando alguém lhe compreende perfeitamente, quando alguém lhe da conselhos ótimos, quando se preocupa com você e sempre lhe quer bem. Era assim que o Andréias era comigo. Às vezes ele parece mais meu amigo do que meu namorado, se não fosse o sexo eu diria que ele é mesmo só o meu melhor amigo. E eu sinto que ele pensa igual a mim mais talvez um dia nós possamos nos apaixonar de verdade um pelo outro. Toquei a campainha e em menos de alguns milésimos eu escutei latidos vindo do apartamento. Latidos? Deve ser a TV. Sim porque o Andréias tem alergia a cachorros. E a gatos, e a coelhos também. Basicamente todos os animais que eu amo. Adoro coelhos porque eles são fofinhos e trazem chocolates. Ta eles não trazem chocolates mais me lembram muito eles. E também gosto de gatos, mais existe um porém, eu só gosto de gatos dos outros sabe? Eu não teria de jeito nenhum gato em casa. E cachorros são a minha paixão, como para a maioria das pessoas. Escutei alguns ruídos do Andréias dentro do apartamento, ele gritava “Larga, me solta”. Arregalei os olhos pra porta e pousei minha mão na maçaneta. Estava prestes a abrir quando o Andréias fez isso por mim. Ele me olhou e rasgou um enorme sorriso no rosto. Eu estava paralisada olhando para um cachorro ENORME agarrado na calça do Andréias. Ele seguiu o meu olhar e coçou a nuca, um pouco acanhado.


— Desde quando você tem um cachorro? — Perguntei adentrando no apartamento. Escutei ele fechar a porta. E logo seus braços alcançaram a minha cintura e a sua boca deslizou pelo meu pescoço. Meu corpo arrepiou-se por inteiro.


— Desde nunca, ele não é meu, mais sim do meu amigo — Disse ele com os lábios a poucos centímetros do meu pescoço. Eu podia sentir o seu hálito quente contra a minha pele relativamente fria. — Ele pediu para mim cuidar dele enquanto está viajando.


— Mais você tem alergia a cachorros, amor — Falei me virando para encará-lo. Os olhos do Andréias já estavam tomados de desejo. Os meus certamente estavam iguais. Eu queria apenas sentir amor junto desse desejo incontrolável que tenho pelo corpo do meu namorado-amigo.


— Pois é, mais eu só fui lembrar-me disso depois de ter aceitado cuidar dele amor mais agora eu não sei o que vou fazer — Ele mal acabou de falar e já espirrou três vezes seguidas. Afastei-me dele rapidamente. Tudo bem que eu tenho um desejo incontrolável pelo Andréias. Mais ainda sim não é por isso que vou ficar sentindo as gotículas do seu espirro me atingir certo? Quando ele acabou os espirros, ele coçou o nariz com a mão direita fechada em punho. Eu não pude deixar de sorrir. O Andréias tem uma carinha de bebê que deixa qualquer um encantado e ainda por cima é loirinho.


— Ai coitadinho do meu bebê — Eu disse voltando a estar com o corpo envolto pelos seus braços. Ele me puxou para mais perto e sua boca estava se aproximando da minha quando o cachorro latiu de novo. Andréias desviou o olhar pro animal.


— Seria tão bom se animais falassem, ele fica latindo e mordendo a minha calça, mais eu não faço idéia do que ele quer — O meu bebê falou desanimado. O Andréias é, sem sombra de dúvidas, um amor de pessoa, mais ele não seria um bom pai. 


— Você já deu comida pra ele? — Eu perguntei me afastando – a contra gosto – do meu namorado e caminhando até o cachorro que por incrível que pareça. NÃO RECUOU. Eu gosto de cachorros mais na maioria das vezes eles não gostam de mim. Tanto que trabalhava na administração do pet shop do seu Carlos. Porque os cachorros me odiavam e olha que eu tratava eles SUPER bem. Passei a mão pelas costas do cachorro que logo envolveu o focinho na minha jaqueta. — Acho que ele gostou de mim..


— Quem não gosta de você Vanessa? — Andréias me questionou enquanto buscava alguma coisa na cozinha.


Fiquei ali envolvida com o cachorro. Ele era todo preto e seus olhos brilhavam tanto. Sabe quando você olha pra algo e pensa “Ei gostei!” foi isso que pensei enquanto acariciava aquele animal tão fofinho e enorme. Logo a figura do Andréias surgiu na sala. Estava segurando um prato com arroz e.. Molho? O Andréias estava mesmo pensando em alimentar um cachorro com aquilo. Pior o cachorro nem era dele.


— Será que ele gosta disso?


— Todo cachorro gosta disso, mais será que o dono dele quer que você alimente o cachorro com tantas porcarias? — Eu disse fazendo carinhos no cachorrinho que sinceramente parecia estar sorrindo pro prato que Andréias segurava. Andréias coçou a nuca de novo. Ele sempre faz isso quando fica nervoso ou constrangido.


 — O que você indica então?


— Ração seria ótimo — Falei me levantando e indo até ele. Mal pude me mexer e o Andréias já começou a espirrar de novo. Passei rápido por ele e fui até a cozinha lavar minha mão.


— Eu não tenho ração em casa, a não ser que ele coma ração pra peixe! — Ele gritou lá da sala. Depois em um tom mais baixo eu escutei ele falar com o cachorro. — Você gosta de ração de peixe? — Perguntou ao cachorro que latiu imponente como resposta. — Era o que eu pensava.. Amor, ele não gosta de ração de peixes! Mais olha, ele parece gostar da minha calça, que tal darmos a minha calça pra ele? Ele me lembra muito você sabia?


— Por quê? — Perguntei da cozinha. Tudo bem que o meu cabelo era negro igual o pêlo do cachorro mais só isso já me fazia o Andréias lembrar-se de mim quando olhava pro cachorro?


Ele parece que também gosta de me ver sem calças — O PERVERTIDO gritou da sala. Abafei uma risada com o pano da louça. Pude ver pelo armário de vidro do Andréias que eu estava vermelha. Tudo bem que não era uma mentira, mais precisava dizer? O cachorro deu outro latido. — É eu sei que você prefere mais as minhas calças do que há por debaixo delas, mais acredite, o debaixo é bem melhor né Vanessa?


— Ah sim, claro Andréias! — Falei enquanto voltava pra sala. Abracei ele e deixei que sentisse o meu cheiro. — Melhorou?


— Não estou mais espirrando, eu acho que é o pêlo dele que me incomoda mais — Ele deu uma fungada forte no meu pescoço. — Hum, que perfume é esse? É novo né.


— Aham — Respondi me virando para encará-lo. — Gostou? Minha mãe me mandou de presente por passar em mais um semestre na faculdade, já faz tempo.. Mais só estou usando agora, primeiro eu queria acabar aquele que você me deu.


— Hum, aquele lá é ótimo, mais esse é muito bom também — Ele disse antes de selar nossos lábios.


Meu beijo e o do Andréias era extremamente delicioso, assim como ele. Nossas línguas travavam uma batalha acirrada pela “liderança” e no final eu sempre acabava perdendo pro Andréias. As mãos dele já subiam por debaixo da minha blusa. Sim. O meu namorado é bem rapidinho. Eu por minha vez apenas enlacei meus braços em seu pescoço e o trouxe para mais perto a fim de acabar com qualquer espaço entre nós. Quando nos faltou o ar eu fui obrigada a ditar o fim do beijo, sim porque pelo Andréias nós podíamos morrer assim. E também os latidos do cachorrinho lindo não estavam dando muito clima pra isso.


— Acho que ele ta com fome — Eu disse a centímetros do Andréias. Com certeza o meu hálito estava invadindo a boca dele. SORTE QUE ESCOVEI OS DENTES!


— Eu também estou com fome, mais é de outra coisa — O pervertido disse.


Eu gostava dessa relação com o Andréias mais eu queria muito que nós sentíssemos algo amais do que só tesão um pelo outro. Antes que eu pudesse responder outro latido ecoou pelo apartamento. — Está bem, já entendemos que a sua fome vem antes da minha. — O Andréias disse se afastando de mim. Ele pegou as chaves do carro em cima do sofá e se dirigiu pra porta. — Eu vou ao mercado e já volto, você podia cuidar dele?


— Claro, será um prazer né.. como é o nome dele? — Perguntei me sentando no sofá. Em menos de cinco segundos o cachorro estava ao meu lado, fungando na minha jaqueta. Parece que alguém mais gosta dela também. — Você gosta dessa jaqueta? É minha preferida sabia?


Scotty. O nome dele é Scotty — Andréias disse me fazendo parar a conversa que tinha com o cachorro. Apesar de que só eu iria falar nessa conversa. O que é muito bom, eu gosto de falar.  Logo Scotty passou a língua perto da minha boca. Eu o afastei rapidamente. — Ei safado, ela é minha namorada, arrume uma pra você oras! — Andréias disse fingindo-se bravo.


— Eu acho que ele quer a minha jaqueta — Falei olhando sério pro Scotty que estava com os olhos vidrados na MINHA JAQUETA! Sim. Eu estava sentindo ciúmes de um cachorro por causa de uma jaqueta.


— Se ele está preferindo a jaqueta do que a você, eu só posso dizer que ele é gay — Andréias disse enquanto abria a porta. — Já volto. — Fora a conclusão dele antes de sair do apartamento soltando mais alguns espirros.


Fiquei com o cachorro por mais alguns minutos. Meia hora talvez quando o Andréias voltou. O meu super namorado conseguiu comprar ração de gato.


— Ai como eu ia saber? — Ele falava tentando se explicar.


— Andréias tem um gato na foto do pacote e você me diz “como eu ia saber”, amor, de gato pra cachorro tem muita diferença. — Falei colocando a ração mesmo assim pro Scotty e ele não renegou.


— Mais vê se não parece um cachorro — Ele disse apontando pra foto do pacote. Certamente não parecia um cachorro. — E também ele parece estar gostando..


— É.


Nós ficamos em silêncio admirando o Scotty comer, ele não era muito civilizado. Derrubou metade da ração pra fora do prato mais depois tratou de limpar aquilo. Comendo, claro. O Andréias foi se sentar no sofá e a crise de espirros começou.


— Esse cachorro aqui não vai dar certo — Ele disse entre espirros. Fiquei observando o Scotty e lembrando como eu queria ter um cachorro em casa e então por um grande impulso eu disse.


Eu posso ficar com ele. — Falei mais pra mim do que pro Andréias. Mais ele me olhou fascinado.


— Sério? — Perguntou se ajustando no sofá de uma forma que vinha pra cima de mim. Sabe o leão sobre o cordeiro? Eu estava me sentindo assim. Um cordeirinho prestes a ser devorado pelo leão. Mais ao contrário do cordeiro de verdade, eu não iria me opor a ser devorada pelo Andréias.


— Aham — Eu disse rápido para que assim ele me beijasse logo.


— Então ele fica sobe a sua responsabilidade agora — Ele disse. E antes que eu pudesse raciocinar que agora eu era responsável por um cachorro. UM CACHORRO ENORME, ele me beijou. Eu sei que sempre quis isso, mais eu não sou boa nisso entende? Não consigo cuidar nem de mim.


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Notas finais do capítulo

DEEEEEEEIXEM OS COMENTÁRIOS LINDOS DE VOCÊS OK? BEIJIIIIINHOS!