PdV – Julia

Eu havia desejado nunca ter conhecido Chris, desejei que Kiba nunca tivesse visto e seguido Sky foi por isso que Chris e eu nos conhecemos, foi por isso que acabei encontrando um amigo insubstituível. Ele havia me puxado para mais longe de Robert para dizer que quanto mais pessoas por perto melhor nossa segurança eu retruquei dizendo que ele era um louco que defendia zumbis, ele acabou vencendo dizendo que não deixaria zumbi algum me ferir e que eu podia ser mais perigosa que toda uma orda de necromorfos. Mentira dele sou apenas habilidosa.

Um zumbi saiu de trás da caminhonete quando me aproximei, se fosse amigo daquele idiota seria apenas menos um, mirei e disparei uma flecha certo no centro da testa perfeito. Depois apareceu mais dois e mais outros que vinham de trás das arvores quando as flechas acabaram puxei a faca e gritei pelo Chris. Eles estavam me cercando mais rápido que o normal, minha mão mal conseguia acompanhar meus olhos que não perdia um zumbi de vista logo estava ofegante não conseguia mais ver Kiba, mas ainda o ouvia rosnando o que significava que estava bem.

Estava exausta eles eram muitos ouvi tiros e Chris me chamou. Eu gritei de volta ouvi-lo me deu forças para continuar atacando abri caminho por entre aquelas coisas e logo estava ao lado de Chris que ria feito doido igual quando o conheci. Ele estava com uma flecha na mão a munição havia acabado e estávamos nos distanciando da caminhonete.

Estávamos cercados, quanto mais deles matávamos mais apareciam chamei por Kiba e ouvi mais tiros por alguns minutos eu havia me esquecido totalmente de Robert continuamos matando um a um e acabei me separando de Chris. Quando o ultimo deles havia morrido eu procurei com os olhos por Kiba.

Vi a garota zumbi com uma adaga na mão cheia daquela coisa meio sangue meio gosma dos zumbis, vi o cachorro zumbi brigando com um zumbi ainda no chão fiquei olhando até que a garota enfiou a adaga na cabeça do homem caído. Vi Kiba sentado ao lado de Robert que coçava atrás da orelha do lobo Robert sorriu quando olhei admirada para a cena Kiba não deixava Chris toca-lo. Chris... Ele estava encostado na caminhonete eu corri até ele.

– Fique longe – disse ele apontando para mim a pistola que acabava de pegar no carro

– Chris que ouve?

– Lembra quando disse que me morderiam por eu ser mais saboroso que você? – ele estava ofegante e ria.

– Chris – dei um passo na direção dele, mas ele gritou.

– NÃO SE APROXIME – senti alguém me tocando olhei era Robert que estava ao meu lado na minha frente estava Kiba encarando Chris preparado para atacar.

– Chris deixe-me ver isso – ele olhava para o braço onde fora mordido.

Eu queria ajudar, mas sabia que era impossível como a menina na floresta eu ia ter que enfiar uma faca na cabeça dele antes que ele morresse aquilo ia me doer tanto quanto doeu matar minha família, tanto quanto doeu matar o que sobrou de John.

– Me faz um último favor – disse ele depois de um longo silencio me olhando daquele modo sombrio com que olhava para Sky.

– O que você quiser.

– Feche os olhos. Por favor! – pediu ele colocando a arma na cabeça.

Senti as lagrimas caindo teimosos como sempre de meus olhos e fiz o que ele pediu. Ouvi um tiro e senti-me abraçada por Robert escondi meu rosto no peito dele não por que não quisesse que me vissem chorando, mas por que não queria ver Chris morto. Ficamos parados ali por um tempo até que as lagrimas secaram.

– Devemos enterra-lo – disse Robert, concordei com ele.

Cavamos um buraco grande e profundo suficiente para coloca-lo bem longe dos corpos dos zumbis, eu não enterrei meus pais, nem meu irmão, nem John não dei a eles nada digno do que foram em vida era neles que eu pensava enquanto cavava, senti minha mão doer ainda assim continuei cavando até Robert tomar a pá de minha mão e continuar o serviço. Quando terminamos fiquei sentada ao lado de Kiba olhando para o monte de terra que cobria o corpo de Chris enquanto Robert marcava o lugar. Não posso fazer mais nada por ele, mas ainda não sei para onde vou nunca perguntei a ele onde exatamente ficava a colônia de seus pais e eu não sei onde achar uma.

PdV – Robert

Fiquei ao lado de Julia por um tempo depois de termos enterrado Christopher, tentei tira-la de perto do tumulo, mas só consegui um olhar vazio arrumei algumas pedras em torno do monte de terra vermelha e plantei sementes de algo que eu acho ser flores do campo daquelas que parecem girassóis pequeninos de varias cores. Julia ainda assim permaneceu ali com a mão na cabeça do lobo que se deitou em sua perna, os olhos azuis dela estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Ela chorou a noite toda desde que Chris morreu até pouco antes do amanhecer quando começamos a cavar. Ela não devia mais ter lagrimas apenas dor, dor que eu conheço muito bem.

Deixei ela com o lobo e fui com Bendy e Hambúrguer para minha van, eu pensei em ir embora, sair dali e seguir meu caminho não conhecia aquele homem nem a mulher de olhos injetados de tanto chorar, mas mesmo assim não consegui seguir caminho. Peguei a van e retornamos para onde ela estava se ela quisesse seguir sozinha não me importaria entretanto não a deixaria ali.

A observei de longe ela falava algo com o lobo depois se levantou alongando o corpo e assoviando, manteve o braço esticado até que uma águia sobrevoou a cabeça dela e pousou em uma arvore.

– Pra onde? – perguntou ela a águia que ergueu voo

Julia se levantou com a faca na mão e passou por mim olhando para Bendy e foi em direção dos corpos dos zumbis eu fui atrás dela e do lobo mantendo distancia, ela colheu as flechas, entrou na caminhonete preta e ficou lá. Com a cabeça deitada no volante olhando para o outro lado. Deixei ela e voltei para minha van acabei me sentando debaixo de uma arvore olhando para Bendy que brincava com Hambúrguer ela havia colocado a focinheira nele novamente.

Ela não havia comido dormir talvez fosse bom de onde eu estava podia vê-la, tentei não pensar em nada e logo adormeci. Acordei com um grito de Bendy achei que Julia ou o lobo estivessem a atacando. Mas era outra coisa.