As Marotas e o Ciclo das Sombras escrita por TheCherrySecrets


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Ei, olha eu aqui de novo com mais um capítulo fresquinho para os meus leitores (fantasmas) hahaha. Aproveitem e comentem!



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POV. Camilla Stroker.

Duas semanas haviam se passado desde a chegada de Jazz. Desde então, a cada dia nós fazíamos algo diferente:quadribol no quintal, nadar no lago, pintar os fundos da casa de rosa pink, fazer guerra de tinta e depois correr para não sermos pegas por três mães furiosas... Um verão bem ao estilo das Marotas.

–Meninas, venham aqui em baixo agora! - Gritou minha mãe, em uma bela manhã de sábado.

Nós quatro nos olhamos, incertas, pensando qual seria o motivo da bronca dessa vez. Mesmo assim, fomos até a sala, onde ela nos aguardava. Bom, pelo menos uma berrando é melhor que três.

–Meninas - começou, com a expressão séria. - Essas cartas chegaram para vocês esta manhã.

No envelope, havia o selo inconfundível de Hogwarts. Lia deu um pulo na mesma hora, correndo para a dona Melissa.

–São os resultados dos N.O.M.s! - Exclamou, pegando a carta com seu nome e quase arrancando o dedo de minha mãe junto. Nerd.

O resto de nós pegou as cartas de maneira menos agressiva. Respirei fundo e abri o envelope, desdobrando o pergaminho que havia dentro dele.

RESULTADOS NOS NÍVEIS ORDINÁRIOS EM MAGIA
Notas de aprovação:
Ótimo (O)
Excede Expectativas (E)
Aceitável (A)
Notas de reprovação:
Péssimo (P)
Deplorável (D)
Trasgo (T)

RESULTADOS OBTIDOS POR CAMILLA STROKER

Adivinhação A

Astronomia E
Defesa contra as Artes das Trevas O
Feitiços O
Herbologia E
História da Magia A
Poções E
Runas Antigas E

Transfiguração E
Trato das Criaturas Mágicas E

Mal tive tempo de absorver o meu belo boletim, quando um furacão loiro começou a pular pela sala.

–Eu consegui! Consegui! - Comemorava Lia, incessantemente. - Eu não me ferrei!

–Como se isso fosse sequer uma possibilidade. - Comentou Amy, puxando o papel da mão da amiga. - Dez "Ótimos"? Vai se foder, Julia.

–Amanda! - Ralhou tia Giovanna, entrando bem a tempo de ouvir o xingamento da filha. - Já lhe disse que não gosto que fale palavrões em casa. Além do mais, não imagino o que Julia pode ter feito para merecê-lo.

–Ela tirou "Ótimo" em todos os N.OM.s, portanto mereceu sim. - Brincou a grifinória. Lia lhe mostrou a língua, puxando o boletim de volta para si e correndo porta a fora, em busca da mãe.

–Deixe-me ver as suas notas, Amanda. - Pediu a Sra. Miller, estendendo a mão.

–Não espere muito dele. - Alertou a garota, mas não negou o pedido da mãe.

Olhei preocupada para Amy, já pensando que ela havia se dado mal nas provas, mas uma piscada dela me confirmou que a garota estava apenas atormentando a mãe.

Jazz e eu nos juntamos para comparar os resultados. Suas notas estavam tão boas quanto as minhas, se não um pouco melhores.

–Bem, a lista de materiais chegou junto com os resultados. - Anunciou minha mãe, depois de inspecionar meu boletim. - Creio que poderemos ir ao Beco Diagonal depois do almoço, quando os meninos voltarem do Ministério. Enquanto isso... Cammie, cuide da sua irmã, por favor.

–Ah mãe, qual é?! - Resmunguei. - Uma aluna ótima como eu não merece uma folga? Além do mais, achei que Henry e Zoe estivessem com ela.

–Eles merecem um descanso, Camilla. Ou já se esqueceu que os dois trabalham? - Reprendeu-me. - Além do mais, uma ótima mãe de cinco filhos, curandeira em tempo integral e esposa dedicada também merece "uma folga".

Fiz uma careta, mas percebi que essa era uma discussão perdida.

–Vamos, Cammie, a gente te ajuda a cuidar da anãzinha. - Disse Amy passando o braço pelo meu ombro e puxando Jasmine consigo.

Demos um passo em direção à escada, antes de Jazz nos parar.

–Esperem. - Ela olhou em volta, como se procurasse por alguém. - Está faltando uma.

–Oh Merlim... - Amy então começou a assoviar e estalar os dedos, como se estivesse chamando um cachorro. - Nerd! Vem, nerdinha do meu coração!

Lia apareceu de volta da cozinha, com uma expressão que eu reconhecia como perigosa.

–Eu vou te agredir, Miller. - Ameaçou a loira, fazendo com que Jasmine e eu rissemos.

(...)

–Come logo isso ai, Marcus! Quanta lerdeza. - Reclamei, vendo meu irmão levar a colher de mousse até a boca como se fosse uma lesma.

–Fica quietinha ai, pirralha. - Mandou meu irmão mais velho, com a boca cheia de doce de maracujá.

–Se acalme, minha filha, o Beco Diagonal não vai fugir. - Tranquilizou-me meu pai.

–Calma é uma coisa que não pertence à Camilla Stroker, tio. - Disse Lia, sabiamente.

–Por que ao invés de perturbar a ingestão de alimento do seu irmão, a gente não sobe para se arrumar? - Sugeriu Jazz.

Bufei impacientemente, mas concordei. Subi com minhas amigas para o quarto, onde nos arrumamos para sair. Cerca de 15 minutos depois, estávamos lindas, belas e perfumadas.

Cammie: http://www.polyvore.com/cammie_stroker_amcs/set?id=88827435

Lia: http://www.polyvore.com/lia_bejuk_amcs/set?id=88831653

Amy: http://www.polyvore.com/amanda_miller_amcs/set?id=90724108

Jazz: http://www.polyvore.com/jasmine_brooke_amcs/set?id=91343397

Quando todos já estavam reunidos na sala, nos organizamos perto da lareira, que usaríamos para chegar ao Caldeirão Furado. Um a um, todas as 21 pessoas que atualmente moravam ali, se enfiaram no meio dos restos de madeira queimada e sumiram com um clarão verde ao dizerem o lugar para onde queriam ir.

Logo, estávamos todos no Caldeirão Furado.

Decidimos nos separar, para que cada um pudesse comprar o que mais lhe interessasse. Como nossos pais comprariam os livros da escola, as meninas e eu resolvemos passar na Madame Malkin e ver se conseguíamos algumas vestes novas.

No caminho para a loja, eu vi alguns rostos conhecidos, outros alunos de Hogwarts fazendo suas compras de começo de ano letivo, mas não parei para cumprimentar ninguém, pois nenhum era realmente meu amigo. Quando estávamos a porta da loja, porém, um par de mãos cobriu meus olhos, me impedindo de continuar.

–Adivinha quem é. - Disse uma voz masculina, claramente tentando ser sedutor.

–Ricardão! - Exclamei, fingindo felicidade.

As mãos saíram dos meus olhos e me viraram pelos ombros. No segundo seguinte, me vi encarando meu melhor amigo, Jack Harries, que tinha uma expressão de indignação no rosto.

–Você é ridícula, Stroker. - Falou ele.

–Também senti sua falta, Jacky. - Disse, abraçando-o rapidamente.

Ele cumprimentou as meninas rapidamente.

–Cammie, estou indo me encontrar com o pessoal da nossa casa. - Jack disse, virando-se de volta para mim. - Quer ir também?

–Ahm... Não sei, Jack, ia ser chato deixar as meninas sozinhas. - Respondi incerta, lançando um olhar rápido às minhas amigas.

–Não se preocupe, Camms, a gente sobrevive cinco minutos sem você. - Falou Lia, abanando a mão em um gesto displicente.

–É, não vai ser esforço nenhum. - Brincou Amy, recebendo um soco meu como resposta.

–Nos vemos depois, então.

Acenei para elas que entraram no Madame Malkin, enquanto segui pela rua com Jack.

–Está me levando para encontrar quem, no final das contas? - Perguntei a ele.

–Hum... Michael, Chelsea, Lindsay... - O gemido de desgosto que eu deixei escapar o fez parar. - Algum problema?

–Você sabe que sim. - Respondi, bufando.

–Você realmente não consegue deixar isso para lá, né?!

–Ela é uma vaca, Jack. - Retruquei. - E, pior que isso, ainda tem a cara de pau de ficar se fazendo de boa moça para todo mundo.

–Ela pode ter mudado, Camms. - Argumentou Jack. - Mas você não tem como saber disso, já que nunca dá uma chance à garota.

–E nem pretendendo dar! Aquela garota é muit...

–Muito o que? - Insistiu, quando parei de falar. Ele agitou a mão na frente dos meus olhos. - Cammie?

Mas eu não estava ouvindo nada. A única coisa que meu cérebro conseguia processar naquele momento era o casal sentado na frente de uma sorveteria, de mãos dadas, sorrindo como se fossem as pessoas mais felizes do mundo.

–Camilla, fala comigo! - Brandou meu amigo, chacoalhando meu ombro.

–Quando aquilo aconteceu? - Perguntei ainda vidrada no casal.

–Aquilo...? - Então ele seguiu o meu olhar e compreendeu, quando viu que eu encarava seu irmão gêmeo parecendo felicíssimo com a namorada, que reconheci como Elizabeth Nicholson, da Corvinal.

Aqui está a verdade embaraçosa: eu tinha a maior queda do mundo por Luke Harries, o grifinório irmão do meu melhor amigo. Talvez porque ele era muito inteligente ou talvez fosse seu jeito meio tímido, mas ainda assim simpático... Ou talvez fosse simplesmente por sua inegável beleza. Ele ser melhor amigo da Lia também não ajudava muito, pois acabávamos passando bastante tempo juntos. O fato era que eu gostava do Luke há mais ou menos um ano, mas nunca fora corajosa o suficiente pra dizer isso à ele.

Não pense que isso me impediu de me relacionar com outros caras! Eu já tive um ou dois namorados, assim como ele próprio teve seus relacionamentos, mas no final nada realmente mudava; eu continuava tendo uma paixonite por Luke e ele continuava sem saber.

–Foi no começo do verão, eu acho. - Disse Jack, fazendo uma pequena careta. - Não esperava que eles realmente namorassem, sabe?! Luke não se compromete com facilidade.

–É, eu sei... - Murmurei, mordendo o lábio inferior.

–Se você dissesse a ele como se sente, não estaria passando por isso. - Falou ele, que sabia dos meus sentimentos por seu irmão.

Dei um suspiro pesado, desviando os olhos dos dois.

Porém não tive tempo de responder algo à ele, pois a porta do Madame Malkin se abriu com um estrondo à algumas lojas de distância.

–É melhor você se preparar, vadia, porque eu vou te fazer engolir cada palavra nojenta que você ousou proferir contra mim! - Berrou Lia furiosamente, empurrando uma garota pra fora do estabelecimento.

POV. Julia Bejuk

Assim que nos despedimos de Cammie, Jazz, Amy e eu entramos na loja da Madame Malkin. Estava vazia, o que me surpreendeu, considerando a quantidade de alunos de Hogwarts que eu vira pelo Beco.

Logo, uma jovem atendente, que se apresentou como Bridget, veio perguntar se precisávamos de ajuda. Jasmine foi logo dizendo que precisava de novas vestes a rigor, então a moça nos guiou por entre as araras de roupa até uma parte da loja que era cheia de vestidos de festa.

Quase no mesmo momento, o som do sininho da porta atraiu a minha atenção, mas eu preferia que não tivesse o feito. As duas garotas que haviam acabado de entrar eram só as corvinais mais detestáveis que eu já havia conhecido: Emma Jhonson e Jenna Marchall.

–Eu te disse que vir aqui era uma má ideia, Jenn. - Disse Emma, assim que virei o rosto de volta para as roupas. - Quer dizer, olha o tipo de pessoa a gente encontra.

Senti o sangue ferver no mesmo instante. Um olhar às minhas amigas confirmou que elas estavam tão insatisfeitas quanto eu.

–A porta da rua é serventia da casa, Jhonson. - Falei, tentando manter a calma. Ergui os olhos para as duas. - E até onde eu sei, as inferiores aqui não somos nós.

–Bem, eu não vejo mais ninguém aqui, Bejuk. - Respondeu a loira, olhando ao redor como se procurasse por alguém. - E, claramente, não sou eu que venho de uma família que já nem sabe mais quantos filhos tem. Me diga, Julia, como vocês ainda tem dinheiro para se sustentarem? Seus pais não estão dando o golpe no Ministério, estão?!

–Isso, sem mencionar as suas companhias. - Acrescentou Jenna, maldosamente. - Onde está a sua amiguinha retardada? Tomaram algum juízo e resolveram abandona-la?

–Escuta aqui, sua piranha dos Infernos... - Começou Mandy já avançando na direção das duas.

–Parem com isso! - Interveio a atendente, se posicionando entre nós. - Não quero brigas no meu estabelecimento.

–Além do mais, não vale a pena perder o nosso tempo com lixo. - Concordou Jazz, tocando o ombro de Amanda, para tentar acalma-la. Então, os olhos azuis se cravaram nas corvinais de maneira maligna. - E, para o seu próprio bem estar físico, é melhor vocês se retirarem.

O rosto delas transpareceu insegurança por um momento, mas logo em seguida voltou a ser o arrogante nojento de sempre.

–Vamos sair daqui, Jenn. - Disse Emma, mas tinha o olhar fixo em mim. - Está óbvio que esse lugar é frequentado somente por gentinha de quinta categoria que tenta parecer melhor do que realmente é. Não vamos perder nosso tempo com coisas desse tipo.

A loira se virou de costas, exatamente no momento em que senti a raiva explodindo em mim.

Avancei para ela agilmente e a empurrei com toda a minha força na direção da porta, produzindo um estrondo e fazendo-a cambalear para o meio da rua.

–É melhor você se preparar, vadia, porque eu vou te fazer engolir cada palavra nojenta que você ousou proferir contra mim! - Gritei para ela, pronta para virar sua cara do avesso.

Entenda, eu não costumo me descontrolar assim. O estilo "barraqueira" se aplica muito mais à Cammie do que à mim, mas se tem alguma coisa que eu não suporto é que ofendam a minha família ou os meus amigos.

–Está louca, garota? - Perguntou Emma, furiosa.

–Para uma aluna da Corvinal, você deveria ser mais esperta, Jhonson. - Falei quase gritando. - Lição número 1: nunca fale mal das pessoas que eu amo.Nunca.

O primeiro tapa a pegou desprevenida. Emma levou a mão ao rosto, parecendo chocada por um instante. Então os olhos dela pareceram queimar na minha direção e ela avançou direto nos meus cabelos.

A próxima coisa que senti foram minhas costas batendo no chão e o peso da garota por cima de mim. Ela puxou o meu cabelo, me causando uma dor aguda, mas também mais raiva. Eu reagi, empurrando-a para o lado e invertendo as posições. Uma vez por cima, eu ataquei cada parte dela ao meu alcance, batendo e arranhando o mais que podia.

O som de pessoas gritando me parecia distante, devido a minha enorme concentração em acabar com a garota embaixo de mim. Antes de eu me sentir satisfeita com o meu trabalho no rosto de Emma, mãos me puxaram para cima, levando-me para longe dela. Ao afastar o cabelo dos olhos, pude identificar Cammie e Jack me segurando.

–Lia, para com isso! - Pediu Jack, tentando me conter, mas eu ainda me debatia, tentando alcançar a corvinal que agora se levantava com a ajuda de Jenna e da recém chegada, Elizabeth Nicholson.

–Eu não sei o que ela fez, mas não vale a pena sujar as mãos com ela. - Concordou Cammie, segurando meu braço.

–Ela bem merece uns tapas, se querem saber. - Opinou Mandy.

–Isso! Agora me soltem para que eu possa bater mais nessa loira falsa! - Esperneei em vão, pois Jack ainda era muito mais forte que eu e me manteve no lugar.

–O que é isso, Bejuk?! Ficou tão fraca que não consegue nem se livrar de dois lufanos? - Debochou Emma, mesmo estando com diversas marcas vermelhas e alguns arranhões. É muita cara de pau para uma garota só!

–Emma, fique quieta. - Ouvi Elizabeth dizer, mas já era tarde demais.

A mão de Cammie havia deixado o meu braço e agora se fechava em punho. Uma olhada rápida para seu rosto me disse que a corvinal tinha escolhido as palavras erradas.

–Eu vou te mostrar o que a lufana aqui pode fazer. - Ameaçou minha amiga, avançando na direção da garota.

Aproveitei a distração de Jack e me esquivei de seus braços. Juntas, Cammie e eu seguimos para cima de Emma.

–Pega ela, soca ela, faz purê de vadia! - Às nossas costas, Mandy gritou para nos incentivar, o que teria me feito rir se eu não estivesse tão determinada a esganar a loira a minha frente.

Infelizmente, uma pessoa se metendo em meu caminho, me impediu de continuar.

–Julia, sossega! - Mandou o ser que me segurava.

–Me deixa, Luke. - Retruquei ao meu melhor amigo. - Você não sabe o que essa cachorra me disse!

–Não interessa, não vou te deixar brigar no meio da rua como uma louca.

Ele praticamente me ergueu pela cintura e carregou para longe da confusão. Perto de nós, pude ver Cammie brigando para se soltar de Jack e Michael Hunt, seu companheiro de casa.

–Tire esse sorrisinho do rosto, Jhonson. Não vamos esquecer isso. - Avisou Jazz à corvinal, antes de nos seguir com Amanda.

Os meninos tiveram que carregar a mim e a Cammie por, pelo menos, cinco lojas rua acima até que nos acalmássemos.

–Vocês deveriam tê-las deixado bater mais naquela ridícula da Emma. - Disse Mandy aos meninos, quando nós paramos na frente de um café.

–E vocês deveriam tê-las impedido. - Retrucou Luke, parecendo ligeiramente irritado. - Não lhes ocorreu que elas podiam ter se machucado?

–Lia e Milla contra a Emma?! Qual é, Harries, não tinha a menor chance delas perderem. - Falou Jasmine, dando um sorrisinho sacana. - E eu estou com a Amy, a garota merecia mais uns tapas para parar de ser folgada.

–Vocês quatro não tem jeito mesmo. - Comentou Michael, revirando os olhos e nós não fomos capazes de conter o riso.

–Se não precisam mais de mim, eu tenho que encontrar a Lizzie. - Disse Luke, me fazendo lançar a ele um olhar indagador. Meu melhor amigo simplesmente me lançou uma expressão de "conversamos depois". - Tentem não cometer algo ilegal, está bem?

Ele me deu um rápido beijo na bochecha, acenou para as meninas e se afastou, deixando-me para trás com uma enorme curiosidade.

(...)

Algumas horas depois, nós quatro voltamos para o Caldeirão Furado com as vestes novas e sem outras brigas no meio da rua. Nós quatro concordamos que era melhor deixar nossos familiares de fora do nosso pequeno incidente com as corvinais. Infelizmente, eles não precisaram da notícia vinda de nós, pois já tinham outras fontes...

–Julia Anne Bejuk! - Berrou minha mãe, assim que entramos em seu campo de visão.

Metade do bar se virou na nossa direção, me fazendo desejar ter um buraco para poder me esconder nele; tamanha era a minha vergonha.

–Que história é essa de estar brigando no meio da rua? - Continuou, lançando-me seu melhor olhar reprovador.

–Em minha defesa, foi ela quem começou e...

–Não quero saber quem começou! - Interrompeu-me com a clássica frase das mães. - Eu não te criei para que você saísse por ai batendo nas pessoas de maneira tão bárbara.

–Tia Samantha, a garota realmente mereceu. - Jazz saiu em minha defesa. - As coisas que ela disse à Lia sobre a sua família foram ridículas.

–Isso sem comentar o que ela disse sobre mim. - Acrescentou Cammie, que claramente não superara as ofensas à sua casa.

–Calada, Camilla, sua situação esta igualmente ruim. - Cortou a Sra. Stroker. - Onde já se viu?! Duas moças como vocês causando escândalos no meio da rua. E vocês, Amanda e Jasmine, estou decepcionada por não terem feito nada para impedi-las.

–Até onde eu vejo, tia, elas estavam somente impondo respeito. Com um pouquinho de força. - Mandy se defendeu, recebendo um olhar fuzilante.

–Como vocês souberam disso, afinal? - Perguntou a lufana, antes que a mãe resolvesse desintegrar nossa amiga.

–Metade do Beco Diagonal estava comentando. - Respondeu minha mãe, indignada. - Que absurdo, minha filha sendo motivo de fofocas!

–Com todo respeito, Sra. Bejuk, mas o que mais acontece conosco é virar alvo de fofocas. - Falou Mandy, dando de ombros. Obviamente, ela não tem medo da morte. - Afinal de contas, somos as Marotas.

–E esse é o meu maior medo. - Respondeu Samantha, respirando fundo, provavelmente tentando não pular em nossos pescoços. - Vamos pra casa antes que vocês arranjem mais confusão. - Então ela ergueu o dedo indicador para nós, de forma ameaçadora. - Mas nem sonhem que essa conversa já acabou.

Mamãe saiu pisando duro junto a mãe de Cammie, o que nos rendeu quinze segundos de privacidade, dos quais Jazz aproveitou para comentar calmamente:

–Bom, é só mais um dia comum para as Marotas.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Lindo? Barraqueiro? Mais ou menos? ME DIGAM! Deixem um comentário charmoso e seduzente ai pra mim, ok?
Beijos da Cherry xx