As Marotas e o Ciclo das Sombras escrita por TheCherrySecrets


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

E aqui está o primeiro capítulo! Espero que gostem. Boa leitura ;)



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POV. Jasmine Brooke

A pouca luz do quarto ainda permitia que eu visse as palavras escritas nas duas cartas em minhas mãos.

Na primeira, minha amiga Camilla me escrevera, chamando-me para ir à casa que sua família dividia com os Bejuk e os Miller durante o verão. Minha resposta, infelizmente, foi que não poderia ir, já que meus avós não permitiram que eu fosse "me reunir com tais pessoas"; em outras palavras, eles não queriam que eu passasse meu tempo com qualquer um que não fosse um puro-sangue, de preferencia da Sonserina. Um preconceito idiota, na minha opinião.

Na segunda carta, somente uma frase havia sido rabiscada, na letra fina de Amanda: "Vamos resolver isso". Se fosse qualquer outra pessoa, eu simplesmente relevaria, sabendo que não havia nada a ser feito, mas estamos falando das minhas amigas aqui.

Camilla Stroker, a garota de rosto meigo e atitudes loucas. A morena era a lufana mais inusitada que já pisou em Hogwarts, sendo completamente oposta do que se espera de uma aluna dessa casa, minha amiga era do tipo que não levava desaforo para casa; e apesar de seu temperamento forte, mantinha a lealdade acima de tudo.

Julia Bejuk, a loirinha com um coração tão grande quanto seu cérebro. Sem a menor dúvida a nerd entre nós, sendo que o Chapéu Seletor até chegou a considerar a chance coloca-la na Corvinal. Mas, no final, o seu lado nobre e corajoso falou mais alto e a garota foi parar na Grifinória. Um amor quando quer, um perigo quando provocada.

Amanda Miller, a senhora suprema da ironia. Apesar de seu rosto angelical, Amy é uma das mais endiabradas do nosso pequeno grupo, nunca negando uma boa pegadinha e com a constante expressão travessa no rosto. A grifinória pode ser mestre na arte do sarcasmo, mas quando se trata de ajudar as amigas, se torna a pessoa mais carinhosa e palhaça, sempre disposta a nos fazer rir.

Essas eram as minhas melhores amigas. As três se conhecem desde pequenas e foram criadas juntas, mas mesmo assim aceitaram uma garota intrusa em seu grupo, quando essa estava perdida nos vagões do Expresso de Hogwarts, sem lugar para ficar na sua primeira viagem. Depois disso, nem as casas diferentes foram capazes de nos separar e, desde então, nós quatro nos tornamos As Marotas.

Não pense que nos nomeamos dessa maneira. Não, esse nome veio da nossa amada diretora, tia Minnie (ou Profa. McGonagall, como ela prefere). Num belo dia do nosso primeiro ano escolar, após recebermos detenções rígidas por uma brincadeirinha boba que envolvia algumas Bombas de Bosta, uns diabrétes e um corredor cheio de alunos, ouvimos uma conversa que Minerva tinha com Hagrid, na sala dos professores:

–Essas quatro são impossíveis, Hagrid. - Dizia ela, numa mistura de indignação e riso. - Sempre aprontando por aí e estão só no primeiro ano!

–Elas são realmente difíceis, diretora. - Concordou. - Mas elas me lembram Os Marotos, sabe? São como James, Sirius, Lupin e Peter.

–Sim, e são travessas do mesmo modo. Como se fossem As Marotas.

Afastei a lembrança e olhei no relógio em minha cabeceira, vendo que já era 1:00 da manhã. Suspirei, colocando as cartas no móvel e me deitando. Se aquelas doidas não fizeram nada até agora, não vai ser de madrugada que farão.

Senti os olhos pesando devido ao cansaço e, logo, estava dormindo.

Eu estava em uma sala. Porém nada nela me era familiar; com certeza, nunca tinha estado lá.

No centro do cômodo, havia uma grande mesa de jantar, fracamente iluminada por um lustre que se erguia acima dela. Ao seu redor, várias pessoas estavam sentadas, cochichando fervorosamente. Seus rostos, no entanto, estavam ocultos por capuzes negros. As enormes janelas estavam sendo fortemente castigadas por um temporal, que as fazia vibrar e assoviar de tempos em tempos. Não havia nada nas paredes que ajudasse no reconhecimento do lugar; todas estavam vazias, a não ser uma atras de uma das pontas da mesa, onde um quadro estava pendurado. Este, porém, estava encoberto por uma cortina vermelho sangue.

O vento frio soprou em meu rosto, me arrepiando. Olhei em volta, a procura de uma janela aberta de onde ele teria vindo, mas a única passagem de ar era uma minúscula fresta na porta da sala.

–Já basta. - Ordenou uma voz masculina, sentada à ponta da mesa. Aparentemente sua voz gélida assustava tanto aos seus companheiros quanto à mim, pois todos se calaram. - Vamos prosseguir com a reunião. - Ele virou a cabeça para a pessoa a sua direita, que estava de costas para mim. - Como as buscas estão indo?

–Le-Lentamente, meu senhor. - Gaguejou o homem. - Os grupos estão tendo problemas em acha-la.

–Como isso é possível? - Rosnou o Grande Chefão para todos os presentes, fazendo alguns deles se encolherem um pouco. - Eu lhes concedi todos os métodos necessários, lhes ensinei os encantamentos e ainda não a encontraram?!

–Lamentamos muitíssimo, senhor. - Desculpou-se uma das pessoas, apressadamente. Não pude ver quem foi, mas percebi que era mulher. - Mas a área é muito extensa e...

–Não quero ouvir suas desculpas. - O homem interrompeu-a, com sua voz cortante. - Estamos nesta busca há muito tempo e vocês não me trazem resultado algum.

A sala caiu em quietude extrema, enquanto o Chefão parecia preso em seus pensamentos. Mal era possível ouvir as respirações dos presentes, como se eles temessem que encher os pulmões de ar fosse aborrecer seu mestre. O único som vinha das gotas de chuva que ainda batiam nervosamente nas janelas. Depois do que me pareceu uma eternidade, o cara na ponta da mesa, voltou a falar.

–Vocês irão intensificar as buscas.

Mais uma onda de cochichos encheu o local.

–M-Mas, meu senhor, não creio que isto seja seguro. - Opinou o homem à direita, gaguejando novamente. - Os arredores da área estarão m-muito mais movimentados dentro de pouco t-tempo.

Revirei os olhos e senti vontade de manda-lo deixar de ser medroso. No entanto, mordi a língua para me conter; não sabia se queria que minha presença fosse notada.

–Não me importa. - Respondeu o Chefão, rudemente. - Se sua liderança não fosse tão incompetente, já teríamos a pedra em mãos e não correríamos risco algum.

Ele se levantou e caminhou lentamente até se posicionar as costas da pessoa à sua esquerda. Mesmo de frente, não pude ver seu rosto, já que esse permanecia escondido nas sombras. O Grande Chefão se inclinou sobre o ombro de quem quer que estivesse sentado na cadeira.

–Você será a nova encarregada pelas buscas. Não me decepcione.

–Eu não falharei, meu senhor. - Respondeu uma voz feminina, confiante. Sua voz nem de longe era tão fria quanto a de seu mestre, mas ouvi-la fez um arrepio subir pela minha coluna.

O homem se empertigou, e pareceu olhar diretamente para o cara gago que agora estava à sua frente.

–E quanto a você...

–M-Meu senhor...?

Ele não teve tempo de completar sua pergunta carregada de medo, pois uma luz verde resplandeceu da varinha do Grande Chefão e o homem caiu no chão, sem fazer mais movimento algum. Morto.

–E que isso sirva de lição à todos vocês. - Falou o chefe, sua voz me soando mais terrível do que antes.

Um raio caiu em algum lugar próximo, iluminando a sala toda enquanto o trovão fazia-a vibrar.

A última coisa que vi, foram os olhos azuis da mulher à esquerda. Olhando diretamente para mim.

Acordei sobressaltada. Minha respiração estava acelerada e meu rosto estava coberto de suor, como se eu tivesse acabado de correr uma maratona. Sentei na cama, ofegando enquanto tentava me acalmar. Uma batida na minha janela, porém, fez com que meu coração voltasse a bater forte. Me movi rapidamente, abrindo a gaveta do móvel ao lado da cama e pegando a varinha que estava lá dentro.

Tentando ser o mais silenciosa possível, fui até a ampla janela e puxei a cortina que a tampava, quase tendo um ataque do coração em seguida. Do lado de fora, iluminadas pela luz da lua, estavam as minhas três melhores amigas montadas em vassouras e sorrindo para mim.

–Oi Jazz.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Me digam em um belíssimo comentário!Espero ter agradado!Beijos da Cherry ♥