Cameron

– não pode ir com ela, sinto muito. O enfermeiro me barrou me deixando atordoado parado olhando aquela cena, sabia que não podia fazer nada no momento, aliás nem medico sou.

Estavam levando seu corpo frágil e pálido até a maca, e eu via tudo em câmera lenta. A minutos atrás estava com os meninos fazendo uma competição de quem comeria mais hot-dog, eu era o juiz, no quinto hot-dog, ouvimos um barulho de algo caindo da agua, o lado fofoqueiro de todos nós apitou e fomos ver o que era, depois de passar por várias pessoas e levar vários esbarroes chegamos, vi um monte de pessoas mas ainda não sabia o que tinha acontecido, vi um rosto conhecido, Amanda.

– Amanda, oque que aconteceu? Eu perguntei a ela meio desesperado, ela me olhou, deu um meio sorriso.

– parece que M&M’S não boiam. Ela disse sarcasticamente e só ai eu entendi, Megan tinha caído no mar, e logo me veio à mente, ela não sabe nadar. - fica frio, já chamaram a ambulância e tal, chegam em quinze minutos. Ela disse normalmente.

Em quinze minutos ela já estaria morta a muito tempo, não pensei em mais nada, tirei meu sapato, o celular e carteira e joguei no chão e corri até grade, e simplesmente pulei. O mar estava muito agitado e muito frio, tentei não pensar nisso e tentei achar a Meg, mergulhei uma, mergulhei duas, mergulhei três e nada de achar seu corpo, nesses momentos que eu agradeço a minha tia pela as aulas de natação forçadas, na quarta vez achei seu corpo pálido, estava desmaiada, seu cabelo colorido voando, ela estava tão sem vida, estava afundando cada vez mais, ver aquilo me deu vontade de chorar, mas não fiz isso afinal, 1. Estava na agua e chorar seria meio inútil, 2. Estava em pânico demais para chorar e 3. Eu tinha que salvar ela. Sem esperar mais, puxei sua mão, depois de nadar muito finalmente cheguei na areia com seu corpo, coloquei seu corpo lá, comecei a fazer massagem cardíaca nela mas nada acontecia, estava ficando desesperado, fiz respiração boca a boca, tudo que eu via nos filmes eu estava fazendo, e comecei a apelar a ela e a Deus. Gritei, implorei, me declarei, fiz de tudo e bem, no meu último pingo de esperança ela acordou. Cuspiu muita agua, e a melhor parte de todas, ela me perdoou e disse que me amava, foi um dos melhores momentos da minha vida.

Acho que agora tudo se ajusta, eu acho que eu posso ser um pouquinho feliz agora, estava distraído e com frio, ia pegar a minha moto e ir pro hospital ver a Meg mas uma idosa me parou.

– você é o que dessa menina que se afogou? Ela perguntou, porque é normal uma idosa vestida de cigana, aparecer do nada e te perguntar isso, mas como eu sou um menino educado...

– err namorado. Eu disse meio inseguro afinal não sei se voltamos mesmo, mas se deus quiser, vai ser, tudo vai voltar a ser como antes.

– e o que você é daquela loirinha com roupas indecentes? Ela perguntou apontando para a Amanda que estava bebendo uma coca –cola sentada em um banco, como se nada tivesse acontecido.

– sou ex-namorado. Eu disse e ela deu um sorriso torto.

– isso explica tudo que eu vi. Ela disse e saiu andando, tipo, what?

– ei, ei volta aqui. Eu disse correndo atrás dela, ela parou e me encarou. - como assim isso explica tudo que você viu?

– a loira jogou sua namorada no mar, quer que eu soletre, menino burro. Ela disse me deu um tapa na cabeça (e doeu, porque tem que ter tantos anéis?) e foi embora.

Oque? A Amanda seria capaz de fazer isso? Primeiro eu vou ver a minha Meg, depois eu vou ter um certa conversar com certa piranha.

Megan

– [...] você me apronta uma dessas? Eu quase tive um ataque do coração. Já tinham se passado uns vinte minutos que meu pai está falando, e falando, e falando, mas ele prometeu me levar a sorveteria assim que eu saísse do hospital, se eu soubesse teria me afogado a muito tempo, se bem que eu não me afoguei, a vaca da Amanda me jogou, eu preciso contar isso pro Cam, tipo urgentemente, ele não pode continuar vivendo perto daquela louca, estou me sentindo no filme da Beyonce, A obsessiva, se bem que ser a Beyonce deve ser legal, falar da Amanda me lembra, o que ela fez no passado do Cam? E quem é ele? Eu não posso ficar sem perguntar, metade de mim é só curiosidade o resto é gordura mesmo. Eu vou ter que ficar aqui uns dois dias por observação porque eu tenho leucemia não posso ficar me radicalizando assim, sabe doutor é porque eu tomei muito Nescau e fiquei muito radical, okay, parei.

– eu vou embora, deixei o Nick com a mãe da Kath e vai saber o que eles fizeram com o seu irmão. Ele disse e eu soltei uma risada pensando no meu irmão vestido de roqueiro, meu pai de meu um beijo na testa e foi embora.

Eu estava viajando olhando e nem vi ele entrando no quarto, serio mesmo que ele vai me ver com essa camisola? Com esse cabelo? E pior, com essa cara pós afogamento? Eu realmente odeio hospitais, o que é o cumulo afinal eu sou doente, hospitais fazem parte da minha rotina. Ele veio andando até a minha cama e deu um sorriso que eu não pude não retribui, ele é tão awwwn, ainda mais com essa cara de quem acabou de acordar e esse cabelinho bagunçado.

– você me deu um susto e tanto garotinha. Sussurrou ele, e em seguida deu uma bagunçada no meu cabelo. – eu quase tive um ataque quando eu vi que era você lá em baixo.

– desculpa, mas não fui eu e....

– shiiiii. Ele me interrompeu colocando a mão em meus lábios e me deu uma vontade de morder o dedo dele ou melhor acabar com essa brincadeira e beijar logo seus lábios tão macios, sinto tanta falta deles. - vamos conversar sobre isso quando você sair daqui, mas tem uma coisa que não sai da minha cabeça. Ele falou e deu um sorriso nervoso. – você me perdoou de verdade, ou foi só coisa do momento?

– sim Cameron. Eu disse simplesmente, serio mesmo que ele me pergunta isso? Não tá meio que na cara?

– sim Cameron, você me perdoou, ou foi coisa do momento? Ele perguntou e eu soltei uma risada.

Ele jogou a cabeça para o lado e fez uma cara confusa, eu parei de rir e encarei seu rosto, olhei bem nos seus olhos mas meu olhar automaticamente foi para seus lábios que estavam entreabertos, ai meu deus, eu não aguento mais...

Sem pensar em mais nada simplesmente juntei meus lábios nos seus, coloquei a mão em sua nuca o puxando para a frente, no começo ele não correspondeu por causa do susto, mas um segundo depois nós já estávamos em um beijo urgente, cheio de saudade e amor, sentia sua língua quente na minha boca gelada, ah esse beijo, que saudade. Nos separamos por falta de ar, maldito seja essa ar.

– isso quer dizer que você me perdoou né? Ele perguntou respirando fundo, nossos narizes se encostavam.

– entenda como quiser Capitão. Eu disse dando um sorriso tímido, ele me olha nos olhos.

– eu te amo tanto, eu pensei ia te perde hoje e você não me respondia... eu o calei com um beijo.

– você tem falado muito ultimamente, você sabia que existe outras coisas pare se fazer com os lábios. Eu disse e ele soltou uma risada.

– você é louca. Ele disse fazendo uma cara engraçada. – e esse é um dos motivos que eu sou completamente apaixonado por você, só você. Ele disse sorrindo, e eu não pude não sorrir, meu sorriso era tão grande que eu deveria está parecendo o gato da Alice.

– eu senti tanto a sua falta. Eu disse dando um abraço de urso nele.

– eu senti o triplo pode aceitar. Ele disse fazendo meu coração bater mais forte, abracei ele mais forte.

Eu amo tanto esse menininho...