POV Clarkson

Acordei com a Amberly se mechendo. Ela virava a cabeça de um lado para o outro, resmungando coisas que eu não entendia. Ela começou a tossir compulsivamente e ficar com dificuldade de respirar.

– Amber? Amber acorde! – eu dizia, segurando seu rosto.

Os aparelhos que monitoravam seus batimentos começaram a apitar muito rápido e logo a sala estava cheia de médicos. Eu ainda tentava acorda-la. Os médicos me acompanhavam e regulavam seu soro, ou aparelhos. Ela abriu os olhos, assustada e depois me olhou. Senti seu corpo ficar mais leve e seus batimentos diminuírem gradativamente.

– Esta tudo bem? – perguntei.

– Eu não conseguia ver, ou respirar. Era muita fumaça! E eles corriam atrás de mim.. – ela dizia, ficando nervosa outra vez.

– Shh.. Foi só um pesadelo minha querida – eu disse, a abraçando.

– Foi tão real – ela disse, chorando.

– Eu estou aqui. E daqui não sairei.

– Obrigada.

– Majestade, podemos falar a sós um segundo? – o medico perguntou.

Levantei devagar, dei um beijo na testa dela e saímos juntos, parando no corredor. Me sentia mas cansado que o normal.

– Não tenho boas noticias majestade – ele disse.

– Apenas diga de uma vez.

– A saúde da senhorita Amberly não esta das melhores e seu estado emocional é critico.

– O que podemos fazer para reverter?

– Acredito que ela precise de algo que a faça espairecer. Talvez sua casa e..

– Não. Isso não. Outra coisa.

– Não sei, senhor. Mas acredito que ela esta muito mal.

– Quero que mandem ela para seu quarto. Ela ficara mais confortável lá. Eu já sei o que fazer. Entre lá e avise a ela que precisei ir ao escritório e volto em menos de uma hora.

– Sim, majestade.

– Obrigada.

Sai apressado e fui direto para o escritório. Entrei apressado e sem bater. Meu pai tomou um susto.

– Onde está a educação? – ele perguntou, irritado.

– Na ala hospitalar – eu disse - Vim apenas para lhe informar que afunilarei a competição para a Elite.

Eu virei para sair.

– Espera. Quero que três especificas fiquem. E que duas saiam.

– Certo. Estou ouvindo.

– Alice Harris, Therese Sulez e Beatrice Carwright.

– Porque elas?

– Porque todas as três, representam muito para o povo, ou para os governantes vizinhos.

– Certo. E quem quer que saia?

– Ashley Bradley e Amberly Station.

– Nem pensar.

– Não seja estúpido.

– Minha Elite, minhas escolhas. Posso ate ceder e deixar algumas das que você quer, porque eu mesmo só tenho quatro em mente. Na verdade, por mim, eu já teria acabado com a Seleção. Mas entendo o protocolo.

– Você será um desastre como rei.

– E ainda serei melhor que o senhor – eu disse, me retirando.

Ouvi meu pai bufar antes de eu fechar a porta. Fui direto para o salão das mulheres e pedi que anunciassem minha solicitação. A criada entrou e depois voltou, me pedindo para entrar.

– Bom dia meninas – eu disse.

– Como esta a Amber majestade? – Katherine perguntou.

– Já acordou – respondi, com um sorriso.

Todas sorriram e relaxaram suas posturas.

– Mas esse não é o motivo de eu estar aqui – eu disse, apreensivo – mediante ao desastre que passamos, não acho certo manter algumas aqui, considerando que não tem tanta chance. Resolvi anunciar minha Elite.

Todas elas se entreolharam nervosas e se aprumaram. Vi Elizabeth e Hannah darem as mãos. As eliminações eram sempre a pior parte. Eu detestava aquilo. Então resolvi ser breve.

– A Elite é Amberly Station, Katherine Smith, Beatrice Carwright, Hannah Randell, Ashley Bradley e Alice Harris. As demais, me perdoem. Mas não posso mante-las aqui, com o castelo sob constante ameaça. Já vimos o que aconteceu com a Amberly, e não quero submeter mais ninguém a isso.

– Nós entendemos – Disse Therese, com a voz falhada.

Eu ate deixaria ela, Therese é uma perfeita dama. Mas não é justo mantê-las aqui dessa forma. As eliminadas levantaram e foram ate mim. Abracei cada uma delas e as desejei sorte. Felizmente, todas reagiram muito bem e desejaram sorte para mim também. Quase me arrependi de ter feito aquilo, mas era o certo.

Mas agora eu tinha outra coisa para fazer. Precisava ajudar minha querida Amberly. Fui para o escritório.

POV Amberly

Mesmo que eu saiba que ele tem outras selecionadas para se preocupar, queria que ele estivesse ali comigo. Estava me sentindo muito sozinha. E sempre que eu tentava dormir, tinha pesadelos. O medico disse que o Clarkson precisou ir ao escritório, mas que ele voltaria em uma hora no máximo.

Já tinham se passado horas, era quase a hora do jantar quando uma enfermeira disse que o Clarkson pediu para me levarem ao meu quarto. Ficaria em repouso, mas lá em cima. Fiquei feliz. Aquele quarto me fazia sentir doente.

Fui levada devagar, e colocada na cama. Peguei um livro e fiquei lendo, quando ouvi batidas familiares em minha porta. Clarkson colocou a cabeça para dentro sorrindo. Sorri de volta e me aprumei na cama.

– Esta se sentindo melhor, minha querida?

– Qualquer lugar é melhor que um hospital.

– Tenho uma surpresa para você.

– Porque você não entra? Vou ficar conversando com sua cabeça flutuante?

– Não posso entrar. Mas ela pode – ele disse, escancarando a porta.

– Deli? – perguntei, descrente.

– A própria – ela disse entrando – O que aconteceu com você?

– Vou deixa-las a sós.

– Clark? – o chamei, antes dele fechar a porta.

– Sim? – ele perguntou, sorrindo.

– Obrigada.

Clarkson piscou e fechou a porta. Deli estava olhando para a porta, boquiaberta. Olhou para mim em seguida.

– Clark? – ela perguntou, sorrindo.

– Não comece! – eu disse, rolando os olhos.

– Como esta indo? Já ganhou?

– Já claro. Não esta vendo?

– Desde quando você é irônica? – ela perguntou rindo.

– Acho que estou andando muito com a Ashley.

– Ela é muito bonita.

– Todas estas são.

Ouvi batidas na porta e pedi para que entrasse. Logo meu quarto estava cheio. Com todas as selecionadas.

– Viemos saber como você está nerd! – Ash disse, se jogando ao meu lado.

– Melhor. Muito melhor.

– Eu vim me despedir – Therese disse.

– Como assim?

– Você não soube? – Dianna disse – O príncipe afunilou para a Elite.

– Não sabia!

– Quem é essa? – Kath perguntou.

– Ah sim! Perdoem-me! Meninas, essa é minha irmã, Adele. Adele, voce já sabe quem elas são.

– Sim claro. Muito prazer meninas.

– Porque esta aqui? – Rose perguntou.

– O príncipe disse que ela precisava relaxar, depois de um certo caso extremo de estresse, no qual eu ainda não sei!

– Sentem meninas, fiquem a vontade.

– Queremos saber o que houve com você. Ninguém nos disse – Pamela disse.

– Muito bem. Eu conto. Mas sentem!

Todas elas se acomodaram pela minha cama, ou na poltrona, ou na cadeira. Quando todas estavam sentadas, comecei a contar o que aconteceu. Deli ficou horrorizada, enquanto Ash e Kath estava inconformadas.

Quando deu a hora do jantar, as meninas me ajudaram a descer. Seria a ultima refeição no palácio de muitas delas, por isso eu fiz questão de ir.

– Amberly? O que esta fazendo aqui em baixo? – Clarkson perguntou.

– Vim jantar oras! – respondi, com naturalidade.

– Você devia estar descansando senhorita – ele disse, debochado.

– E perder a despedida delas? Nunca!

– Esta apreciando a visita ao palácio, senhorita Adele? – ele perguntou.

– Estou muito feliz em poder ajudar minha irmã. Obrigada majestade – ela respondeu, sorridente.

– Fique a vontade.

Comemos conversando. Brincávamos e riamos. Eu sentiria falta de alguma delas. Principalmente da Therese. Mas não via a hora dessa competição acabar. E torcia muito para ele me escolher.

Quando acabamos, fomos nos despedir das meninas, que estavam indo embora. Todas estavam muito bem vestidas. Assim que saíram, já senti o castelo mais frio. Éramos cada vez menos e isso me deixava meio nervosa.

Deli disse que iria ate o quarto que estava tomar banho e Clarkson logo se disponibilizou para me levar ate o quarto. Reparei os olhares tortos entre o rei e a rainha. E não parava de pensar em quem seria sua amante. Ela estava com o rosto oculto e na hora do nervosismo, não consegui identificar sua voz.

Será que ela estava saindo agora? Espero que sim, não é justo com a rainha. Chegamos ao meu quarto e entramos. Deitei na cama e Clarkson sentou ao meu lado.

– Gostou da surpresa? – ele perguntou, sorrindo.

– Nem sei como te agradecer!

– Eu sei uma forma.

– Como? – perguntei, cínica.

– Assim – ele respondeu, se inclinando sobre mim.

Clarkson me beijou intensamente. Retribui o beijo, feliz. Não prestava atenção em mais nada, mas tinha consciência de que estávamos quase deitando. O beijo foi ganhando intensidade. Ele agora estava totalmente deitado sobre mim. Envolvi seu pescoço com os braços e senti seus beijos saírem dos meus lábios e descerem pelo meu pescoço. Suas mãos estavam em minhas pernas e ele tentava forçar para que eu as abrisse um pouco. Resisti, sabendo que se cedesse, não conseguiria parar depois. Quando seus beijos estavam no meu decote, percebi que ele tinha conseguido separar minhas pernas, e agora estava entre elas.

Minha porta se abriu, o fazendo para assustado. Deli ficou parada com a mão na maçaneta, nos olhando. Clarkson ficou sem graça e levantou.

– Melhor eu ir. Ate amanha – ele disse, com a voz fraca.

Quando ele saiu. Deli sentou ao meu lado na cama.

– Ele é sempre assim? – ela perguntou.

– Mais ou menos.

– Mas é assim com todas.

– Acredito que não.

– Não sei como você aguenta. Eu no seu lugar, saberia de tudo.

– Às vezes é melhor não saber.

– Se você esta dizendo. Vim dormir aqui contigo.

– Que bom. Não sei se quero dormir sozinha.

– Você já dormiu acompanhada?

– Já. Com o príncipe.

Deli arregalou os olhos. Senti minha pele ruborizar.

– Não nesse sentido Deli.

– Ah bem. Ufa!

Bom. Eu estou exausta. Podemos dormir? – eu disse.

– Sim. Melhor. Amanha quero que me conte tudo sobre a Seleção e sobre a relação de vocês!

– Amanha Delia, amanha!

Ela me abraçou e dormimos, viradas uma para a outra, na enorme cama do meu quarto.