P.O.V Amberly

Subi as escadas correndo querendo-me ver longe dele, como ele pode fazer isso comigo e depois querer vir falar comigo a sós eu faria tudo por ele, até me mataria, mas não dá mais, eu preciso me ver longe daqui e dele, e só tem uma solução para quando eu quero sair do mundo, me desligar totalmente e relaxar.

Peguei meu estojo de lápis de cor e um caderno que ganhei do palácio, sem ninguém me ver, desci para a biblioteca e fiquei escondida atrás das estantes, o lugar estava claro por causa das janelas com aquela imagem linda que pertence ao por do sol, de lá dava para avistar além do jardim , uma “floresta” que cercava o palácio, pintei um céu azul celeste e parei instantaneamente de mexer o lápis quando ouvi vozes.

– Você tem certeza que estamos sozinhos Porter? – Uma voz feminina falou, ai meu Deus quem estava falando com o rei Porter ? Será que é a rainha? Ai se eles me verem o quê que eu vou fazer?

– Claro que sim minha princesa – princesa? O certo não seria rainha? Meu Deus!!!! O rei Porter tem uma amante? Então os estalos de beijo invadiram a biblioteca, sussurros e caricias cercavam todo o lugar, então engatinhei por trás das estantes para tentar enxergar quem é a descarada, é uma selecionada? Uma criada? Ou é simplesmente á rainha e eu estou ficando louca?

– Você acha mesmo que serei princesa? – a voz falou. Sem duvidas ele tem uma amante e é uma selecionada, coloquei meus olhos em um espaço vazio da estante, mas a menina estava com um casaco preto e não dava para enxergar nada através dele, só se via os lábios dos dois se grudarem o que me deu um enjôo terrível. Tive a imensa coragem de me levantar e falar um monte, mas eu tinha medo, se ele matou o próprio rei o que faria de mim?

– Se nós nos livrarmos daquelas quatro garotas que eu te disse você será, não tenha dúvidas você é mais linda do que todas elas juntas, o problema é do imbecil do meu filho que não nota isso.

– Awn querido saiba que você é perfeito para mim e quando eu for princesa teremos mais desculpas para nos encontrar. – A moça falou olhando para o teto, certamente estava sonhando alto demais, até parece que daria certo esse plano horrendo deles dois.

– Vem cá – O Rei falou puxando a menina para um sofá, ah não, não vou suportar ver esta cena caminhei para trás tentando me distanciar o mais possível daqueles dois quando sem querer empurrei a cadeira na qual estava sentada e ela fez um rangido altíssimo no chão.

Os meus olhos se arregalaram e eu paralisei no lugar o que eu vou fazer agora ? Ele vai me matar, meu Deus o que eu faço!!

– QUEM ESTÁ AI? – Rei Porter gritou.

Parei até de respirar encolhi-me e senti que meu corpo todo se enrijeceu.

– SE VOCÊ NÃO SAIR AGORA! Eu.. eu... Porter ! ela berrou.

– Acalme-se meu bem essa pessoa pagará! QUEM É VOCÊ? - ele gritou novamente.

O meu coração estava a milhão , como se tivesse corrido uma maratona, e sem contar que eu quase estava vomitando ele, passos se chocaram no assoalho de madeira e ouvi a porta se fechando.

– Ufa – suspirei e quando me virei para pegar minhas coisas o rei estava lá do meu lado e a menina de preto do outro.

– Ah ! Que ótimo é você Amberly . – o rei falou.

– Sua idiota sem sal! O que pensa em ficar ouvindo as conversas dos outros – a menina de preto falou.

– E o que VOCÊ pensa em fazer isso com a nossa rainha? – falei.

– VOCÊ NÃO PODE SE INTROMETER CONOSCO! - a moça falou novamente e então o rei segurou meus punhos apertando eles com suas unhas , ou melhor dizer garras! Senti sangue pingando do meu braço, e vi ele manchando o chão.

– SUA DESGRAÇADA, EU VOU MATAR VOCÊ AGORA MESMO – gritou o rei, se é que pode chamá-lo assim. - Desgraçado é você que desonra a própria esposa! – Mesmo que estivesse doendo muito, não chorei, me mantive forte, eu não vou me humilhar á eles dois, nunca falei com ninguém desse modo, principalmente com o rei me senti renovada desabafando assim e jogando na cara dele.

– Assassino! Eu sei de tudo seu falso - Não deveria ter falado isso mas saiu de repente, voou da minha boca.

– Do que ela esta falando Porter?

– Cale-se! – ele ia falar o nome dela ,mas lembrou-se que estava em minha presença. - Saia daqui – ele se virou para a menina e ela saiu, parece até que ele só usava a moça! Só quando ele ouviu a porta se fechar ele se virou pra mim..

– Você... – ele falou apertando meu corpo contra parede e com suas garras beliscando minha pele. – Como sabe destas coisas ! Vamos me fale! – não respondi, ele não pode me obrigar a falar.

– Você não sabe com quem está se metendo, eu posso mandar guardas confiáveis até sua família e mandar matá-los.

– NÃO ! - berrei.

– Então seja uma boa garota e me diga tudo que sabe.

Quando eu morava em Honduragua via muitos filmes policiais e de investigação então me recordei de uma cena onde o polical Hector perguntava a vitima sobre o que ela sabia se não ele a matava e a mocinha Karen dizia “Eu serei morta dos dois jeitos” , então repeti só que em voz alta.

– Eu serei morta dos dois jeitos – era uma mentira , porem a minha única chance.

– Se você falar alguma coisa para alguém sua família morrerá você está me ouvindo? – ele falou e eu assenti então ele cerrou os punhos tive certeza que iria me bater. – Saia daqui antes que eu mude de ideia sobre não matar você – ele falou e eu peguei as minhas coisas correndo e sai da biblioteca.

Esse homem é louco psicopata, preciso ir embora daqui antes que seja tarde demais, subi as escadas correndo, quase tropeçando na barra do vestido, abri a minha porta toquei o sino que chamava minhas criadas, peguei uma mala e comecei a jogar minhas roupas dentro.

– Srta. Station o que está fazendo ? – June falou.

– Você foi eliminada ? – Beth questionou.

– Eu preciso ir embora – respondi arfando – Preciso sair daqui ! Não me façam perguntas apenas me ajudem.

– Não vamos fazer isso ! Amber você não pode sair ! O príncipe te ama – Milla disse.

Batidas na porta, batidas familiares, as de Clarkson, eu não posso ver ele agora! Não posso! Milla abriu a porta sem a minha autorização.

– Vossa alteza! Rápido a Amberly está querendo ir embora! – Milla falou e então ele passou por ela, e me puxou para olhar para os olhos dele, olhos fundos e azul petróleo, olhos cativantes.

– O que está acontecendo? Amberly o que são essas malas? – ele falou me sacudindo.

– Me larga Clarkson , eu preciso ir embora , meninas continuem arrumando.

– Ai Meu Deus a senhorita está muito pálida – Beth falou.

– EU ORDENO QUE PAREM DE ARRUMAR - falou Clarkson com tremenda autoridade que até me assustou.

– Não parem ! Ignorem – o - respondi, e elas obedeceram.

– SE CONTINUAREM EU JURO QUE EXPULSO VOCÊS DO CASTELO. – Então elas pararam, June estava branca e sem falas, Beth com os olhos arregalados e Milla estava com uma cara “ Eu avisei para você Amberly, o príncipe te ama e não deixará você ir embora”.

– Nos deixem a sós por favor – ele falou educadamente e Milla saiu puxando June e Beth atrás. – O que pensa que está fazendo Amberly?

– Clarkson você não entende , não pode entender.

– Não acredito que é por causa das fotos ? Você esta com ciúmes? – Ah agora que você percebeu? Não, existem coisas piores do que isso pensei. – Você não pode sair Amberly !! Não pode!!

– Você não pode me obrigar a ficar!

– Eu posso sim sou o herdeiro do trono!

–Você não entende precisa me deixar ir... Clark por favor!

– Se quer sair me dê uma razão.

– Eu... eu... – lagrimas brotaram dos meus olhos.

– Você não tem razão então ficará aqui, comigo... – ele falou e logo enrubesceu, Clarkson que nunca enrubescia estava lá com as bochechas vermelhas. – Amberly eu te amo não me deixe, por favor ! Olha eu ajoelho aos teus pés , mas fique – Ele ajoelhou e juntou ás mãos implorando, mais lagrimas saltitaram do meu rosto, eu não posso ficar, ele, o rei, vai matar a minha família.

– Não posso – falei baixinho, ele se levantou e trancou a porta , jogou as coisas que estava na mala no chão e colocou tudo em um canto. Puxou minha cintura para perto de si.

– Fique ! Por mim – ele falou e me beijou e pareceu que todos os problemas voaram da minha mente, mas apenas pareceu. – Fale o que está acontecendo e eu a protegerei.

– Clarkson você não pode fazer nada, vão me matar e matar minha família! Por favor, permita-me que eu vá.

– Não posso abrir mão de você, não agora que te amo – ele me beijou ferozmente, eu tentei não retribuir ,mas isto é impossível, Clarkson sabe fazer alguém delirar e não consegui dizer não, tentei recuar dele , tentei empurrá-lo , porem seus braços estavam fortes ao meu redor, me cercando do mundo como uma muralha, começamos a ficar sem fôlego e ali percebi que eu não poderia ficar longe dele jamais, e enfrentaria tudo para permanecer ali dentro, não falamos nada, apenas selamos nossos lábios.

Ele me empurrou para a cama gentilmente e deitou sobre mim, seu corpo forte pressionava ao meu, seus músculos massageando minhas costas e seus lábios se unindo aos meus como um só, permiti-me acariciar sua nuca e afagar seus cabelos.

– Amber– ele dizia meu nome sem parar.

–Clark – fiz o mesmo.

– Diga aquelas três palavras eu te imploro – quase sem ar ele disse isso.

– Eu te amo! – falei.

– Prometa que nunca mais tentará ir embora. – Ele me disse e então me segurou no colo e me abraçou e me beijou...

– Eu prometo, meu Clarkson.

– Meu? Você é possessiva hein – rimos juntos. – Então está bem eu te amo minha Amberly, minha Amber , minha Station, minha flor. – ele abriu a boca revelando seus dentes perfeitos , formando um sorriso.

– Clarkson precisamos ir... Já ... – não consegui completar a frase com seus beijos me interrompendo – Já já ... Jantar – falei e ele afastou nossos lábios com um ultimo beijo.

– Tem razão – ele levantou e pegou meu pente e ajeitou os cabelos, alisou o terno e me ergueu da cama.

– Senhorita – ele beijou minha mão.

– Cavalheiro – falei reverenciando ele e sorrindo, então com um ultimo beijo ele se foi.