Minhas criadas me arrumaram, hoje nós, selecionadas, poderíamos dormir até mais tarde, mas eu não consigo dormir então desci e fiquei andando pelo castelo, hoje teríamos uma entrevista no jornal e mal posso esperar, sentei em um banco do jardim e comecei a desenhar primeiro desenhei uma flor, depois rasguei e comecei a tentar desenhar o Clarkson, bem não deu muito certo então rasguei esse também, decidi fazer o que eu fazia de melhor, poesia.

Ficou linda, peguei um papel e fiz um envelope e coloquei a poesia dentro, coloquei meu nome no verso e fiquei pensando se entrego ou não entrego? Ai Meu Deus por que eu sou apaixonada pelo príncipe? Deve ser uma loucura mesmo até parece que ele vai se importar com um papel com simples palavras, decidi enviar e me sentei no canto do jardim, me escondendo dele, porque ele poderia descer e vir tirar satisfações sobre meu texto , me sentei naquele canto e não me preocupei com nada até que eu ouvi disparos, rebeldes estavam no palácio e eu estava ali ai meu Deus!! Eles não haviam entrado no palácio porque do meu “esconderijo” via-se os guardas atirando em direção a entrada do castelo.

– Amberly Station? - uma menina me perguntou e eu simplesmente não consegui responder. – Não tenha medo, nós não queremos matar ninguém, apenas se esconda se não vai levar uma bala perdida.

– Quem é você? – perguntei gaguejando.

– Dãaan uma rebelde nortista – O que é nortista? Tem outros tipos deles? È uma posição? Uma classificação? Categoria? O que é nortista? – E não posso mais responder perguntas suas, e ei belo esconderijo – ela piscou para mim e saiu balançando seus cabelos ruivos que até pareciam pegar fogo e simplesmente pulou o muro altíssimo que cercava a cidade do palácio, ela nem parecia ser uma mulher, ela era habilidosa demais para uma... Agachei-me em meio aos arbustos e fiquei lá até que vi pés de guardas passando pela minha frente, digamos que o arbusto era alto como um muro de folhas e eles não conseguiram me ver.

– Esse ataque foi fácil – um dos guardas disse.

– Pois é vamos aproveitar enquanto eles estão assim – outro disse, mas terá mais desses? Não sei se sou capaz de aturá-los, senti minha barriga roncar, hora do almoço. Sai do esconderijo logo depois que não ouvi mais vozes, ninguém pode saber do meu encontro com uma rebelde, eles vão me encher de perguntas e isso não é bom, podem até desconfiar que sou uma! Fui para meu quarto inocentemente e me troquei com ajuda das minhas criadas que por sorte não comentaram nada, o que foi muito estranho.

– Boa sorte senhorita – Beth disse, agora foi sinistro porque preciso de sorte? Aconteceu alguma coisa? O meu vestido era preto com bolinhas brancas, cheio de babados, desci cautelosamente as escadas e vi Katherine no corredor.

– Ei Kath! – falei e ela veio e me deu um abraço.

–Tudo bem com você Amber? – Ela perguntou.

–Sim, era pra não estar?

– Não é que... Não vi você no esconderijo.

– Ata, quando o alarme tocou eu estava no jardim então me escondi entre os arbustos.

– Meu Deus Amberly! Que perigo, o príncipe estava super preocupado com você...

– Só aconteceu isso porque eu estou achando as coisas tensas...

– Bem..Eu também não sei o que aconteceu, mas é algo com os rebeldes, quando estávamos no esconderijo o rei recebeu uma carta e ele ficou resmungando o tempo todo, mas não entendi nada do que ele dizia só sei que ele e o príncipe tiveram uma discussão.

– Nossa! Bem melhor irmos se não vamos nos atrasar - Entramos pelo grande salão e sentamos lado a lado, logo todas as selecionadas desceram, faltando apenas a família real, as trombetas soaram e eles entraram, Clarkson me olhou e sorriu e eu sorri de volta disfarçadamente, a Rainha também sorriu para mim e o Rei não obteve nenhuma reação, vi que ele olhava para outra selecionada, lembro-me dela o nome dela é Alice, foi estranho... Todas nós fizemos reverências o rei se aproximou da mesa.

– Boa tarde meninas, bem venho fazer um comunicado - ele olha para os olhos de cada uma de nós,um olhar sério que fez até eu me encolher um pouco – Será feita uma eliminação agora, antes do nosso almoço, peço para que mantenham a postura e quem for eliminada poderá almoçar aqui mesmo conosco e depois ir embora.

O que? Como ele pode eliminar sem mais nem menos? Fico de boca aberta,só fecho quando Katherine sussurra para mim fechar, endireito a postura e olho para o príncipe que está com uma cara nada feliz, um olhar sério, mas quando ele vê que estou observando-o ele pisca e isso relaxa todo o meu corpo.

– Também quero dizer que foi muito bom conhecer todas vocês ,mas para a segurança de vocês é melhor assim – ele diz e respira fundo. – E as eliminadas são :

Emily Pileggi

Rebecca Peterson

Kellie Peterson

Sophie James

Jeniffer Malloy

– Almocem e depois já podem buscar suas malas que já estão sendo preparadas por suas criadas – o rei diz e eu fico abismada que malévolo! Não tem um pingo de compaixão por nós! Ele se senta e todos se sentam também.

As selecionadas eliminadas não fizeram nenhum escândalo, podia-se ver algumas lagrimas escorregando na bochecha de Kellie ou Sophie, e uns resmungos baixos soando pela boca de Rebecca e Emily e o desconforto de Jeniffer, essa é a nossa realidade dias de adeus dias de olá.

O almoço terminou, mas à tarde ainda não acabou, fui uma das ultimas á sair, até o rei já havia saído, quando me levantei , Clarkson foi logo atrás e quando ele viu que não havia ninguém por perto me empurrou para dentro de uma porta, A sala de Musica, olho em volta e absorvo cada detalhe daquele lugar, Clarkson continua me empurrando até uma porta lá no fundo da sala, quando entramos o lugar está cheio de instrumentos , mas o príncipe não se importa com o pouco espaço.

– Ei o que é isso? - pergunto.

– A um lugar onde guardamos os instrumentos.

– NÃO! O que é essa perseguição, não que eu não esteja gostando é que ...

– Relaxa Amberly eu só queria ver você, e se ficarmos parados no centro da sala de musica qualquer um pode nos ver e aqui é mais resguardado.

– Clarkson eu não estou falando sobre “alguém nos ver”.

– Eu só senti saudades e fiquei preocupado, por que não foi para o esconderijo?

– Porque eu estava no jardim e não tinha como correr até lá.

– O QUÊ? Você estava no meio do ataque?

– Bem quando eu terminei de escrever a carta eu fui para o canto do jardim “pensar” e então o alarme soou.

– Mas alguém te viu? Você se machucou?

– Está tudo bem Clarkson, não se preocupe.

– Não faça nada parecido com isso mais entendeu?

– Tá. – olho para seus olhos castanhos que pareciam não ter fim.

– Eu amei sua poesia, eu quero agradecer. – ele falou de um jeito que nunca ouvi ele falar, como se ele fosse me matar, como se ele ... Não sei como explicar... Fico vermelha, não acredito que mandei aquela carta toda melosa para ele! Não tive tempo de falar ou algo parecido, ele me beijou, encostando meu corpo contra a parede e fazendo meus lábios irem a loucura. Não houve palavras em meio ao beijo nem depois ao dele, ele não disse um “eu te amo” ou coisa parecida, quando nos separamos pela falta de ar ele acariciou minha bochecha e foi como sentir as nuvens tocarem no meu rosto, não há nada que se compare ao sentimento que nutro por ele, abro minha boca mostrando os meus dentes e ele faz o mesmo.

– Vem temos que ir.

– Espere – digo e ele me encara, então eu me lanço contra os lábios dele e me separo um pouco rápido demais e começo a caminhar fora da sala de musica, sem olhar para trás , apenas paro quando sinto seus braços puxarem os meus para outro beijo, queria ele,precisava dele,mas eu não sou esse tipo de pessoa, respeito as leis e obedeço as coisas que meus pais me ensinaram. Ele segura minha mão e caminhamos para fora do local. Quando chegamos ao meu quarto ele abre a minha porta e abre passagem para mim entrar.

– Até o jornal querida .