Não se apaixone por mim / Hiatus escrita por Asheley Dream


Capítulo 17
Não queria a presença deles


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Desculpa a demora *-* O capítulo esta curto, mas espero que gostem. Amanhã postarei mais... Desejo a todos uma ótima leitura!



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Após vomitar sangue pela segunda vez, consegui chegar ao banheiro. Minha barriga ainda esta doendo muito. Será que Eny não me esfaqueou por telepatia? Lavei a boca, joguei um pouco de água no rosto e fiquei ali, encarando meu reflexo, acabado. É Thomas, você esta acabado. Meus cabelos estão revoltos, tenho terríveis olheiras e minha cabeça parece que vai explodir. Tá legal! Acho que eu já entendi. Eu realmente mereço tudo o que estou passando e o que irei passar. Sou um péssimo humano. Acho que não sei fazer isso, ser humano. Quero poupar a todos de um sofrimento maior, mas acho que proporcionando uma dor enorme, na Eny, na Glória, na Briana e deus sabe em quem mais... Estou sendo egoísta de certa forma, mantendo minha dor, minha doença escondida de todos, querendo este sofrimento só para mim. Apenas para mim. Por mais que eu acredite estar fazendo o certo, os afastando de mim, vejo que meu plano é falho, é inevitável feri-los. Minha doença não tem cura. É certo que irei morrer.

Ouço as sirenes da ambulância se aproximando. Droga! Por favor, que Eny não esteja em casa. Não quero que ela saiba que há algo de errado comigo. Apesar de achar, que neste momento ela deve esta desejando a minha morte. Não a culpo me culpo. Acho que fiz certo. Não fiz? Afastar Eny foi o ato mais egoísta e amável que você fez Thomas. Ela não precisará sofrer com você, chorar e muito menos sentir seu mundo acabar, quando você se for.

Minha blusa braça de flanela esta toda manchada de sangue, estou parecendo um daqueles personagens de filme de terror. Mas qual deles eu sou, o psicopata, a vitima ou o fantasma?

Pego uma toalha de rosto, secando minhas mãos e rosto. Recoloco a toalha no lugar, apago as luzes e saio. Sento-me na cama, esperando a chegada dos paramédicos. Respirando de vagar, para tentar aliviar a dor. Não demorou muito para que eles entrassem no quarto. Contei tudo a eles, e apesar da minha resistência, eles não só insistiram, mas me levaram de maca. Glória foi comigo na ambulância, segurando a minha mãe e chorando. Fui levado às pressas para o pronto socorro. A dor na minha barriga ainda é insuportável, mas parece ter diminuído de um dez pra novo.

_Thomas Willter? _Um homem, aparentando ter quarenta anos, alto, cabelos pretos e alguns fios grisalhos. Olhos castanhos usando um jaleco branco. Acho que ele deve ser o médico, afinal, usar jaleco não esta na moda. Apesar de várias pessoas o usarem em hospitais. É eu sei. A piadinha foi sem graça, mas estou fazendo de tudo para não pensar na dor na minha barriga.

_Sim. _O respondi.

_Sou o doutor Andrew Meet, soube que esta vomitando sangue. Gostaria de lhe fazer algumas perguntas.

_Claro. _Confirmei com um pequeno aceno de cabeça.

_Costuma passar longos períodos sem comer? _Me olhou com uma expressão séria. Comecei a vasculhar minha mente.

_Não, mas essas semanas... Sinceramente, não comi hoje.

_Almoçou ou comeu algo como lanche a tarde? _Questionou.

_Não, apenas comi um sanduiche no café e um copo de suco de laranja. _Acho que fiquei tão estressado com tudo o que aconteceu hoje, que nem mesmo pensei em comer. A fome simplesmente não era minha prioridade.

_Thomas, você sabe que as refeições são extremamente importantes, não sabe? Não pode ficar sem comer. _Confirmei com outro pequeno aceno de cabeça.

_Esta sentindo dor ou ânsia de vomito?

_Apenas dor, minha barriga esta doendo.

_Certo. Vamos fazer alguns exames. Contactamos seus pais, eles logo estarão aqui. _Ele disse, no ato de tentar me confortar, o que não funcionou em nem um aspecto. Não os quero aqui. Não preciso deles comigo agora. Não quero que a minha doença seja o motivo de eles ficarem sentindo pena de mim, fingindo um afeto que não existe.

_Estamos também entrando em contato com seu médico. Já teve algo parecido. Tem algum problema digestivo?

_Não, mas tenho uma doença rara, que impossibilita que meu corpo absorva os nutrientes. _Dizer aquilo fez minha garganta doer, como se tivesse algo a rasgando. Mas não há nada. São apenas palavras amargas, essa é a primeira vez que digo isso em voz alta. Que admito minha doença. Que sou um morto ambulante, esperando, prestes a ir para sua cova. Isso é uma droga! O fato todo de se estar morrendo em si é uma droga.

_Nunca ouvi falar de algo assim... _Coçou o queixo, mergulhando em seus pensamentos. Deve esta tentando associar o que disse a alguma doença já conhecida, mas não há.

_É eu tive a sorte grande de ser um dos únicos. _Dou um sorriso triste. Fizeram uma endoscopia em mim, entre vários outros exames. Meus pais não sabiam de nada do que eu estava passando, nem eu sabia. O doutor Andrew só diria o resultado na frente deles. Foram me dados uns remédios, que me fizeram dormir. Quando acordei naquele quarto de hospital, quando olhei por lado, meu coração parou.

_Thomas! Finalmente você acordou! _Disse minha mãe histérica, ao meu lado e ao lado dela meu pai.


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Notas finais do capítulo

E agora? O que será que vai acontecer com Thomas? O que os pais dele dirão? Eny descobrirá a doença dele?