Kalona's Fall escrita por Arabella James


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Sacrifício Necessário


Notas iniciais do capítulo

Olá, depois de algum tempinho voltei...
Agradeço aos comentários desde já e a todos aqueles que estão acompanhando está fic Beijos! ^--^



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3

Kalona's Fall

Terceira lua

"O sacrifício Necessário"

Essa é para ser a Aurora ok?!

— NÃO PODEMOS detê-lo. — foi o que Aurora ouviu de Erebus ao atravessar o véu que separava o mundo físico, a Terra, do mundo Superior onde ela e os demais deuses habitavam. Ela agora estava no Palácio da Noite, a habitação de Erebus... Ele se assentava em um trono dourado de forma imponente em todo seu esplendor, majestade, poder e beleza.

Sua postura, sentado, era quase inamovível; e suas grandes asas douradas se projetavam as costas e cada uma de suas penas parecia, na verdade, banhada em ouro líquido. As feições aquilinas de seu rosto. Os olhos, que brilhavam como relâmpagos que rasgam o céu em uma noite de tempestade. Tinham a cor do ébano assim como seus próprios cabelos.

O corpo dele incorruptivelmente perfeito em sua forma não era coberto por nada mais do que apenas um saiote de linho, branco, plissado, que se cingia ao redor de sua cintura e chegava até o comprimento dos joelhos escondendo assim apenas suas partes intimas. Fora isso, todo ele era exposto aos olhos dos que o ousassem ver. Sua pele irradiava luz dourada como se ele fosse o próprio astro-sol sobre Gaia, A Terra. Por sobre seu corpo marcas e runas se espalhavam, cobrindo desde o abdômen poderoso aos braços e peito. Ele segurava uma grande lança dourada em sua mão esquerda e firmava sua base contra o chão do palácio que parecia ser constituído de pedra negra. A arma era a mesma com a qual derrotara a Kalona e os outros “traidores”...

Aurora olhou para seu genitor; seu trono se firmava acima de um patamar que poderia facilmente ser alcançado subindo alguns degraus de uma pequena escadaria. Entre eles havia uma pequena distância, até incomoda, mas o olhar que ela enviou a ele o fez entender perfeitamente o que seus lábios não pronunciaram...

Erebus soltou um suspiro ao presenciar a angústia no rosto de sua filha, mas ainda sim não se moveu; ele apenas explicou:

— O que quero dizer “U-que- tsi um-ge-hu-v tsa-HNA-SV-no-yi”, — “filha da noite” — disse Erebus. —, é que não tenho poder para interferir lá... — ele apontou para baixo de seu trono e de repente o chão do Palácio da Noite se transformou em algo que deixou de ser sólido. O piso negro se desmaterializou transformando-se em fumaça negra. Eram nuvens densas e escuras. E logo depois de sua metamorfose o chão, não mais físico e solido, abriu-se para trazer, em tempo real, o que se parecia como uma imagem refletida.

A grande tela, que surgia do chão, mostrou Gaia, ou como seus habitantes chamavam; A Terra. E a segunda imagem trouxe em foco o que acontecia nas aldeias Cherokee. Ante tal contemplação. Ante a brutalidade que via Kalona exercer sobre seus protegidos Aurora rebelou-se com fúria descontrolada:

— Não admitirei tal brutalidade. Ele os está escravizando, está os matando... Ele ‘tem entrado’ as mulheres, muitas vezes as persuadindo com seus poderes e seus filhos tem se tornado aberrações que gorjeiam na noite atormentando o sono das minhas crianças nativas... E quando os meus tentam proteger sua gente, assim como sua própria honra, ele os mata... — chorosa, apontando para a destruição de uma das muitas aldeias Cherokee que apareciam entre a imagem das nuvens ela disse. — ele os está assassinando...

Embora Erebus fosse à imagem perfeita de uma bela estátua, rígida, seu rosto expressou dor. Ele olhou para a filha com algo em seus olhos que Aurora não pode entender.

— Compreendo você Aurora. Sei que este povo foi entregue as suas mãos para que você os protegesse, mas nada posso fazer... Quando bani a Kalona e aos outros por sua traição eu os submeti a Terra, eu o afastei de Nyx, de mim e de nosso mundo, mas o Ouga é quem dá a palavra final... e ao bani-lo fui proibido de novamente sentencia-lo. Não posso descer a Terra, não posso combatê-lo.

— Mas aonde está o Ouga? — pestanejou indignada. — O que o Ouga tem feito?! Onde Ele está que não nos chama... Ele é o Criador, porque não vê o que está acontecendo...

— Aurora — disse Erebus agora se movendo e se levantando de seu trono. —, acalme seu espírito. Cuidado com suas palavras. O Ouga tudo contempla, sua onisciência está até mesmo sobre nós que fomos criados de sua própria matéria de poder. Mesmo que deseje que o Ouga tome providências sobre o que está acontecendo com seus protegidos você não poderá chegar até ele. Porque, como você sabe, ninguém jamais soube onde ele habita ou onde está... Ninguém o vê se ele mesmo não o quiser...

Derrotada e oprimida Aurora reverenciou a seu pai logo depois afastando-se lentamente com vagarosos passos vazios...

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ÉTER ENTROU pelas grandes portas do Palácio da Noite a habitação de seu genitor Erebus. Sua presença era como a própria noite, mas com ele uma brisa vinha soprando ao redor...

Ele havia sentido a dor dela... Havia captado sua angústia e de imediato soube que algo de errado acontecia a sua irmã.

Éter e Aurora, assim como seus próprios genitores, eram irmãos gêmeos, compartilhavam a mesma essência e suas almas se ligavam uma à outra... Ele pode sentir sua presença no Palácio quando ela chegara e ele pode sentir também cada uma de suas emoções...

— Aurora! — ele bradou e sua voz se fez ouvir ressonante e alta no palácio. Até as sentinelas de Erebus, que andavam por todo o lugar e que guardavam o recinto onde o trono de Erebus se punha, o ouviram.

Enquanto flutuava a poucos centímetros do chão e se aproximava mais da frente do trono de Erebus Éter observou a Aurora;

Os cabelos negros dela cascateavam em ondas até a cintura. Sua tez era cercada por uma guirlanda de flores e entre os fios de seus cabelos; mais pequeninas flores se prendiam. Como a personificação dos elementos e do Espírito que regem o mundo ela possuía as características puras da natureza... O rosto embora fosse luminoso e suas feições esplendidas em sua forma agora carregava tristeza. O corpo dela era coberto por um longo vestido branco cheio de caimentos que se aderiam à estrutura de seu corpo. Éter a via agora interrompendo seus passos para observa-lo de forma desolada.

— O que está acontecendo aqui? O que aconteceu a você Aurora? — questionou ele agora finalmente a frente do trono de Erebus e de frente para ela...

Ela o observou por alguns instantes e pareceu refletir um pouco antes de finalmente falar:

— Você na verdade sabe meu irmão... — a voz aveludada dela que, acompanhada do elemento ar, sempre soava como canto lírico agora se ouviu baixa, meio rouca. — Meu povo; os meus protegidos, sofrem na Terra nas mãos de Kalona... Sou sua guardiã e meu poder já foi invocado, mas o que posso fazer por eles?! Sou o "Equilíbrio" e meu propósito além de levar sobre a Terra a luz da manhã; o por do sol e a aurora, é protegê-los, e manter os "pesos da balança iguais", mas agora nada posso fazer... Gaia e os Cherokee estão sendo violados, massacrados, escravizados e humilhados por Kalona...

Ela continuou ante o efeito de lamento e desolação que suas palavras criaram em Éter:

— Vim até Erebus, nosso genitor, para que isso parasse... Mas agora vejo que nem ele pode interferir ou fazer algo contra a crueldade de Kalona... Preciso fazer algo, mas não posso... O Ouga teria de me invocar ante sua presença, mas não sei quando ele o fará e se o fará...

Por poucos instantes os olhos de Éter observaram a Aurora porque logo eles estavam sobre Erebus que agora de pé observava o filho de forma grave antes de dizer;

— Éter você não está pensando em... — ele não terminou...

— Eu jamais sonharia... — contrapôs Éter baixando a cabeça e escondendo seus pensamentos que foram descobertos com apenas um olhar do próprio pai.

— Então porque sequer ousou pensar e mencionar isso...

— Não quis trazer isso á tona, apenas me lembrei de Nyx, do que ela se propôs a fazer para salvar os seus; suas criaturas da noite, grande gesto e ato de amor...

— Ela não o precisou fazer e eu jamais ousaria permitir que o mesmo sucedesse a Aurora, além de ser uma guardiã como ela costumadamente me lembra; e também você. Os dois são meus filhos e eu não os permitiria fazer algo desse gênero...

— A que se referem? — Éter ouviu Aurora questionar. — Se existe uma forma de eu os salvar; de salvar a meus protegidos exijo que não a escondam de mim...

Erebus finalmente de pé, desceu os poucos degraus da escadaria a frente de seu trono, e suas feições graves se transformaram em algo cheio de ternura e algo mais que Aurora não pode reconhecer. Ela o sentiu e o viu se aproximar até toca-la com as duas mãos nos ombros e aperta-la com firmeza, mas ao mesmo tempo de forma leve.

De forma baixa e paternal Erebus falou a filha:

— Há sim, ainda, uma forma de salvar aos seus, mas ela requer algo mais do que um combate ou o poder que você possui. Isso pede muito mais do que você possa imaginar minha filha...

— E o que é? — Aurora questionou corajosamente, como se estivesse pronta para enfrentar ou fazer qualquer coisa...

Os olhos de Erebus se escureceram completamente e sua feições ficaram mais graves escondendo aquela luz que parecia emanar e vir de dentro dele. Ele não respondeu a Aurora.

— Requer sangue... — respondeu Éter no lugar de seu pai. Ele agora estava pálido, com seus olhos azuis vazios. — Um sacrifício. Mas você jamais o fará... — ele afirmou sua última frase, como se jamais fosse permitir que sua irmã; que Aurora o fizesse...

— Éter tem razão, você jamais o fará porque jamais permitirei que isso suceda a você e nem mesmo Nyx aprovaria isso... — reafirmou Erebus com seus olhos fixos nos da filha... — Só peço que acalme-se. Eu prometo que encontrarei outra solução...

Mas ante o argumento de Erebus Éter viu sua irmã balançar a cabeça em uma negativa.

— Estou sem tempo... — respondeu ela de imediato e afastando-se de seu genitor livrou-se de suas mãos e logo transformando-se em algo disforme, como fumaça e vento ante os olhos de Éter, seu irmão e de Erebus, desapareceu do palácio; sumindo...

Ela havia partido.

Precisava estar só para refletir no que poderia fazer em favor dos Cherockee, os seus protegidos...

É claro que Éter e Erebus jamais lhe revelariam o que era necessário para o sacrifício, mas talvez ela estivesse disposta a descobrir tudo sozinha...

Se necessário Aurora faria o sacrifício...


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Que tal comentarem e expressarem suas opiniões?

* Ei, viram a imagem representativa de Erebus? O que acharam? Muito boa não?!



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