– - sim – disse Mai assentindo e Naru simplesmente a olhava em choque – ela é sua sobrinha... filha de Gene...

Naru de repente ficou mudo, por mais ele quisesse falar as palavras simplesmente não saiam, ele estava em choque, ele não conseguia acreditar no que tinha acabado de escutar... seu irmão... seu irmão idiota morto! Teve uma filha?! Uma filha?! Uma sobrinha?! Eu?! Aquele idiota irresponsável! Um cara que se graduou com honra na faculdade de Harvard aos 14 anos... não foi capaz de usar uma misera camisinha?!! E quando diachos ele teve tempo pra isso?! Droga! Naru não sabia o que sentir se era raiva de seu irmão irresponsável, se sentir frustrado por não descoberto isso antes ou se sentia feliz pois aquela garotinha, querendo ou não, era um pedaço de seu irmão morto...

Mai via Naru andando de um lado para o outro, e seu rosto normalmente inexpressivo, agora parecia um trem bala, ela estava começando a se preocupar, talvez aquela noticia teria sido de mais para ele assimilar...

– N-Naru ...- chamou Mai sem saber o que falar numa hora dessas – se acalme...

– me acalmar? Como vou me acalmar? Eu acabei de saber que meu irmão morto teve uma filha! E eu no sabia de nada... se eu soubesse antes... eu a teria procurado nem que fosse no inferno! Se eu tivesse a encontrado mais sedo ela não teria sofrido tanto... Merda! Mai, ela é só uma criança! Me revira o estomago só de pensar o que vocês três sofreram naquele lugar...

– oh! Naru... – Mai foi até ele e o abraçou tão forte quanto podia, sentindo Naru a abraçar de volta ela apenas enterrou seu rosto em seu peito, oh como ela amava estar ali, nos braços de Naru onde se sentia segura e amada, ela se separou de Naru o suficiente para segurar delicadamente seu rosto com as mãos e dizer olhando em seus olhos – Naru... eu não posso negar que o que aconteceu lá foi um inferno, mas isso esta no passado não pode ser mudado... Temos que nos concentrar no presente em que vivemos! Presente em que Liza esta de volta ao lado de seu amado irmão, eu estou com você, a pessoa que amo! E Yuki sempre teve a mim, mas agora ela terá a você também, seu tio, você é a família que ela sempre quis tanto conhecer Naru..., não pense no que você devia ter feito, pense no que você vai fazer daqui pra frente!

Naru apenas a olhou, sem dizer uma palavra por um longo tempo até que ele sorriu para Mai, colocando sua mão sobre a de Mai, que ainda estava segurando seu rosto e disse:

– eu não sei o que seria de mim sem você...

– um completo desastre! – disse Mai rindo

– hai, hai – disse Naru abraçando Mai e enterrando seu rosto na curva de seu pescoço – eu poderia ser um desastre, mas um desastre extremamente lindo...

– tsc! Seu narcisista idiota! – disse Mai sorrindo dando um tapa de leve no braço de Naru, cujo somente a abraçou mais forte e inalou seu cheiro – Naru?...

– ela sabe?... digo sobre Gene e eu...? – perguntou Naru a olhando nos olhos .

– não – disse Mai – eu não contei nada a ela, eu queria te contar primeiro, já que isso tem que ser resolvido entre vocês dois, não tem o porquê de gente de fora se intrometer, isso vai ser tarefa sua...

– você não é gente de fora, você é a pessoa que cuidou e criou ela, mesmo que não sejam ligadas pelo sangue, Mai você é mãe dela... – disse Naru acariciando seu roto com uma mão, Mai lhe concedeu como agradecimento um sorriso cálido e carinhoso e seus olhos brilhavam de emoção aquilo foi a imagem mais bonita que ele já tinha visto na vida

– então temos que lidar com isso juntos certos? – perguntou Mai sorrindo e Naru apenas assentiu.

– mas Mai como você descobriu que Yuki era filha dele? – perguntou Naru intrigado.

– bem foi ele mesmo que me disse... – respondeu Mai

– então ele realmente sabia...

–ne Naru tenho que te contar uma coisa sobre a morte de Gene e o nascimento de Yuki- disse Mai olhando para Naru - é melhor se sentar – disse ela já se sentando em uma cadeira, Naru fez o mesmo se sentando em sua cadeira.

– comece...

– bom pra começo de conversa Gene também não sabia sobre Yuki, ele só foi saber quando recebeu uma ligação da Haru uma amiga da Lucy a mãe de Yuki...

– eu sabia... tinha que ser ela, meu irmão não só foi irresponsável como também estúpido! Justo a Lucy... – suspirou Naru resignado, Mai estranhou o comentário, mas resolveu perguntar depois então continuou:

–quando ele recebeu essa ligação foi no dia do nascimento de Yuki, Haru estava preocupada que Yuki ficasse com Lucy na situação em que ela se encontrava...

– situação...? – perguntou Naru sem entender.

– Lucy era uma viciada em heroína e depressiva,tomava remédios controlados, ela tinha sido internada,forçada pelos pais, mas acabou fugindo do tratamento, e veio para o Japão procurando abrigo onde Haru morava, eu sinceramente não sei como ela não abortou...

– entendo...

– Bem, Haru a ajudou em toda a sua gestação, mas quando Lucy deu a luz, Haru não quis deixar Yuki com a mãe, não quando ele era uma viciada que não sabia cuidar de si mesma, então ela ligou para Gene e contou tudo, sobre a gravidez, os vícios e os quases abortos que ela teve, e Gene sendo Gene...

– Veio direto para o Japão com a desculpa que queria descobrir nossos pais biológicos...- Naru terminou a frase.

– pois é... Mas o que ele não sabia era que Lucy estava sob a vigilância do Zero, então assim que ele botou os pés no Japão...

– foi assassinado.

– sim... e assim que Lucy recebeu alta do hospital ela deu Yuki para uma das cede de Zero que ficava no Japão, em troca de sua liberdade e dinheiro, de lá Yuki foi transferida para a cede de Taiwan onde a conheci...

– então ele não chegou a vê-la, não foi...? – perguntou Naru já sabendo a resposta e Mai simplesmente assentiu.

– ele estava indo para o local onde se encontraria com Haru e Yuki sem que Lucy soubesse, parece que ela não queria ver Gene nem pintado de ouro, quando foi atropelado.

– e você sabe de alguma coisa sobre Lucy? Atualmente – perguntou Naru.

– sim, pelo que soube ela foi encontrada morta em um beco...

– morta?

– hai, ela teve uma overdose..., você é o único parente de sangue vivo de Yuki, já que Lucy era filha única, e os pais dela já estão mortos... – disse Mai – vamos ter muito a que explicar para ela...- Mai suspirou.

– hm, mas antes disso, tem muitas coisas que precisam ser explicadas não é? Mai-san... – disse Naru sarcasticamente.

– o-o que ? e-eu não tenho mais nada que lhe explicar n-não é?! – disse Mai sorrindo nervosamente, já sabendo do que ele queria explicação.

– o que aconteceu ontem Mai? – perguntou Naru visivelmente preocupado.

Mai suspirou, ela sabia que teria que contar pra ele cedo ou tarde, mas por enquanto ela só queria viver sua vida em paz, sem ter que se lembrar daqueles dias aterrorizantes e angustiantes que ela viveu...

– ne Naru... eu posso te contar sobre isso outro dia, eu realmente não quero falar sobre isso agora... – disse Mai com sorriso cansado no rosto.

Agora foi a vez de Naru suspirar, vendo a angustia estampada nos olhos de Mai, ele desistiu de fazer aquela pergunta, pelo menos por enquanto.

– tudo bem, mas você vai ter que me contar, já que pelo visto isso vai ser problemático...

– eu vou – disse Mai se levantando e se detendo na porta com uma mao na massaneta – tudo ao seu tempo... a mais coisa para contar do que pensa Naru...

– espero que me conte logo... – disse Naru olhando para Mai que esta de costas para ele – ou não poderei protegê-la.

–eu irei... e... – Mai olhou para Naru e deu um sorriso mais doce e cálido que Naru já tinha visto e continuou -... Obrigado.

Assim Mai saiu do escritório de Naru e quando entrou na sala de recepção deu de cara com Charlotte sentada no sofá e Yuki estava longe de ser vista, assim que Charlotte viu Mai logo se levantou do sofá e foi cumprimentá-la.

– Aoi-san! É um prazer revela!- disse Charlotte com um sorriso estampando no rosto.

–Charlotte- cumprimentou Mai com uma voz fria e profissional, ela já estava com sua “mascara”- vou chamar Oliver.

Naru estava escrevendo uns dos vários malditos relatório que ele tinha que enviar ao seu pai, quando Mai entrou na sua sala sem bater.

– e a educação? – perguntou Naru a olhando com uma sobrancelha arrogantemente erguida.

– foi para terra dos que não voltam! Junto com a Liza que nunca mais voltou com o bendito chá!!! – disse Mai com os braços cruzados e batendo o pé no chão irritada.

Naru sorriu com aquela reação típica de Mai.

– hnm... e o que você quer comigo? – perguntou Naru e Mai o olhou confusa, então ele suspirou – você veio aqui por que queria alguma coisa comigo certo? Ou veio até aqui só pra reclamar de Liza?

–há! sim! Charlotte esta te esperando lá fora, eu liguei pra ela ontem e disse que você queria conversar pessoalmente antes de aceitar o caso... E pensar que ela veio tão rápido, deve estar desesperada....

– sim... vamos logo – disse Naru se levantando e indo em direção a porta mas foi detido pela voz de Mai.

– naru, enquanto Charlotte estiver aqui eu serei Sakura então eu posso agir um pouco... estranha.

– sim eu sei...- disse naru pra logo dar um sorriso brincalhão de canto – eu ouvi dizer que a grande Aoi Sakura tem o apelido de dama de gelo destemida, mal sabem eles que ela é na verdade uma medrosa que morre de medo de trovões...

– HÁ! como você descobriu! E eu não sou medrosa! É que... É que... E-Eles são realmente assustadores!!!

– hai, hai dama destemida – disse Naru a provocando.

–N-NARU! – disse Mai indignada e lhe bateu de leve no braço e foram para a sala.

Quando entraram juntos na sala Charlotte estava conversando com uma garotinha que se parecia muito a ela, quando as duas olharam para os dois juntos por alguma razão ficarão ruborizadas ao principio Mai pensou que era por cousa de Naru, porque venhamos e convenhamos ele era um deus grego, mas elas estavam olhando para os dois, tanto para Naru quanto para Mai, cuja estranhou a reação das duas.

– ki-kire...!- sussurrou a garota auto suficiente para todos ouvir – okaa-san mitte mitte! (olha, olha!) parecem um casal de modelos! Ou melhor ainda parecem um casal de manga shoujo! Eles ficam tão bem juntos! – disse a menina com um ar sonhador.

Mai deu graças a Kami-sama por ter aprendido a esconder suas emoções, se não ela estaria mais vermelha que um tomate! Ela viu Naru olhar para ela e dar aquele sorriso de canto malicioso, que por mais que ela lutasse contra suas emoções acabou ficando com suas bochechas um pouco rosadas, “maldito Naru!...”

–sim! Verdade! – disse Charlotte meio que em transe também, até que ela se tocou do que disse e ficou ainda mais vermelha só que dessa vez de vergonha- Q-QUERO DIZER! JANNE! Não fale besteiras! Isso é falta de educação!

– eeehh! Mas o que eu disse foi um elogio! – disse a menina confusa e indignada.

Charlotte se levantou do sofá e se virou para Naru e Mai.

– me desculpe pela falta de modos da minha filha – disse se curvando – Janne se desculpe também!

– me desculpa se eu os ofendi de alguma maneira – disse Janne se curvando mas depois logo falou – mas eu ainda acho que vocês se parecem- - antes que ela terminasse a frase Charlotte tampou sua boca com a mão sorrindo forçadamente para Mai e Naru, cujos tinham uma gota caindo na parte de trás de suas cabeças ( estilo anime (-.-')).

–Charlotte este é Oliver Davis – disse Mai com sua voz fria e monótona.

– há sim!- disse Charlotte destampando a boca de Janne e estendendo a mão para Naru – é uma honra conhecê-lo pessoalmente professor Davis, sou Charlotte Stewart e esta é minha filha mais nova Janne Stewart.

– hm, por favor sente-se – pediu Naru enquanto se sentava, Mai e lin, que tinha acabado de chegar com seu computador para anotar tudo, se sentaram também – Sakura já me contou sobre os acontecimentos em sua casa mas eu prefiro ouvir isso diretamente de você, então por favor me conte, com até mesmo os detalhes que você acha mais insignificantes.

– hai, tudo começou quando... – Charlotte começou a contar tudo do que se lembrava que tinha acontecido, ela estava um pouco nervosa, bom quem poderia culpa-la? Ela estava na frente das duas pessoas mais importantes do mundo paranormal.

Depois de relatar tudo sobre o que aconteceu Naru ficou em silencio por uns estantes se decidindo se ia pegar o caso ou não então falou...

– eu aceito o caso- disse Naru para Charlotte cuja sorriu amplamente, mas Naru a advertiu – eu não gosto de chamar atenção senhora Stewart,espero não ver nenhuma câmera durante o caso.

– e não haverá, eu não irei expor minha família... mas você sabe não é? Assim que o nome Aoi Sakura e Oliver Davis vir átona...

– sim será inevitável...

– por que não usam nomes falsos? Seria menos problemático pra vocês... Não? – perguntou Charlotte para os dois.

– não, esse é um caso que quero resolver como Oliver Davis assim não haverá restrições sobre meus atos.

– e mesmo vale para mim – disse Mai inexpressiva como sempre, Charlotte assentiu.

– devo avisar a vocês que haverá mais investigadores na minha casa, por insistência de meu marido que quer resolver isso o mais sedo possível.

– não há problema, se... – começou Naru

– eles não se meterem no nosso caminho – terminou Mai.

– acho que Sakura já lhe contou do precisamos certo? – perguntou Naru e Charlotte assentiu – então estaremos na sua casa amanhã pela manhã.

– sim! Aringatou gosaimasu! – agradeceu Charlotte - e até amanhã

– até mais!- Disse Janne sorrindo e acenando para eles enquanto sai pela porta arrastada pela mãe – eu ainda farei vocês admitirem que são um para perfeito!!!

– JANNE!!! – a prendeu Charlotte saindo do escritório.

– então nós somos o par perfeito... – disse Naru para Mai com um sorriso estúpido de canto.

– urusai! – reclamou Mai vermelha, sua já tinha caído... – não de ouvidos a que uma criança diga! – disse Mai mais vermelha do que tomate e fazendo bico.

Não deu outra se não Naru rindo de Mai cujo ficou ainda mais vermelha.

Lin que ainda estava ali meio que chocado, já que ele não ouvia a risada de Naru a anos... mas logo viu que os olhos de Naru tinham um brilho especial neles, feliz... ele estava realmente feliz depois de tantos anos prezo na propria tristeza e solidão, Lin sorriu, mesmo que fosse inconsciente Mai tinha salvado Naru de seu próprio inferno e por isso ele era grato a ela.

– naru! não ria!- gritou Mai infantilmente indignado, Yuki, que estava até agora com Lin em seu escritório para nao ficar sozinha com Charlotte, via essa cena de boca aberta ela nunca tinha visto sua mãe agir desse jeito ela era sempre tão seria com outras pessoas... e então ela percebeu sua mãe estava ficava livre das corrente do passado quando ela estava com essas pessoas que ela considerava sua família, ao perceber isso Yuki se viu querendo ver, mais ainda, como sua mãe era antes de tudo acontecer... Ela queria ver sua verdadeira eu antes da tragédia ter abatido sua vida.

Mais tarde Mai tinha avisado a todos que Naru tinha aceitado o caso de Charlotte e que partiriam amanhã de manhã todos concordaram já que estavam livres e estavam animados por que seria como os velhos tempos, todos juntos novamente.

Mal sabiam eles que esse caso seria o desencadear de uma tragédia...

O destino de Mai foi traçado no segundo que ela aceitou aquele caso...