Era o dia da colheita, Ellie ainda estava a dormir quando Riley a acordou com um beijo na testa. Elas eram amigas dês de pequenas.

Fazia um mês que Ellie estava a morar com a Riley e com os pais dela. Ellie amava Riley e ambas partilhavam um romance secreto.

Para as duas o dia da colheita era um pesadelo. Foi graças ao Jogos que o seu amigo Frank morreu, escolhido quando fez 12 anos. Ellie não tinha medo dos Jogos, o seu pai era Pacificador e tinha-lhe ensinado tudo sobre sobrevivência. Ellie sentia a sua falta mas mostrava-se forte em frente a todos.

Ela tomou o pequeno-almoço com a Riley e depois saiu de casa levando o seu arco que ela própria o tinha feito.

Saiu de casa e passou a cerca eléctrica passando assim para a floresta. Ficou por lá algumas horas. Entanto passeava devagarinho pela floresta encontrou uma família de coelhos brancos. Pegou no seu arco e mirou a flecha para o maior, parou a respiração e acertou em cheio no olho do bicho. Quando se aproximou no animal morte reparou num outro coelho um pouco mais pequeno ao lado do bichinho morto. Ellie agarrou no coelho morto e colocou-o na mochila. Quando se levantou reparou o outro coelho pequena estava ferido na pata, era por isso que ele não tinha fugido. Ellie ficou com pena do pobre animal e decidi leva-lo com ela.

Quando chegou a casa Riley ficou muito contente por ver aquele bichinho. As duas tomaram conta do animal, desinfetaram a sua ferida, deram-lhe comida e deram-lhe muitos mimos.

Os pais de Riley não ficaram muito contentes por terem aquele animal em casa mas mesmo assim deixaram as meninas ficarem com ele.

As meninas foram preparar-se para a colheita enquanto a mãe que Riley preparava o almoço.

Ellie vestiu um vestido branco, um pouco velho, tinha sido o seu pai que o tinha oferecido quando ainda estava vivo. O vestido era curto, acima dos joelhos, era de mangas a três quartos, e era coberto por rendas. O cabelo estava preso num rabo-de-cavalo baixo.

Riley também vestiu um vestido branco, que a sua mãe conseguiu, graças ao trabalho que fazia na fábrica de têxtis, também acima do joelho. A parte de cima era toda em renda e o vestido era de cavas. O cabelo da Riley estava solto apenas com um bandolete branca para enfeitas. Os sapatos eram umas sapatilhas de fivela iguais as que a Ellie estava a usar.

O almoço já estava pronto e ambas sentaram-se á mesa. Os nervos não deixavam nenhuma delas comer. Ellie comeu apenas um bocado de pão de com água e Riley comeu umas colheres de sopa.

Saíram de casa e foram todos juntos para o local onde se realizaria a colheita.

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No outro lado do distrito, Luan estava no quarto a treinar. O seu quarto fora dividido pela sua irmã Clara. Era grande o suficiente para os dois mas agora estava ainda maior, sem as coisas da irmã aquilo era um espaço morto.

Luan tinha saudades da Clara. Perder a irmã por causa dos Jogos dava cabo da cabeça a qualquer um. A sua pobre mãe ficou tão mal depois de perder a filha que teve de parar de trabalhar e o seu pai teve de trabalhar o dobro, deixando então de ser um pai presente. A família de Luan tornou-se mais distante. Luan desejava vingança, tinha um plano contra a capital e para isso iria se voluntarias para os Jogos.

Já tinha treinado muito. Ele era bem ágil e inteligente, era um bom líder mas também sabia ser um bom seguidor.

Ele estava decidido eu vingar a morte da irmã. E assim o iria fazer.

Tomou banho, vestiu um fato preto que tinha no armário, penteou o cabelo para traz e desceu á cozinha.

Já passava do meio-dia e a sua mãe ainda estava na cama, provavelmente não estava a dormir mas pelas ordens do médico ela deveria ficar em casa de preferência deitada.

Luan foi á cozinha e preparou uma taça de sopa, colocou num tabuleiro e levou-o até á mãe.

– Luan, obrigado querido. – Disse a mulher sorrindo.

– Sentes-te bem? – Perguntou o moço ajudando a sua mãe a sentar-se.

– Isso pergunto eu… - Luan percebeu que a sua mãe se referia ao seu plano contra a Capital.

– Eu tenho de fazer isto!

– Eu já perdi a Clara, não te quero perder a ti. – Disse a mulher segurando-lhe a cara e fingindo um sorriso.

– Não me vais perder, eu prometo. – Disse ela abraçando a mãe. – Amo-te muito, mãe.

– Eu também te amo querido.

Quando a mãe do Luan acabou de comer a sopa, este ajudou-a a vestir-se. Saíram os dois de casa e Luan teve o maior cuidado. A mãe do Luan só podia sair de casa quando eram esta tipo de eventos, e mesmo assim não podia ficar muito tempo.

Quando lá chegaram o pai de Luan já os esperava. Era a primeira vez que o Luan via o pai nestas últimas semanas.

Luan despediu-se dos pais e dirigiu-se á multidão de rapazes.

Enquanto isso Ellie e a amiga também de despediram dos pais de Riley. Ambas estavam nervosas, dirigiram-se aquela multidão assustadora de raparigas e esperaram pelo sorteio.

No palco estava uma mulher de cabelo vermelho, comprido, alta e morena.

– Bem-vindos. O meu nome é Kira Rush. Serei a sorteadora e mentora do distrito 8. Vamos começar pelo filme que mostra o poder da nossa capital. – A mulher mostrou o vídeo e quando terminou dirigiu-se para o recipiente com os nomes femininos. – E o tributo feminino é… Ellie Foster.

O coração da Ellie disparou. Riley começou a chorar e tentou agarrar a amiga para não a deixar ir.

– Por favor não vás. Fica comigo! – Pediu a Riley desesperada.

– Calma Riley, eu vou voltar. – Disse a moça tentando não chorar, dando um beijo na testa da amiga.

Ellie dirigiu-se até ao palco sem mostrar nenhuma preocupação nem medo.

Kira comprimento a Ellie e depois dirigiu-se ao recipiente dos nomes masculinos.

– E agora vamos ver quem é o tributo masculino… - Começou Kira.

– Eu voluntario-me. – Gritou o Luan antes que a Kira pudesse tirar um papel.

Luan dirigiu-se até ao palco seguro sempre olhando para a mãe que se mostrava triste e assustada.

– Como te chamas rapaz? – Perguntou Kira.

– Luan Martiro.

– Senhoras e senhores, os tributos do distrito 8 são Ellie Foster e Luan Martiro.

Ellie tinha de voltar pela Riley o Luan não podia dar outro desgosto aos pais. Ambos tinham de voltar mas só um iria sobreviver.