Realmente não sei o que fazer, odeio ver Annabeth triste pelo seu namorado em coma. Ela é muito especial para mim, mesmo que eu não queira que ela namore com ele, e sim comigo.

Hoje é sábado e eu estou no meu quarto, deitado na minha cama, pensando na Annabeth. Mesmo que eu tente desviar meus pensamentos dela, eles sempre voltam para seu sorriso e seus olhos cinza como um dia nublado.

Resolvi ir andar no parque aqui perto de casa para esfriar a cabeça.

Coloquei uma bermuda e uma blusa lisa verde com meus tênis de corrida. Peguei meu iPod e meus fones, colocando em uma playlist aleatória. Olhei-me no espelho tentando arrumar meus cabelos rebeldes, mas como sempre não deu certo.

– Vou sair pai! – gritei quando já estava em frente a porta de madeira da minha casa.

– Não vai almoçar em casa? Já são quase uma hora da tarde. – Perguntou vindo da cozinha com um avental e um pano de prato no seu ombro. – Estou fazendo lasanha.

– Não, como em qualquer restaurante. Vou sair para esfriar a cabeça. – Disse me lembrando de como a comida do meu pai é ruim. Ainda morro de intoxicação alimentar.

Sai de casa caminhando lentamente e ouvindo minhas musicas.

Chegando ao parque comecei a dar uma corrida envolta do mesmo. Quando me cansei me sentei no banco que dava a visão para o parquinho. As crianças corriam e brincavam felizes, algumas mães corriam atrás delas e outras fofocavam.

Estava apenas olhando as crianças e suas mães quando a brisa trás um cheiro que eu tanto amo, o cheiro de limão da Annie. Quando me viro para ver onde ela está, vejo que é no meu lado.

– Oi. – falou abrindo seu tipo sorriso. – Estava caminhando e te vi. – Explicou-me.

Agora que percebi o que a Annabeth esta usando: uma bermuda justa de corrida, uma regata azul (minha cor favorita que fica linda nela) e tênis. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo alto com apenas sua franja caindo no seu rosto.

– Oi.

– Você falou com seu pai? – Ah então é isso que ela quer. Apenas assenti com a cabeça. – Ele vai?

– Não. – respondi simplesmente. Eu não falei com meu pai, porém resolvi que não iria, pois o que o Malcolm me falou realmente pareceu ser verdade, ela vai me ignorar se o Luke acordar.

Annabeth ficou um tempo sem falar nada, apenas olhando para o parquinho. Quando ela se virou para me olhar seus olhos estavam cheios de lagrimas, porém percebi que ela não queria chorar.

– Por quê? – perguntou com a voz embargada.

– Ele esta saindo um pouco do ramo de neurologia, tentando ser clinico geral. – Falei. Não era mentira ele agora estava com um consultório e tentando ser clinico geral, mas nunca vai abandonar a neurologia, é sua paixão.

– Ah...ta. – deu um sorriso triste. – Vou indo Percy. Mesmo assim obrigada por tentar. – Disse olhando nos meus olhos, o que me fez ficar pior já que eu nem tentei. – Tchau. – Falou quando se virou e foi da direção da trilha que se estendia pelo parque.

{...}

Já se passaram alguns dias dês da minha ultima conversa com Annabeth. Dês desse dia eu me sentia cada vez mais distante dela, sempre que eu ia falar com ela no corredor ela ia à direção contraria e se juntava a Thalia, quando eu tentava falar com ela em particular ela era curta e grossa.

Agora eu estou na lavanderia lavando novamente minhas roupas de cama, isso, pois estou sonhando com a Annabeth e...Bem esses sonhos são meio... É... Quentes.

– Lavando roupa de cama de novo? – perguntou meu pai com um sorriso de lado e pegando alguma coisa no armário da lavanderia.

– Sim, sujei de achocolatado. – Falei a primeira desculpa que veio em minha mente.

– Não temos achocolatado. – Falou meu pai com um olhar brincalhão e com as pontas de seu lábio se abrindo em um sorriso. – Na sua idade eu também era um saco de hormônios.

– Pai! – falei bravo e corado. – Vai irritar outro!

Meu pai se limitou a rir e me perguntar que era. Mas eu apenas o ignorei, às vezes parecia que eu era o pai e ele o filho! Bufei e continuei a colocar as roupas para lavar. Sinto alguém me cutucar e me viro.

– Seu amigo Nico esta no telefone querendo falar com você. – Disse Tyson com o telefone estendido em minha direção.

– Obrigado. – Agradeci e peguei o telefone.

– Alô.

– Oi Percy aqui é o Nico!

– Oi Nico. O que te faz ligar em plena manhã para mim?

– Me encontre no bosque na primeira aula. Antes que pergunte, sim vamos matar aula. Te vejo lá! – falou e já desligou, sem esperar uma resposta.

Meu irmão continuava parado no mesmo lugar.

– Precisamos comprar uma bina. – disse

– Devia estar feliz por ter amigos. – disse um pouco triste.

– Por quê? – perguntei franzindo o cenho.

– Todos na minha sala se conhecem dês de pequenos. –falou meio triste. Isso realmente me afetava, ver seus olhos marrons perderem um pouco do brilho e seu sorriso diminuir. Tive uma ideia para ajuda-lo.

– Olha Tyson, você quem ter um amigo? – perguntei e ele assentiu. – O primeiro passo é parecer menos necessitado. Você tem que parecer ocupado.

Tyson olhou para baixo e fez uma careta.

– São essas calças? – perguntou olhando para suas calças com estampa do exército.

Eu ri e caminhei em direção a algumas caixas que estavam empilhadas na lateral da lavanderia. Cheguei lá e tirei um ioiô que eu brincava quando pequeno e me agachando para ficar na altura de meu irmão.

– Acredite em mim, se você fingir que esta ocupada e não precisa de amigos vai fazer um em um piscar de olhos. – Peguei meu ioiô e coloquei em sua frente. Ele pegou e sorriu, saindo correndo em seguida.

{...}

Hoje eu iria cabular a primeira aula, então antes de ir para a escola passei no Starbucks e comprei um café.

Cheguei à escola e fui em direção ao bosque que ficava no lado do campus. Estava chegando perto e já dava para avistar as árvores altas com uns cortes com nomes de casais. Lá perto eu via meus amigos conversando.

– Você está atrasado. – Foi a primeira coisa que Nico falou quando me viu.

– Oi para vocês também. Então Nico e pessoas, o que vocês querem tanto falar que eu tive que cabular aula? – Perguntei curioso.

– Tenho um plano para que você fique perto da Annie. – disse sorrindo e me entregando um papel. – Leia e me encontre quando a aula acabar no lado do seu armário.