Liverpool, século XVIII.

Jack Fasthand estava sentado em uma tarde cinzenta de outono. As carruagens eram raras, mas passavam tranquilas na frente de sua casa. Quando pegou o seu violão e começou a entoar pela milésima vez os acordes, para a sua amada Elizabeth. Parecia que nunca estava perfeito. Veio-lhe a cabeça quando o seu avô George entregou a ele o velho violão que carinhosamente apelidou de Cherry, devido a sua cor avermelhada. Lembra-se do quão misterioso George foi ao lhe entregar o instrumento “Protegendo Cherry, ele o protegera”, foram essas as palavras usadas por ele.

Finalmente uma carruagem branca para em frente a sua casa. E Elizabeth Orsmy-Gory, aparece iluminando o seu dia, rapidamente Jack guarda Cherry, não poderia mostrar sua obra imperfeita a sua musa inspiradora. Assim que o vê, Elizabeth vai sorrindo em sua direção. Como poderia existir uma vontade tão grande de poder abraça-la?

- Já resolvi o problema da igreja – fala ela sentando ao lado de Jack.

Ele carinhosamente pega em sua mão, Jack observa a mãe de Elizabeth descendo da carruagem, e se sentando ao lado da filha e do seu futuro genro.

Eles conversam durante muito tempo sobre os preparativos do casamento. Logo a prima de Jack aparece e anuncia o jantar. Eles entram na casa animadamente, e se sentam a mesa. Que estava farta, com carnes, saladas e grãos. Depois de comerem, Jack finalmente estava preparado para mostrar a sua música para a noiva. Então ele pega o violão e passa a alça por seus ombros.

No mesmo instante em que Jack iria tocar a sua música para Elizabeth, um uivo muito alto ecoa pela sala. Sua família havia esquecido: era noite de lua cheia. Eufóricos com o casamento recém-informado que aconteceria na próxima primavera, e o misterioso sumiço de uma semana de George, haviam se esquecido do ritual de lua cheia. Richard, pai de Jack, começa rapidamente o ritual, Jack acha muitíssimo estranho o pai fazer o ritual, pois sua família nunca acreditara muito no lobisomem, com exceção do avô. O pai começa a espalhar pó de prata pela porta, e fechando as grades nas janelas. Infelizmente a última grade não pôde ser fechada, antes de um grande lobo cinzento adentrar ao ressinto pulando direto na garganta de Richard.

Após um segundo de terror, as pessoas na casa começam a se preocupar com elas mesmas. Não havia nada a ser feito, apenas correr. Jack empurra o violão para traz, o deixando preso pela alça em seus ombros, e puxa Elizabeth pelo braço, mas a menina havia trancado suas botas no antigo assoalho da residência. Jack a puxa com agressividade, carregando-a no colo. Ela grita ao ver sua mãe sendo atacada pelo grande homem-animal. Sem a ínfima chance de sobreviver.

Jack corre em direção à dispensa, soltando Elizabeth, sabia que lá havia um pó de prata. Tinha que salvar a noiva e sua família. Pegando o pó, ele ainda estava com Cherry nos ombros, sem conseguir abandonar o instrumento. Voltando para a sala de jantar, Jack se depara com o lobisomem atacando sua família. Jack tenta de todas as maneiras atingir o animal com o pó, mas o lobo era rápido de mais. Em questão de segundos, sua família estava morta.

Jack começa a correr em direção a Elizabeth, mas não é rápido o bastante, o lobo se vira para ela e a ataca, destroçando sua garganta. Sem pensar, Jack se agarra ao violão, precisava se apoiar em algo. Elizabeth, a sua Elizabeth, havia sido morta, na frente dele. E Jack não pôde impedir a morte de sua amada. Uma dor dominava o peido de Jack, havia perdido a pessoa que mais amava.

O lobo se virá para ele. “Sim, mate-me” pensa Jack “Você já acabou com a minha vida mesmo”. O lobo salta em direção a Jack, que fecha os olhos agarrando o seu violão com mais força, e começa a tocar a música de Elizabeth. O lobo salta em sua direção, mas não o atinge, pois na mesma hora em que suas garras rasgariam a pele de Jack, o lobo cai morto no chão.