Perder para valorizar escrita por TMfa


Capítulo 4
Finalmente ao seu lado


Notas iniciais do capítulo

Eu sei fui contra a maioria, mas assim ficou legal tbm. Espero que gostem O.o



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Após longo processo para fazer o checkin - sim longo, haviam muitos meteorologista na cidade para analisar a tempestade - ambos subiram cada um para o seu quarto, no mesmo corredor. Lisbon ficou em um quarto que fora reservado mas o hospede atrasou a reserva, com a advertência de que poderia ficar nele por apenas duas noites e, caso tivessem que passar além do prazo ali, ela e Jane teriam que dividir o mesmo quarto.
Jane entrou em seu quarto absorto nas palavras que ele ouvira de Lisbon. Ela seguiu em frente, o esqueceu, ou no mínimo tentava fazer isso. Ele se acomodou no quarto no automático, claro que era capaz de pensar e agir ao mesmo tempo - afinal assim o fez -, mas não percebeu o que fazia, apenas fazia. Patrick pensou para quem aquelas palavras poderiam ser, buscou soluções avessas a hipótese de um novo relacionamento, mas sempre voltava aquela ideia de a ter perdido.
"Espera, mas se perdi a Lisbon posso reconquistá-la!" pensou ele sozinho enquanto retirava o terno. Esse pensamento o animou um pouco, sentiu vontade de sair dali e bater na porta dela, todavia o bom senso o alertou de que o horário não era apropriado. Por isso decidiu iniciar seu plano de reconquista no dia seguinte.
Assim que terminou de se aconchegar no cômodo simples, Jane se deitou sorrindo em sua cama e sentiu falta do chá noturno. Tentou dormir sem ele - em outro dia talvez fosse possível - porém a euforia de ter notado que a ausência de Lisbon seria tão dolorida e ainda mais por ter decidido recuperá-la não permitiu. Então ele se levantou e foi até o holl do hotel e preparou seu chá, voltou para a cama e dormiu pensando em como agiria com Lisbon de agora em diante.
No dia seguinte, Jane se acordou cedo e foi até o térreo pedir que preparassem uma mesa para dois.
– Lisbon! - chamou ele a avistando pelo salão.
Lisbon seguiu até com um simplório sorriso.
– Bom dia, Jane.
– Senta aqui. Vem, vamos tomas café, eu vou tomar chá, mas você pode tomar café. - Jane dizia empolgado, chamou o garçom.
– Não precisa, vou só tomar um pouco de café e vou checar se Cho tem alguma pista. - disse ela ainda de pé,
– Ah... Mas você pode tomar café aqui comigo. Qual é, Lisbon? Só um pouco. - insistiu Jane.
– Okay. - concordou ela sentando-se,
– Então, onde vamos hoje? - disse ele com o olhar fixo nela e um sorriso doce na boca.
– Se tudo der certo, de volta a Austin - disse ela soltando um suspiro de felicidade.
– Então vamos pedir?
Ele a olhava tanto que a fez corar, o que o fazia a olhar mais, a tornando ainda mais vermelha. Assim o ciclo se repetiu por alguns minutos, até que Lisbon desviou a atenção para o que estava em seu bolso: o maldito celular. Jane se irritou tanto que se pudesse quebraria o aparelho naquela mesma hora, mas o sorriso tão radiante que Lisbon deu o fez suportar o incômodo.
– Quem é? - perguntou ele curioso.
– Ninguém. - respondeu ela guardando o celular no bolso.
– Você não sorriria assim se não fosse alguém interessante, ou pelo menos importante.
– Lá vem nosso café. - apontou ela para o garçom.
Eles começaram conversar enquanto Jane bebia seu chá e Lisbon, seu café.
– Ok, que tal se hoje nós formos jantar quando chegarmos em Austin? - disse Jane.
– Jantar? - ela pousou sua xícara na mesa e o olhou desconfiada - Hum... droga - disse ela pesarosamente.
– O que foi?
– Eu não posso, não hoje a noite. - afirmou Lisbon.
– por que não?
– Já tenho compromisso. Vamos logo.
– Com quem?
– Temos que ligar para o Cho antes para saber se é preciso mais alguma coisa. - disse Lisbon se levantando.
Jane não se levantou logo, a olhou sério, em busca de respostas em sua expressões. Isso lhe deu esperanças, agora ele acreditava não ser o que ele imaginava.
– Vamos! - apressou ela.
– Ok .
Jane se levantou com um sorriso orgulhoso no rosto, ela não o havia trocado, como era bom saber disso. Mas ele não correria o risco de sentir o que sentiu quando imaginou em perdê-la.
Logo em seguida Lisbon ligou para Cho.
– Oi, Cho. O que aconteceu ai?
– A perícia achou um batom a alguns metros de distância da cena do crime, procuramos as digitais e encontramos quem estava com a vítima.
– Ótimo! Eu vou tentar voltar hoje ainda. - Diz Lisbon com Jane ao seu lado tentando ouvir o que Cho dizia.
– Não. Vocês vão falar com Diana Poit, ela mora em Waco, era ela quem estava com a vítima.
Jane e Lisbon se olharam, era perceptível que Lisbon queria ir o mais rápido para casa.
– Nós vamos - afirmou Jane sorrindo.
– Me passa o endereço - murmurou Lisbon enfadada.
Após alguns minutos de viagem eles chegaram ao endereço de Diana Poit. Sempre que possível, Lisbon checava o celular e respondia uma ou duas mensagens. Jane voltou a odiar aquilo, já estava se tornando estressante, ainda mais que a ideia de ser outro alguém voltara a sua mente - mais enfraquecida, é verdade, mas estava de volta.
– Olá. - disse uma morena de olhos escuros.
– Diana Poit? FBI, gostaríamos de saber o que aconteceu na última vez em que viu Frank Darthan. - disse Lisbon um tanto estressada.
Eles entraram e começaram a conversar sobre a vítima.
– Nós tínhamos acabado de jantar, ele me levou para uma reserva que ele tinha acesso... era um lugar tão lindo... eu gostava de ficar ao lado dele, Frank era tão gentil, amoroso... Por isso aceitei o pedido de casamento. Eu não acredito que ele... - a moça começou a soluçar, então Lisbon interrompeu
– Eu sei que é difícil, mas tudo que você disser pode ser útil, você viu alguém por perto? Ele andava estranho? Tinha inimigos ou algo do gênero? - indagou Lisbon
– Não, não. Ele era teimoso e muito honesto, se sabia de algo que estava errado não permitia que continuasse, ele... - a moça sorriu ao lembrar - se soubesse que estava certo morria para provar. Não desistia tão fácil das coisas
– Ele queria que você conhecesse a filha dele, certo? - disse Jane
– Sim, é... Jessy. Frank vivia me mostrando fotos, ele disse que iria me levar pra conhecê-la. Depois que nos casássemos ele pediria guarda compartilhada. Ele amava demais a filha, foi assim que nos conhecemos, ele estava no parque com ela, e eu estava lá lendo. Não vi a Jessy porque ela já estava no carro e ele voltou para pegar um brinquedo que ficou no banco ao lado do meu.
– Hm... sorte a dele. E quando pretendiam se casar?
– Não tínhamos planejado, resolvemos nos casar duas semanas atrás. E agora...
– Obrigado. Vamos, Lisbon?
– Obrigada por seu tempo - agradeceu Lisbon se despedindo
Ambos saíram e Lisbon ligou para Cho do lado de fora da casa.
– Ok, Cho. Vamos voltar agora e...
– A policia civil ainda não desbloqueou as estradas, como vão voltar? - indagou Cho
– Ainda não? Aaaaah - disse Lisbon em um meio gemido
– Sinto muito, Lisbon, qualquer coisa a mais avisamos aqui. Mas por enquanto nada fora do normal. - disse Cho
– Ok. Tchau - Lisbon desligou e se afastou um pouco de Jane, ligando novamente - Hey, como você tá? Eu vou ter que passar mais um noite aqui, eu sinto muito... eu... - Jane se aproximou para ouvir - Eu e Jane, por quê? - Lisbon deu uma risada - Quartos separados, com toda certeza! Hum.. uhum... Ah, é! Não se preocupe, sem a menor chance de acontecer - disse Lisbon se apoiando na coluna da varanda sorrindo - Ei. Eu te amo. Tchau.
Jane seguiu para o carro e esperou Lisbon lá. Ele sentiu a ideia de a ter perdido vir tão forte que começou a suar frio, era uma certeza, ou não? Droga! O que ele mais odiava acontecia, ele não sabia direito o que acontecia.
Durante a viagem seguiram calados, esperaram durante todo dia alguma informação ou a liberação das estradas. Cho mantinha ambos informados de qualquer informação, mas elas eram escassas, o que deu a Jane e Lisbon muito tempo livre.
Jane resolveu que se não aproveitasse para reconquistá-la agora, depois seria mais difícil. Foi quando na hora do almoço bateu na porta do quarto de Lisbon
– Oi, o que foi? - disse ela ao abrir a porta
– Já que estamos sem nada para fazer, eu pensei que podíamos dar uma volta pela cidade.
– Com o risco de uma forte tempestade?
– Meh! Um pequeno detalhe, vamos. Pense que são ferias remuneradas - Jane a chamou com tanta empolgação que parecia ser uma experiencia unica, e ele pretendia torná-la assim
Os dois seguiram até a praça mais próxima e jane tentou fazer do dia de Lisbon um dia mais romântico, por várias vezes tentou demonstrar que a via como mais que uma amiga, e muito mais vezes se irritou com o maldito celular que a tirava da atmosfera nostálgica e atemporal que ele se esforçava para criar. Ao fim do dia eles voltaram para o hotel e seguiram para seus respectivos quartos.
Como na noite anterior Jane sentiu falta de uma xícara de chá. Ele abriu a porta e saiu,ele caminhava pensando no que acontecera durante o dia, no quanto foi frustrante que Lisbon não dissesse nada sobre suas atitudes. Uma porta se abre ao lado de Jane.
– Jane? o que você ta fazendo acordado uma hora dessas? - diz Lisbon saindo de seu quarto
– Vou procurar um chá, e você? - Jane sorri
– Eu... - Lisbon aperta o celular em suas mãos e o olha
– Ah...
– É... no quarto não tá com um sinal muito bom. - disse ela constrangida
Os dois, desconsertados, desviam o olhar. Jane olha para baixo, só então percebe que Lisbon está em um vestido bem simples, uma espécie de camisola.
– Você tirou isso de onde?! - pergunta ele.
– Ah... eu comprei aqui perto - Jane sorri ao ver que Lisbon corou - Não tem como dormir com a roupa do trabalho - disse ela mais baixo.
– Lisbon... posso te perguntar uma coisa?
– Depende - disse Lisbon desconfiada.
– Bem... você ultimamente tem passado muito tempo no celular... Por quê não me diz com quem você tanto fala? - perguntou Jane, se sentindo aliviado depois.
– Por que quer TANTO saber?
– Por nada
– Ora vamos Jane! se fosse por nada não perguntava tanto! - afirmou Lisbon exaltando a voz.
Jane se calou, não esperava essa reação de Lisbon, e ela era uma das pessoas mais fáceis de se ler. Na verdade, Lisbon percebera a curiosidade de Jane, e começou a se perguntar o motivo. A conclusão? Ciúmes seria o mais lógico, mas Lisbon não acreditava nessa possibilidade, então pretendia fazê-lo falar a verdade.
– Você sabe como eu sou, Lisbon. Gosto de saber das coisas, é apenas curiosidade. - Jane estava tão calmo que irritou Lisbon
– Você não ia procurar por chá? Com licença, eu vou fazer uma ligação - bufou Lisbon.
Jane ficou surpreso ao ver Lisbon sair andando irritada. Afinal, o que custava responder? Aquilo o estava deixando cego de curiosidade, queria saber quem estava roubando SUA Lisbon, quem a levava embora, por isso não pensava direito, muito menos enxergava o que Lisbon diga com suas ações.
– Lisbon, espera. O que eu fiz? Foi só uma pergunta - seguiu ele atras dela.
– Jane..., vai atras do seu chá... por favor - disse Lisbon saturada
– C-como eu vou embora? Você tá muito cheia de mistério, com conversinha ai pelo celular, - "Jane esquece", dizia ela arrependida- Não, Lisbon! Essa porcaria toca e me dá nós nervos, eu quero saber,eu não sei quem é que fica te chamando - " Me deixa ir..." -, quem é o irritante que atrapalhou meus planos com você, eu odeio a ideia de você estar namorando. Droga! Quem é o chato que quer tirar você de mim? - " É A ANNIE!", grita ela - A MINHA LISBON?!
– Espera, o quê?! - Diz ela estupefada
Jane percebe que perdeu o autocontrole ao ver na expressão de Lisbon o quanto aquilo era inusitado para ela.
– Lisbon, e-eu... eu não devia - Jane deu um suspiro - eu sou...
– Um idiota
– é... um idiota. Eu não devia ter dito isso, me desculpe
– Você é um completo idiota por demorar tanto pra dizer isso - Afirmou Lisbon cruzando os braços e prendendo um sorriso malicioso.
Jane sorriu e ambos se olharam tão fixos que pareciam conversar sem palavras. Jane se aproximou de Lisbon lentamente sem quebrar o olhar
– Foi a Annie que me fez perceber o quanto eu te amo?
– Não, mas ela ajudou. Agora... se você não se importa eu to esperando um beijo - disse Lisbon se aproximando ainda mais de Jane
– As suas ordens - disse Jane a beijando.


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Notas finais do capítulo

Eu não descrevi o dia romântico pq até eu já estava com vontade de jogar o cell da Lisbon no rio. Obrigado pelos comentarios, eles fazem grande diferença



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