Um amor para sempre -Josh e Elen escrita por Yan


Capítulo 3
Família feliz


Notas iniciais do capítulo

Amorees... Espero que estejam gostando... Beijinhos.

Boa leitura



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–----------------Elen-------------------------

Não estava entendendo nada. Uma hora estava sentindo dores e tonturas absurdas por causa do ferimento. E logo depois, estava dando de cara com o homem mais lindo que já vi em toda a minha vida. E sinceramente, me impressionei por ele ser o dono de tudo. O que estava fazendo ali conversando comigo? Não entendi nada. Mas pra melhorar minha situação confusa, me vejo, de uma hora pra outra, sento protegida por um lobo negro enorme. Ok. Esse ponto havia entendido. Ele é o alfa da matilha da cidade. Mas é isso que me deixa irritada. Se eles me descobriram, porque ele achou que eu não sabia sobre shifter? Não entendi. Mas sei que aquele outro lobo sabia. Dava pra perceber que ele me olhava do jeito que Nicolau olhava Narcisa, minha falecida mãe. Então sim, me desesperei profundamente. Não quero ser objeto sexual de ninguém. Se um dia o destino me der um companheiro, ai sim terei que abaixar a cabeça, já que é o costume e o meu dever como fada, servi-lo. Mesmo eu sendo contra uma vida de escravidão sexual.

Mas então, aconteceu o inesperado. Eu estava bem tonta, então não pude ver muito bem. Mas sei que o senhor Josh sumiu da minha vista, e logo depois volta, ficando bem perto de mim. Tão perto que conseguia distinguir seu cheio doce de qualquer outra pessoa. E então, não aguento a dor no braço e simplesmente desmaio.

Agora, ao abrir os olhos, me deparo com a situação mais bizarra de toda a minha vida. O grande alfa, o sinistrão da matinha, está sentado em uma cadeira desconfortável, colada a cama. Mas o que é intrigante é que este está dormindo com a cabeça no meu braço e de mãos dadas a minha. Achei a situação tão estranha... Mesmo assim, começo a me levantar. Preciso ir embora. Sei que mesmo se não descobrirem agora, um dia faram isso. E é ai que estarei frita.

Tento tirar meu braço de sua cabeça delicadamente. Consigo, o que me faz respirar muito fundo. Completamente aliviada. E assim, saio do quarto. Estou descalça e ainda um pouco tonta, mas preciso me esforçar. Vejo então que meu machucado não doi, e está com um curativo. Isso faz meu coração apertar. Ele deve ser um bom alfa. Mas é isso que preocupa. Ser um bom alfa significa que ele faz de tudo pelo seu povo. O que inclui capturar uma fada e usar seus poderes para guerras.

Saio do quarto mais lindo e luxuoso que já vi. Ando pelos corredores. Tudo é muito chique. E claro que fico abismada, pois sou pobre. Muito pobre. Moro em um quartinho, numa área bem estranha. Infelizmente não consigo nada melhor. Tento, mas não consigo. O dinheiro de duble não é tão bom.

Ando por muito tempo, observando cada detalhe da casa, ou mansão. E sim, estou muito perdida. Mas então esbarro em algo. Olho pra baixo e vejo dois olhinhos negros vidrados em mim. Um garotinho lindo de mais ou menos 5 anos de idade. Então ele sorri. Simplesmente. Seu geste espontâneo me faz sorrir também.

–Ola. -fala infantil.

–Ola. -respondo, abaixando um pouco para ter mais visualização dos seus olhos.

–Você é a tia Elen? -pergunta todo fofo.

–Sou sim. Como sabe meu nome?

–Você não vai casar com o tio Josh?

–Ah? Eu? Não. Porque acha isso?

–Porque escutei ele comentando que queria casar com você.

Sim, esse comentário do pequeno aqueceu meu coração. Dei uma boa risada, o que o contagiou, fazendo-o também rir. No fim, pega minha mãe e me puxa.

–Onde estamos indo? -pergunto curiosa.

–Meu quarto. -quase grita ou canta. Amo crianças.

–Hum... Você poderia me mostrar à saída?

–Uhum... Pode ser... Mas antes o quarto. -fala como se fosse algo muito obvio.

–Ok espertalhão. -comento resignada.

Entro então no quarto dele. A porta, como todas as outras, é de um tipo de madeira bem luxuosa, com detalhes a mão. Mas nada me preparara para o que iria me deparar. Amo crianças e sempre amei todo o tipo de brinquedo. Sempre que passo por lojas dou uma parada para olhar. Acho que isso tem algo haver com a minha infância. Nunca tive nenhum tipo de brinquedo. E não brincava, na verdade. Sempre fazia tarefas domésticas e mal estudava. Mas sempre apanhava. Isso me lembro muito bem, até mais do que deveria.

Mas então, entro no quarto desse garoto e me deparo com todos os brinquedos. Era um quarto gigantesco. Havia três camas, uma do lado da outra, com o espaço de uma mesinha com abajur. O resto do quarto era um misto de brinquedos espalhados, tapetes felpudos, almofadas do chão e pista de carrinhos, que por sua vez rondavam o quarto inteiro. Uma das coisas mais lindas do quarto, era que na parte direita dele havia uma tenda montada. Tão linda e enorme e iluminada. Meus olhos se arregalaram na hora que entrei. Meu coração bombeou com mais velocidade e meu queixo caio. Tudo no quarto oscilava entre o tom azul. Havia de azul bebe e celeste, até anil. Só sei que uma lagrima insistente queria sair dos meus olhos, mas não deixei. Aquele lugar era o paraíso pra qualquer criança. E para uma jovem de 18 anos como eu, que nunca teve absolutamente nada, é claro que iria ficar emocionada. O quarto é divino.

E como se percebesse minha emoção, o pequeno coloca sua mãozinha gordinha na minha, e aperta, me puxando para a tenda na parte direita do quarto. Claro que eu fico nervosa e tremula. Ele queria que eu entrasse.

–Espera. Não vou entrar ai. É muito delicado pra um adulto. -meio que sussurro, tentando me convencer de ser adulta.

–Mas você é delicada. E nem é tão adulta assim. -diz emburrado e me puxando pra dentro.

Respiro fundo e desço o tronco para entrar naqueles lindos tecidos azul brilhante. Dentro era lindo. Tinha muitas almofadas para cobrir o chão. Mesmo este sendo de tapete felpudo, também azul. O menino senta e pega uma caixa super fofa de brinquedos e coloca a sua frente. Olhando pra mim logo em seguida.

–Não vem brincar?

–To indo senhor espertinho. -rio, fazendo-o rir também.

–Meu nome é Pitta.

–Muito prazer senhor Pitta. -faço graça com as expressões do meu rosto, e faço-o rir.

–Você é muito legal Elen.

–Pode me chamar de Ely. O que vamos brincar? -sim, eu queria brincar com ele. Amo crianças e sempre quis ter a minha. E ele é tão fofo. Depois de brincar um pouco eu vou em bora. Prometo para mim mesma.

Ele começou a me mostrar sua coleção de carrinhos, dizendo que seus irmãos não brincam mais disso. Claro que fiquei curiosa e perguntei quem são os irmãos dele. Simplesmente disse Diogo e Cris.

–Mas você e seus irmãos são o que do Josh? -ok, minha curiosidade estava em um nível elevado, mas não sabia o por que. Só sei que algo em Josh chamou minha atenção.

–Bem, ele é melhor amigo dos meus pais, e meu padrinho, assim como dos meus irmãos. Carlos é nosso segundo padrinho. Somos uma família muito unida assim.

–Ah sim... Mas quem é Carlos?

–É o outro beta do meu tio Josh. Sê sabe que ele é o alfa né? Eu quero ser um beta quando crescer. -disse rindo.

–Sei sim. Então, se o Carlos é um beta, qual é o outro?

–Meu pai Junior. Mas o Carlos quase nunca tá aqui pra brincar com agente. Na verdade nem mamãe e nem papai. E meus irmãos não brincam muito comigo. -diz bem tristinho, me fazendo pega-lo no colo e colocando sentado entre minhas pernas, para poder abraça-lo melhor.

–Não fica assim. Eles te amam. Mas porque não brincam com você?

–Mamãe diz que é por causa da idade. Diogo tem 10 anos e Cris 8. Então eles ficam falando muito de meninas. Mas eu gosto mais de falar de carrinhos.

–Ah, entendo. Meninos são assim mesmo. Quando você crescer vai ser igual. Mas porque seus pais não ficam muito com você?

–Papai trabalha na empresa do tio Josh, e mamãe trabalha como secretária dele. Ela ama trabalhar e papai não deixava. Mas quando tio Josh disse que precisava de uma secretária, ele aceitou, pois ela estaria protegida com o alfa.

–Entendi. Bem pensado do seu tio Josh. Mas e Carlos?

–Ele quase nunca fica aqui em casa. Ele é medico. Só fica aqui quando não tem plantão no hospital. É o que ele fala. Ai ele brinca comigo.

–E Josh?

–Ele sempre, quando pode, brinca comigo. Mas alem de ser alfa ele tem várias empresas, então é mais complicado. Mesmo assim ele deixa algumas coisas pro papai resolver, e fica sem fazer nada. Ai agente sempre brinca. -rio dele baixinho, que vira no meu colo e me abraça.

–Entendi. Ele parece ser bem legal, né?!

–Sim, ele é muito legal. Queria que você fosse companheira dele.

Começo a tossir e engasgar com minha própria saliva. Companheira?

–Como assim você queria? Onde escutou isso? -pergunto receosa com a resposta. Algo em mim dizia que essa resposta definiria minha vida dali pra frente.

–Bem, escutei papai e mamãe conversando que queria que ele fosse feliz e achasse uma companheira logo. Ai você chegou. -e sorri.

Acho melhor deixar essa conversa de lado. Preciso sair daqui. Pode ficar perigoso pra mim.

–Pitta? Teria como você me mostrar à saída?

–Hum... Já que agora te mostrei meu quarto, acho que posso sim. Mas eu não queria que você fosse embora. Mora aqui comigo? -fica um pouco desesperado e me abraça de novo.

–Mas amor, eu tenho que ir. É importante. Estou com medo, entende? -sim, sou uma fada. Como poderia mentir para uma criança. Nos, fadas, temos uma ligação muito grande com crianças.

–Medo de que? Ninguém vai fazer nada de ruim com você. Eu prometo.

–Mas pequeno, não é tão fácil. Pelo que você me contou, o senhor Josh é um bom alfa, né?!

–Sim, muito bom. Segundo meu pai ele é melhor que todos os alfas que já passaram por aqui.

–Então. É isso que tenho medo. Não posso ficar perto de alfas. -sussurro meio apavorada pra ele.

–Porque não? -dita uma voz grossa e roupa atrás de nos dois. Essa voz me arrepia por completo. Todos os meus cabelos se arrepião, e um choque passa pelo meu corpo.

Agora ferro! Realmente estou frita. Com meus olhos quase saindo de orbita, viro para olha-lo. Josh estava com seus cabelos perfeitos e negros como os olhos. Estes, me fitavam por completa, como se quisesse achar algo de ruim no meu corpo. Parecia preocupado, mas nervoso também. Mas eu também estava nervosa. Na verdade, estava tremendo. E isso só piora quando Josh respira fundo e sorri. Um lindo sorriso. Olhando bem no fundo dos meus olhos mel.

–Você está bem? -pergunta ainda rouco.

–Sim. -respondo apenas isso. E me pergunto o porquê da sua voz ter tanto afeito sobre mim.

–Ok. Pitta, indique o caminho da sala de jantar pra ela. Já são nove horas e deve estar com fome. Os dois.

–EU TOOOO.-Pitta grita se levantando do meu colo em um pulo, me assustando. Mas depois esqueço a presença de Josh, pois Pitta olha pra mim e sorri. Então começamos nos dois a rir. Me esqueço completamente que o alfa está ali. Nunca tinha entendido essa conexão que dizem que as fadas tem com as crianças, até hoje. Pitta era a coisinha mais linda que já vira na minha vida.

–Já vi que Pitta conquistou você. -rio Josh, me fazendo lembrar de sua existencia. Mas depois do riso, estou mais relaxada.

–Com essa carinha fofa deve conquistar todo mundo, não é Pitta? -rio baixinho fazendo cocegas no pequeno, que ri alto.

–Sempre conquisto todo mundo com a minha beleza. -ri ele, fazendo eu e Josh quase cair no chão de tanto rir.

–Agora vamos crianças. Não estão com fominha?

–Eu já disse que estou. E sei que a tia Elen também está, né tia Elen? -olha pra mim.

Eu dou um sorrisinho e olho para Josh, muito preocupada com o que podia ocorrer se ficasse mais algum tempinho se quer nessa casa. Tinha que sair dali.

–Senhor Josh, acho melhor eu ir embora. -digo, vendo o sorrio estampado de Josh indo por água abaixo.

–Eu gostaria de conversar com você antes disso. Uma conversa pessoal. -diz olhando de solstício para Pitta que estava com uma carinha de danadinho.

–Ah... Eu queria escutar... -agora fica triste, fazendo Josh rir.

–Mas é algo importante. E sei que você fica escutando a conversa dos outros, mocinho. Então respeite seus tios, ok?!

–Se... Seus tios? -eu gaguejo.

–Sim. Eu e você. -sorri olhando pra mim. Agora estou mais que nervosa.

–Mas antes... COMIDAAAAAA. -grita Pitta.

–Mas antes comida. Tem razão Pitta. -Josh sorri e abraça o afilhado.

Ele vai então em direção a porta e olha pra traz.

–Pitta, leve a senhorita Elen para a sala de jantar. E não desgrude dela. Ok soldado? -sorri.

–Ok alfa. -sorri e levanta, colocando a mão na cabeça, como um soldadinho. Sorrio com isso, e vejo Josh saindo. Respiro fundo.

–Pitta. Tenho que ir embora. –sussurro só pra ele.

–Não tem não. Eu te disse que ninguém vai machucar você aqui. Tio Josh é muito bom e quer te proteger, eu sei disso.

–Mas Pitta, entenda, eu não sou nada de vocês.

Digo sem nenhuma intenção de magoar Pitta, mas vejo-o, me olha triste e começa a chorar.

–Na... Não Pitta. Eu não disse por mal. Sou sua amiga. Eu te amo Pitta. Não fica assim. -digo levantando, saindo da toquinha azulada e indo até ele, abraçando-o.

–Se você é minha amiga e me ama então vem jantar comigo. Por favor. -pede com seu biquinho lindo de choro e limpando as lagrimas com as mãozinhas gordinhas.

Eu respiro fundo e mordo meus lábios. O que eu devo fazer? Ele é muito fofo e realmente já estou amando-o como meu melhor amigo, e não quero magoa-lo. Mas Josh estará lá. Não sei o que fazer. Mas acho que só um jantar não vai fazer mal. E realmente estou com fome. Pelo visto eu dormi o dia todo. Tenho que agradecer a Josh por me deixar dormir na casa dele.

–Ok. Ficarei. Mas só para o jantar. Nada mais.

–Ta bom. -diz ele ainda emburrado, mas me da um abraço bem gostoso.

Pitta pega minha mão bem forte e começa a sair do quarto. Sei que não voltarei mais aqui, então dou uma boa olhada em toda sua extensão, e saímos. Ele tenta correr, mas claro que o freio, já que estou ainda um pouquinho tonta. Se corresse, com certeza iria cair, ou até desmaiar.

Depois de andar um pouco, chegamos a uma sala gigante e muito linda. Alem de janelas enormes que mostram as árvores na parte de fora, havia uma mesa muito comprida. Dava para umas vinte pessoas. Quando vejo, a parte direita dela está cheia de comida e algumas pessoas sentadas, que olham pra mim. Só reconheço mesmo o Josh, o resto eu nunca vi.

Pitta novamente me puxa com força. Merda, a tontura vai piorar assim.

–Pitta, cuidado com ela. -fala Josh, preocupado. Como ele pode saber que fiquei desconfortável com o puxão? Estranho.

–Tá. Desculpe tia Elen. -para e me abraça, mas logo depois senta em uma cadeira.

Josh estava na cabeceira e havia uma cadeira sem ninguém a sua direita. Fico morrendo de vergonha e paraliso. Ficando extremamente vermelha e fazendo bico. Sempre faço isso quando fico nervosa e com vergonha. E algo estranho acontecia comigo, pois não conseguia tirar os olhos de Josh, e ele sustentava. Ah safado.

–Elen, senta aqui do meu lado. -levanta e puxa a cadeira pra mim.

Fico TÃO nervosa que meio que travo. Como assim não conseguia olhar pra outro lugar alem dos olhos dele? Que estranho. Meu coração batia a mil. Parecia que estava tendo um AVC. Pra parar com isso Josh teve que vir até a mim, sorrindo muito pro meu gosto, e pega minha mão. Começa a me puxar pra sentar ao seu lado.

Quando estamos todos sentados, e ainda olhando todos pra mim com um sorriso incrível, começam as apresentações.

–Elen, esse aqui do meu lado é o Junior. -começa Josh.

–Prazer. -Junior sorri mais e responde.

–Ao lado, Sofia, esposa dele e minha secretária.

–Pera. Esposa? Vocês são companheiros? -pergunto incerta se podia falar. Mas Sofia sorri mais e responde.

–Sim, somos. Mas não sabia que você sabia o que era ser companheiro.

OPA. Me dei mal. Arregalo os olhos e mordo muito forte minha boca, até sentir gostinho de sangue. Não acredito. Posso ter cavado minha própria cova agora. Tomara que Josh não tenha reparado, ou seja burro.

–Ao lado de Sofia, seus três filhos: Diogo, Cris e Pitta você já conhece. -continua Josh sem deixar de olhar pra mim um segundo.

–Prazer. -as duas crianças super lindas, o que era normal para lobos, respondem juntas.

–Ao seu lado está Carlos.

–Prazer. - ele sorri pra mim. -Está se sentindo melhor? -pergunta preocupado e fechando um pouco os olhos.

–Sim, sim. Obrigada. Pitta disse que você é médico, certo?

–Sim. Cuidei de você quando desmaiou. -sorrio mais.

–Ah, obrigada mesmo. -Ok, estou morrendo de vergonha de ter desmaiado.

Fica um silencio estranho na sala. Mas logo depois as crianças ficam conversando e pedindo pra comer logo. Então todos se servem. Eu pensei que estava com fome. E na verdade estava mesmo. Mas não sei o porquê, fiquei sem nenhuma agora. Não é pela comida, ela parece apetitosa, mas sei lá. Eu estava realmente estranha.

–Não vai comer, Elen? -pergunta Josh, preocupado e sempre me olhando. Percebo que ele ainda não havia colocado sua comida. Será que ficou me olhando esse tempo todo? Impossível. Mas percebo então que todos da mesa param de comer e olham pra mim e para Josh.

–É... -tento dizer algo, mas estou com muita vergonha. Mesmo assim, não tem como eu mentir para Josh. Ele parece me comer com os olhos e desvendar minha alma. Se ele for oque estou pensando, realmente ferrou pra mim. -Bem... Na verdade não estou com fome. Eu estava, mas agora não estou mais. -faço biquinho de tanta vergonha.

Repentinamente sinto uma mão na minha testa, é a de Carlos, e depois passa para o meu pescoço.

–Elen, você precisa comer algo. Pelo menos um pouco. Está com febre. -diz Carlos bem atencioso.

–De novo? -agora Josh que diz, ficando preocupado.

–Sim, mas é mais por causa do ferimento. Quando acabarmos de jantar vou trocar o curativo e lhe dar um novo medicamento mais leve.

–Ok. Mas tenho que conversar com ela. Acha melhor depois? -pergunta Josh em uma conversa paralela com Carlos.

–Não há necessidade. Pode conversar quando eu acabar o curativo. O remédio não da tanto sono.

–Ok. -respira fundo e olha pra mim, sorrindo.

–Mas... Ah... Eu tenho que ir embora. Tenho que trabalhar e organizar algumas coisas em casa. Não poderei ficar aqui.

Por algum motivo todos se olham e me ignoram totalmente, voltando a comer. Fico com mais vergonha ainda. Ai que merda eu estava fazendo ali?

Mas então Josh pega meu prato e começa a colocar um pouco de cada coisa da mesa. Ah merda. Acho que iria ser obrigada a comer. E assim foi. Josh comia olhando pra mim, vendo se realmente engolia alguma coisa.

Deixei mais que metade do prato, o que o deixou puto. Dava pra ver. Mas também não me obrigou a nada. E quando todos acabaram, um foi para cada canto. Josh levanta e puxa minha cadeira para poder levantar também. Na sala só havia eu, ele e Carlos.

–Vamos para o meu quarto? -pergunta estendendo a mão para que eu segure. E segurei, um pouco receosa.

Chegando, percebo que era o quarto onde eu estava. Então estava dormindo no quarto dele? AI MEU DEUS. Sentamos na cama e Carlos começa a tirar o curativo do meu machucado. Vejo que está bem feio. E claro que doi quando ele meche, mas não mostro que sinto dor.

–Porque você lutou com o braço assim? -pergunta Josh. -Deveria ter avisado a alguém.

Fico com vontade de rir e quase não consigo segurar, tendo que fechar a boca com a outra mão que não havia o machucado.

–Porque está rindo? -pergunta.

–É que... Se eu dissesse algo sobre estar machucada, primeiro eles iriam ignorar e me mandar trabalhar, e se eu mostrasse eles me demitiriam. E não me importo em me machucar. Acostumei. -disse a verdade, sem olhar em seus olhos.

–Se acostumou? Como assim?

–É que... Eu luto. Pra treinar essa luta tive que dar duro. Mais do que qualquer pessoa. -sussurro a ultima frase, mas acho que escutou.

Todos ficam em silencio depois da minha fala. Acaba o curativo e Carlos vai logo falando para não fazer esforço, se não pode começar a sair muito sangue. Claro que fiquei irritada e revirei os olhos, bufando. E claro que percebi quando os dois se olharam preocupados com minha atitude. Mas não posso fazer nada. Tenho que trabalhar.

–----------------------------Josh------------------------------------

–Obrigada Carlos, vou conversar com ela agora. -sorrio pro meu amigo e fecho a porta.

Vou até Elen e sento ao seu lado, na cama. Como poderia começar isso. Sei que ela sabe o que é companheiro, então também sabe o que é um shifter. Mas como ela sabe? Preciso fazer perguntas. Mas como?

Vejo-a ficar super nervosa. Claro que não quero ela assim. Pego sua mão e aperto, fazendo-a virar pra mim.

–Elen. Por favor. Conte-me porque o Leo estava atrás de você?

–Leo? -ela pergunta confusa.

–Aquele lobo marrom. Ele queria te pegar.

Ela arregala os olhos e olha pro chão. Sei que não vai falar, mas tenho esperança. Quero ela pra mim. É minha companheira. Ficarei com ela e ponto final.


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Notas finais do capítulo

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