Finn ainda está acordando quando escuta o carro de Rachel saindo da garagem da casa dela. Ele tinha pensado em pedir uma carona para irem juntos ao colégio, mas achou melhor ainda manter certa distância dela. Ser rejeitado sempre dói, mas ser rejeitado por sua melhor amiga foi a pior dor que Finn já tinha sentido.

Finn escuta quando Rachel desliga o motor do carro e volta para dentro de casa. Ele olha pela janela do seu quarto, que dá pra ver a janela do quarto de Rachel, e observa a garota tirando o uniforme de vôlei do guarda-roupa. Ela devia ter esquecido.

Quando eram mais novos, Finn costumava escrever recados com pincel atômico e mostrar para Rachel pela janela, que via tudo com seu binóculo cor de rosa. Ele ainda guardava seus pincéis atômicos mas tinha quase certeza que Rachel tinha jogado seu binóculo fora.

Ele vê pela janela Rachel voltando para o carro. Logo, ele percebe que aconteceu algo de errado. Rachel sai do carro e abre o capô, observando o motor que começa a soltar fumaça. Finn pensa que até que não foi má ideia passar as férias aprendendo a consertar carros na oficina de seu tio...

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–Eu não sabia que você entendia de motores – Rachel falou, depois que Finn terminou de arrumar o carro dela.

–Meu tio me ensinou no verão passado – ele falou, limpando o suor da testa.

–Então... Quando eu te devo? - ela falou, sorrindo.

–Uma carona para a escola já está ótimo – Finn sorriu e entrou no carro de Rachel.

–Vamos chegar atrasados – a morena comentou, quando eles estavam no meio do caminho.

–Eu sei. Nossos pais vão ter que entender – Finn respondeu e Rachel sorriu fraco. Ela se preocupava muito com o que os pais achavam que ela deveria fazer e sabia que o diretor do colégio ligava para as famílias de quem se atrasava.

–Obrigada por ter ido lá em casa ontem – Rachel falou, quebrando o silêncio de alguns minutos.

–A noite foi difícil? - Finn pergunta e Rachel assente.

–Eu ainda não entendo. Como foi que isso aconteceu comigo?

–Não que eu esteja acreditando muito nessa coisa de futuro – Finn responde, olhando para a rua pela janela do carro – Mas não faço a menor ideia da razão para brincar com o seu futuro, dizendo que seria péssimo. Você é muito inteligente e...

–Obrigada por me lembrar disso – Rachel o interrompe – Mas eu não estou falando do meu futuro. Estou falando do site todo. Como é possível lermos sobre algo que ainda não aconteceu?

–Eu pensei sobre isso ontem à noite e continuo achando que é só uma pegadinha – Finn fala e Rachel fica em silêncio. Quando eles finalmente chegam no estacionamento da escola, ela se vira no banco para encará-lo.

–Eu não queria te arrastar pra essa história – ela diz, olhando nos olhos dele, fazendo-o se derreter por dentro – Mas eu estou um pouco magoada por você não levar isso a sério. Se você visse o seu futuro e ele fosse horrível, não acho que você desprezaria tudo assim.

–Mas não é real, Rachel – Finn respondeu, ainda olhando nos olhos dela – Logo depois do seu jogo, nós vamos para a sua casa e vamos entender essa história toda. Acho que a pessoa que fez isso pode ter escrito seu nome ou algo do tipo errado, ou quem sabe uma data. Vamos achar algo.

–Por que você quer tanto provar que é uma piada?

–Para você parar de se preocupar. A sua vida vai ser ótima – Finn fala e Rachel sorri levemente, mas fica séria logo em seguida.

–Finn, antes de você voltar a minha casa ontem à noite, achei mais uma coisa naquele site – ela fala de uma vez só, antes que se arrependesse e acabasse não falando. O jeito que ela a olha fixamente, praticamente sem piscar, a deixa cada vez mais nervosa – E se alguém está tentando fazer uma pegadinha comigo... Então também está tentando fazer uma pegadinha com você.