Durante toda a semana após a partida de Sherlock o clima ficou frio, Molly sentia como se o tempo espelhasse como se sentia por dentro, doía ter estado tão perto de Sherlock como sempre desejou e agora estar mais distante do que nunca.

Depois de um tempo, passou a não se importar em sentir a falta dele, não se incomodava por externar o que sentia chorando quando estava sozinha. O que aconteceu ainda a chateava, mas fingia não se importar, afinal ele era Sherlock Holmes, assim seria mais fácil lidar com tudo.

No começo não foi fácil lidar com a ausência, acabou se acostumando aos poucos, sua rotina no trabalho continuava a mesma, ás vezes saía com os amigos, precisava seguir em frente, se tornou grande amiga de Mary, futura noiva de John, estar na companhia deles era sempre um conforto.

Ocasionalmente sentia uma insensata vontade de ligar para Mycroft e perguntar de Sherlock, mas desistia antes de apertar o botão ‘talk’, sua consciência lhe dizia que era melhor não perturbar o Holmes mais velho.

Os dias foram se passando, após alguns meses em alguns momentos Molly até se esquecia de tudo que havia acontecido, e apesar de como as coisas acabaram, ela não se arrependia de nada, na verdade, se pudesse faria tudo de novo, tudo o que tentou fazer foi amá-lo.

Quase dois anos tinham se passado desde a partida do detetive, pensar nele já não doía mais tanto como no começo, estava seguindo em frente, tinha conhecido um rapaz, Thomas, ele era gentil, legal, uma ótima pessoa, e estupidamente se vestia igual ao Sherlock.

Ainda assim, mesmo gostando de estar na companhia de Tom e saber que precisava esquecer Sherlock seu coração se recusava. Depois de todo esse tempo, mesmo que o detetive estivesse sabe-se lá onde, mesmo ele não ter tido a decência de se despedir devidamente, seu coração pertencia a ele.

Numa noite fria foi até a cozinha preparar um chocolate quente, sentou-se na sala e ligou a tv num canal qualquer, soltou um pesado suspiro, Londres não estava completa sem Sherlock Holmes. E nem ela.

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Sherlock deu o seu melhor na sua missão. Empenhou-se da melhor maneira possível para desmanchar a teia de Moriarty. Estava cumprindo sua missão com maestria, sempre indo de um lugar a outro acabando com os planos de James, em algumas situações a coisa se complicava, mas nada impossível de se resolver.

Claro que inúmeras vezes quando sua mente não estava ocupada com qualquer assunto relacionado à sua missão, seus pensamentos recaíam sob Molly. Sentia saudades de Londres, do amigo John, da companhia da legista.

Nunca imaginou que um dia sentiria falta de algo como a que sentia no momento, tinha certeza que nem o caso mais complexo seria capaz de acabar com essa sensação. Teve que estar afastado de tudo e todos para poder perceber o quanto isso lhe era importante.

Sempre achava puro exagero quando as pessoas falavam de alguns sentimentos, até porque a maioria deles os ignorava, mas agora sabia que talvez não fosse tão demasiado assim, a porta aberta por Molly estava cheia de muitos deles, alguns que ainda não sabia lidar direito.

Queria que ela estivesse ali lhe fazendo companhia, até poderia tê-la convidado a acompanhá-lo, e sabia que ela não hesitaria em aceitar, mas seria um imenso egoísmo de sua parte e também a colocaria em risco, tinha feito bem ao deixa-la sã e salva.

Era nos momentos em que estava no quarto de hotel sozinho que refletia sobre o quanto Molly sempre esteve presente em sua vida, só então percebia a importância que ela tinha para si, e o quanto gostaria de tê-la ao seu lado.

Depois de passar dois anos empenhado em sua missão, agora apenas faltava um pequeno detalhe para que desmanchasse por completo a teia. Estava num hotel na cidade de Varsóvia, até o final de semana estaria de volta a sua tão amada Londres, sorriu, tinha assuntos pendentes para resolver quando voltasse.