Fronteiras do amor escrita por Cris


Capítulo 2
O inésperado




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Seattle, 17 de Setembro de 2014

“ Minha querida..

Desculpe-me por ter feito tanto suspense sobre o seu passado, sobre o nosso passado.. Sei que nenhuma desculpa é o suficiente para justificar o que eu fiz. Mas saiba que eu fiz isso pensando no seu próprio bem.

Como você sabe, o seu pai se chamava David. Ele foi embora de Seattle depois que a minha irmã falecera, o que ele não sabia era que eu estava grávida de gêmeos. Sim, eu e o David nos amávamos mais do que tudo. Ele voltou na mesma semana em que eu dei a luz, não falei sobre os gêmeos, apenas deixei que ele levasse o outro bebê, pois eu não tinha condições de ficar com os dois. Sam, você é o meu bebê. É minha filha, eu te carreguei em meu ventre durante oito meses, você e o seu irmão. Perdoe-me por nunca ter te contado nada, é que eu tive medo de que o seu pai pudesse voltar e tirar você de mim.

Descobri o endereço de seu pai a pouco meses através de um velho amigo. Eric, o dono da livraria, ele te ajudará com o que você precisar e te levará até o seu pai.

Minha pequena, saiba que eu te amo muito e que eu fiz tudo isso para te proteger, meu anjo. Espero que um dia você me perdoe por tudo o que eu fiz.

Carinhosamente, mamãe”.

Uma semana após o falecimento de Eva, Sam lembrara da carta que fora deixada por Eva. Ao lê-la, ela entrou em estado de choque. Ela deixou a carta em cima da cama e andou pelo quarto inteiro, chorou ao ler a carta repetidas vezes. Desesperada e sem saber o que fazer, ela pegou o seu celular e digitou o número da sua melhor amiga, que atendera imediatamente.

Qual é Sam? São oito horas da manhã. Resmungou sua amiga, ainda meio sonolenta.

– Desculpe-me Lexi, é que eu não sei o que fazer. Eu li a carta que a Eva deixou para mim. Meu Deus, Lexi! Eu não sei o que fazer, eu preciso da sua ajuda!. – Disse a menina, entre choro e soluços.

– Mantenha a calma, Sam. Me conte o que houve. – Disse a amiga do outro lado da linha, mas Sam não a respondeu, apenas chorava desesperadamente. Sem obter resposta, Lexi respirou fundo . – Chego aí em alguns minutos.

Sam sentou no canto da parede e pôs-se a chorar, tentando entender tudo aquilo que foi escrito na carta. Após alguns minutos ela ouvira passos no corredor e antes que ela reagisse, Lexi entrou no quarto e abraçou a amiga com toda a sua força.

– Eu estou aqui .

– Ela mentiu pra mim, durante todo esse tempo ela mentiu. – Disse Sam, aos soluços. E em seguida entregou a carta nas mãos de Lexi, que lia com bastante atenção.

– Nossa!.. Eu não sei o que dizer

– Nem eu, não consigo entender..

– Você vai procurar esse tal de Eric?

– Sim, mas eu quero que você vá comigo.

–Sim, eu irei.- Disse Lexi, e em seguida enxugou as lágrimas da amiga.

Após se recompor-se, no dia seguinte as garotas foram em busca do homem citado na carta. Erick, um velho amigo de seu pai, dono da livraria da cidade onde Sam adorava passar o seu tempo livre.

– Então, só recapitulando.. A tia Eva na verdade era a sua mãe?

– Sim. – Respondeu Sam, e ao chegar na livraria ela apertou a mão da amiga com toda a sua força. – Estou com medo. – Disse por fim, enquanto as lágrimas rolavam pelo seu rosto.

– Você é Samantha Talbot, lembra? A garota determinada a ultrapassar tudo e todos. A melhor amiga do mundo, a única. – Disse Lexi, apertando a mão da amiga. – Eu estou com você, Sam. Não temas.

– Você tem razão Alexia, eu vou tentar me manter calma e resolver tudo. – Ela disse, enxugando as lágrimas. – Obrigada Lexi, por tudo.

– Sabe que eu sempre estarei com você, Sam. – Respondeu a amiga. – O Eric vem aí..

De longe, um homem não muito alto se aproximava das garotas, não era velho, aparentava ter uns 36 anos. Mas os fios grisalhos já estavam começando a aparecer e mesmo assim, ele continuava bonito e com a aparência jovem . Seus olhos eram azuis e sua pele era branca como a neve. Ele vestia uma calça jeans e uma camisa branca de mangas cumpridas, seu cabelo estava penteado para trás.

– Senhoritas, no que posso ajuda-las? – Disse o homem ao se aproximar.

– Olá, Sr. Eric.. Eu sou Alexia Humbrig e essa é a minha, a minha amiga. Samantha Talbot. – Disse Lexi, ao se aproximar e estender a mão para cumprimenta-lo.

– Prazer em conhece-las. – Disse ele, apertando a mão de Lexi e em seguida desviando o olhar para Sam. – Samantha Talbot? Você é filha de Ev..

– Sim. – Interrompeu a garota. – Eu sou.

– Nossa! – Exclamou – A Eva era uma grande amiga minha.. Meus pêsames. Mas, no que posso ajudar? – Ele disse por fim.

– Ela me deixou uma carta.. – Houve uma pausa e depois Sam assentiu com a cabeça.– Ela disse que o senhor poderia me ajudar a encontrar o meu pai.

Ele coçou a cabeça, logo as convidou para o seu escritório no primeiro andar. O escritório não era muito grande. Havia um sofá e uma poltrona , ambos da mesma cor, marrom. Da janela dava para ver a movimentação em frente a loja. Uma escrivaninha próxima a janela, com um caderno de anotações sobre ela. Sam se sentou no sofá e Eric na poltrona. Lexi não se sentou, apenas ficou vagando por aquele espaço.

– David e eu nos conhecemos desde crianças, fizemos o colegial juntos e a faculdade. Ele namorou a irmã da Eva por um tempo e alguns anos depois que ela faleceu, ele se casou com a Eva.

– Eu não sabia que eles eram casados. Aliás, eu não sabia que ele ainda era vivo. Por que ele foi embora dessa maneira? Por quê ele levou o meu irmão embora e desapareceu?

– Infelizmente isso eu não posso te dizer, nem eu mesmo sei porquê ele fez isso. Eu apenas posso te levar até ele.

Curiosa, Lexi andou em direção a uma estante que havia ali. Ela observava os livros que ali eram guardados e não deixou de notar algumas fotografias.

– Quem é ele? – Ela perguntou, pegando uma fotografia em mãos.

– David. – Respondeu Eric.

– O seu pai se parece com você, Sam.

– Oi? – Disse a garota, levantando em seguida. – Como você sabe que é ele? – Perguntou, enquanto se aproximava da amiga.

– Ele é bonito, e tem os seus olhos.

– Deixe-me ver. – Disse Sam, pegando a fotografia.

Lexi estava certa, ele realmente era bonito. Sua pele era branquíssima e os seus olhos eram verdes, como os de Samantha. Ela sentiu uma alegria extraordinária, pela primeira vez vira uma fotografia de seu pai. Depois de alguns minutos ali em silencio, Eric pigarreou, observando as meninas.

– Não quero ser chato, nem coisa do tipo.. Mas eu tenho que arrumar algumas coisas para a viagem, se é que me entendem.

– Ah, desculpe-me. – Disse Lexi, colocando a fotografia de volta e puxando a sua amiga para o sofá.

– Eu gostaria de saber, como é que o senhor poderia nos ajudar? – Perguntou Sam.

– Eu faço entregas perto da região onde o seu pai mora, e a sua mãe me pediu para ajuda-la a encontra-lo. Não pude negar isso a ela.

– E quando é que você vai viajar?

– Daqui a duas semanas. –Disse ele. – Vocês podem ir comigo, se quiserem. – Os seus olhos se mantinham firmes nos de Lexi.

– Você vem comigo? – Perguntou, enquanto olhava para Lexi.

– Claro! – Respondeu Lexi, beijando a bochecha da amiga.

Eric se levantou lentamente e apertou a mão de Lexi e em seguida a de Sam.

– Então, temos um acordo? Viajaremos juntos daqui a uma semana.

– Sim!. – As duas responderam ao mesmo tempo.


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