Vírus 02 - O Retorno do Caos escrita por Artur


Capítulo 3
Capítulo 03: Úrsula


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pessoal! Espero que gostem e perdão a demora mas tenho outras fics para atualizar, além do meu tempo estar bem curtinho.

PS: Tem várias cenas do trailer aqui.



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Vírus 02 – O retorno do Caos

Pov. Jessie

– Como vamos sair daqui? É praticamente impossível! – Ouço a voz de Alysson se ecoar pelos corredores da casa.

– Isso é o que menos importa agora! A questão é, como tantos desses vermes foram atraídos para cá? Não efetuamos nenhum disparo sequer. – Agora a voz grossa e rouca de Gregory se predomina. Eu e o Drew estávamos na cozinha, colocando tudo que era útil nas sacolas pretas que encontramos e nas nossas mochilas.

– O que está acontecendo ali? – Sussurrei para Drew que franziu o cenho sem entender enquanto deixa a cozinha andejando em direção aos demais. Sigo-o logo atrás, passamos pela sala, Dilan e Hilary conversavam intensamente no sofá, estavam ficando cada vez mais próximos.

– Ei Drew! Já viu na bosta que nos metemos? – Disparou Luke surgindo do último quarto da casa, onde dava acesso para a varanda, seguimos Luke sem entender nada quando por fim, nos deparamos com a rua completamente cheia de errantes, não conseguíamos ver o asfalto, era definitivamente, um mar de transformados.

– Droga, como tantos foram atraídos desse jeito? – Drew começa a ficar perturbado.

– Foi o que eu falei, efetuamos uns dois disparos e foi lá em baixo da ladeira, não tem como todos eles pararem bem aqui na frente da casa. – Concretizou Gregory.

– Não temos tempo para explicações, temos que arrumar um jeito de sair daqui o mais rápido possi .. – A fala de Alysson é interrompida por Luke que grita impaciente.

– Filhos da puta!

Me apoio no patente da varanda direcionando os meus olhos para baixo. Os transformados se debatiam nas grades da casa onde estávamos, pressionando-a bastante, o número deles era elevado, alguns perambulavam pela rua – quase sem espaços – enquanto os demais se aglomeravam na grade. Definitivamente esses malditos evoluíram .

– Vamos pegar qualquer coisa útil, viemos para essa cidade com este proposito, não voltaremos com as mãos abanando! –Exclamou Drew com seu senso de líder nato.

Nos retiramos da varanda, o barulho dos grunhidos dos transformados era imenso. Dez minutos foi o suficiente para acharmos qualquer coisa necessária, não tínhamos nenhum plano para sair da casa, e isso complicava as coisas ainda mais. Sentei-me no sofá ao lado de Dilan e Hilary, os demais estavam acabando de procurar por ferramentas, remédios, coisas do tipo.

– Cara, ficar aqui trancafiado me deixa completamente impaciente! – Reclamou Dilan bagunçando os cabelos.

– Não consegue ficar parado né? – Brinquei sorridente.

Hilary continua calada, pude notar que seu peito estava arfante, o mesmo acontece com sua respiração forçada, a garota suava bastante enquanto sua face demonstrava sua imensa agonia. Um pequeno barulho nos chama atenção, nós três nos entreolhamos enquanto Dilan se levanta cauteloso, o barulho se repete agora mais potente.

– Dilan, não! – Indaguei enquanto o rapaz faz um sinal para eu calar a boca, o obedeço. Dilan se aproxima da porta da sala dando passos silenciosos, encosta seu ouvido na porta de madeira tentando descobrir o que era esse barulho.

Olho para Hilary, vejo que a mesma segura seu punho esquerdo intensamente, sem solta-lo. Estranho o fato mas logo meus pensamentos sobre aquilo se vão quando vejo Dilan murmurar, era os walekrs, eles derrubaram as grades .. e agora estavam bem na porta.

– Dilan! – Gritei aproximando-me do mesmo que fazia uma imensa força para manter a porta fechada, ajudo-o enquanto os demais surgem na sala bastante assustados.

– Essa não, vamos para a varanda! Luke, tranque a porta do quarto quando entrarmos ok? A chave está na fechadura. – Dilan ordena fazendo sinal para deixarmos a porta, fazemos o mesmo rapidamente enquanto todos corriam para o quarto ao lado da sala. Já adentro, Luke fecha a porta com a chave enquanto os errantes se debatiam sobre a mesma.

– E agora? – Questionei nervosa.

– Tive uma ideia, mas todos devem ser cautelosos. – Gregory indagou por fim, enquanto explicava o plano para todos nós.

– Não temos outra opção, subiremos no patente da varanda, e quando chegarmos bem próximos da casa ao lado, pularemos com cuidado, sem fazer nenhum barulho.

A ideia era válida porém, bastante arriscada. Com tudo já preparado, subimos do patente de cerâmica azul da varanda com cuidado, os homens foram os primeiros, queriam dar suporte para nós na hora de pularmos para a casa vizinha. Sinto meu coração bater mais forte quando olho para baixo e vejo tantos errantes na rua e as grades da casa no chão.

Alysson foi a primeira de nós, segui a jovem logo em seguida, enquanto andava ajoelhada no patente, o medo tomava conta de mim aos poucos. Hilary vinha logo atrás, ouço seus gemidos constantes até que a garota escorrega, rapidamente seguro seu braço direito enquanto tento me manter no patente.

– Hilary! – Ouço Dilan gritar apavorado.

– Jessie você tem que me deixar! Ou você cairá junto ... – Hilary afirma lamentando a situação. A dificuldade era enorme, eu já estava começando a ficar cansada quando enfim, Hilary revela a bomba.

– Eu fui mordida lá no banheiro, por favor me deixem.

Fico abismada, não tínhamos outra opção, Dilan gritava constantemente, não queria perder a Hilary, ela era mais que uma amiga para ele. Fecho meus olhos enquanto solto a mão dela que cai logo em seguida, no meio dos vermes que tomam posse do corpo já sem vida.

Continuo meu trajeto enquanto vou para a casa ao lado. Todos estavam chocados, evitando olhar para baixo, onde a cena era agonizante, Dilan era confortado por Drew, que afirma que temos que seguir em frente.

– Tomem cuidado ao passar pelas telhas, chegaremos do outro lado rapidamente. – Drew sussurra logo depois.

Andejamos com cuidado em cima da outra casa, e distraída, piso em falso deixando minha perna presa no espaço de uma telha que faltava. Gemi de dor intensamente enquanto Drew vira-se para mim assustado. Logo tudo que vejo é o espaço abrindo-se e meu corpo ir a queda livre. Em segundos entro em contato com o chão, a poeira se predomina agora no interior da casa, tinha destroços em cima de mim, minhas costas doíam.

A imagem de Drew em cima da casa era nítida.

– Jessie!!! Você está bem??? – Era notória sua preocupação.

– Es- estou! Continuem andando, irei encontra-los no outro lado da rua! – Respondi com dificuldades, Drew hesita um pouco mas logo cede. Apunhalo minha foice em mãos, aquela que sempre esteve comigo, desde a época do Henry ... abro a porta lentamente, enquanto corro pela calçada sem pensar nos errantes, uma boa parte dele estava distraída com o corpo de Hilary, a outra estava no interior da casa, só existiam alguns que caminhavam sem destino, consigo eliminar todos que apareciam na minha frente.

Logo estou na outra rua, ainda distante, vejo Alysson e Gregory pulando de cima da última casa, a mais baixa. Drew me surpreende abraçando-me.

– Pensei que perderia você. – Indagou ainda me abraçando.

– Está tudo bem, agora vamos voltar ok? - Respondi soltando-me dos braços musculosos do rapaz.

A caminhada era longa e o dia foi o mais cansativo possível, mais ainda tínhamos que continuar com a busca para a sobrevivência, sabemos que iremos sobreviver, mas a sobrevivência não é a vida ...

[....]

Amanheceu, e o vento gélido arrepiava todos ali que por sinal, estavam completamente exaustos, além de estarem calados diante da perda repentina de Hilary. Armas em punho, os jovens caminham em direção ao abrigo onde permaneceram vivos ao longo dos anos, estavam próximos, e as enormes árvores concretizavam isso.

– Eles voltaram! Eles voltaram! – A voz de um sobrevivente qualquer se predomina perante o silencio que todos faziam, logo surgem diante dos carros revirados e barricadas construídas, inúmeros sobreviventes contentes por vê-los vivos.

– Ah meu deus! Pensei que nunca voltariam. – Indagou Candice aproximando dos demais.

A mulher era determinada e uma feminista nata, sobreviveu a tantos anos de apocalipse com o esposo já falecido e os dois filhos agora crescidos, Danny o adolescente problemático que acha que consegue resolver tudo, além de sempre querer participar de missões importantes, e a doce Charlotte, a filha mais velha com seu sesso crítico e sua humanidade ainda existente.

– Dê os créditos a eles Candice, ambos foram para as cidades suicidas, sabe que é praticamente impossível sair de lá sem nenhuma dificuldade. – Alex surge com seu uniforme de soldado enquanto cumprimenta Luke e os demais. Alex foi um militar junto a Luke, ambos já passaram por grandes problemas.

Gregory corre em direção a filha ainda criança, Jeanine que o abraça fortemente, o mesmo se repete com Francine, a esposa do homem.

– Onde está Hilary? – Estranhou Candice olhando para Dilan que abaixa a cabeça lamentando o ocorrido.

Logo todos adentraram ao singelo porém, protegido abrigo. Precisavam descansar diante de dias conturbados e estressantes. A união faz a força, esse era o ditado de Alex que construiu o abrigo assim que a praga retornou novamente. Todos foram aceitos, não existe líder, cada um sobrevive apenas unidos, afinal são poucos os sobreviventes que vagam por ai depois que o apocalipse voltou a existir.

Todos dormiram, com exceção de Luke, que deu todas as informações da missão para Alex, desde o mar de zumbis até a morte de Hilary.

– Entendo, realmente isso soou estranho ... como vocês seriam cercados em tão pouco tempo?- Questionou Alex coçando a barba.

– Perdão senhores mas, tenho algo sério a falar. – Adentrou a cabana a doutora do abrigo, que possuía longos cabelos pretos alcançando a cintura

– Olá Dr. Mollie, prossiga ...

– Vocês voltaram da cidade com muitos suprimentos, e eu entendo que é bastante difícil conseguir tudo que precisamos mas, a escassez de medicamentos é alarmante, temos alguns feridos e a Francine está perto de ter um bebê, não podemos arrisca-la assim.

– Temos que voltar para lá é isso? – Disparou Luke encarando-a.

– Não necessariamente, tem uma loja de bebês antes da cidade. Podem achar alguma formula lá, fraldas essas coisas.

– Pensaremos nisso mais tarde ok? – Encerrou o assunto Alex.

Algumas horas depois, Alex convoca uma nova equipe de busca, já que a de Drew acabaram de voltar de uma missão cansativa. Candice juntamente a Evan, que antes de tudo começar, era um segurança de boates e eventos, o negro então, foi pressionado por Danny e Charlotte que queriam ir em uma missão de verdade.

– Evan, trate de traze-los de volta vivos certo? – Sussurrou Alex.

– Sem problemas, você sabe como sou. – Respondeu o negro apunhalando seu taco de beisebol.

– Escute aqui Danny e Charlotte, se tentarem fazer algo de estupido vocês vão se ver comigo. Ah, e nada de me desobedecer! – Exclamou Candice impondo autoridade.

– Tá mãe. – Disse os filhos em uníssono.

Ambos então, partiram em linha reta em direção a loja de bebês, a qual fica do lado de um antigo cinema já aos pedaços. Após quarenta minutos, todos conseguem avistar a loja enquanto permaneciam em silêncio, qualquer barulho poderia atrair mais errantes. Antes de adentrarem, Evan se certificou que não tinha nenhum zumbi no interior da loja, olhando pela vitrine da mesma.

– Espera, vocês escutaram isso? – Questionou Charlotte enquanto um barulho ficava cada vez mais violento e potente.

– Na verdade, sim . – Estranhou Evan procurando pro todos os lados.

– Walker! – Gritou Danny dando três passos a frente enquanto derruba o único caminhante com sua barra de ferro. O sangue do verme respinga no rosto do loiro que vira-se para os demais enquanto se gaba do feito esboçando um sorriso.

Eis que surge no céu, um helicóptero preto com uma sigla M na frente. Todos ficam abismado ao ver um assim tão perto, nunca imaginaram ver um helicóptero nos tempos atuais. O veiculo então se posiciona na frente dos demais, mas para a surpresa de todos, inúmeros tiros são efetuados na direção de Danny, atingindo a barriga do mesmo por completo que vai ao chão após os disparos.

Logo um carro preto surge no local, Charlotte e Candice correm na direção do filho completamente chocadas, enquanto Evan olha atentamente para o veiculo preto ao qual sai de dentro uma mulher ruiva que possuía um gorro felpudo e uma pele bem clarinha. A mulher então, andeja tranquilamente na direção das jovens bastante majestosa.

– Olá, meu nome é Úrsula.


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