Caçador de recompensas! escrita por Rose Gimel


Capítulo 6
Mais uma contra Jack, mais uma contra mim!




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–Você... Você conhece minha irmã? Onde ela está? Como ela está?

–Pare Meredy, sei que é você, não há como ser outra pessoa.- Fui dizendo enquanto recordava dos fatos acontecidos anteriormente.

–Não... Eu sou a irmã gêmea dela, Ane. Quando nós atingimos nossos oito anos, mamãe pediu para que eu fosse comprar pão, eu sempre fui preguiçosa e não quis ir, ela se ofereceu, pois disse que estava com fome, e partiu. Depois disso, nunca mais tivemos notícias dela, e agora você apareceu, abriu uma luz no fim do túnel entende? Onde ela está?

–E-ela, está morta, foi baleada e morreu na beira de um rio.- Tossi rapidamente para mudar de assunto e prossegui. – E você o que faz aqui? Está doente?

Instantaneamente a moça derramou um fio de lágrima, mas não deixou que isso a abatesse, e prosseguiu a conversa:

– Eu não estou doente, pelo contrário cuido dos que estão, Mira já está melhor, e se recuperando bem por sinal, ainda está em coma, mas o ferimento está quase curado, ela vai ficar recuperada em alguns dias, o estado dela não é tão grave quanto a princípio... Então, mas quem matou minha irmã? Meu sonho era reencontrá-la e agora tudo está destruído. Jurarei vingança até meu último suspiro, aquele que fez aquilo com minha irmã, passará pela mesma situação que ela.

Eu não poderia revelar a nova conhecida o verdadeiro assassino de sua irmã, como eu poderia dizer que era eu? Ela agora havia jurado vingança, diante de mim, poderia sobrar para Mira... Mira poderia morrer se ela descobrisse a verdade...

–Quem?- Reforçou.

–O assassino da sua irmã foi um bandido chamado Jack.

–Desgraçado... Eu acabarei com a vida do Jack! – E mais um fio de lágrima apareceu.

–Agora vou cuidar da sua namorada... Qual o seu nome mesmo?

–Sou Joe.- Disse enquanto ela sumia pelo corredor.- E ela não é minha namorada.

Depois que ela saiu, comecei a refletir, e lembrei do suposto nome “Annye” que Meredy havia usado para se passar de boazinha, este fora criada em homenagem a irmã. A fome já me pegara de jeito novamente, e o que eram dez bolinhos passaram a ser oito.

Anoiteceu mais uma vez, e eu resolvi ir ao bar, pois quando Mira estivesse melhor, estaria com fome, apesar de estar tomando uns medicamentos injetáveis. Cheguei lá e peguei mais dez bolinhos e voltei para a hospedagem, claro que comi mais dois bolinhos, que são incrivelmente apetitosos.

O sono me convidava para dormir, mas eu não conseguia, só de pensar na Mira, na Ane, mas não sou de ferro, estava ciente que uma hora ou outra eu teria de contar a verdade para a outra. De tanto pensar acabei dormindo.

–Joe, Joe, Joooooooe! Acorde, adorara saber que Mira está melhor, foi difícil, ficamos de plantão cuidando dela, ela saiu do coma, mas deve repousar. Quer visita-la?

–Sim, leve-me até ela por favor?

–Com certeza.

–Mas antes mostrarei a conta sim?

–A, ok, manda.

–Aqui está! – Disse enquanto me entregava um papel repleto de números.

Levei um choque quando vi a quantia que deveria pagar, era tudo o que tinha no bolso e ainda estava faltando, tive que apelar para o dinheiro que estava na bolsa de Mira, e o tratamento saiu realmente muito caro. Sobrou apenas alguns tostões quase inúteis como troco, o que não dava para comprar um mísero pedaço de pão.

–Tudo isso? Mas que absurdo. Quase não consegui pagar tive que apelar para o dinheiro da cliente. Vê se pode... Mas agora que já está tudo certo, quero ver a Mira.

Adentrei e vi finalmente o que estava adiante da porta descascada, e vi simplesmente um longo corredor, no qual parecia não ter mais fim, e lá lá no canto havia uma porta ainda mais descascada que a primeira, abri então e a vi deitada em uma cama, com a cabeça enfaixada e do lado dela um outra curandeira passando em sua testa um gel verde de péssimo cheiro, o odor era tão forte que dava vontade de vomitar, esta já não era muito agradável tanto que nem me cumprimentou apenas saiu da sala me deixando sozinho com a paciente ferida.

–Joe!

–Mira! Como está se sentindo?

–Quase bem, só não estou totalmente bem por causa deste gel fedido que Laura colocou na minha testa.

–Mira, aconteceu algo muito ruim.

–Desembucha!

–Digamos que nosso dinheiro acabou.

–O quê? Nosso dinheiro nada, guardei uma boa quantia na minha bolsa lembra?

–Ele já era... Tive que usar pra pagar o tratamento.

–Não acredito, eu acabo de acordar e você me recebe assim, como vamos ficar agora?

–Fica tranquila, eu tenho uns bolinhos aqui, você já é alimentada pelo tratamento, da pra se virar um pouco, e eu já pensei no que vamos fazer, mas isso eu conto depois.

– Acredita que ainda não vi a curandeira chefe?

–Não queira.

–Porquê?

Levei um certo tempo para conseguir contar tudo a ela, e como já esperava ela ficou perplexa. E me deu uma ideia para que a gente conseguisse contar tudo a ela. Seria o seguinte: “ No final do tratamento quando Mira já estiver bem, nós contaremos a verdade friamente, mas, daremos a ela uma chance de vingança, ao invés dela se vingar de Mira, nós faremos um duelo, e aquele que ganhar, ganhou.”

Foi o tempo suficiente para elaborar o plano, que Ane entrou no quarto e se apresentou para Mira que por sinal ficou boquiaberta com tamanha coincidência, se ela tivesse chegado a dois minutos antes teria escutado pelo menos metade do que foi dito ali.

–Tenho uma ótima notícia para vocês.

–Conta, conta! –Disse Mira enquanto batia palmas e balançava a cabeça de um lado para o outro como se fosse uma criança querendo ouvir uma história de ninar.

–Acho que você ainda está muito doente Mira, acho que a pancada te deixou com um parafuso a menos.

Ela não gostou muito de ouvir “tamanha grosseria” e me acertou com um copo de água bem na cara.

–Amores, posso falar?

–Sim. Diga logo – Dissemos Mira e eu juntos em coro.

–Alguém aqui desta sala recebeu alta, mas claro só depois de comer uma boa comida que já foi inclusa no pagamento feito pelo cavalheiro.

–Ótimo.

Ane saiu da sala e logo em seguida trouxe uma enorme bandeja cheia de comida quentinha.

–Ok vou deixa-los aqui comendo depois eu venho recolher os utensílios.

–Ah, é muita comida não vou aguentar comer tudo leve um pouco aqui!

Mas rápido que um rato coloquei minha mão sob sua boca atrapalhando a passagem de som antes que ela falasse mais bobagens.

–Mentira, é modéstia dela, ela come feito um leão, acho até que não vai ser suficiente. Traga mais um pouco sim?

Ela saiu mais uma vez, só que dando boas risadas.

–“Eu como feito um leão?” Mas que audácia! Por quê fez isso. – E mais uma vez um copo de água voou na minha cara.

– Você é burra? Esqueceu que estamos sem dinheiro.

E rapidamente começamos a encher a bolsa dela de comida até ficar bem pouco na bandeja.

–A porta rangeu, supomos que seria Ane mais uma vez. E na mosca era realmente ela trazendo mais um pouco de comida.

–Nossa, você realmente come bastante. Joe, a comida era pra Mira. Mas não vou cobrar.


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