Medo de Amar escrita por valdz


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Então, demorei? XD



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Capítulo 4 – A morte me diz um “alô”.

~*~

Meus olhos se abriram vagarosamente, ainda tentando se acostumar com a forte luz por perto. Aos poucos, minha visão foi tomando foco. Eu estava em um quarto. Um quarto chato de hospital.

O “bip” da máquina ao meu lado era baixo, mas não deixava de ser irritante. Passei os olhos pelo quarto e parei quando vi duas pessoas ali. Uma mulher – muito bonita, por sinal – e um homem.

O homem usava jaqueta de couro por cima de uma camiseta vermelho-sangue, uma calça de couro que tinha uma faca na região da coxa em sua calça. Ele estava sentado na poltrona velha ao lado da cama, encarando-me de forma tenebrosa. Seus óculos escuros o deixavam mais assustador ainda, e seus olhos cor de chama pareciam atravessar a escuridão dos óculos.

A mulher estava em pé. Vestia um longo vestido vermelho preso ao seu corpo, realçando suas curvas perfeitas, usava um colar dourado no pescoço com um pingente de coração e seus cabelos loiros estavam soltos, fazendo uma linda cascata em suas costas e algumas mechas sob seus seios realçados pelo vestido apertado. Um sorriso gentil estava estampado em seu rosto perfeito.

Eu os reconheci quase imediatamente. Mas precisava confirmar.

– Vocês são quem eu estou pensando? – perguntei cerrando os olhos.

– Quem você está pensando que somos, querida? – disse a mulher, diminuindo seu sorriso e franzindo o cenho.

– Ares e Afrodite. – engoli em seco. Ela abriu seu sorriso e acenou com a cabeça.

– Acertou. – respondeu gentilmente.

– O que fazem aqui? – falei.

– Dá pra ficar longe do meu filho?! – falou Ares, rudemente.

– Ora, eu não estou fazendo nada! – exclamei nervosa, de repente. – Ele quem está me perseguindo como se eu fosse uma zebra e ele um leão faminto!

– Ares, acalme-se. – Afrodite pousou sua mão sobre o ombro do deus da guerra. – Querida, Phobos está estranho. Não fala com quase mais ninguém. Vive sumindo e quando volta, não dirige uma palavra a ninguém, mesmo. Ele está agindo como um detetive misteriosamente psicótico!

– Eu não tenho culpa! Por que vieram falar comigo?

– Talvez você possa fazê-lo esfriar a cabeça? – sugeriu a deusa do amor.

– Ou? – eu não estava a fim de ajudar Phobos. Nem ninguém.

– Ou eu te mato, assim ele volta ao normal e te esquece! – grunhiu Ares, tentando me enforcar, mas Afrodite o segurava na velha poltrona.

– Ares, pare de ser tão grosso, que droga! – ordenou ela.

– Eu irei tentar. – falei em um suspiro. – Porque Afrodite me pediu. Pois se você me pedisse, Ares, eu não faria nem que fosse obrigação!

– Maldita insolência... – ele dizia com raiva, tentando se levantar, mas percebi que Afrodite era bem forte.

– Afrodite é forte de mais ou você que é fracote mesmo? – provoquei. Por algum motivo, eu estava adorando brigar com ele!

– Sua desgraçada! – berrou Ares se levantando.

– Chega! – gritou Afrodite – Era só isso que queríamos lhe pedir, Roxanne. Obrigada.

E sumiram no mesmo momento que a escuridão invadiu meu campo de visão.

~*~

Escutei meu coração batendo lentamente, minha respiração calma e meu corpo relaxado. “Estou morta?”, pensei. Mas eu tive minha resposta.

Meus olhos se abriram em uma explosão, se queimando com a forte luz que vinha do teto branco sem graça. Olhei em volta, ainda com a visão desfocada, vi alguém sentado no lugar onde Ares estava. Minha visão via somente um borrão negro. Aos poucos, fui reconhecendo um Phobos dormente, com a cabeça apoiada na mão enquanto o cotovelo oferecia segurança firmado sobre o braço da velha poltrona.

Levantei-me o suficiente para sentar-me com as costas apoiadas sobre o travesseiro. Olhei para mim e vi que estava com aquela horrível roupa de hospital. Suspirei e também percebi que várias agulhas estavam espetadas em minhas mãos e braços. Comecei a movimentar o dedo indicador que havia um pequeno aparelhinho preso.

– Acordou?

Levantei meu olhar de minha mão para ele. Sua voz saiu um pouco rouca. Ele sorriu e se ajeitou na poltrona, apoiando os cotovelos nos joelhos e as mãos livres no meio de seus joelhos. Sua cabeça próxima de meu corpo. Ele passou os olhos curiosos sobre mim, como se conferisse que eu não havia perdido nenhuma parte do corpo no caminho.

– Você me drogou, não foi? – acusei-o. Ele me encarou, incrédulo com minhas palavras.

– Não! Que ridículo. Por que eu faria isso?

– Para abusar de mim!

– Se eu quisesse abusar de você, já teria o feito. – o olhei desconfiada – Juro que você ainda está virgem, novinha em folha.

– Cale a boca! – grunhi.

Ele riu. Eu bufei, cruzando os braços.

– Não está mais aqui quem falou. Pronto. – disse ele em sua defesa, levantando os braços em forma de rendição.

– Então... Vaza! – abanei com a mão.

– Ei, ei, ei. Calminha aí. – sua voz tinha um pingo de preocupação. – Por que tanto mau humor?

– Você me drogou naquela noite, não foi?! – acusei-lhe mais uma vez. Não que eu não tinha isso em mente, só que eu sabia que não. Eu sabia que ele nunca faria isso no momento em que ele narrou sua triste história e me encarou com magoa. Mas, se ele descobrisse que seus pais vieram me pedir ajuda por causa dele, não iria dar muito certo.

– Claro que não!

– Eu sei que sim. – continuei, tentando manter a voz firme. – Não tinha mais ninguém ali.

– Caramba! – berrou, mas abaixou a voz ao continuar, pois ali era um hospital. – Eu não te droguei. Trocaram a bebida. Eu fui prestar queixa e me disseram isso. Satisfeita?

– Não acredito em você. – murmurei. Aquela frase saiu mais fria do que eu esperava.

– Mas...

– Saia. Vá embora. Nunca mais quero ver sua cara!

– Roxanne, não faça is...

– Saia daqui!

– Eu amo você. – sussurrou em meu ouvido, fazendo com que algumas lágrimas escapassem de meus olhos sem que eu permitisse.

– Eu te odeio. – sussurrei.

–... E eu a amarei por toda a eternidade.

Phobos deu-me um beijo um longo beijo na testa, fazendo com que eu sentisse suas lágrimas quentes caírem sobre meu rosto e uma rosa negra apareceu em sua mão. Ele me entregou, olhando-me nos olhos; e então se foi. Se foi para sempre.

Eu havia feito com que ele sumisse da minha vida, como um favor para Afrodite e Ares. Eu havia mandado o único cara que me amou, e que eu amei... Sumir da minha vida. E ele não vai voltar. Nunca mais irei vê-lo.

Meu coração se apertou ao saber que nunca mais veria seu sorriso sarcástico. Que nunca mais receberia um olhar seu que eu nunca conseguira desifrar o que tinha naquela profundidade. Nunca mais poderia ganhar um abraço caloroso. Ou uma provocação para poder tentar me beijar. Ou nunca mais teria a chance de provar seus lábios.

Eu tinha conseguido ser partida ao meio, pisoteada e queimada por dentro com apenas palavras.

– Eu te amo, Phobos. – sussurrei - mesmo sabendo que ele não me escutaria, ou ignorasse minha frase -, deixando uma lágrima cair em minha única lembrança dele: a rosa negra.


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Notas finais do capítulo

Oi '-' Deixem um review, tá? :3



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