Dark Love escrita por Wicked Evil Regal


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Segundo capitulo já ta ai. Até que não demorei tanto. Agora as coisas começam a fazer um pouco de sentido. Ou não. Sei la. Enfim, tomara que gostem e perdoem meus erros.



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Lisbon estava na cozinha, preparando seu café, quando ouviu o som da campainha. Foi até a porta, com o corpo ainda dolorido da noite mal dormida, e se surpreendeu ao ver quem estava lá, principalmente porque ainda era 7:15 da manhã.

– Jane. Oque faz aqui? – ele estava com os olhos vermelhos e parecia não dormir a dias.

– Oi Lisbon. Eu vim ver se você está bem. – ele respondeu, a preocupação estava clara na sua voz. – Se não puder ir trabalhar hoje, eu explico tudo pro Bertram.

– Eu estou bem Jane, obrigada. Eu vou pra CBI, preciso me manter ocupada com alguma coisa.

– Tudo bem. – ele deu um sorriso triste que ela não correspondeu. – Se quiser eu te levo. Não tenho certeza se pode dirigir.

– Não precisa, Ray me ligou há alguns minutos. Ele vai me levar. – ela precisava concordar com os dois, definitivamente não estava em condições de dirigir.

Aquilo doeu, Lisbon estava trocando por Haffner pela 3ª vez em apenas dois dias. Se já não era o suficiente aguentar a dor de vê-la sofrer, ela ainda fazia com que ele fosse obrigado a suportar ela o trocando por Haffner.

– Tudo bem então. Vejo você na CBI. – ele deu outro sorriso, esse ainda mais falso e triste, que ela novamente não correspondeu.

–--------------------------------------------------- CBI- --------------------------------------------------------

Jane estava sentado em seu sofá, tentando beber seu chá, embora a preocupação com Lisbon estivesse ocupando a maior parte da sua mente, e ele não estivesse com a menor vontade de terminá-lo.

Lisbon estava agora na sala de Bertram e tentava convencê-lo de que era perfeitamente capaz de continuar com seu trabalho. Mas o homem parecia decidido em mandá-la para a casa descansar, devido aos acontecimentos do dia anterior.

– Cho. – ela chamou assim que encontrou o agente em sua mesa. – Você está no comando.

E sem dizer mais nada ela andou até o elevador, sendo seguida por Jane.

– Lisbon. – ele começou enquanto esperavam as portas se abrirem. – Quer companhia?

– Não. – ela respondeu entrando no elevador e apertando o botão para a garagem. As portas se fecharam e um ainda mais triste Jane voltou a se sentar no sofá.

– Já descobriram alguma coisa sobre a vítima? -Rigsby perguntou enquanto voltava da cozinha e se sentava em sua mesa.

– Sim. Eu acabei e receber o histórico familiar da vítima. – Van Pelt respondeu e os dois pararam para ouvir. – O pai dela se chama Gabriel Gates, filho de Marcus Gates, dono da maior rede de revendedoras de carro de Chicago. Há 17 ano Marcus Gates morreu devido a uma parada cardíaca e seu filho herdou tudo.

– Então a vitima é filha de um ricaço de Chicago, isso facilita tudo. – Cho comentou sarcasticamente enquanto se aproximava dos outros agentes. – Quem era a mãe?

Van Pelte voltou-se novamente para os arquivos e após alguns segundos uma expressão de pura surpresa surgiu em seu rosto enquanto ela olhava diretamente para Jane.

– Teresa Lisbon. A mãe dela se chama Teresa Lisbon.

Nesse momento Jane levantou do sofá e saiu correndo em direção ao elevador, deixando 3 agentes completamente confusos pra trás. No caminho para a casa de Lisbon, Jane começou a lembrar do pior dia de sua vida.

Quando ele subiu as escadas em direção ao quarto onde ele deveria encontrar sua linda filha dormindo em paz. E em vez disso a encontrou morta, coberta por sangue, do mesmo jeito que Lisbon havia encontrado a dela no dia anterior. Ele se lembrou da dor, do desespero, do aperto em seu peito que o impedia de respirar. Lembrou-se de tudo pelo que ele havia passado naquela noite, e nos anos que seguiram. Ele sabia exatamente como ela estava se sentindo agora e ele precisava ajudá-la, não podia deixá-la sozinha, por mais que ela pedisse isso, ele não podia permitir que ela sofresse tanto, sem ter alguém lá para acalmá-la.

Assim que estacionou o carro, ele correu até a porta da casa dela e bateu. Algum tempo depois ela abriu e não parecia nem um pouco bem.

– Oque você quer? – ela deu espaço para ele entrar.

Ele não respondeu, apenas entrou, esperou que ela fechasse a porta e a abraçou. Ela resistiu no início, mas logo apertou seus braços ao redor do corpo dele, escorou a cabeça em seu ombro e se permitiu chorar, soltando todas as lagrimas que ela havia lutado pra segurar. Ela percebeu que ele sabia, não da historia toda, mas sabia do principal. Sabia da filha. Ela o abraçou ainda mais apertado, ainda mais desesperada por conforto, um conforto que só ele poderia dar. Ele a puxou pra mais perto e deixou que algumas lágrimas escorressem pelo seu rosto.

Depois de muitos minutos, ela começou a se acalmar, os soluços foram parando e ela se afastou.

– Oque você sabe. – ela perguntou com a voz falhada pelo choro.

– Thalia é sua filha, não é? – ele levou a mão ao rosto dela e limpou algumas das lágrimas.

– Era. - ela respondeu triste, como se aquela pequena correção fizesse a morte dela “oficial”.

– Por que nunca me contou? – Jane a puxou e fez com que ela se sentasse no sofá, sentando ao lado dela logo em seguida.

– Eu nunca contei pra ninguém. – as lágrimas voltaram a rolar. – Não é como se eu tivesse sido uma boa mãe.

– Olha Lisbon, se você não quiser me contar oque aconteceu, eu prometo que vou entender, e eu não vou tentar descobrir sozinho. – ele segurou a mão dela entre as suas. – Mas eu realmente gostaria que você me explicasse essa história toda.

– É uma longa história. Você deve ter alguma coisa mais importante pra fazer do que ficar aqui ouvindo uma história triste.

– Nada é mais importante que você, Lisbon. – ele passou uma mecha do cabelo dela para trás da orelha. – Você sabe disso.

Ela fechou os olhos e respirou fundo antes de começar.

– Há 18 anos, eu ainda morava em Chicago, o Gabriel era amigo de alguns dos meus amigos. Ele era um cara legal, um pouco mimado, mas eu tentava não me importar. Depois de um tempo a gente já estava morando juntos e eu descobri que estava grávida. Ficou tudo bem até uns 5 meses depois da Thalia ter nascido. – ela respirou fundo novamente. – O pai dele morreu. Teoricamente de uma parada cardíaca.

– Teoricamente? – Lisbon balançou a cabeça em concordância.

– Ele foi envenenado. – Lisbon desviou o olhar por um segundo. – Mas ninguém sabe disso. Só eu, Gabriel e um amigo dele.

– Como você soube?

– Eu os ouvi conversando. Esse amigo, Dan, foi quem fez a pericia e mentiu que não tinha nada incomum no corpo do Sr.Gates. Eu ouvi enquanto eles se gabavam por ter matado ele. Comemoravam porque agora a herança seria do Gabriel antes do que devia. Era só que ele pensava: a herança. Como se não fosse dele de qualquer jeito.

Lisbon levantou e começou a andar pela sala. A raiva voltava junto com as lembranças daquele dia.

– Tenho certeza de que a sempre correta agente Lisbon, nunca deixaria isso passar em branco.

– Claro que não. Mas eu deveria. Mais tarde naquele dia eu falei com ele sobre isso. Disse que o entregaria. Que eu não tinha escolha. Foi o meu maior erro.

– Não Lisbon. Você fez a coisa certa. Não importa oque aconteceu depois, você tinha que entrega-lo.

– Você não entende. Se eu não tivesse feito nada, ela ainda estaria aqui. Eu não teria vindo pra Califórnia, não teria entrado no caso Red John e ela ainda estaria viva. – ela passou as mãos no rosto, tentando se acalmar. - E eu não teria perdido os 17 anos da vida dela.

– Lisbon – Jane levantou e foi até ela. – Oque aconteceu quando você disse que o entregaria?

– Ele ficou irritado, é claro. Eu disse que o entregaria e sairia de Chicago. A gente brigou... E ele ameaçou me matar. – ela fechou os olhos por alguns segundos. - Isso foi há 17 anos, eu era diferente e estava assustada. Eu sabia que ele cumpriria, ele matou o próprio pai, por que não me mataria? Ele disse que se eu o entregasse eu nunca sairia de Chicago, ele faria questão de me matar com as próprias mãos. Nós discutimos mais um pouco e eu percebi que não adiantaria entrega-lo, ele subornaria qualquer um, mataria quem fosse necessário, ele nunca acabaria na prisão. Eu disse que não falaria nada, mas eu também não conseguiria olhar pra cara dele nunca mais. Eu falei que iria embora com a Thalia e o deixaria com aquela estúpida herança.

– Mas não foi isso que aconteceu, não é?

– Não. Ele disse que me deixaria ir embora, mas que eu nunca levaria Thalia comigo. Que ele nunca desistiria da guarda dela, e que não fazia sentido brigar com ele por isso. Eu não tinha a menor condição de criar uma criança, e ele poderia subornar qualquer juiz. – de repente Lisbon sentiu um medo enorme crescendo dentro dela. E se Jane pensasse que ela fez isso de proposito? E se ele não entendesse? E se ele começasse a odiá-la? - Entenda Jane, eu nunca, nunca, quis abandonar a mina filha, eu me arrependo disso até hoje.

– Eu sei Lisbon.

– Eu não tive escolha. Eu não conseguiria a guarda dela de jeito nenhum, e mesmo que por um milagre isso acontecesse, eu não tinha como criá-la. – ela explicou quase desesperada. - E eu sei que ele gostava dela, talvez não tenha sido o pai mais presente ou atencioso do mundo. Mas ele gostava dela, eu sei que ele nunca a machucaria.

– Eu acredito nisso Lisbon.

– Você acha que eu sou um monstro? – Algumas lágrimas encheram os olhos da agente, mas ela conseguiu segurá-las. -Eu sou a pior mãe do mundo?

– Não. – ele respondeu firmemente. – Eu não acho que você seja um monstro ou uma má pessoa, ou que tenha sido uma mãe ruim. Eu acho que você é o ser humano mais perfeito da Terra. Você escolheu oque era melhor pra ela. Eu tenho certeza de que ela foi bem criada e cresceu feliz, mesmo sentindo sua falta. Você não tinha como ter feito nada diferente.

– Obrigada. – Lisbon respirou fundo novamente. – Eu sinto falta dela. Eu senti todos os dias, durante o dia inteiro, nunca foi embora. Eu nunca estive lá, nunca pude tê-la por perto, eu fiquei com ela por apenas alguns meses. Mas agora que ela morreu, eu não sei, é como se tornasse o fato de que eu perdi a minha filha irreversível.

– Eu sei como se sente Lisbon, eu sei o quanto dói. – ele a abraçou novamente. - E eu quero que você saiba que eu estou aqui, eu estou aqui sempre que precisar, eu não vou te deixar sozinha.

– Por que Red John a matou? Oque eu fiz? Por que ele queria me atingir?

– Eu não sei. Eu sei que você não fez nada de errado, você nunca faz nada errado. Não foi sua culpa. Talvez tenha sido por mim. Tenha sido pra me atingir.

– Como matar a minha filha atinge você?

– Você acha que não esta me matando ver você desse jeito. Sofrendo tudo que eu sofri, eu sei exatamente como se sente e é por isso que esta me matando também, você não merece sofrer, principalmente desse jeito.

– Então é tudo culpa sua. – ela deu um sorriso fraco.

– Me desculpe.

– Eu não estava falando sério.

– Eu sei. Acho melhor você ir dormir um pouco.

– Eu não quero ir dormir agora.

– E oque você quer fazer?

– Eu posso ficar abraçando você só mais um pouco?

– Claro. – ele sorriu enquanto a puxava ainda mais pra perto. - Pode ficar me abraçando pra sempre, se quiser.


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Notas finais do capítulo

Eai? Oque acharam? Sinceramente, eu não tenho ideia de como é perder uma filha, ou ter uma filha. kkkkkkkkkk Mas imagino que deve ser horrivel. Acho que eu não consegui passar todo sofrimento da Lis em palavras. (gente sem talento da nisso) Mas, sei la, imaginem que vc perderam um filho que vcs não viam há anos.Eu morria, na boa.
Eu sei que ainda não expliquei porque o Tio Red quis matar a filha dela, mas eu vou. Tenham paciencia.
Espero que eu não tenha viajado MUUUUUITO. Tipo, eu sei que eu viajei mas espero que não tenha ficado tipo: "Oque? Como assim? Oque ela fumou? Isso não faz o menor sentido." Tomara que essa não tenha sido a reação de ninguem.
Enfim, comentem pra que eu saiba oque vcs acharam. Até o proximo.



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