Reaprendendo a Amar escrita por Dreamy


Capítulo 7
Conhecimento Velado


Notas iniciais do capítulo

Oi...?
Tem alguém ai?
Será que alguém ainda está interessado nessa história?
Desculpem, desculpem...
Gente, não existe desculpas para esse hiato. Faculdade, provas, falta de inspiração, falta de tempo... enfim, mil e uma coisas, mas eu estou de volta.
Se alguém ainda quiser ler essa fic, é só comentar que eu prometo não abandoná-la.
Please, comentem!!!



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Capítulo V – Conhecimento Velado

Scorpius estava se perguntando quando fora a última vez que rira tanto na vida. Rose tinha, finalmente, depois de dois meses aceitado sair com ele. Um cinema, coisa simples. Scorpius queria assistir um filme de romance para esquentar o clima, mas Rose fora irredutível e insistira em assistir um filme de comédia. E o que surpreendia Scorpius era o fato de estar gostando do filme. Quando os créditos finais estavam passando Rose estava no meio de uma crise de riso, se contorcendo no banco ao lado. A risada dela o contagiou e Scorpius nem se incomodou com o olhar das pessoas que passavam por eles.

Quando conseguiram sair da sala, foram em direção a uma mesa aleatória de um fast food qualquer, ainda rindo tanto a ponto da barriga doer.

–As pessoas acham que nós somos loucos. – disse Scorpius olhando o cardápio para esconder o rosto.

–Que bom que eu não me importo. – respondeu Rose, tirando o cardápio da mão dele e escolhendo alguma coisa para comer.

Scorpius olhou para ela de verdade, desde que saíram do cinema e recomeçou a rir.

–Ah Scorpius a graça acabou! – disse Rose franzindo o cenho.

Scorpius não conseguiu formular uma frase coerente, então virou o rosto da ruiva para a parede ao lado que refletia como um espelho. Rose ficou da cor dos seus cabelos ao ver do que se tratava e Scorpius riu ainda mais.

–Não tem a menor graça. – respondeu Rose rindo, tirando a pipoca dos cabelos.

Depois do que pareceu horas, o pedido deles finalmente ficou pronto e Scorpius, como um bom cavalheiro, foi buscar. Quando voltou a mesa, Rose tinha perdido aquela aura de riso e divertimento e mesmo sem saber como, Scorpius sabia que ela estava pensando no falecido marido.

–Você está pensando no Cade não é? – ele perguntou se sentando.

–Estava. – confirmou Rose com um pequeno sorriso – Cade nunca conseguia assistir um filme inteiro, ele não tinha paciência. – contou ela.

Scorpius sorriu a incentivando a continuar.

–Nem em casa, cinema ou o que fosse, Cade simplesmente não conseguia ficar duas horas parado olhando para uma tela. – apesar de estar olhando para ele, Scorpius percebeu que ela estava em outro tempo e resolveu não interromper seu monólogo – Então, depois que ele se foi, os nossos amigos acharam uma boa ideia fazer uma pequena sessão de cinema na minha casa duas ou três vezes por mês. Eles se juntam, batem na porta da minha casa com um filme em mãos e passam a metade das noites de sábado me fazendo ficar olhando para uma tela. Eles acham que assim eu não vou me lembrar dele.

–Mas você se lembra. – concluiu Scorpius e Rose finalmente pareceu se dar conta da presença dele.

–Lembro, toda vez. – ela respondeu.

–Por que toda vez que vocês se reuniam ele estava presente e então ele não está mais junto com vocês. – terminou ele dando uma mordida no sanduiche.

–Exatamente. – Scorpius notou a surpresa na voz dela e sorriu internamente. Ele sempre fora bom em ler os nuances das pessoas!

–E por que você não fala isso para eles? – o rapaz perguntou.

–Por que é bonitinho da parte deles. – falou Rose dando uma pequena mordida no seu sanduiche.

Scorpius abriu a boca para retrucar, mas foi impedido por um barulho de explosão e em seguida tudo ficou escuro. “Era só o que faltava!”, pensou ele xingando mentalmente. Algumas pessoas gritaram, outras pegaram o celular para enxergar alguma coisa, mas Scorpius tinha outras coisas na cabeça.

–Me dê sua mão Rose. – ele pediu tateando as cegas a procura dela.

–Pra que? – ela perguntou desconfiada.

–O que acha que um apagão no shopping significa Weasley? – ele atacou impaciente, achando finalmente a mão dela e a puxando para debaixo do bando junto consigo.

–Acha que é um assalto? – perguntou ela sussurrando.

–Pode até não ser – respondeu Scorpius achando aquela aproximação muito proveitosa – mas tenho certeza que alguns engraçadinhos vão se aproveitar disso.

–Mas com certeza não deve demorar até estabilizarem tudo de novo. – ela disse insegura.

–Você é surda ou o que? – a gritaria das pessoas o estava deixando nervoso – Não escutou aquela explosão?

–Obviamente que escutei. – ela respondeu com raiva.

Nenhum dos dois falou mais nada, Scorpius apertava suavemente a mão dela, que era pequena e macia, ele não sabia dizer como ela estava, mas ele, apesar do desconforto da posição, estava gostando bastante de tê-la perto dessa forma. O cheiro dela invadia suas narinas e Scorpius descobriu que gostava do seu perfume.

–Eu não gosto do escuro. – murmurou Rose.

–Você tem medo do escuro? – ele perguntou contendo um sorriso.

–Medo não, apenas não gosto de não enxergar nada. – ela esclareceu.

–Mais algum medo? – ele perguntou segurando o riso.

–Aranhas. – ela respondeu com a voz ainda mais baixa.

–Aracnofobia? – ele perguntou.

–A menos que tenha outro nome e eu não saiba. – provocou Rose.

–Que engraçadinha!

–O Srº Obviedade tem algum medo? – ela perguntou e Scorpius pode identificar o sorriso na sua voz.

–Não gosto de lugares fechados. – ele confessou.

–Claustrofóbico? – ela perguntou deixando escapar um sorriso.

– A menos que tenha outro nome e eu não saiba. – ele repetiu a resposta dela recebendo um tapa.

–E como você enfrenta o elevador todos os dias? – ela perguntou e Scorpius não soube identificar se era por curiosidade ou para se distrair do escuro.

–Eu me concentro na música. – ele contou – E jogo Candy Crush.

Scorpius escutou o riso dela, mas se manteve calado.

–O Cade dizia que não tinha medo de nada. – ela sussurrou e mesmo estando escuro Scorpius assentiu – Mas ele tinha um medo.

–Qual? – ele se viu perguntando.

Mas Rose não respondeu. Não houve tempo, já que da mesma forma abrupta que acabara a luz voltara. Scorpius praguejou mentalmente por ter que desfazer o arranjo e deixar Rose sair de perto dele.

–Finalmente. – ela disse se sentando ao lado dele.

–Nem demorou tanto assim. – Scorpius respondeu indiferente – No máximo uns 10 minutos.

–Todo tempo é muito quando não se quer alguma coisa. – ela respondeu e Scorpius sentiu que tinha levando um soco no estômago ao perceber que ela estava certa.

–Mas quando se está se divertindo, isso não ocorre. – ele disse como quem não quer nada.

–E quem disse que eu estava me divertindo? – Rose perguntou sorrindo.

–E eu aqui pensando que era um cara divertido. – Scorpius se fingiu de ofendido arrancando mais um sorriso da mulher a sua frente. Nunca antes ele tentara ser engraçado em um encontro, não que aquilo fosse um encontro, ele se lembrou e é claro que ele não estava tentado ser engraçado! Surpreendendo a si mesmo, Scorpius descobriu que uma noite não precisava acabar em sexo para ser divertida e agradável... mas é claro que isso ajudava!

.:Rose:.

Rose entrou no próprio carro acenando um discreto adeus a Scorpius, quando olhou o celular, suspirou. Havia 62 mensagens no whatsapp, 43 ligações perdidas e 8 mensagens de voz. Aquilo era um exagero! Decidida a ignorar a insistência das pessoas, Rose apenas escutou as mensagens na sua secretaria eletrônica, enquanto dirigia de volta para casa.

“Oi Rose sou eu, te mandei varias mensagens e você não me responde, o que houve? Me liga, beijos!” Era da Aileen

“Rose é a mamãe, Albus me ligou perguntando de você. Aconteceu alguma coisa querida? Não me deixe ansiosa, me ligue!” Hermione.

“Rose onde você se meteu? Por que você não atende a porcaria do celular?” Albus.

“Rosie, é a Roxi, você não responde as minhas mensagens e a Ail tá louca atrás de você. Está tudo bem?” Roxanne.

“Rose por que está todo mundo atrás de você? O Albus e a Aileen já me ligaram um milhão de vezes! Onde você se enfiou?” Hugo.

“Rose sou eu de novo. Eu estou na porta do seu apartamento, se você tiver em casa, abre por favor!” Albus.

“Meu bem é a mamãe de novo. Albus me disse que você ainda não apareceu, por favor me ligue.” Hermione.

“Rose Weasley eu estou falando sério! Me atenda, dê algum sinal de vida ou nós vamos arrombar sua porta!” Aileen.

Rose bufou estacionando o carro na sua vaga. A última mensagem tinha uns 15 minutos, então ela suspeitava que sua casa estaria invadido pelos loucos que chamava de amigos. Claro que a realidade a surpreendeu, por que nem nos seus piores pesadelos ela poderia imaginar aquilo.

Todo o seu andar estava um caos. Ao sair do elevador, Rose pensou que algum vizinho tinha passado mal, mas ao ver que o tumulto vinha do seu apartamento, a ruiva simplesmente não pode acreditar no que os seus olhos lhe mostravam. Quando conseguiu passar pelo mar de pessoas no corredor e entrar em casa, Rose foi engolfada por vários abrações e exclamações de alívio.

–Graças a deus você chegou. – disse Roxanne com lágrimas nos olhos.

–Pelo amor de deus Rose, você queria matar a gente de susto! – era Aileen que estava com o rosto molhado e a voz totalmente distorcida.

–Nunca mais faça isso Rosie. – Albus a apertou em um abraço.

Rose estava completamente em choque. Contou até dez, se controlando e em seguida virou para os vizinhos que estavam espalhados pelo apartamento e sorriu educadamente.

–Pessoal, foi só um mal entendido, então vocês podem ir. – ela se forçou a sorrir, recebendo vários tapinhas nas costas e agradecimentos por ela ter chegado sã e salva em casa – Obrigada pela preocupação.

Quando o último vizinho saiu, Rose sentiu a raiva aflorando dela e se virou para a sua família.

–O que vocês pensam que estão fazendo? – perguntou controlando a voz.

–O que você pensa que está fazendo? – atacou Albus – Por que não atendeu o celular?

–Rose tem noção do quanto ficamos preocupados? – disse Aileen e ela olhou boquiaberta para cada um.

–Eu não sou uma criança. – ela falou pausadamente – Vocês estão loucos! Quer dizer que agora eu tenho que dar satisfação de cada passo meu, é isso? – sua voz já estava alterada e Rose passou as mãos nos cabelos jogando a bolsa que ainda segurava no sofá.

–Você está sendo injusta Rose, nós ficamos preocupados com você. – resmungou Fred.

–Vocês perderam a noção do ridículo, isso sim. – continuou Rose, sem se importar se estava sendo grossa ou não. Aquela era a sua vida! – O que acharam que eu ia fazer? – ela perguntou incrédula – Pensaram o que? Que eu iria me matar? – era uma pergunta retórica, mas Rose viu na expressão de cada um na sala que fora exatamente isso que eles pensaram – Ah vocês estão de brincadeira comigo!

–E o que você queria que nós pensássemos? – retrucou Aileen – Você não respondia nenhuma mensagem, não atendia as ligações! Você tem andando depressiva e de repente não dá um sinal de vida. O que você queria que fizéssemos?

–Invadir a minha casa certamente não seria uma delas. – gritou Rose. A situação estava saindo do controle! – Eu não sou uma incapaz! Eu não preciso dar satisfação dos meus passos e da minha vida para nenhum de vocês. Vocês invadiram a minha privacidade! Vocês me expuseram ao ridículo! Se eu não atendi, é por que eu não queria falar com ninguém, por que eu queria um tempo para mim e mesmo nas atuais circunstancias, mesmo se eu tivesse decidido acabar com a minha vida, isso não dá a vocês o direito de me controlar. Eu sou adulta!

–Então se comporte como tal. – disse Hugo a surpreendendo.

–Como é? – ela se virou para o irmão, completamente transtornada.

–Você passou o último ano rastejando pelos cantos Rose. – continuou Hugo ignorando as advertências de Roxanne – Nós tínhamos que nos preocupar até se você tinha comido, se você tomava banho ou se estava pagando a conta de luz. Então Rose, foda-se o que você acha, eu e todo mundo que está aqui tem todo o direito de se intrometer na sua vida.

–Porra nenhuma! – respondeu Rose. “Quem aquele moleque achava que era para falar assim com ela?” – A vida é minha Hugo! E nem se atreva a abrir a boca para falar alguma coisa. Sabe quando que você vai ter o direito de me julgar? Quando você se vir sem chão, quando você perder a pessoa que mais ama no mundo e perder todo um futuro, quando você se vir sem rumo e sem perspectiva nenhuma de vida por que o seu companheiro, aquele que você esperava passar o resto da vida junto foi arrancado de você de uma forma brutal, ai sim Hugo, somente ai você vai ter o direito de falar qualquer coisa e de se intrometer na minha vida. – Rose soluçou se afundando no sofá.

–Rose... –disse uma voz que ela não reconheceu colocando a mão em seu ombro.

–Sai. – ela gritou – Não encosta em mim!

Rose não viu quem, mas um segundo depois – ou poderia ter sido vários minutos – alguém colocou um copo com água e açúcar em suas mãos e ela bebeu tudo, sabendo que estava descontrolada e que precisava manter a calma e ainda sim sua mão tremia quando levou o copo aos lábios.

–Vão embora. – ela pediu quando conseguiu se acalmar.

–Rose... – ela escutou alguém falar, mas não se deu ao trabalho de ver quem era ou o que queria.

–Vocês queriam saber se eu estava viva, bem eu estou. – ela encarou os amigos sem nenhuma simpatia – Agora me deixem sozinha.

E eles deixaram. Com várias desculpas e olhares culpados, que Rose fez questão de ignorar. Eles tinham estragado uma noite que fora muito agradável, a primeira em mais de um ano. Quando se despedira de Scorpius Rose pensou que talvez conseguisse sorrir de verdade, mas ao chegar em casa foi recebida com a realidade de que por mais que tentasse, não iria conseguir ser feliz nem mesmo por uma noite. Rose se deitou colocando mais uma vez o CD de Cade para tocar, mas quando pensou em se perder em sua dor, seu celular tocou. Era uma mensagem de Scorpius e, surpreendendo a si própria, Rose conseguiu não chorar.


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Notas finais do capítulo

E ai? Mereço comentários??



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