Caso de Fanfiction escrita por Ella


Capítulo 1
Convencidos...


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindos a mais uma fic. Espero que gostem!
Boa leitura! ;)



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1. Convencidos...

- Ayla -

- E a fanfic do mês vai para... tan ran tan tan...! - Max fez uma pausa de suspense desnecessária. - Ayla Lorency!

Todos bateram palmas. Alguns admirados, outros entediados... Provavelmente pelo fato de eu ter ganhando a "fanfic do mês" pela quinta vez consecutiva.

Eu sei, eu sou maravilhosa.

Era fato que eu adorava escrever, principalmente romances. Desde que eu entrei para o clube da fanfic na escola - a pedido da professora Mercie, de Literatura -, venho recebendo muitos elogios por minhas histórias. Isso acabou aumentando muito meu ego.

Não que eu seja tão egocêntrica assim... Talvez só um pouco.

Fui desfilando orgulhosamente até o palco improvisado recebendo vários elogios e até mesmo alguns olhos revirados.

Invejosos.

- Bem, tudo o que tenho a dizer é que estou verdadeiramente agradecida. Sério, eu não esperava ganhar de novo! Mentira. Eu sabia que iria ganhar de novo. Significa que eu não sou tão ruim assim com minhas fics! - eles riram - Mas o que eu realmente quero dizer é que isto aqui - apontei para a medalha que Max tinha me feito colocar - não é uma forma de faze-los superiores ou melhor que os outros, isto aqui é uma forma de incentivo. Eu acho que todos que fazem parte do clube sonham em ser escritores algum dia, então lembre-se: Isto só vai acontecer se vocês acreditarem em si mesmos. Um escritor de verdade não escreve por popularidade, ele escreve por que ama!

Desta vez todos bateram palmas sem exceções. Houve até assovios. Ual!

O sinal tocou e as pessoas foram se retirando aos poucos. Alguns colegas mais próximos me deram parabéns.

- Parabéns, garota! Você foi demais. - Max, o líder do clube, me abraçou orgulhoso.

- Obrigada Max. Eu sei disso.

Maxon Hender tinha 16 anos e aquele era seu ultimo ano tanto na escola como no clube. O garoto escrevia histórias de romances policiais fantásticas. Até já participara dos concursos de fora. As garotas o adoravam não só pelo fato de ter um talento incrível, mas também por ser bonito e charmoso. Seu cabelo "espetado" e seus olhos verdes completam o que pode se chamar de perfeição.

- Adivinhe quem eu vou levar para o concurso de Fanfics no Iaden? - Ele estava segurando um envelope branco altamente suspeito.

Há tempos eu implorava para Max me levar em uma reunião de alguns dos clubes que ele participava. Ele sabia que eu era boa, mas tinha medo do que eu podia causar lá dentro devido, bem, ao meu temperamento.

- Quem? - Fingi que não sabia.

- É claro que é você, sua boba!

Apesar de já saber que eu era a pessoa que Max iria levar, fui para a casa praticamente dando piruetas. Um concurso de Fanfics fora da escola em outro bairro era um grande passo em minha carreira de escritora. Não via a hora de começar a escrever. Max comentara comigo mais cedo que eu poderia escrever o gênero e tema que quisesse, desde contos infantil até fics... uh, eróticas. Mas tudo o que queria era meu bom e velho romance.

É claro que algumas pessoas criticavam meu jeito de escrever. Nunca tentei escrever nada diferente, porém, acho que seria uma tragédia.

Agora estava começando a ficar preocupada. Desde que entrei para o clube eu ganhei todos os concursos, mas eu nunca mostrei minhas histórias para ninguém de fora da escola, nem mesmo para os meus pais. E se o clube de Iaden achar minha história clichê, melodramática ou de menininha?!

Relaxe, Ayla. Você é demais.

- Lucas -

- Você deixou mesmo Maxon trazer a garota? - Liam me perguntou pela oitava vez.

- Sim, Liam. Eu deixei Maxon trazer a garota.

Liam era o vice-presidente do clube Iaden - sim, o presidente era eu. Quem mais poderia comandar esse clube se não fosse eu? O melhor contador de histórias de terror da região. - e ele era extremamente autoritário, chato e parecia que tinha medo de garotas.

- Trazer garotas para o clube só vai causar problemas. - Ele reclamou.

- Na boa amigão, somos escritores e só temos garotos no clube. Nada contra, mas daqui a pouco isso aqui vai virar uma boate gay e ao invés de oferecermos favores sexuais, vamos oferecer rosas e poesias românticas. - Ri da minha explicação, mas Liam não pareceu achar muita graça.

- Primeiro: Não há só garotos no clube. Temos seis garotas e uma delas é sua namorada. Segundo: Só porque temos mais garotos do que garotas não significa que vamos virar uma boate. Sabe, antigamente você era mais legal, sabia?

Minha paciência estava se esgotando. Max era meu amigo e tinha me pedido para trazer sua amiga há um mês atrás. Quando ele me pediu de novo eu deixei, ué. Ele me garantiu que a garota era boa e inteligente. Precisavamos mesmo de uma nerd no clube. As garotas do clube eram legais e bonitas, mas já estavam me enchendo também.

- Primeiro: Cassie não é minha namorada. Só ficamos uma vez. - Esclareci, imitando-o. - Segundo: Eu quero mais garotas no clube e ponto final, porra.

Ok, agora eu tinha soado como um pervertido.

Corri para a aula, deixando Liam argumentando sozinho no corredor. Quando ele queria ser chato ele conseguia ser chato.

Já me sentia aliviado por ter me afastado de Liam, então caminhava feliz pelo corredor, mas como diz o maldito ditado: O que é bom dura pouco.

Para minha infelicidade e falta de sorte, vi Cassie caminhar em minha direção. Seu cabelo escuro sacudindo como um chicote, sua pele mais bronzeada do que o normal e o batom vermelho que a deixava dez anos mais velha, por mais que tenha apenas 16.

- Hey, Lucas. Quer uma bala? - Ela me cumprimentou com um selinho.

- Oi, Cassie. - Limpei meus lábios disfarçadamente.

- A reunião do clube ainda está de pé? - Ela perguntou naquele tom horripilante (que ela dizia que era sedutor) que só ela conseguia fazer.

Reprimi a vontade de dizer não e sair correndo. Não era um covarde e não podia fazer isso, mesmo que ela fosse ficar no meu cangote a noite inteira me pertubando, ela ainda era do clube.

Acontece que Cassie e sua maquiagem me causava um pouco de medo...

Cacete, Lucas. Por quê você foi nascer lindo e irresistível?

- Sim, está de pé. - Respondi. Me lembrando que ela ainda estava na minha frente.

- Ok. Você quer falar comigo sobre a reunião? Podemos ir até a sala de...

- Cassie, eu estou realmente atrasado. Fica para a próxima.

Eu pude notar seu olhar de choque. Cassie era o tipo de garota que nunca recebia um não. Mas naquela altura do campeonato eu já não podia fazer mais nada.

- Sabe, você era muito mais legal antes. - Ela disse em um tom de rejeição.

Tínhamos ficado mês passado em uma festa de um clube da zona norte. Se arrependimento matasse eu seria um homem morto. Depois daquele dia eu nunca mais bebi uma gota de álcool perto de Cassie. Deus me livre, a garota era tão doida por mim que eu tinha medo só de pensar no que ela era capaz.

Todos os dias já acordava me preparando para receber a noticia que iria ser pai. Não que eu seja irresponsavel ou que já tenha dormido com Cassie, mas vai saber... Como eu disse antes, essa garota era doida.

- Já me disseram isso hoje. - Sai andando do mesmo jeito que tinha deixado Liam. - Tchau!

O sinal já tinha tocado e eu estava cinco minutos atrasado. Graças a Deus era aula de literatura. Eu poderia usar meu charme e uma improvisação boba para convencer a Sra. Mary me deixar entrar. Ela nunca resistia.

- Atrasado, Sr. Sheller.

- Perdão, Sr. Mary. / Eu não queria me atrasar / Te dou essa simples bala / Querendo me desculpar.

Ela revirou os olhos, reprimindo um sorriso. Até que a bala de Cassie servira para alguma coisa.

- Você tem sorte de ser criativo, Sheller.

- Eu sei. - Dei uma piscadela e fui para o meu lugar.

O que uma bala, uma poesia e um incrível par de olhos azuis não podia fazer?

- Ayla -

Acho que nunca tinha ficado tão ansiosa em divulgar uma fic como agora.

Já tinha chegado em casa, tomado banho, discutido com mamãe e estudado. Enfim, coisas matinais. Agora estava em minha escrivaninha terminando minha terceira Shotfic que separei como uma probabilidade de leva-lá para o concurso junto com as outras duas. Decidi ligar para Susie, minha melhor amiga, para me distrair e claro, ouvir fofocas.

- Sério? Isso é maravilhoso! - Susie me parabenizou do outro lado da linha, animada.

- Preciso de você para me ajudar a escolher qual é a melhor fic.

Susie era a unica pessoa na qual eu deixava ler as fics antes de serem postadas do mural da escola. Apesar de nossos Hobbies serem completamente diferentes (ela praticava box e eu escrevia), minha amiga sempre me deu os melhores conselhos sobre o assunto. Apesar de não ser muito fã de literatura.

Susana Morgan é a prova viva de que os opostos se atraem. Nós duas somos completamente diferentes, mas inseparáveis. Com suas habilidades em artes marciais, seu cabelo loiro de causar inveja e sua pele bronzeada, ela atraia a atenção de qualquer garoto. Ela sem duvidas era a garota mais bonita da escola.

Segundo ela, eu também fazia parte da lista das garotas bonitas, com meus cabelos castanhos e meu jeito "fofo" (Sério, quem é que gostaria de ser chamada de fofa? Urgh.), mas eu achava que a unica coisa atraente em mim eram meus olhos verdes.

- Tudo bem, amanhã depois da escola, ok? Eu quero te mostrar uma técnica nova! - Susie disse.

- Contanto que você não tire sangue do meu nariz...

- Aquilo foi sem querer.

- Eu sei, Susi. Eu sei. Até amanhã! De um beijo em sua mãe por mim.

- Tchauuuu!

***************************************

- E ai, qual é a melhor?

Estávamos na lanchonete do bairro há uma hora escolhendo a melhor fic para levar para o clube de fanfiction Iaden. Susie, como sempre, disse que todas estavam maravilhosas. Max não queria ler antes de todo mundo, mas acabou desistindo e leu, pois era a minha primeira vez fora da escola.

- Todas estão boas, Ayla. - Susie insistiu.

- Eu voto na primeira. Sobre a garota que se apaixona por um marinheiro misterioso. - Max se decidiu.

- Você só votou nessa porque tem suspense. - Susie debateu.

- Exatamente. - Ele assentiu.

- Ok, então vai ser essa! - Conclui antes de os dois iniciarem uma discussão.

- Então amanhã vamos levar essa, ai você aproveita e conhece o povo do clube. - Max arrumou os papeis embaralhados na mesa e colocou-os na pasta.

- Eu posso ir também? - Susie perguntou.

- Pode. - Max respondeu, fingindo tédio.

- Êba!

- Mas se você atrapalhar a reunião ou socar alguém, você nunca mais vai andar conosco.

Max e Susie mais discutiam do que conversavam. Max já fora apaixonado por minha amiga, mas desistiu (pelo menos é o que ele diz) quando pegou ela abraçada com Breno, da nossa classe. Ela se defendia até hoje dizendo que aquilo fazia parte de um golpe marcial.‎ Entretanto era evidente que Max e Susie ainda se gostavam.

- Você pode levar uma de suas musicas e cantar, Ayla. - Max disse enquanto comíamos nosso lanche.

- Boa ideia. - Susie concordou de boca cheia.

- O que? Cantar para todo mundo? Eu não canto nem na escola. - Censurei.

Me arrependia até hoje de ter cantado sem querer na frente de Max e Susie. Nunca tinha cantado antes e só fiz para mostrar a musica que tinha feito. Agora eles me infernizavam com o assunto sempre que tinham oportunidade.

- Vamos amiga! É só uma musiquinha... e você canta muito bem! - Susie implorou.

- Não.

- Ayla...

- Não e não.

- Eu toco e você canta, vamos?! - Max sugeriu.

- E eu danço! - Susie se ofereceu animada.

Max olhou para ela como se ele acabasse de perceber que ela ainda estava lá. Isso cortou meu coração.

- Ah, a "lutadora" agora sabe dançar?

- É claro que sei! Fiz aulas de dança quando tinha três anos.

- Mas já se passou treze anos.

Susie me olhou indignada. Eu apenas dei de ombros. Acho que ela também sentia falta do velho Max. Óras, quem mandou ela fazer aquele "golpe marcial" com Breno...

- Cuida da sua vida, caralho! - Ela exclamou irritada.

- Eu estou tentando, Susana.

Eu devia ter aproveitado a situação para ir embora, assim aquele assunto de musica iria acabar. Mas conhecendo Max e Susie, eles ficariam trocando farpas até a lanchonete fechar.

- Chega crianças!

Eles se encararam como se fossem canibais.Principalmente Susie que por mais linda que fosse, estava com aquele olhar que ela só usava quando iria lutar. Até eu senti medo por um momento.

É, eu deveria ter ido embora.

Todos os dias agradecia a Deus por Susie nunca tentar dar um golpe marcial em Max. Pelo menos até hoje.

Contudo, segundos depois, ambos voltaram a comer como se nada tivesse acontecido e ah, voltaram a me perturbar com o mesmo assunto. Se eles não parassem eu iria dar um golpe marcial em cada um.

- Tudo bem, eu canto. Porra!

Max e Susie ainda tiveram a cara-de-pau de trocar um high five.

- Filhos da puta chantagistas.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? *-*