Pov. Bella

O bendito despertador tocava mais uma vez depois de cinco minutos de soneca, bocejei abrindo meus olhos e vendo a claridade quase me cegar. Vi três chamadas perdidas de Jasper em meu celular e dei um grito de angústia quando vi que já estava atrasada meia-hora para a reunião com a famosa estilista Alice Cullen.

Joguei os lençóis brancos da minha cama pelos ares e saí correndo para o banheiro, já lá tirei a calcinha e blusinha fresca que eu usava enquanto escovava os dentes. Depois me joguei com tudo embaixo da água gelada e isso fez com que eu me acordasse.

Vesti um vestido amarelinho com um cintinho fino preto em volta dele, todo rodadinho e botei um salto preto qualquer. Fui até a cozinha do meu apartamento e peguei donuts e um café, logo peguei as chaves fechando com pressa a porta do apartamento.

Dei uma de flash descendo pelas escadas do prédio e quando cheguei ofegante na garagem, tinha algumas pessoas me olhando de forma estranha enquanto estavam na piscina se divertindo com seus filhos.

– Bom dia vizinhos! – Gritei olhando eles com um imenso sorriso de despedida para mim, todos acenaram até uma garotinha de cinco aninhos creio eu.

Entrei em meu carro e fui em direção ao estúdio onde eu trabalhava.

...

– Oh céus, onde você estava Swan? – Perguntou Jasper afoito e com uma carranca maior do que todos os dias.

– Eu estava em casa, dormindo. – Sussurrei seca.

Jasper me abraçou dando uma gargalhada, a mesma de sempre quando eu falava alguma besteira.

– Hey, fique calma... Alice não notou seu atraso porque já deixamos ela fazendo alguns modelos.

– Ufa! Fico te devendo essa.

– Você vai almoçar comigo, então.

Sorri e peguei minhas coisas com os papéis para mostrar à Cullen-Estilista. Abri as portas de madeira clara e vi uma mulher baixinha com cabelos castanhos-escuros.

Os seus olhos eram verdes e eu me encantei com eles, pareciam ser uma boa coisa para fotografar.

– Isabella?

– Sim, pode me chamar de Bella.

Falei sentando-me na minha cadeira giratória confortável e prática para ficar rodando pelo meu estúdio.

– Ah, deve me conhecer.

– É claro, uma estilista de renome mundial.

Ela assentiu e ficamos nos olhando, dei um sorrisinho um pouco envergonhada. E ela ergueu suas sobrancelhas, continuei sem entender até que fiz uma careta meio que torta.

– Os papéis, Swan.

– Ah, é mesmo.

Falei deixando alguns papéis que estavam em cima de minha mesa caísse.

– Eles não são importantes.

Disse enquanto Alice olhava para mim com vontade de rir, fui até a minha estante e peguei a câmera totalmente avançada pelo meu novo cargo no estúdio há dois meses como fotográfa principal e não secundária.

Bem, antes eu era com a equipe de Jéssica e eu não fazia ideia como consegui aturar essa mulher por esses meses.

– Bem, aqui são fotos de modelos americanos.

Mostrei as fotos dos modelos e ela parecia gostar de minha apresentação, expliquei como o estúdio trabalhava para fazer um albúm sobre uma coleção de roupa e ainda mais sendo que essa coleção irá ter um desfile oficial em uma das avenidas mais famosas daqui.

E isso me deixava nervosa, porra como me deixava nervosa.

– Então é isso, só quero te pedir algo.

– Sim? – Perguntei olhando para a mulher pequena em minha frente.

– Eu quero que Rosalie Smith seja minha modelo oficial da coleção, com algum homem que você possa escolher.

– Oque?! Rosalie... Smith. – Falei o nome da vadia em voz secamente.

– Isso, ela tem uma beleza extraordinária.

– E uma vaidosidade também. – Retruquei, mas depois me calei.

Então Alice deu uma risada.

– Eu também não gosto dela, esse é o nosso secredo.

– Okay, eu sou confiável.

Continuei falando com ela e marcamos uma nova reunião dessa vez com a modelo, Rosalie Smith e todos da nossa equipe. Então ela falou que iria trazer os rabiscos de roupas que ela tinha feito que estavam perfeitos para serem feitos em compensação de seus últimos meses ausentes no mundo da moda.

O restante do dia foi normal e neutro como se fosse um copo de água mineral, porém almocei com Jasper em um restaurante perto da praia simplesmente gostosa a comida. Mas admito que minha comida com peixes e fritas eram bem melhores, não que eu sou modesta e nunca falei que sou convencida.

Pov. Edward

Joguei mais uma folha amassada dentro do lixeiro desesperadamente, então ouvi batidas na porta. Arrumei tudo em cima da minha mesa com calma e suspirei antes de pedir para entrar.

Vi Alice com aquelas suas roupas extravagantes entrar em meu escritório particular na empresa da editora.

– Olá maninho do meu core. – Alice falou entusiasmada e me abraçou.

– O que aconteceu com tanta depressão por não conseguir fazer roupas?! – Perguntei já que ela tinha ficado ausente nesses últimos meses nas passarelas pelo que me disse.

Ela queria novos ares, então resolveu fazer uma maratona de viagens para diversos lugares como Miami desde Tóquio. Sim, coisas diferentes eram o ponto mais intenso de minha irmã e ela transformava as roupas ficando incríveis e todos os críticos aplaudiam ela de tanto esforço que tinha.

– Uma pessoa me inspirou, e claro a viagem. – Ela sorriu sonhadora e estretei meu olhos já achando que com certeza era um homem novo em sua vida.

– Quem é o cretino?!

– Ah, ninguém de importante. Como vai seu livro? – Perguntou trocando totalmente do assunto enquanto pegava um café na máquina no cantinho da sala.

– Péssimo, não consigo achar o casal certo para enfretar a série de acontecimentos em Nova York.

– Eu sei, suspense e romance sempre foram seus fortes.

– Mas eu estou puto com tudo que aconteceu.

Suspirei lembrando-me da vadia de minha ex-noiva, era Tanya. Sempre fora uma mulher linda e bastante deliciosa de se comer, se é que me entendem.

Eu a peguei com um homem na nossa cama, o estranho que não me doeu nada. Somente não queria ser corno, eu fiz coisa pior com a ajuda de Alice.

Peguei várias vadias enquanto ela trabalhava como modelo e quando ela chegou em casa começou a chorar vendo todas as vadias nos sofáres da sala praticamente gemendo de tanto prazer, eu fiquei orgulhoso por não deixar mulher algum baixar minha crista.

Mas claro que um dia vou me agelmar em alguma mulher, sei lá.

Não sei o que eu quero para minha vida nesse exato momento, só quero acabar com o livro A vida não é somente viver. E levar créditos por isso, meus outros livros sempre foram críticados por serem ruins e quando eram bons, não pegavam fama ou eu fazia complexo demais.

– Ah Edward, vai dar tudo certo!

– Essa é a minha última chance de provar.

– A esperança é a última que morre.

– Puf, que dilema mais antigo. – Falei revirando os olhos.

– Calado idiota, agora tenho novidades. – Falou batendo palmas com um longo sorriso em seus lábios. – Emmett irá voltar a cidade! Ele se formou em administração há poucos meses.

Sorri lembrando do tempo em que eu estudava em Oxford com Emmett Swan, ele fora meu melhor amigo e agora eu podia reencontrá-lo a qualquer instante. Precisava de ter mais uma noite em um bar cheio de bebidas com Emmett, ele sim era um bom conselheiro para a vida e trazia inspiração desde que cuidava de sua irmãzinha quando perderam seu pai. E sua mãe entrou em depressão, porém agora estava tudo em seus eixos.

Assim espero, nunca mais o vi.

Pov. Bella

Gemi de prazer em tirar os benditos saltos pretos de meus pés, peguei o controle remoto da TV e comecei a passar dos canais. Até que vi uma entrevista em que Rosalie Smith aceitava todo o trabalho com o estúdio de Jasper Hale, suspirei com raiva da loira que um dia quase roubara meu namorado.

Odiava aquela vadia, vaca e todas as palavras possíveis de xingamento.

– Merda.

Tomei um susto em ouvir a porta sendo batida, ajeitei a minha roupa e fui até a porta. Abri ela e braços me rodearam, eram gigantes e fortes.

– Emmett! Idiota, você voltou.

– Bellinha, maninha.

Nos abraçamos e sorri olhando para ele, meu sorriso sumiu quando vi malas atrás dele. Ergui as sobrancelhas e o mesmo deu um risinho nervoso, logo após tossiu.

– Ér... Preciso de um lugar para morar, por favor.

– Emmett, o que aconteceu com a Victória?

– Acabei com ela, ô ruiva chata.

Assenti, eu previa que isso iria acontecer.

Nem precisei de bolinha de cristal, eu sou demais. Calma, abaixe essa moral toda Isabella Marie Swan.

– Sim, quero saber se em Nova York existe hotéis.

– Existem, mas nada melhor do que o apartamento de minha maninha querida do coração.

Olhei estupefada para ele enquanto entrava no MEU apartamento colocando suas malas no tapete da minha sala, o olhei mortalmente.

– Isso tudo é para não gastar dinheiro?

– Não maninha, assim me ofende.

– Então pra que?

– Para eu ficar com minha família, ver meus amigos...

Estretei meus olhos e dei uma risadinha irônica.

– Desde quando tem amigos em Nova York?

– Todos temos amigos em algum lugar do planeta, ponto para mim.

– Mas fale.

– Cabelo de ouro, sabe quem é?

Comecei a rir do apelido idiota do amigo de Emmett, sério... Até o meu é melhorzinho do que cabelo de ouro. Odeio Bellinha, parece de cachorra... Mas meu irmão tem um dom enorme para fazer essas coisas.

– Não. Nem quero saber de cabelo de ouro, arrume suas malas no quarto de hóspedes enquanto eu faço a janta.

– Eu sei que ela me ama demais! – Ele saiu cantando pelo corredor da minha casa e ouvi um quadro cair. – Droga, desculpa mana!

Corri até o corredor vendo um retrato que tinha ganho de Jéssica quando eu era fotográfa secundária, dei de ombros. Ele era horrível mesmo.

– Nem ligo, mas você limpa.

– Aff, que chato!

Olhei para ele mortalmente, o mesmo assobiou enquanto ia para seu quarto cantando músicas doidas.

Cozinhei algumas coisas para o jantar, fiz brownies de chocolate com calda de coco e também fiz uma macarronada deliciosa... Tudo para comemorar a chegada de Emmett, peguei um bom vinho e botei em cima da mesa enqanto eu botava os pratos também na mesa de madeira branca.

– Oh lá em casa, visão de bunda de maninha. – Ele falou tapando os olhos, e eu dei uma gargalhada.

– Minha bunda é tão feia?

– É lindinha, rendondinha, tudo inha.

O olhei sem nenhum pingo de emoção e dei um tapa em seu ombro.

– Uaai.

– Minha bunda não é pequena.

– Ela é grande, eu sei.

Ele falou empinando seu nariz e sentando-se na mesa como se fosse importante. Botei as mãos na cintura olhando o capeta em forma de gente, não que ele fosse feio.

Até porque, ele é meu irmão né? Família, laços, sangues...

– Lave a mão primeiramente.

– Okay, mãe Joana.

– Argh, idiota!

Pov. Edward

Estava no bar perto de casa conversando com Riley e Seth, que eram meus grandes amigos aqui. Ambos estavam de casamento praticamente marcado e eu estava como um velho fodido e solteirão.

– Aquela loiraça olhou para você. – Seth sussurrou arracando risadas nossas.

– Não, ela é muito... Nojenta.

– É, não vê o cabelo dela? – Riley perguntou olhando para a mulher.

– Desde quando presta atenção nos cabelos de mulheres? – Perguntou Seth com seu ego inflado.

Dei uma risada pensando em como seria gay se Riley ficasse passando gel em seu cabelo. Um nerdizinho de meia tigela do quinto ano, isso sim iria ser bizarro.

– Ora, a... Mel sempre fica mexendo nos cabelos dela...

– Ah, to sabendo.

– Que o que? – Perguntou Seth perdido.

– Que você é muito lesado, cara. – Falei olhando para ele um pouco preocupado.

Ele suspirou e abaixou sua cabeça.

– Briguei com a Nory, foi horrível. Minha noiva e eu brigamos feio.

– Pelo menos não foram traídos. – Retruquei ríspidamente.

– Mas você fez uma vingança, digna.

Continuamos conversando sobre mulheres, trabalhos e coisas banais. Então Seth e Riley saíram para pegar mais bebidas, eu fiquei sozinho e recebi uma mensagem de minha mãe.

Amanhã, jantar aqui em casa sem faltas.

Aprendi a mexer no whatsapp, ;)

Sou esperta.

Dei uma gargalhada, eu já tinha o contato de minha mãe e ela sempre botava no final Esme. Como se precisasse no Whatsapp a informação disto, então depois tentei voltar a curtir as bebidas que eu tomava até ficar bêbado.