Seu amor é a minha cura - ReNa escrita por soueumesma


Capítulo 78
cap 78 - Eu te amo!


Notas iniciais do capítulo

Muito feliz com sua recomendação, obrigada Novo John Green.
Boa leitura pessoal!



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Há dois dias estou aqui hospedado no apartamento de Helena desde que saí do hospital onde passei 8 dias. Júlio colocou minha casa a venda devido a periculosidade do local. O ruim disso tudo é que estou aqui, no apartamento de Helena, rodeado pelas coisas dela, sentindo seu cheiro por toda parte, ouvindo sua risada escandalosa, sem ela estar presente. Ela não voltou para ficar comigo, a família dela disse que ela ainda não havia entrado em contato, mas duvido disso. Talvez não contaram que eu estava doente. Emma diz que Helena tem mania de evitar contato para não sofrer tanto por isso ainda não ligou. Me levanto e vou atender a campainha.

– Oi Renê, como está? – Emma pergunta adentrando a casa.

– Estou bem! Obrigado. – digo me sentando de frente pra ela. – Tem alguma notícia?

– Não, Helena ainda não me ligou, não fez nenhum tipo de contato. E pode tirando da cabeça essa coisa da família dela ter ocultado qualquer ligação que ela tenha feito. Eu conheço muito bem Helena e sei que ela precisa de um tempo a sós por isso não entrou em contato.

– Talvez ela já tenha me esquecido.

– Nunca. Ela daria a vida por você. Tenho certeza que se ela estivesse aqui no dia em que foi baleado, esse rim transplantado ai em você seria dado por ela. Jamais diga que ela não te ama. Nesse momento minha amiga deve estar sofrendo por ter se distanciado de todos nós principalmente de você. Por isso eu e Morales iremos nesse fim de semana pra Suíça passar as férias com ela. Por que não vem junto?

– Seria uma boa, tô morrendo de saudades dela. Será que ela irá me receber?

– Lógico, mas mantenha essa viagem em segredo. Se souberem que você irá se encontrar com ela poderá colocar a vidas dos parentes dela em risco.

– Emma que estava ameaçando ela? É alguém a mando do Luciano?

– E ... é! – ela gagueja coçando a cabeça. – Sabe que ele te odeia e quer a Lê só pra ele mesmo estando preso. – afirma.

– Desgraçado! – esbravejo e em seguida me levanto para atender o telefone. – Alô! – atendo.

– Boa tarde, aqui é do hospital Central gostaria de falar com Renê Magalhães!

– Eu mesmo!

– Então senhor Renê, estamos ligando para pedir sua autorização para desligar os aparelhos que mantem vivo o paciente o qual te doou o rim, pois como não tem familiares que pague a estadia precisamos desocupar o leito.

– Como assim? Pelo que eu saiba o rim que recebi era de um morto.

– Não. A pessoa que doou está internada aqui devido a complicações que ocorreram durante a retirada do órgão. A cada dia que passa o caso piora, acredito que em menos de uma semana ela vem a falecer.

– Não desliguem nada. Estou indo aí para acertar a estadia dela e saber melhor sobre esse caso. – desligo o telefone inconformado.

– O que foi Renê? – Emma pergunta.

– O hospital me ligou pedindo autorização para desligar os aparelhos do paciente que me doou o rim porque precisam desocupar o leito já que não tem ninguém pagando a estadia dele. E o pior é que eles ocultaram que recebi o órgão de uma pessoa viva que nem sei quem é. Tô indo lá! – digo pegando as chaves do carro.

– Eu vou com você preciso pegar o resultado de alguns exames que fiz. E me dê essas chaves porque você não está tão bom assim pra dirigir.

***

– Boa tarde! Sou Renê Magalhães. – me apresento a recepcionista.

– Boa tarde! – Vou encaminhá-la ao diretor do hospital. Só um momento! – ela pede pegando o telefone.

– Antes quero ver meu doador. Posso?

– Sim claro. – assentiu e logo chamou uma enfermeira para nos acompanhar até lá.

– Mantenha a paciente calma, ela não pode fazer nenhum esforço. – aconselhou a enfermeira.

– Então é uma mulher? – Emma perguntou, antes de responder a enfermeira abriu a porta do quarto. Eu não podia acreditar no que estava vendo. Era Helena, minha Helena. Tão frágil deitada naquela cama. Morrendo por ter entregado sua vida a mim. Fiquei parado na porta em estado de choque, apenas com os olhos debulhados em lágrimas.

– Renê o que está acontecendo aqui? Me diz que isso não é verdade, que minha amiga não está morrendo. – diz Emma me sacudindo.

– Infelizmente não posso desmentir. – enfim consigo pronunciar algo. – Por quê ninguém nos avisou que Helena estava aqui, que ela era minha doadora? – pergunto a enfermeira ainda intacto em meu lugar com os olhos fixado em Helena. Emma chorava deitada no corpo da amiga.

– A recepção é responsável por avisar os familiares. – disse a enfermeira se retirando. O impacto de ver Helena ali foi tão grande que não consegui me aproximar dela. Sai do quarto e fui atrás de informação. Encontrei doutor Henrique no corredor. – Doutor preciso conversar seriamente com você.

– Venha até minha sala, por favor! – o segui pelo restante do corredor. – O que quer saber? – ele pergunta se sentando em sua poltrona.

– O porquê ocultaram que Helena foi quem doou-me o rim, o porque não informaram a família dela, e o principal, porque ela se encontra nesse estado de quase morte?

– Ela não nos informou nenhum dado familiar, a nacionalidade dela é suíça, portanto era impossível localizar algum parente.

– Ela tem dupla nacionalidade.

– .................

Flashback On ( narrado por Henrique)

– Doutor essa moça que saber informações sobre o paciente Renê Magalhães que foi bateado a mais ou menos duas horas. – disse a recepcionistas.

– O paciente precisa urgentemente de um transplante de rim, o doador precisa ser do tipo sanguíneo O.

– Meu sangue é compatível, vamos logo doar. – a moça fala soluçando devido ao choro.

– Calma primeiramente você precisa fazer alguns exames para atestar que pode ser doadora.

– Mas eu tenho o mesmo sangue. Isso pode demorar muito.

– Sim, mas temos que averiguar se tem algo que a impeça de ser doadora.

– Não precisa se preocupar comigo e sim com ele.

– Qual seu nome?

– Helena Fernandes.

– Vem Helena, vamos fazer os exames o mais depressa possível. É necessário. Qual parentesco que tens com Renê.

– Fomos noivos, eu ainda sou louca por ele só que temos que ficar separados. – ela diz enquanto tiro uma seringa de sangue.

– A vida às vezes nos prega umas peças.

– Verdade! – concorda enquanto meço sua pressão que está normal

– Seus batimentos cardíacos estão um pouco acelerados. Mas é normal pelo seu nervosismo.

– Já podemos ir pra sala de cirurgia?

– Não! Ainda precisamos do resultado do exame sanguíneo. Sairá daqui a meia hora. Enquanto isso tente relaxar um pouco para normalizar seus batimentos cardíacos.

30 min depois

– Sinto muito lhe informar Helena, mas você não está apta para ser doadora do Magalhães.

– Como não? Por quê? – ela pergunta transtornada e com lágrimas derramando em sua face.

– Foi encontrada uma substância tóxica em seu sangue, se você doar o rim pode ocorrer uma hemorragia que poderá te levar a morte na mesa de cirurgia ou dias depois.

– Eu estava sendo envenenada, mas isso já faz um tempo.

– Pelo visto não procurou assistência médica.

– É, fiz um exame hoje a tarde. Doutor meu órgão foi prejudicado?

– Felizmente não.

– Então vamos logo fazer o transplante, Renê não pode esperar muito.

– Eu entendo que o ame muito, mas você não pode doar. Já lhe expliquei que podes morrer.

– Não me importo! Só de saber que ele estará bem me contento com minha morte. O mundo não será o mesmo se aquele sorriso se apagar e eu não poder fazer nada para impedir.

–Helena eu não posso fazer isso, é contra as regras do hospital.

– Doutor eu lhe pago um milhão de reais para que realize essa cirurgia.

– Eu não sei. Como irei explicar isso depois?

– Invente qualquer coisa você é médico, altere meus exames. Então, o que me diz?

– Tudo bem! Como irá me pagar?

– Me passe o número de sua conta. Farei uma transferência pra ela. – passei meus dados a ela. Não era certo o que eu estava fazendo, mas o dinheiro é tentador. Preparei a sala de cirurgia, antes de tudo começar, Helena se aproximou de Renê e colou seus lábios no dele parecia ser uma despedida. O temido aconteceu, ela teve uma hemorragia durante a retirada do órgão. Ela não morreu ali naquela mesa, mas não demoraria muito pra isso acontecer, pois o corpo dela não está conseguindo se regenerar devido o envenenamento.

Flashback Off

– Doutor, estou falando com você! – digo o tirando de seu devaneio.

– Desculpe-me Renê. Bom a verdade é que Helena não poderia doar, pois foi encontrado no sangue dela uma substância tóxica, segundo ela isso foi devido a um envenenamento.

– Se ela não podia doar, porque o transplante foi realizado?

– Ela estava desesperada por sua vida, no começo fui profissional com ela e disse dos riscos que poderia ocorrer, mas depois fui um idiota miserável. Acabei me vendendo por um milhão de reais oferecidos por ela.

– Você não podia ter feito isso. Ela está morrendo tem noção da gravidade?

– Estou muito arrependido do meu ato e estou disposto a pagar pelo meu ato. – Aquela cena em que ela te beijava desacordado na sala de cirurgia não sai da minha cabeça, pensei em voltar atrás naquele momento, mas a sala já estava pronta com os médicos e enfermeiros de apoio. Se eu me negasse a fazer poderiam desconfiar de algo ou outro assumiria meu lugar, então fui em frente na esperança que ela suportasse.

– Mais tarde a gente acerta isso que fez, agora preciso ficar com ela.

– Espera! – doutor Henrique pediu. – Ela me pediu para entregar-lhe isso assim que partisse. – ele me estendeu um envelope, o peguei e fui para o leito onde Helena estava. A família dela estava toda no quarto além de Emma. Assim que ela me viu parado a olhando estendeu os braços em minha direção, não conseguiu suportar o peso por muitos segundos deixando-o cair novamente na cama. Me aproximei dela que deixara uma lágrima rolar pelo canto dos olhos. Peguei suas mãos e acariciei e em seguida beijei sua testa.

– Você está bem! –ela disse fraco, deixando um leve sorriso brotar em seu rosto. – Eu estava...te..esperando! - completou

– Estou aqui meu amor! – acariciei seus cabelos com minha mão que estava livre.

– Renê, eu..preciso... te dize antes de ...partir que... – sua respiração começou a falhar.

– Helena, por favor! Não se esforce. - interrompi

– Eu...te..amo! – uma última lágrima rolou por seus olhos. Sua cabeça tombou de lado e o som do monitor cardíaco soou pelo quarto anunciando sua morte.


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Notas finais do capítulo

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