Anjo da Cara Suja escrita por Celso Innocente


Capítulo 10
Tudo me faz lembrar você.




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Na manhã de sábado, Luciano levantou-se antes das seis horas, preparou um bom café, apanhou o pão bengala e o leite, que o padeiro já tinha deixado em sua porta, se alimentou sozinho e depois seguiu até o quarto, onde Sara estava acordando, devido o espreguiçado, com pequenos gemidos do bebê em seu berço; deu um beijo nos dois, pedindo:

— Posso deixar vocês dois sozinhos por algum tempo?

— Aonde você vai?

— Vou dar um pulo na escola. Quero falar com a professora dele. Volto logo.

— Vá sim! Encontre aquele menino! Por nós. Pelos pais dele!

— E por ele. A gente está sofrendo. Imagine ele! — As lágrimas chegaram até o canto de seus olhos. — Vou lá.

Tomou sua bicicleta e seguiu para a escola, no final da Vila Fátima. Era sábado, porem, havia aulas normalmente e elas se iniciavam às sete horas da manhã.

Pediu permissão ao inspetor de alunos e passando pelo meio da criançada, que fazia certa algazarra, enquanto adentravam ao grande pátio, seguindo para o galpão, onde brincavam até o início das aulas, tomou o corredor de entrada da escola, seguiu até a sala dos professores, se aproximou da porta e reconhecendo a professora do dia anterior, que fazia estar sentada ao lado de uma grande mesa, acompanhada por pelo menos meia dúzia de outras, fez-lhe sinal para que se aproximasse; ela se levantou e se aproximou da porta, se afastando consigo para o corredor, perguntando primeiro:

— Alguma notícia de Regis?

— Estaca zero! — Insinuou Luciano, desanimado. — Qual é seu nome, por favor?

— Regina!

— Me desculpe ter vindo tão cedo. É que preferi vir antes do início das aulas, para que não a atrapalhasse depois.

— Tudo bem! O que posso fazer para ajudar?

— Me diz uma coisa: na sala de aulas, ficou algum caderno que foi usado por ele, no dia do desaparecimento?

— Sim! O caderno de classe, o de desenho e os livros. As crianças levam consigo, apenas o caderno de tarefas; os demais ficam comigo.

— Posso dar uma olhada em seu material?

— Claro que sim! Venha comigo.

Seguiram juntos até sua sala de aulas, onde ela seguiu até o fundo, abrindo um armário e depois de procu-rar um pouco, lhe trouxe dois cadernos pequenos, o de classe e o de desenhos, encapados com folhas de seda amarela. Entregou-lhe dizendo:

— Já estive olhando os cadernos e lhe asseguro que Regis não deixou nenhuma pista; mas pode levá-los consigo; depois você me devolve, ou se preferir, pode devolvê-los aos pais dele.

Luciano folheou-os rapidamente, depois, deixando-os fechado, insistiu:

— Será que porventura, ele não se envolveu em alguma briguinha, com algum de seus coleguinhas?

— Regis nunca brigou na escola! — Negou ela convicta. — Ele é amigo de todos!

— Será que ele, talvez não tenha se envolvido em alguma briga que a senhora não saiba?

— Todas as brigas que acontecem com crianças de minha sala, eu fico sabendo. Pode acreditar.

— E se a gente especulasse as crianças? — Insistiu.

— O que o senhor quer insinuar? Que um de meus alunos, seja o autor de sequestrar Regis?

— Claro que não! Criança não faz isso! O que pode acontecer é de uma criança provocada ter um pai violento. Ou até um irmão maior, que resolva se vingar.

— Eu lhe asseguro: Regis nunca brigou na escola. Não acredito que deva expor minhas crianças a tal trauma.

— Tudo bem! — Concordou ele. — Creio que a senhora tenha razão.

— Depois, as crianças já estão sentindo algo estranho. Ninguém nunca falta às aulas, dias seguidos!

— Como foi o comportamento de Regis em sala de aula, no dia de seu desaparecimento? Foi normal?

Ela pensou um pouco e insinuou:

— Pensando bem, naquele dia, ele estava muito desligado!

— Como assim?

— Não que ele seja um menino perfeito! Nenhuma criança é santa! Mas ele é um menino que presta atenção nas aulas. Dificilmente preciso lhe chamar a atenção.

— E...

— Naquele dia, ele estava muito desatento! Parecia nervoso.

— Entendo. Porem, como já lhe disse antes, este não foi o motivo dele desaparecer.

— Ele estava nervoso! Será que já não sabia de algo?

— Nada a ver! Seu nervosismo vinha de outro motivo.

Luciano estendeu-lhe a mão direita, dizendo:

— Muito bem! Obrigado pelo material! Depois deixo com os pais do menino, pra não precisar incomodá-la de novo.

— Pode vir quantas vezes precisar.

Ele já estava saindo, quando a professora lhe chamou:

— Senhor...

Ele se virou, anunciando:

— Luciano...

— Encontre esse menino... Por favor!

— Farei o possível e até o impossível se preciso for! Podes crer.

©©©

De volta a sua casa, sentou-se ao lado da mesa da copa e folheou primeiro o caderno de classe do menino, indo direto para o início do último dia, onde estava escrito:

Grupo Escolar Marcos Trench

Quarta feira, 21 de Março de 1973

Regis Fernando de Araújo – 3ªsérie A

Professora: Regina

Continuou a folhear suas atividades daquele dia, se deparando com Aritmética, Estudos Sociais, Literatura e Linguagem (hoje denominada Língua Portuguesa); tudo muito caprichado e quase sem erros, para um menininho de nove anos de idade, já que teria nascido no dia oito de março, às cinco horas da manhã.

Em todas suas lições, ele não acrescentou nada que manifestasse intenção de fuga ou que desse alguma pista do que lhe teria acontecido. Mesmo em seu caderno de dese-nhos, com atividades caprichadas, revelando sua boa criatividade artística, também não demonstrava nada que mostrasse alguma pista.

— E aí meu bem? Encontrou algo que possa ajudar? — Especulou Sara que chegava à copa.

O homem jogou o caderno sobre a mesa e insinuou desanimado:

— Nada! Esse menino virou poeira.

— E o que você vai fazer agora?

— Não sei! Acho que Rafael tem razão. Não se tem o que fazer, a não ser esperar que alguma coisa aconteça.

— Você se esqueceu que uma criança está sofrendo? — Cobrou-lhe séria, Sara.

— O que eu devo fazer?

— E se você mandar fazer um tanto de panfletos com uma foto dele e pedir para que um teco-teco espalhe por toda a cidade?

— É uma boa opção. Não havia pensado nisso.

— O único problema, é que isto só será possível na segunda feira.

— Acho que nem dá! — Negou o marido. — Pra se criar um panfleto com fotos, é necessário fazer um fotolito, que provavelmente só faça em São José do Rio Preto, ou Bauru.

— E se anunciar no rádio?

— É isso! — Se levantou animado. — Vou fazer isso já!

Quase que de imediato, em uma folha, que arrancou do centro do próprio caderno de Regis, criou em sua casa mesmo, o rascunho de um anúncio e antes de sair pra rua, insinuou animado:

— Pensando melhor, acho que ele possa ter resolvido fugir de casa mesmo.

— Não Regis, meu bem! — Negou a esposa convicta.

— Por que então ele resolveu voltar da escola por um caminho diferente?

— Aventura! É isso que meninos sapecas gostam!

— Ou ele fugiu de casa, ou ele se perdeu no mato! Só que o fato é que não dá pra se perder naquele local! Existe uma trilha.

— Coloque seu anuncio no rádio meu bem. — Pediu a esposa.

Fazendo uso de sua fiel companheira bicicleta, correu até a Rádio Difusora, no centro da cidade. Subiu o longo lance de escadas, com seus quase cinquenta degraus, chegando até sua recepção aonde se deparou com o velho amigo Jorge Moisés, locutor de programas sertanejos:

— Bom dia, meu ilustre amigo Luciano! — Cumprimentou-lhe ele. — O que o traz à nossa velha rádio?

— Bom dia grande animador sertanejo! Preciso de um favor.

— Conte com a gente! Já nasceu o bebê?

— Nasceu na quarta feira. Tá forte e lindo!

— Machinho? — Ironizou ele.

— Igual ao pai! — Completou Luciano, orgulhoso.

— E então? Quer que o anunciemos a todos, pelos microfones?

— Quero usar os microfones sim! Só que não pra isso!

— O que há de tão importante? Uma criança desapareceu?

— Como sabe? — Estranhou o agente da lei.

—Você trabalha na vara da infância... Tem algo urgente ou importante... — Riu o amigo radialista. — Só pode ser com uma criança!

— Preciso que me faça um anúncio, durante uns dois dias, algumas vezes por dia. Fica caro?

— Vai depender do anúncio! Sabe como é! Não sou o dono da emissora!

— Tudo bem! — Luciano apresentou-lhe o anúncio.

Jorge leu o pedaço de papel em silêncio, depois especulou:

— Quem é ele? Familiar?

— É meu vizinho. De dentro de minha casa. O tenho como meu próprio filho.

— Sinto muito! O anúncio tudo bem! Você nem vai pagar nada e a gente pode vinculá-lo durante toda a progra-mação, uma vez por hora.

— Não quero que faça de graça! Farei uso do dinheiro da Vara da Infância pra pagar.

— Não se preocupe. Não estou fazendo favor nenhum. É que sendo um anúncio de utilidade pública, nosso estatuto reza que seja gratuito.

— Obrigado Jorge! — Agradeceu Luciano, animado. — Quando você poderá fazer isso?

— Acho que dentro de umas duas... Ou no máximo três horas, já estaremos anunciando. Vou providenciar a gravação.

©©©

Enquanto dona Odete, fazendo uso de antigo ferro à brasas, passava algumas peças de roupas, com o pensamento longe e os olhos marejados de lágrimas, Luis entrou e vendo sua mãe muito abatida, lhe disse:

— Mamãe, a senhora acha que Regis fugiu de casa, porque a senhora bateu nele?

— O pior, é que eu acho que ele não fugiu. — Negou ela, devido influência de Luciano.

— A senhora bateu nele, porque ele brigou com o Fabinho. Aquele moleque é muito safado e tenho certeza que Regis estava quieto...

— Já sei disso! — Interrompeu dona Odete, chorosa.

— Foi o Fabinho quem provocou ele mamãe. Eu vou rachar a cara dele!

— Você não vai fazer nada! — O proibiu ela, nervosa.

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De volta à sua casa, assim que terminou de almoçar, Luciano deixou o rádio ligado e deitou-se para descansar, colocando a seu lado, na mesma cama de casal, o mais jovem Regis deste mundo. O Regis, que então substituía e dava certo conforto, diante de uma infindável tristeza, por outro Regis, que então desaparecera no ar, realmente sem lhes deixar pistas.

Sara deitou-se entre eles e percebendo que o marido estava acordado, com o pensamento distante, questionou:

— O que poderá ter acontecido com ele?

— A única coisa que talvez me tire um pouco da mente, que isso seja monstruosidade de um maníaco safado, é o fato d’ele ter desaparecido sem deixar pistas. Por outro lado, o que me trinca a cuca, é ficar me perguntando: como foi que ele saiu de lá?

©©©

Na casa da família do menino, sua mãe teria acabado de passar as últimas peças de roupas dos últimos dias e se tratando inclusive, como sendo do pequeno Regis, as guardava no guarda-roupas do quarto das crianças, separadas, cada qual em seu devido lugar. De repente, parou, segurando duas camisetas e dois de seus pequenos shorts, abraçando-os sobre seu peito e sentando-se sobre a cama do menino, voltara a chorar, como fazia a todo o momento.

— Meu filhinho, me perdoe! Volte pra casa. Não faça isto com sua mamãe!

Paulinho e Carlos Henrique entraram juntos no quarto e percebendo o sofrimento da mãe, Paulinho lhe perguntou:

— Mamãe, você está chorando por causa do Regis?

— É! — Se atrapalhou ela, sabendo que não deveria se emocionar perto de crianças tão pequenas. — É de sauda-de de Regis sim filhinhos. Mas ele vai voltar!

— Por que ele está demorando, mamãe? — Insistiu Paulinho.

— Ele não está conseguindo encontrar o caminho de volta. Mas a polícia vai encontrá-lo e loguinho ele estará conosco.

De repente, o rádio ligado, chamou a atenção de dona Odete:

“Serviço de utilidade pública:

Está desaparecido desde a última quarta feira de manhã, o menino Regis Fernando de Araújo, de nove anos de idade. Regis é um menino de aproximadamente um metro e vinte centímetros de altura, branco, magro, de olhos e cabelos castanhos, curto, penteado geralmente pro lado direito. Quando desapareceu estava usando uniforme do Grupo Escolar Marcos Trench, sendo um short em tergal azul marinho e camisa, também em tergal branca, com o emblema G E M T (Ge e eme te) bordado no bolso do lado esquerdo. Quem tiver alguma informação sobre esta criança, pede-se o favor de informar imediatamente a polícia civil, militar ou a vara da infância e juventude”.

Durante o resto daquele sábado, alem de todo o domingo e início de segunda feira, a rádio divulgou várias vezes aquele anúncio triste.

Embora Luciano devesse permanecer de folga por alguns dias, para auxiliar Sara, que a pedido médico, não deveria fazer atividades que exigisse esforços, em comum acordo, retornou normalmente ao trabalho, na segunda feira, com intuito de prosseguir nas buscas daquele desapareci-mento misterioso.

Sendo assim, foi bom, pois em seu trabalho, dispunha de um veículo tipo fusca Volkswagen, que o auxiliaria, tornando-o mais ágil, onde quer que resolva procurá-lo.

Foi primeiro à delegacia de polícia civil, no centro da cidade e como esperado, acabou se encontrando com Rafael, que lhe perguntou:

— Alguma novidade?

— Nada! Pedi pra divulgar um anúncio no rádio.

— Eu ouvi o anúncio! Até já especulei o plantão de final de semana e ninguém recebeu nenhuma denúncia.

— Você vai investigar alguma coisa hoje? — Pergun-tou-lhe Luciano, desanimado.

— Me dê uma pista e eu vou! — Continuava ironi-zando Rafael.

— A pista é: tem uma criança desaparecida nesta cidade, provavelmente deve estar sofrendo muito; tem uma família inteira desesperada, em busca dessa criança e nós somos pagos, para pelo menos, nos esforçarmos para resolver o caso.

— O que você quer que eu faça? Saia por aí, de olhos vendados, em busca dentro dos rios... Meio das matas... Ou que saia prendendo qualquer pessoa, acusando-a de violentar e matar uma criança desaparecida?

— Você me deu uma boa ideia! — Alegou Luciano. — Você não faz, eu faço!

— Caia na real meu!

— Esse menino não virou pó! — Negou Luciano, nervoso. — Em algum lugar ele está! Vivo ou morto, mas ele está! E eu vou encontrá-lo! E espero que seja vivo!

Praticamente por raiva, nem se despediu de Rafael, seguindo para a policia militar, descobrindo que eles também não tinham nenhuma novidade sobre o desapare-cimento. Explicou que havia vinculado anúncio no rádio e eles concordaram que teriam ouvido, só que até então, ninguém havia lhes procurado, com informações a respeito.

Voltou ao aeroporto, onde caminhou igual bobo, em torno do local em que suas pegadas sumiram, em busca de outras pistas, sem, contudo conseguir sequer, uma simples novidade. Andou pela pista de pousos e aterrissagens, sabendo que como criança é imaginativa e brinca muito, o imaginou, fingindo ser magnífica aeronave, rindo muito, jogando sua bolsa escolar ao léu e correndo pela pista, cortando os céus de tal cidade interiorana...

Voltando os pensamentos à realidade, parou no hangar, onde especulou a todos os que encontrou. A maioria, dizia que ouviu o anúncio no rádio, mas que nunca vira tal menino. Afastou-se para o final da pista de decolagens, adentrando a uma pequena floresta, praticamente virgem e imaginando o menino, se aventurar em brincadeiras, ou mesmo querendo, para fugir do drama o qual passara, ter entrado em tal floresta e se perdido.

Teve uma prova real de tal perigo, quando, sem observar direito a posição do sol, ou ter consigo, algum instrumento de direção, após vasculhar por cerca de meia hora, percebeu que então, não estava conseguindo sair do local, estando perdido naquela pequena floresta, com arvoredo antigo e até então, inexplorado pelo homem.

Parou analisando a situação, riu sozinho de sua estupidez, depois, decidiu que estava na hora de se posicionar para encontrar a saída, antes que outros estivessem também fazendo uma busca... Para lhe encontrar.

Esta estupidez lhe custou outra meia hora, para realmente se reencontrar; e assim mesmo, porque sendo penapolense nato, sabia a posição exata, de onde o Sol sempre surgia pela manhã no horizonte, marcando assim, com sua aurora, o Leste, o fazendo caminhar então, em direção ao Oeste, que o levaria aos rumos de sua casa, saindo na estrada que segue em direção à rodovia Assis Chateaubriand, cerca de dois quilômetros distante de seu carro. Portanto não teve dúvidas, tinha que caminhar pela estrada de chão batido e grossa camada de areia, até bonita e quente, com seus redemoinhos em forma de pequenas dunas, causados pela ação do vento, que assolava a cidade, naquela época do ano.

Apesar da experiência fracassada, tal situação, serviu para saber que Regis, definitivamente não esteve ali. Teria realmente virado pó?

Voltou para casa, seguindo direto para um demorado banho, para se livrar das coceiras, provocadas por enfrentar vasta floresta, sem estar devidamente preparado, almoçou rapidamente, tomou seu Regis nenê, por alguns segundos entre os braços, beijou-lhe os lisos cabelos negros, devolven-do-lhe a seu berço e aproveitando horário de almoço, seguiu à casa dos pais de Regis, para... Nem sabia o que fazer.

Encontrou dona Odete e o senhor Rogério, muito cansados e abatidos, com uma fisionomia horrível, devido tal sofrimento. O pai do menino, muito desiludido, não estava trabalhando desde seu desaparecimento e até as crianças, que geralmente não se importam tanto, estavam muito quietas, como a prestar-lhe uma verdadeira homenagem. O caçulinha Paulinho, que era o fiel companheiro de Regis, estava muito abatido, de certa forma adoentado e foi justamente ele, que lhe puxando pela camisa, perguntou-lhe entre lágrimas:

— Seu moço... O senhor vai devolver meu irmão-zinho?

Luciano, apesar de acostumado, a agir sempre com situações semelhantes, teve que se segurar forte, para não deixar cair lágrimas. Apanhou-o em seus braços, levantando-o até seu rosto e sem pedir qualquer autorização, deu-lhe um beijo na face, dizendo:

— Pode acreditar: nós vamos trazer seu irmãozinho sim! Tá um pouquinho demorado, mas nós iremos encontrá-lo?

— Por que ele se perdeu de nós?

— Acontece. — Insinuou o homem, confuso. — Às vezes a criança se desvia por um caminho estranho e acaba se perdendo. Mas fique tranquilo que ele vai voltar.

Assim que as crianças se afastaram, sem ter o que dizer ou responder, Luciano só insinuou:

— Desculpe-me senhores, infelizmente, ainda não tenho nenhuma novidade.

— Eu sou culpada dele fugir! — Chorava dona Odete.

— Ele não fugiu de casa de propósito. — Explicou novamente Luciano. — O que aconteceu a ele, não tem nada a ver com a surra que a senhora lhe aplicou. Foi só uma triste coincidência. Mesmo que ele tivesse saído de casa de manhã, feliz da vida teria acontecido do mesmo jeito.

Dona Odete, praticamente não parava de chorar. Luciano voltou para sua casa, ainda mais desanimado, porem com uma certeza: não poderia abandonar tal caso e o procuraria em todo canto, em cada beco, em cada rua, em cada casa se preciso fosse.


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Notas finais do capítulo

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