O Beijo do Anjo. escrita por Anjinha Herondale Uchiha


Capítulo 7
Season 1.




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Flashback On:

A menina estava sentada em um banco na praça de Idris. Era seu segundo dia fora da cidade do silêncio e seu pai lhe deu livre-arbítrio para passear pela cidade e fazer amigos.

Mas ela não sabia como fazer amigos. Nunca teve amigos comuns, fora o Irmão Jeremiah.

Na praça, alguns meninos brincavam com espadas de madeira. Brincavam de ser caçadores-de-sombras. Será que todas as crianças eram sempre assim? Podiam brincar, podiam sorrir, podiam fingir ser algo que eles nem mesmo entendiam: Ser um caçador de sombras.

Clary ficou quieta, com a estela na mão, rolando-a de um lado para o outro. Seus olhos estavam inundados de lágrimas prontas para correr. Mas ela não as deixou sair de seus olhos. Nunca sairiam.

Os garotos que brincavam com as espadas de madeira pararam de lutar e se aproximaram da menina. Um mais bobo do que o outro.

Clary podia ler suas mentes. Podia, mas não queria.

Um garoto empurrava o outro, até que o terceiro tomou coragem e deu um passo à frente, corado.

– Oi! - Ele cumprimentou, dando uma cotovelada em um amigo. Clary sabia o que ele estava fazendo, e o que pretendia.

Clary não respondeu, apenas virou o rosto e fitou o lindo céu azul de Idris.

– Eu sou Castiel. - O garoto prosseguiu. - Qual é o seu nome?

Clary continuou sem responder, não queria papo com aqueles garotos.

– Eu falei com você! - Afirmou, segurando seu queixo e a fazendo olhá-lo. Clary pensou em agredi-lo, mas não queria sujar suas mãos de sangue.

Meninos... Sempre se achando os mais fortes.

– Mas eu não falei com você. - Clary respondeu, sacodindo o rosto para se livrar do aperto do menino irritante.

Os três garotos riram.

– Ih, olha só Castiel. - Outro garoto falou, seu nome era Jullian e ele estava ali apenas para parecer maneiro. - Ela é do tipo difícil.

– Eu amo o tipo difícil. - Declarou Castiel, mordendo o lábio inferior.

Clary revirou os olhos diante daqueles pensamentos.

– Eu sou do tipo "Nem Sonhe". Você está me atrapalhando, será que poderia fazer algo útil como, sei lá, se matar?

Os outros dois garotos riram do tal Castiel, o que o deixou zangado.

– Escute aqui..!

– Deixe ela em Paz, Castiel! - Um garoto moreno se aproximou e ordenou, com sua voz raivosa. Clary não conseguiu ler seus pensamentos, então não soube seu nome. Era estranho, Clary sempre conseguia ler os pensamentos.

– Não se meta, Chase! - Castiel rosnou, mas parecia teme-lo.

– Você quer que eu fale para Rebecca que você anda mexendo com meninas indefesas? - Perguntou o tal Chase, com a voz carregada de ironia.

Clary quis rir. Ela não era indefesa. Mas ela nunca quis rir na vida. Nunca quis.

Os três meninos bufaram e saíram, mas antes Castiel rosnou um "Você ainda me paga!".

O tal Chase se sentou ao seu lado.

– Não ligue para eles, Castiel gosta de fingir que é algum líder. - Comentou o garoto. - Mas tem medo da própria irmã.

Clary suspirou. Por que as pessoas insistiam em conversar quando viam que ela não queria conversa?

– Eu sou Chase IronStorm. - Esticou a mão para que Clary a apertasse, mas a menina não o fez. Ele ficou meio encabulado e recuou a mão, limpando-a na própria camisa. - Como você se chama?

Ela não queria responder, mas não havia motivo para ser tão fria com um garoto que acabou de conhecer.

O silêncio ficou constrangedor ali e o menino até pensou em se levantar e ir embora. Mas a menina enfim respondeu, com a voz baixa.

– Clary.

– O que?

– Clary. Eu me chamo Clary. - Respondeu, olhando para o céu.

– Clary de que?

– Clarissa Mongestern. - Falou, ainda encarando o céu.

– Filha de Valentim? - A menina assentiu, suspirando fracamente. - Estranho eu nunca ter te visto. Você é minha vizinha. O solar Mongestern fica próximo ao Solar IronStorm.

– Eu acabei de chegar.

– E você morava onde?

– Na minha casa.

Ele riu e Clary amou aquele som. Ela amou aquele som até mais que o som dos pássaros que ouvira no dia anterior.

– Vamos falar sério, ok?

Clary o encarou.

– E por acaso eu estava brincando? - Ela perguntou, com a sobrancelha erguida.

Chase suspirou e sorriu, olhando nos olhos da linda menina.

– Você é muito bonita. - Sem querer escapou de seus lábios essa frase e ele passou a fitar os próprios pés, corado e envergonhado. - Me desculpe.

– Não se desculpe. Gosto de pessoas que falam o que pensam. - Clary pensou, com ironia, o quanto ela queria saber se ele disse o que pensava.

Chase voltou a olhá-la, com um brilho no olhar.

– Você gosta? - Perguntou, sorrindo.

Clary se levantou e ajeitou a saia do vestido, que estava amassada.

– Gosto. - Respondeu e mostrou a ele seu primeiro sorriso verdadeiro. Chase ofegou. - Agora tenho que ir, meu pai deve estar preocupado.

Chase se levantou em um pulo.

– Eu te acompanho.

– Não precisa...

– O que minha mãe pensaria de mim se soubesse que eu deixei uma menina andar sozinha por tanto chão? Que crime!

Clary revirou os olhos e, quando parou, viu o menino lhe olhar com uma sobrancelha erguida. Não pode se conter e perguntou:

– No que você está pensando?

Ele suspirou, sorriu e respondeu:

– No quanto você fica bonita quando revira os olhos.

FlashBack Off.


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