O Beijo do Anjo. escrita por Anjinha Herondale Uchiha


Capítulo 24
Décimo Nono Capítulo.


Notas iniciais do capítulo

tentarei escrever rápido antes do toque de recolher.

— XXO
— A.



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As velas estavam enfileiradas por sobre o mármore italiano chique e caro. O cheiro de carvão fazia-se presente, juntamente do enxofre e do êxodo dos revoltados. Dois candelabros de ouro maciço pendiam da grande mesa forrada com o macio pano de seda. Ao longo da mesa, estavam cadeiras de mogno, alinhadas, prontas para serem usadas. As paredes coloridas dos mais suaves tons de creme, vinho e dourado tornavam o ambiente um pouco mais vampiresco.

– Jonathan. - A voz clamou por seu nome, um suave ruído cantado na penumbra das velas. Ele reconheceu a voz, fitando o local de onde a mesma ecoara.

Era uma mulher, de altura média e elegante. Cachos loiros pendiam de sua cabeça e um dourado-claro coloria seus olhos. Usava um longo manto de cetim, branco, acentuando as curvas suaves e delicadas. No seu pescoço, uma suave corrente brilhava e, na ponta, o anel Herondale inclinava-se para o chão.

Sua primeira reação foi o choque - O que ela estava fazendo ali? Por que ela estava ali? -, o branco coloriu sua face e suas mãos tremeram e sua garganta embolotou.

– Mãe? - Sua voz saiu cortante, fria - como se não tivesse saído de sua garganta.

Sabia que não podia ser real - sua mãe tinha sido morta quando ele tinha oito anos! -, mas havia algo impressionantemente realista em suas feições.

– Meu menino. - A voz cantada de sua mãe ressoou através das paredes e, logo após, ela estava perto. Com as mãos quentes em seu rosto. - Oh, meu menino.

– Mãe..? Como...? Eu não entendo...

– Não há nada para ser entendido. - Murmurou, alisando seus braços e descendo para o peito. - Meu menino foi ferido. Oh, não, não, não! - E começou a chorar, lágrimas reluzentes trilhando seu rosto bonito.

– Estou morto? É isso? Eu morri? - Sua voz soou distante outra vez, e suas pernas vacilaram. Um por um, cada rosto familiar lhe passou à cabeça - Alec, seu irmão, Izzy e Max, seus primos, Maryse e Robert, seus pais postiços, Clary, sua... Clary, simplesmente.

– Temo que sim, meu menino. - Sua voz agora chorosa fez-se presente. - Sinto muito, muito, muito. Mas é essa a justiça divina.

Uma lágrima brotou de seu olho, mas ele fez força o suficiente para pará-la.

– Eu falhei, mãe. Falhei com Alec, falhei com Izzy, falhei com todos os meus semelhantes. - resmungou, apertando com força as mãos em punhos. - Sempre me achei tão bravo, tão sábio...

– E você é, meu menino...

– Não, mãe, por favor! - Fez um gesto rude, afastando-na com a mão. - É a verdade! Sempre me achei o mais forte, o mais inteligente, o melhor. E, agora, o destino me prova o contrário. Eu ainda mantinha o sonho tolo de que seria eterno e imortal enquanto vivesse, mas, veja só, eu sou inútil! E agora não há nada para se fazer! Nada! - E caiu em prantos, sendo acolhido pela sua mãe - que enxugou suas lágrimas e acariciou seus cabelos.

– Shhhh! Vai ficar tudo bem, meu amor, vai ficar tudo bem.

– Não há! - Berrou. - Clary! Eu à decepcionei. E agora Chase está com ela e provavelmente está machucando-a.

– Calma, sempre há uma solução.

Uma risada amarga saiu da garganta de Jace. - Eu estou morto. Não há mais nada para se fazer. A não ser que você arrume um par de asas e algum arco para mim.

Depois de alguns minutos em um silêncio reflexivo, sua mãe se afastou e suspirou. - Não sei bem quanto às asas e o arco... - Murmurou, fazendo brotar um pergaminho dourado entre os dois. - Mas quem sabe um acordo?

* * *

Hodge ajeitava o vestido em seu corpo, apertando um pouco mais aqui e ali, deixando em sua forma. A corrente que prendia seus pulsos impossibilitava seus movimentos, o que permitia Hodge moldar seu vestido de noiva.

– Ele não pode me obrigar. - Sussurrou Clary, desafiadoramente. Hodge nem levantou o olhar, apenas soltou uma risada baixa e comedida.

– Pague para ver.

– Não funciona assim! - Rosnou, contrariada. - Os laços só funcionam se os dois estiverem comprometidos.

– Não necessariamente. - Murmurou, prendendo um alfinete na bainha do vestido. - Se você o ama e ele à ama, o laço funcionará. Não são necessárias palavras.

Clary bufou, puxando um pouco as correntes para aliviar o desconforto nos braços. - Eu não o amo, Hodge. Não mais.

– O nome disso é mentir para si mesma, Clarissa. - E sorriu, costurando o ultimo ponto do vestido. - Prontinho. Você será a noiva mais bela a entrar naquele templo.

– Dê-me uma adaga e farei desse vestido pedaços. - Rosnou.

– E é por isso que não devemos dar adagas a animais sem educação. - Ronronou Hodge, matreiro. - Pensei que Valentim tivesse lhe educado de melhor forma, Clarissa. Esse não é o comportamento típico de uma dama.

– Não me importa. - Soltou, caindo exausta na cadeira. Reparou na figura esguia de Castiel perto da porta.

– Sam, deixe-me a sós com a nossa convidada. - Ordenou, sendo obedecido em seguida. Quando a porta bateu, ele sorriu de um jeito que Clary sabia que ia dar merda. - Hum... Deixe-me ver o que temos aqui. - E fez ela se levantar, agarrando seus dois braços e erguendo-na. O olhar felino de Castiel varreu seu corpo enquanto ela tremia por antecipação. - Linda, devo admitir. Mas devo afirmar que ficaria muito mais bonita no dourado casamenteiro dos caçadores de sombras.

Clary revirou os olhos, segurando-se para não cuspir na face dele.

– O que foi, anjinha? O Chase comeu sua língua? - Sussurrou, fitando sua boca com certa malícia. Ela sabia o que iria acontecer. - Sabe, eu me pergunto se ele descobriria se eu fizesse algo a você. - A garganta de Clary tremeu e ela soltou um suspiro baixo e apavorado. - Beijar-te, por exemplo. Sempre tive essa curiosidade. E então, poderia fazer algo a mais por você, deixar Chase lembrar quem, de fato, é o dono do mundo.

– Não ouse tocar mim! - Berrou.

– Cale a boca! - Rosnou, puxando-a para mais para perto. - Eu também quero ver se vale tanto a pena por o mundo em guerra por algo tão trivial. Eu também quero ser beijado pelo anjo.

E então grudou os lábios aos dela, num toque rude e hostil. Ele cheirava a cinzas e enxofre, suas mãos eram tão ásperas quanto uma lixa e sua abordagem era ridícula. Em um aperto, ele deslizou a língua quente e úmida por seus lábios, tentando forçar uma passagem e, quando conseguiu com que abrisse a boca, fora fortemente mordido no lábio.

– Sua vadia imunda! - E estapeou sua face com o máximo de força que conseguiu, causando um desequilíbrio nela - que caiu. Limpando o sangue de sua boca, Castiel pegou um objeto metálico prateado, muito parecido com uma estela - só que com algo sombrio carregado. - Você vai aprender a não mexer comigo, sua inútil.

E, pegando seus braços imobilizados, começou a traçar retas tortuosas, símbolos estranhos que queimavam com tanto fulgor a pele de Clary que fora quase impossível manter-se acordada. Ela gritava e sibilava, sentindo cada marca como um balde de sangue demoníaco derramando-se por sobre seu corpo delicado. Castiel apenas ria, ouvindo a voz do anjo, sentindo sua dor pelos ouvidos. Quando terminou de marcá-la, deixou seu corpo agonizante no chão e, soltando uma risada, caminhou até a saída.

– Tenha bons sonhos, Anjinha. - E então, tudo se apagou.


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Notas finais do capítulo

e então? Mereço reviews?
kissus
Psicoticamente,
—A.



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