Trouble. escrita por Caroles


Capítulo 26
Craig, o outro filho do Gepeto.


Notas iniciais do capítulo

Gentemmmm, sorry a demora, sério, eu cheguei de viagem na segunda e só hoje consegui escrever :( queria tanto ter adiantado as coisas antes das minhas aulas começarem... Maaaaas, enfim, BOA LEITURA, encontro vcs lá embaixo.



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Adams voltou no dia seguinte, dessa vez eu não me esqueci do maldito pedido. Suco de abacaxi com hortelã, tão comum, tomara que ele fique alérgico a hortelã, ou que morra engasgado. Maldito Adams, veio tirar a paz que aos poucos estou reestabelecendo.

Tentei ignora-lo o dia todo, mas ele fazia questão de ficar passando em frente ao quiosque, como se eu não fosse notar a sua presença ali. Olhei para ele de cara feia, o que só arrancou um sorrisinho cínico cheio de segundas intenções. Não demorou muito e ele finalmente parou com o showzinho ridículo do ‘’me note, eu estou aqui’’.

Faltavam apenas alguns minutos para eu acabar meu expediente e ir para casa, tomar um banho e me encontrar no restaurante mexicano com Ava e Taylor, elas viviam me chamando para sair de casa com a desculpinha de que eu tinha que curtir as férias, eu fingia que não entendia que o real motivo por trás da coisa, era que elas queriam me distrair para que eu não ficasse em casa mofando e chorando por um ex filho da puta que sacaneou comigo. É, estou na fase da raiva pós ser comida e largada pelo o cara que eu estava muito afim.

Existem três fases depois que se termina um namoro, bom, no meu caso nem chegou a ser um namoro já que não houve pedido nenhum. Enfim, a primeira fase, é a da tristeza e do questionamento, você fica se perguntando os motivos daquilo estar acontecendo, a tristeza bate e você fica se lamentando e chorando pelos cantos como se a dor nunca fosse passar, mas um dia ela passa, e é nessa hora que chegamos à segunda fase: a raiva. Eu particularmente estou parada nessa fase, tenho sentido tanta raiva daquele babaca, que é uma coisa que não cabe em mim, e por isso acabo descontando em muitas pessoas que não tem nada a ver com a estória. Um bom exemplo disso é um acontecimento de uns dias atrás. Jared e Avallanah estão em um relacionamento extremamente sério, e eles estão naquele momento lindo do namoro, onde não existem brigas nem nada que impeça a felicidade dos dois, uma meleca que só, eu não estava mais aguentando aqueles risinhos e brincadeirinhas perto de mim, então mandei os dois calarem a boca se não eu iria mata-los.

Ok, ok, eu sei, vai parecer que eu estou com inveja do amor lindo que eles têm, já que o que eu poderia chamar de amor foi para as cucuias. Na realidade, eu estou realmente com um pouco de inveja, eu fico pensando em como seria se Dylan estivesse aqui, o que me deixa com uma raiva enorme, pois ele não está e nem nunca mais estará aqui. A segunda fase se resume nisso, você fica rancorosa e desalmada, odiando tudo e todos que lembrem aquela pessoa. É um saco, fico com tanta raiva de mim mesma, que tenho vontade de bater a cabeça na parede ate que meus neurônios possam voltar ao normal.

Mas os meus neurônios só irão voltar ao normal, quando eu conseguir atingir a fase três. A mais difícil de todas, e a mais demorada também. A fase do esquecimento. Eu sei que isso não vai acontecer de uma hora para a outra, mas eu quero tanto esquecê-lo, a ponto de querer bater a cabeça na parede para ver se consigo apagar essa parte podre da minha memória.

Olho para o relógio mais uma vez, e vejo que o retardado do Matthew está mais uma vez atrasado, e penso que vou ter que começar a cobrar hora extra. Suspiro cansada de estar de tanto mau humor, e de tanto ter que esperar Matthew chegar no horário certo de seu expediente.

— Ei – alguém me chama. Olho em direção ao som e vejo um cliente, prontamente vou atender. Estendo o cardápio em sua direção, mas ele nega com um sorriso amigável no rosto – Não precisa. Já sei o que quero.

— Pode falar. – pego o bloquinho de anotações no bolso do avental e a caneta, esperando para ele falar.

— Dois sanduiches naturais, mas um deles sem presunto – o rapaz fala pausadamente para que eu possa escrever.

Dois sanduiches naturais, um sem presunto, repito enquanto anoto. Balanço a cabeça indicando para que ele possa continuar.

— Ahn, e um suco de laranja, sem o bagaço, por favor.

— Mas é lógico que o suco vai vir sem o bagaço seu idiota – diz uma segunda voz. Não levanto a cabeça, pois ainda estou anotando, já que sou devagar para escrever. – E o meu pedido você já sabe, sempre com hortelã, não esquece.

Sempre com hortelã? AH NÃO! Cacete de menino dos infernos sai do meu quiosque agora! Bom, o quiosque não é meu, mas eu quero que essa praga saia daqui agora.

Respiro profundamente, pois querendo ou não, Adams é um cliente e é do meu emprego que estamos falando.

— Claro – respondo com uma falsa animação.

— Porque parece que ela não gosta muito de você? – pergunta o menino ao seu lado.

— É porque eu não gosto – respondo sem pensar. Me arrependo assim que as palavras escapam.

Os dois garotos erguem as sobrancelhas juntos, numa perfeita sincronia, o que me deixa mais nervosa ainda.

— E porque não? – pergunta o amigo. Olho para ele e reparo bem no seu rosto. Ele é bonito, tirando o fato do nariz ser um pouco avantajado. Os olhos castanhos, cabelos castanhos, rosto com sardas, sorriso amigável. Uma pessoa com beleza natural, nada que nem Dylan ou Adams, que tem belezas estonteantes e arrebatadoras. Droga, Dylan de novo.

— É, e porque não Lidia? – ele pronuncia meu nome de uma maneira intima, e tento me recordar se no dia da festa eu tinha dito para ele como me chamava.

— Você me decepcionou. Não é como o rei Arthur. – digo tentando soar carismática.

Adams ergue a sobrancelha e olha de rabo de olho para seu amigo, que tenta entender a conversa.

— Desculpe, não foi minha intenção. – diz ele debochado.

— Não peça desculpas se não estiver arrependido – digo para ele a mesma coisa que disse para mim.

Ele me olha desconfiado e começa a rir. Sua reação é tão espontânea que não consigo não rir também, até seu amigo que não está entendendo nada começa a rir conosco.

Quando conseguimos parar de rir, ele me estende a mão, e diz:

— Scott Adams, mas isso você já sabia – diz ele meio galanteador.

— Na verdade, eu só sabia Adams, Scott é novidade – digo rindo – Mas é um prazer Scott Adams. – estendo a mão e aperto a dele – Lidia Evans.

Sorrimos um para o outro e ele balança a cabeça.

Me viro para o amigo dele e faço o mesmo.

— Craig Smith. E eu quero o meu suco de laranja sem bagaço.

***

Scott e Craig estavam sempre no clube, eram amigos de infância e primos, inseparáveis, unha e carne, cu e cueca. Tornamos-nos amigos muito rápido, e os dois sempre me esperavam depois do expediente para que pudéssemos ir juntos para casa. Descobri que éramos praticamente vizinhos, então passamos a sempre nos encontrar, mesmo constantemente nos vendo no clube.

Estar com os dois era realmente divertido, eles faziam graça de tudo e todos, e era impossível não se contagiar perto deles. Em questão de dias, eu já me sentia amiga de longa data de ambos.

Sentada aqui na varanda da minha casa, rindo e conversando com eles, penso em como nunca me senti tão confortável com pessoas antes, poderia ficar ali horas e horas sem nenhum incomodo.

— Lidiaaaaa – chamou uma voz melosa. Taylor. Olhei e vi o quão bonita ela estava, de vestido e salto alto, sempre elegante. Já tinha uns dias que eu não a via, mas não deixei de notar o novo corte de cabelo e o novo bronzeado artificial que ela tinha feito.

Levantei num pulo e fui correndo a abraçar. Taylor e eu viramos grande amigas, ela sempre vinha em casa nos meus dias negros pós Dylan, e por mais que estivesse acabada por dentro também, vivia tentando me tirar da cama, me animar das diversas maneiras possíveis. E mesmo que Taylor fosse meio avoada da cabeça e sem noção de muitas coisas, era uma pessoa de grande importância na minha vida, nunca vou esquecer o que ela fez por mim.

— Uau, ficou uns dias sem me ver e já estava morrendo de saudade né? – diz ela me abraçando de volta.

— Senti saudades mesmo – confesso.

— Eu sei – diz ela rindo – Mas, eu vim fazer um convite, muito especial.

— Taylor? – Craig levanta desajeitadamente e vem para perto de onde estamos.

Eles se olham por alguns instantes e sorriem fraco um para o outro.

— Vocês se conhecem? – pergunto, tentando quebrar o climão que ficou.

— Ô se conhecem – responde Scott – Contem para ela como foi o primeiro beijo de vocês dois.

Os dois se olham assustados e Taylor desvia o olhar, ficando corada. Craig lança um olhar reprovador para Scott, que apenas ri.

— Não vai me dizer que vocês dois... – deixo a frase morrer no ar, e olho para Scott, começamos a rir juntos, enquanto Craig e Taylor olham um para cada canto. Scott e eu tínhamos dessas coisas, umas crises de risos, bastava nos olharmos, e CABUM, explodíamos em risadas.

— Foi bom? – pergunto, realmente curiosa.

— O nariz dele é grande demais, atrapalhou – retruca Taylor rapidamente.

Craig a olha com raiva, e eu não consigo deixar de imaginar a cena: - Você fala como se não tivesse batido esses dentes de cavalo manco em mim.

— EU? Se toca cria do Gepeto, você é ridículo. – ela cruza os braços e fecha a cara.

— Capivara cuspida e cagada – retruca Craig.

— Narigão.

— Cara de broinha.

— OK, CHEGA – intervém Scott, ainda rindo, mas não mais que eu, claro.

— Olha, eu vim aqui só pra te chamar para a festa que vai ter lá em casa, vai ser antes das aulas começarem, no sábado. – diz ela para mim, tentando não olhar para Craig.

— Opa, festa! – digo animada. Faz um tempo que não vou a nenhuma festa, a ultima foi o Baile, mas aquele dia se tornou algo amargo. Uma festa depois de tanto tempo, iria ser renovador para mim.

— Você também pode ir Scott, e vou deixar você ir também irmão caçula do Pinóquio. – Taylor não perde o glamour, nem a piada.

Craig abre a boca para responder, mas Scott o cutuca e ele fecha a matraca.

— Lid, vai em casa mais cedo, para a gente se arrumar juntas, que nem da ultima vez.

Confirmo com a cabeça e ela vai embora. Penso na ultima vez, na festa de ‘’falso aniversario’’ do Todd, quando na verdade ele estava voltando da clinica de reabilitação. Foi naquele dia que conheci Scott, olho para ele e vejo que ele se recorda.

— Guinevere e Arthur – ele me estende a mão e eu a pego – Juntos novamente, curtindo adoidado. Vamos ficar doidões – diz ele animado, enquanto aperta minha mão.

Olho para ele e sinto uma animação me atingir.

— Mal posso esperar.


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Notas finais do capítulo

AI QUE EU NÃO ME AGUENTO!!!!! SCOTT ADAMS, meu crush, me segura, scrr.
Gente, sério, esse Scott, af, af mesmo. Aguardem essa festa, pq vai ser arrebatadora.
E o Craig e a Taylor? hmmmmmmmmmmmmmmmmmm. Apenas observo.
Nossa, hoje eu to animadona, deve ter sido sol demais na cabeça esses dias.
Enfim, agora é sério: Dylan... sentindo falta dele? Quem sabe a chegada dele não está proxima... ou não HAHAHAHA, vou deixar no ar, e estou esperando vcs nos comentários



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