Trouble. escrita por Caroles


Capítulo 24
A verdade.


Notas iniciais do capítulo

Vejo vocês lá em baixo.
BOA LEITURA!

* PONHAM PARA TOCAR*
https://www.youtube.com/watch?v=UwuAPyOImoI

https://www.youtube.com/watch?v=swV72AUwLUA



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Acordei e pisquei lentamente.

Os raios solares penetravam o quarto deixando-o bem iluminado, já que a janela não havia sido fechada na noite anterior. A noite anterior… Meu estômago deu um salto, e virei para o outro lado da cama, para a minha tristeza, Dylan não estava lá, mas havia um papel dobrado em cima do criado mudo, meu nome estava escrito.

Estiquei o braço e o peguei, amassando um pouco no processo, abri e olhei as cinco palavras: Me desculpa, eu te amo. Ele não assinou, afinal não precisava, ninguém mais alem de nós dois tinha dormido naquela cama.

Sentei na cama e olhei para as suas palavras novamente. Me desculpa. Entendi o que ele quis dizer, ele não pode ficar aqui até eu acordar, e preferiu me deixar dormir, saindo pela janela discretamente como da última vez.

Desabei na cama mais uma vez, e relembrei os momentos da nossa noite, tudo tinha sido perfeito, nós éramos perfeitos, eu não tinha dúvida disso.

*

 

Já eram cinco horas da tarde e Dylan não havia dado sinal de vida, resolvi que não iria ligar, apesar de tudo, eu não queria demonstrar desespero, por mais que eu estivesse completamente desesperada. Será que ele tinha se arrependido? Era por isso que ele tinha pedido desculpas? Não… não pode ser, se não ele não teria falado que me amava. Ou ele simplesmente estava esperando uma ligação minha. Dylan tinha dessas, gostava de fazer um doce e se fingir de difícil, só para me fazer ir atrás dele. Olhei mais uma vez no relógio, já era 17h06mim. Iria esperar.

*

 

Já fazia dois dias que Dylan não dava sinal de vida e nem atendia o celular, eu estava ficando preocupada, achando que o problema não era comigo, e que alguma coisa grave tinha acontecido, estava na hora de ir atrás dele.

Coloquei uma roupa normal e fui atrás do meu irmão, que estava se perfumando no banheiro.

— JESUS. Não exagera né - falei enquanto tampava o nariz, para não exalar o cheiro forte do perfume.

— Sua amiga gosta - disse sorridente.Coitadinha.O que você quer? Resolveu sair do seu cubículo? - já fazia dois dias que eu ficava o dia todo no quarto, preocupada e ansiosa.

— Quero saber se você sabe do Dylan - encostei na pia e cruzei os braços na espera de uma resposta.

— Se você que é você não sabe, imagina eu - ele arrumou o cabelo mais uma vez e me deu uma beijo na testa - Liga pro Todd, ele tem um GPS do Dylan. Tchau maninha.

Suspirei e fui em direção ao meu quarto, peguei o celular e busquei pelo número de Todd, não demorou muito e ele atendeu, no mesmo tom brincalhão de sempre.

— Lidiaaaaaaa, olá! - disse animado.

— Tooooodd, olá! Tudo bem? - respondi rindo.

— Sim e você? - eu podia ouvir o barulho de vídeo game ao fundo, e desejei que Dylan estivesse ali com ele.

— Sim, você está sozinho?

— Estou, porquê? - meu coração afundou um pouco, mas não iria demonstrar preocupação para ele.

— Queria saber do Dylan, você tem notícias dele? - do outro lado da linha, Todd demorou para responder, ouvi ele suspirar diversas vezes, como se criasse coragem para me contar algo. - Todd? - chamei-o.Estou indo aí.

*

 

TODD

 

Desliguei o telefone e rumei para a casa da Lídia, eu não podia contar a verdade para ela pelo telefone. Dylan era mesmo um babaca, como ele não conseguia coragem para explicar certas coisas para ela? Lembrei de como ele me ligou chorando, desesperado, pedindo por ajuda. Ele era um babaca, mas era meu melhor amigo, e eu devia grandes coisas para ele.

Cheguei na casa dela e encontrei a mesma sentada na varanda, de cabeça baixa com o celular na mão,  na espera de uma ligação que não iria receber. Me aproximei dela, que levantou a cabeça. Sua expressão era triste. Suspirei e sentei do lado dela.

Ele foi embora Lid. - disse simplesmente.Não foi não - retrucou ela. - Aonde ele tá?Berlim.Para de graça - seu tom de voz se elevou. - Me diz aonde ele tá Todd!Já disse Lídia, em Berlim, Alemanha, lá na Europa. - suspirei e olhei para ela. Fiquei surpreso ao ver lágrimas em seus olhos, nunca havia visto ela chorar.Todd… - começou ela, sem conseguir terminar a frase

— Lídia, me desculpa, eu nem sei como te contar isso – passei as mãos no cabelo, bagunçando-os, como se isso fosse me dar algum incentivo para contar tudo à ela. – O Dylan foi embora, uma confusão das grandes, ele não teve coragem de contar para ninguém, nem para você. Ele tava com vergonha dele mesmo, da vida que ele tava levando, mas eu sei que ele te ama, e que ele pode ter mentido em vários momentos, sobre várias coisas, mas nunca sobre isso. Nunca Lídia, então você tem que abrir o seu coração e tentar entender o que eu vou contar, foi difícil para mim que sou o melhor amigo dele desde pirralho, então vai ser difícil para você também. - Suspirei e me lembrei de tudo, desde o começo.

‘’ O Dylan sempre teve problemas na família, você sabe disso, já deve ter visto alguma briga naquela casa. O fato é que, a mãe do Dylan estava traindo o pai dele, e o Sr. McCallen descobriu, foi um escândalo, ele pagou uns caras para darem uma lição no homem, e mandou a mãe do Dylan embora de casa, tudo na frente do Dylan, ele até ameaçou bater na mãe do Dy, mas ele ficou uma fera e não deixou, por mais que estivesse puto com a própria mãe. O pai dele ameaçou expulsar ele de casa, caso ficasse do lado da própria mãe. Ele disse que não tinha lado naquela casa, pois ninguém ficava do lado dele, ele descompensou Lídia – soltei um suspiro, me lembrando do choro do  meu amigo, ao chegar em casa logo depois daquela briga– Falou que não tinha família, que ninguém naquela casa prestava, que não sabia o que era ter pai e mãe. O negocio foi feio. A mãe dele ficou brava e contou que tinha descoberto que o Dylan usava drogas, disse que se ela fosse expulsa daquela casa, não iria ser a única.

Ele nem sabia o que falar quando ela soltou aquilo, afinal, esse era o maior segredo dele. Só eu, ele e o Brandon sabíamos, não tinha como ela descobrir, esse não é o tipo de coisa que se sai espalhando por ai, entende? – não arrisquei olhar para ela, mas podia ouvir seu choro, ela devia estar desapontada, resolvi continuar, tinha que ir até o fim, tinha prometido ao meu amigo, que iria contar tudo à ela, do jeito que ele tinha contado para mim, sem esconder nada. -  Só que a coisa ficou mais feia do que já tava, o pai do Dylan bateu nele, de cinta, você acredita? Quem é que apanha de cinta nos dias de hoje? O pai do Dylan ficou descompensado, bateu feio nele, e o pior de tudo, enquanto o Dylan estava lá sofrendo as consequências da idiotice da mãe, a vadia pegou tudo que achava necessário e deu no pé. Ela fugiu e deixou o filho para trás. Uma vaca. Quando o pai dele deu falta dela, ele foi atrás, disse que não ia deixar ela sair com nenhum tostão, que se ela fosse sair, iria sair com o rabo entre as pernas, e avisou para o Dylan, que quando voltasse, não queria ver ele naquela casa.

Pausei um pouco, para secar minhas próprias lagrimas. Lembrar dele naquele estado, era como se eu estivesse revivendo os momento em que ele contava tudo.

Não sei se você conhece a empregada de lá, a Imogen, ela viu tudo, e ligou para a irmã mais velha do Dylan, e pediu para a menina vir socorrer ele. Faz anos que ela descobriu que a família era uma bosta, então quando tinha dezesseis anos, saiu de casa e nunca mais voltou, de vez em quando ligava para saber do Dylan, Jessie disse que só tinha o Dylan e a Imogen como família.

A Jessie mandou ele ir para a casa dela, que fica em Berlim, hoje ela é uma mulher feita, casou e tem uma filhinha linda. O Dylan hesitou em aceitar o convite, disse que não podia abandonar ninguém aqui. Mas ele não podia ficar também. Então ele quis terminar o ano escolar e ir, era a despedida dele. Eu fiquei guardando esse segredo, e não pense que foi fácil, toda vez que eu olhava para você, para minha irmã e o resto dos meus amigos, eu sabia que ia ser um choque, ainda é um tapa na cara, até mesmo para mim. Mas eu entendo ele. O pai do Dylan não é uma pessoa fácil, muito menos a mãe, ele tinha a gente, mas ele precisava de uma mãe e de um pai, de uma família, ele nunca soube o que era isso. Ele comentou comigo varias vezes, que amava ir na sua casa, lá ele se sentia incluso, como se fizesse parte de tudo aquilo.

Ele não vai voltar tão cedo, talvez um dia, mas não agora. Você não sabe o que é sofrer por anos em silencio, ele precisa de um descanso, para ele mesmo. Ele queria te dizer isso pessoalmente, porém, ele não tinha coragem, na cabeça dele, você iria achar que ele era uma farsa, que e usou e te abandonou depois. Bom, tecnicamente ele fez isso, mas não foi por maldade, ele te ama de verdade, e você ama ele também. Não esquece disso, todos nós temos cruzes para carregar, e sempre achamos que a cruz do outro é mais leve, não é na maioria das vezes.”

— O que aconteceu? – interrompeu um voz feminina. Era a mãe da Lídia – Porque você ta chorando? – ela largou as sacolas do mercado no chão, e correu para abraçar Lídia, que soluçava de tanto chorar. Não pude conter minhas próprias lagrimas. Eu sabia como ela estava sentindo.

— Eu tenho uma ultima coisa para te falar Lídia – me levantei e coloquei as mãos nos bolsos, sem a olhar nos olhos. – Ele pode ter muitos defeitos, pode ter mentido e ter nos abandonado, é difícil, mas temos que aceitar a realidade de que não temos mais o Dylan por perto, que agora ele ta do outro lado do mundo praticamente, e eu tenho certeza que ele está sofrendo, pois eu sei a sensação de ter que ir embora. Você não deve saber o motivo de eu ter ido embora, ninguém comentava o escândalo do filho de um magnata ter tido overdose, e ter que ir para a reabilitação. – a lembrança daquele dia me fez estremecer – Mas como eu disse, todos nós temos uma cruz para carregar, você vai carregar a sua, eu a minha, e Dylan a dele. Não importa o peso, e sim como a carregamos. Não esquece de que tudo em certa parte foi real, ele te amou de verdade.

Os soluços dela ficaram maiores, e ouvi sua mãe tentando acalma-lá.

Dei as costas para as duas, eu já não serviria de nada ali, eu não conseguia consolar nem a mim mesmo, quem diria ela. Olhei para o céu, estava lindo, azul e sem nenhuma nuvem, mas eu não tinha vontade de curtir aquele dia nem por mais um segundo, a tristeza era grande demais. Lembrei que tinha mais um dever a cumprir, peguei o celular e mandei uma mensagem para ele.

Ela já sabe de tudo.


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Notas finais do capítulo

Oi gente linda do meu coração, tudo bem com vocês?
Nossa, vocês devem estar pensando: que menina mais filha da puta, demorou cotas, vem com um capítulo desses, e depois age na maior cara de pau KKKKKKKKKKKKKKKKKK, sim, isso mesmo HAHAHAHA.
POR FAVOR, FANTASMAS, APAREÇAM, EU NÃO TENHO MEDO, gosto de conversar com vocês, juro que vou esperar por reações nos comentários...
Tenho um comunicado: a fic, tem cerca de mais 8 caps, então logo mais acaba, mas estou com planos de uma outra fanfic, que já está sendo escrita, pretendo postar em breve, quero que vocês continuem comigo na outra fic, é triste pensar em terminar TROUBLE =(
Espero todos vocês para conversarem comigo, beijo no coração



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