Ela andava pelas ruas sentindo-se suja por ter se entregado ao homem que não era seu de fato. Na verdade, ele ainda era namorado da Melanie e Sarah era apenas “a outra”. Sentindo uma dor no coração, ela decidiu ir embora o mais longe possível daquele que a fez feliz e infeliz em menos de 24hs.
Sem conhecer bem a cidade e com pouco dinheiro no bolso, ela pegou um ônibus em direção à rodoviária. Pelo caminho, foi lembrando da noite anterior, de como tudo tinha sido tão mágico e inesquecível. Isso só a deixava mais triste e magoada.
- vou voltar pro Convento. Talvez a Madre me aceite de volta se eu me redimir dos meus pecados... – ela pensava.

Na rodoviária, Sarah via os horários das viagens quando sentiu alguém tocar o seu ombro. Quando ela virou teve uma grande e feliz surpresa.
- Ginny!!!!!!!!!!
- amigaaaaaaaaaaaaaa!
As duas se abraçavam e gritavam chamando a atenção de quem passava pelo lugar.
- o que você tá fazendo aqui??? – Ginny perguntou.
- eu que devia te perguntar isso. Você não devia estar no Convento????
Ginny deu uma careta e depois um pulo de alegria.
- eu to livre!!! Livre!!!!
- o que você fez??? Não vai me dizer que...
- é, eu também fui expulsa.
- o quê???????? E você diz isso com essa naturalidade??
- claro! Isso é sinônimo de felicidade! Eu to livre daquela bruxa e de todas aquelas regras estúpidas!! Liberdade! Ai como é bom respirar ar puro!
- Ginny, você é louca...
- completamente!! – ela só ria. Estava toda saltitante. – mas você não disse o que está fazendo aqui na rodoviária. Eu pensei que você estivesse com o bonitão, como disse na carta.
Ela entristeceu e o sorriso sumiu de seu rosto, enchendo seus olhos de lágrimas.
- nem tudo que a gente sonha, acontece.
- ah amiga... não fica assim. O que aconteceu? Me conta vai. Vamos pra um hotel, lá você me conta tudo direitinho ok?
Graças às tramóias e trambiques de Ginny, as duas conseguiram uma vaga num quarto de hotel no centro de New Jersey. Apesar de freira, Ginny tinha um belo jeito de conseguir tudo que quisesse apenas com uma conversa.
Enquanto Ginny esvaziava sua mala, Sarah ia contando tudo, desde o dia do acidente de carro.
- caramba, eu quase não acreditei na coincidência quando lia a sua carta! Que máximo!
- é, mas nem tudo é perfeito. Muita coisa já aconteceu desde que te enviei aquela carta.
Sarah contou tudo, até mesmo sobre a noite de amor e a decepção da manhã.
- nossa!!!!!! Como esse cara é um cafajeste, amiga!! Ele estava com a outra de dia e à noite foi pra cima de você?
- eu nem consigo acreditar, Ginny... ele parecia tão sincero.
- isso é realmente estranho. Mas você saiu de lá sem nem deixar um bilhete? – Sarah balançou a cabeça negativamente – Nada?
- eu acho melhor assim... que ele pense que eu nunca existi, que eu fui apenas uma alucinação... – ela olhava pela janela do quarto com um olhar triste e perdido.
- como será que ele está agora hein?

Enquanto isso...
- Gerard, cadê a Sarah? – Marc perguntava vendo Gerard chegar nas gravações sozinho e com uma cara nada boa.
- eu não sei. – ele disse sério e passou direito até o trailler de maquiagem. Lá dentro estava Frank passando lápis de olho.
- e aí cara, beleza? – ele viu que Gerard estava com uma cara péssima – o que aconteceu? Você andou chorando?
- a Sarah... ela foi embora.
- embora? Como assim?
- embora Frank! Sumiu p*rra!
- mas... por quê?? Assim tão de repente? Você disse alguma coisa pra ela?
- eu não disse... eu fiz.
- fez? Fez o quê?
- nós transamos. Foi maravilhoso e foi também a primeira vez dela.
- nossa!!!! – ele olhou espantado. – então foi isso. Ela se assustou.
- não, eu acho que não foi só por isso.
- então o quê a fez ir embora assim?
Marc abriu a porta do trailler e os chamou.
- vamos lá galera. Tá na hora.

Marc achou estranho Sarah não ter aparecido e mais estranho ainda Gerard não saber onde ela estava, já que eles estavam morando juntos. Pela cara do Gerard, Marc não quis insistir e gravou apenas as cenas em que ela não aparecia.
No final das gravações, Alicia veio correndo até Gerard.
- o que você fez com a Sarah hein?? – ela chegou quase gritando.
- calma Ali. Quem te disse... ah, o Frank. – Frank era de longe o mais fofoqueiro e não conseguia guardar nenhum segredo.
- você a magoou Gerard? Porque se eu ver minha amiga triste, eu....
- eu fiz tudo errado, Ali. Você pode até me bater se quiser mas isso não vai tirar o sentimento de culpa que eu estou sentindo nesse momento. Ela deve estar me odiando agora.
- por quê? O que você fez?
- Melanie. Ela é a resposta.
Alicia fez uma cara de quem fuzilaria alguém só com o olhar. Ela bufou e saiu de perto enfurecida. Ela odiava Melanie com todas as suas forças e isso não era surpresa pra ninguém.
Se já não bastasse o sentimento de culpa, todos estavam furiosos com Gerard por ele ter enganado Sarah daquela forma. Mesmo a conhecendo por pouco tempo, todos a adoravam e estavam muito sentidos com o seu sumiço repentino.
Gerard voltou pra sua casa e seus olhos se encheram de lágrimas quando entrou no quarto dela e ela não estava mais lá. Ele sentiu um vazio no peito como se tivessem arrancado um pedaço de seu coração a sangue frio. Aquela menina estava marcada para ser sua eternamente e ele estragou tudo.

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